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O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2

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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:36 pm

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Mais um dia Normal

Morganópolis. 10h12min.

Um homem vestido de terno e gravata, segurando uma maleta preta (aparentemente um advogado) sai de um hotel. Logo que chega à calçada vê um táxi se aproximando. Ele se apressa a chamá-lo e consegue chamar a sua atenção. Quando o carro pára junto à calçada o advogado abre a porta direita traseira, embarca, e fecha a porta. O taxista, um homem negro, bigodudo, que usa um grande óculos escuros, vira-se para ver seu freguês, dizendo:
— Pra onde, chefia? — Seu nome é Norman, e já trabalha no ramo há um ano e meio. Não é “pobre”, como a maioria dos taxistas da cidade. Veste-se bem, e tem uma bela casa. Simples, da classe média, mas é uma bela casa.
— Para o Tribunal de Justiça. Urgente! — Responde o advogado.
— Pode deixar! — Norman volta-se ao volante e acelera, andando normalmente pela Avenida das Ovelhas, a oitenta quilômetros por hora.
— Quanto tempo vai levar? — Pergunta o preocupado advogado.
— Uns oito minutos. — Responde Norman, ao olhar no velho relógio de pulso que tem. Ele não sabe porquê faz isso, já que não faz a diferença a hora do momento para saber quanto tempo leva para chegar em algum local, mas o faz mesmo assim, por costume.
— Hã... Se chegar em metade disso eu pago em dobr-- — O advogado não precisou terminar a frase, e Norman agora está andando a cento e quarenta por hora.
O táxi ultrapassa todos os carros, entra na contramão, carros quase se chocam na avenida, e logo ele entra em um beco, onde a velocidade aumenta para cento e setenta. O advogado não sabe se o homem é louco ou o quê. Só sabe que quer chegar na hora do julgamento.
Norman sai do beco, vira à esquerda, seguindo na deserta Rua Setembrina, estando agora à duzentos por hora, e eis que algo inesperado acontece: uma velhinha atravessando a rua, pela faixa. A velhinha não percebe o táxi, mas o advogado percebe que os acentos do carro são macios, ao bater com a testa no acento da frente, mas mesmo assim causam tontura.
— Ooooopa... Foi mal, chefia. — Diz Norman, que pára o carro bruscamente, para não atropelar a velhinha, olhando para o advogado pelo espelho interno. — Ainda bem que foi a testa e não o nariz!
Em quinze segundos a velhinha sai da frente do veículo e Norman segue pela Rua Setembrina, chegando à duzentos e vinte por hora aos poucos. Fazendo uma curva, ele adentra na Alameda Ocidental, ultrapassando os poucos carros que encontra, invadindo a contramão. A velocidade aumenta ao entrar na Rua Primeiro de Abril (há boatos de que o povo que vive nessa rua é traiçoeiro — e é a rua onde fica o Tribunal de Justiça). Norman diminui a velocidade rapidamente para cento e trinta e freia bruscamente, em frente ao Tribunal de Justiça.
— Cheguei em dois minutos. Não foi metade do combinado, mas mesmo assim vou cobrar apenas o dobro. — Diz Norman, tranquilamente, virando-se para o descabelado advogado.

Após se despedir do freguês, Norman segue a Rua Primeiro de Abril em velocidade normal (setenta quilômetros por hora), e logo sai pela esquerda, entrando na Alameda Souza.
Enquanto segue pela cidade, o taxista ouve as músicas que tocam no rádio, e logo do mesmo as músicas são interrompidas, para que possa dar lugar a uma notícia, dizendo que o Banco Floripa foi tomado por três homens armados, que fizeram todos os funcionários e clientes de reféns. Norman também ouve que a negociação com os assaltantes está para ser feita. Logo, o taxista acelera cada vez mais o carro, e invade um beco, parando bruscamente ao chegar ao meio dele. Ele desembarca do veículo dizendo:
— Lá vou eu de novo...! — Ele sai do beco e entra do velho prédio, que parece abandonado, à direita do beco. Ele sobe pelas escadas, e enquanto o faz, tira os óculos, revelando olhos castanho-claros, e também tira o bigode, revelando que o mesmo é postiço. E assim, Norman se tornou uma pessoa totalmente diferente do taxista, exceto pelas roupas.
Ele sobe por todos os andares do velho e deserto prédio, que tem um total de sete andares, e chega ao terraço. Mas as roupas já são diferentes: agora ele veste um colante todo preto, tendo as bordas das luvas e das botas douradas, assim como a capa que lhe cobre as costas e formam levemente um “v” no peito.
Agora esse homem, de em média trinta anos, não é mais Norman. Agora ele é Croceus, o mais imbatível ser do mundo todo. E assim que sai para o terraço ele alça vôo velozmente, com os punhos para frente e o olhar fixo na direção.
Todos o vêem de suas casas e das ruas, apontando para o herói com orgulho, comemoração e felicidade. Mas Croceus não olha para eles, pois tem um trabalho urgente a fazer.

No Banco Floripa há pessoas presas com cordas pelas mãos e pelos pés. A grande maioria, talvez umas dez pessoas, tem roupas sociais de cor verde, usa crachás e está sentada no chão junto às mesas que há no local (quatro estão junto aos caixas). Certamente são funcionários do banco. E tem mais umas cinco pessoas, que certamente são clientes. As mulheres choram de medo (e alguns homens também), sem saber se vão voltar pra casa depois daquilo tudo.
Além dessas pessoas há três homens com calça jeans, jaqueta de couro e um capuz preto, com buracos expondo os olhos e a boca. Um deles, de pele branca, quase parecendo um papel, está sentado à mesa do gerente, segurando uma metralhadora, e mantém no rosto um sorriso malévolo; o que parece ser o líder é negro e mais corpulento e caminha de um lado para o outro, olhando com raiva nos olhos de cada pessoa próxima, também segurando uma metralhadora; e o terceiro, tem a pele clara, está com a metralhadora nas costas, e está rindo alegremente, pegando todo o dinheiro do caixa e o colocando em pequenos sacos marrons.
Os três são homens que já foram presos por assalto anteriormente, e se autodenominam como “A Gangue Suprema”. O primeiro mencionado se chama Rodrigo, e usa o codinome “Mauto”; o segundo, o líder, é Jair, e tem o codinome de “Gorila”; e o terceiro, louco por dinheiro e riqueza, se chama Júnior, e usa o codinome de “Moeda”. Os três sabem que Croceus irá aparecer logo, como da outra vez, mas estão confiantes, certos de que o herói não vai invadir o local, sendo que no mesmo há vários reféns.
— Será que o veado do negociador não vai chegar nunca?! — Esbraveja Gorila, sem parar de caminhar de um lado pro outro.
— Fica frio, mano... Eles já vêm... E não temos nada a temer. — Diz o tranqüilo Mauto, pondo as pernas sobre a mesa do gerente.
— Esvaziei os caixas, hehehehe! — Diz o “felizardo” Moeda, pondo seus sete sacos, todos cheios, sobre a mesa do gerente, ao lado das pernas de Mauto. — Falta achar o cofre, hehe! — No que ele termina a frase ouve-se um som de uma moeda caindo no chão, “tremendo”. Os bandidos olham e notam que ela está ao fundo do banco, na entrada para um corredor. — Ahá! — Moeda corre até ela. Gorila, desconfiado, diz:
— Calmaí, Moeda!
— Deixa ele, Gorila... — Diz Mauto. — Fica frio, o cara é retardado, mas precisa da chance de ser feliz...
Moeda pega a moeda, sorrindo ainda mais ao ver que é de um real. Quando ele a põe no bolso ele ouve outro som de uma moeda caindo, ao fim do corredor que está à esquerda dele. Sem preocupação alguma ele corre até ela. Gorila balança a cabeça negativamente, decepcionado, e deixa Moeda pra lá.
O bandido ganancioso põe a nova moeda de um real no bolso e ouve o som de uma outra. É então que ele nota que está no fim do corredor à sua esquerda, que é mais longo do qual já passara. Sem hesitar ele corre até ela.
Moeda não nota que um pouco depois do meio do corredor há uma porta entreaberta à direita. É de lá que um veloz punho preto surge, golpeando em cheio o rosto de Moeda, fazendo-o dar um alto mortal e cair de costas no chão, inconsciente.
— Ouviu isso? — Gorila diz, olhando desconfiado para Mauto. Este tira o sorriso do roto e diz:
— Vou lá ver. — E ele se levanta, indo em direção para o corredor por onde Moeda entrou. E após entrar no segundo corredor, Mauto nota que no fim deste há uma moeda, pensando “foi por aqui...”. — Moeda? Cê taí? — Mauto caminha com cautela pelo corredor, apontando a metralhadora para frente, pronto para atirar em qualquer coisa que se mover e que não seja seu parceiro. É aí que ele vê a porta entreaberta à direita.
Ele pensa “te peguei”, e caminha lentamente até ela. Ao chegar mais perto ele vê que a luz está acesa. Acerta um forte chute nela, preparado para atirar, mas encontra nada alem de uma sala deserta. Em menos de um segundo ele ouve o som de uma porta se abrindo às suas costas.
Gorila se exalta ao ouvir a metralhadora de Mauto disparar por um segundo. Logo não ouve mais nada além dos gritos dos reféns.
— Calem a boca! — Ele grita para as pessoas, suando frio, sabendo exatamente o que aconteceu. — Saco... Apareça Croceus! Apareça! — Gorila olha para os lados, gritando com as paredes. Quando ele se vira para o corredor que “levou” seus parceiros, ele ouve a porta do banco se abrir. Pensa em se virar para atirar, mas logo sente algo lhe golpear a nuca, e então ele apaga.

Mais um dia foi salvo, graças a Croceus. É o que diz os telejornais, descrevendo como Croceus entregou a Gangue Suprema para as autoridades. Norman é uma das pessoas que assiste um desses telejornais, sentado em seu sofá e bebendo uma xícara de chá de pêssego. Quando, finalmente, a notícia a passar na TV é outra, Norman a desliga, termina com seu chá com um gole, põe a xícara sobre a mesinha da sala, e vai para o porão da casa.
O porão é pequeno, de luz fraca, e paredes de madeira. Está praticamente vazio, tendo algumas caixas nos cantos. Mas o que importa para Norman ali é uma porta ao fundo. Ele pega uma chave do bolso, abre ela e entra. Ele está agora dentro de uma caverna fria, clareada apenas por pepitas de ouro ao fundo. São pepitas verdadeiras, que irradiam uma forte luz, que não cega Norman devido aos seus óculos escuros. E as pepitas formam uma pequena montanha de três metros de altura. E junto a elas há uma velha cadeira de madeira, onde Norman senta, de costas para o ouro, tira os óculos e o bigode postiço, pondo-os no chão, e tira a camisa que veste, revelando uma cicatriz em linha vertical no meio do peito, onde ele, após pôr a camisa sobre os óculos, coça com as duas mãos.
O que Norman tem no peito, por dentro, é um pedaço do ouro que está às costas dele. É um ouro diferente de qualquer outro. É o ouro que faz de Croceus o ser mais imbatível do mundo. E é o ouro que mantém Norman vivo, devido a uma desconhecida doença no coração.
Faz mais de um ano que Norman acordou naquela casa, sem lembrar de nada. Acordou com uma estranha voz ecoando em sua mente. Dizendo os dois nomes que tem, os dois empregos e o que tem no porão e no peito, e por que tem no peito. E toda noite, além de ter que ir para o porão e ficar diante das pepitas de ouro para “reabastecer”, ele tem sonhos que o perturbam. Vagas visões de sua vida antes de acordar naquela casa. Mas nenhuma dessas visões revela nada de útil para Norman. E tudo que ele tem de fazer é dar carona para desconhecidos e salvar o mundo.


A seguir: O Ataque de Turbo Prateado!
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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:37 pm

O Ataque de Turbo Prateado


[Prelúdio]
Morganópolis, ontem. 23h13min.

A sala de estar da mansão de Rodrigues, candidato a Prefeito de Morganópolis, está semi-escura, com apenas um abajur aceso no canto. O dono da mansão está em sua poltrona, com o lado esquerdo do seu rosto branco voltado para a escuridão, enquanto o outro lado está sendo clareado pela luz do abajur.
Em frente a ele há outro homem, ainda desconhecido, sentado em um sofá de dois lugares, com um olhar severo. Sua pele é clara e mesmo com pouca luz nota-se que ele costuma malhar uma ou duas horas por dia.
— Fico grato de ter atendido ao meu chamado, Sr. Evans... — Diz Rodrigues, procurando algo no interior de seu paletó.
— Eu faço o possível para satisfazer os meus clientes, Sr. Rodrigues. — Diz o outro homem, chamado por “Evans”, secamente.
— Certo... Isso é muito bom... — Rodrigues tira uma pequena caixa de charutos do paletó, abre-a, e oferece ao Evans. — Gostaria de um charuto? É canadense.
— Não, obrigado. Fumar faz mal ao pulmão e causa câncer. E eu preciso do meu pulmão limpo e da minha vida cem por cento saudável.
— Tudo bem, então. — Rodrigues põe a caixa sobre o braço da poltrona, pega um dos charutos, o põe na boca, e o acende com o isqueiro que tirara de um outro bolso do paletó. Logo o ar sobre ele abre espaço para a fumaça fedorenta do charuto.
— Será que dá para irmos direto ao assunto, Sr. Rodrigues?
— Claro, Sr. Evans... Minhas sinceras desculpas... Pois bem, o senhor deve saber que sou um candidato a Prefeito de Morganópolis, concorrendo com Alberto... Um negro nojento metido a “protetor dos pobres e oprimidos”.
— Certo. Continue.
— Bem... O problema é que as chances dele ganhar são de oitenta e cinco por cento... Ou seja: sem dúvida ele ganhará a eleição. — Rodrigues dá uma forte tragada no seu charuto. — E eu odeio admitir isso, se é que me entende, Sr. Evans.
— Sim, compreendo.
— Então... Só há um jeito de ele perder a eleição para que eu seja eleito... E é aí onde você entra, Sr. Evans.
— Entendi onde quer chegar, Sr. Rodrigues.
— Ótimo... Esse serviço precisa ser feito logo. Domingo será a eleição. E amanhã mesmo, à tarde, haverá um comício dele, ao ar livre, em frente à Prefeitura. Há vários prédios por lá, onde você poderá se abrigar perfeitamente, e com apenas um tiro certeiro, poderá por um fim nesse meu problema.
— Perfeito. Não haverá erro, Sr. Rodrigues.
— Aposto que sim... Desde que Croceus não interfira.
— Como eu disse... Não haverá erro. Croceus não é um problema para mim. Ele não é mais rápido que uma bala. Não das minhas.
— Assim espero, Sr. Evans.

[Fim do Prelúdio]


Morganópolis, quarta-feira. 16h30min.

Um alegre comício explode na Praça da Prefeitura de Morganópolis. Há centenas de pessoas festejando a prevista vitória de seu candidato a Prefeito, Alberto, bebendo cerveja e refrigerantes. Comendo doces e salgados. E se empurrando para apertar a mão de — ou até para abraçar — Alberto. Este também se sente feliz. É seu grande desejo ser alguém “de verdade” e ajudar quem precisa, desde seus dez anos de idade.
— Norman! — Exalta-se Alberto, ao reconhecer o bigodudo taxista que conhece há meses, apressando-se para apertar a mão do amigo.
— Olá, Alberto. — Diz Norman, sorrindo severamente, como de costume. Um desconhecido poderia achar que Norman não gosta do candidato, mas Alberto sabe que esse é o jeito de Norman agir, e sabe perfeitamente que Norman confia nele. — Boa festa, hein! — Logo o taxista dá um gole de seu copo d’água, após apertar a mão de seu candidato.
— Fico feliz que tenha vindo, meu amigo! Pena que você não pode provar os brigadeiros... Foi minha mãe que os fez!
— Eu adoraria provar, você sabe...! — Norman sempre se segura ao ver doces... Mas não pode provar, devido ao problema que carrega no coração. Alguns poderiam dizer que a pessoa é feita de açúcar ao ver que ela tem alguma fraqueza insignificante... Mas com Norman é diferente: o açúcar é sua fraqueza.
— Entendo perfeitamente... Mas e os pastéis? — Alberto, põe a mão sobre o ombro direito de Norman.
— Os de frango estão magníficos!
— Ótimo! Bem, Norman... Tenha uma ótima festa! Espero que se divirta!
— Será um prazer fazê-lo, Alberto! — Norman dá o último gole da sua água e põe o copo sobre a mesa às suas costas, que está repleta de pratos com doces e salgados.
Norman nota que há uma sujeira em seus óculos, e assim o tira do rosto, fechando os olhos, para fingir que o sol os prejudica, enquanto limpa seu utensílio na camisa. Ao pôr de volta no rosto ele vê, sem intenção alguma, algo que ninguém poderia enxergar, devido ao super-sentido concedido pelo ouro que lhe mantém vivo: um homem no térreo de um prédio de quinze andares, apontando uma arma para baixo.
Após ver que o alvo é Alberto, o taxista nota que o homem usa um colante branco, um capacete prateado, assim como os braceletes e o colete. E no capacete há um visor preto, que lhe oculta a identidade. E a arma não é uma arma qualquer: está acoplada ao bracelete direito.
Mas agora não é tempo de analisar os fatos: é hora de agir. É hora de Croceus aparecer pela primeira vez no dia. E é por isso que Norman sai apressadamente dali, empurrando as pessoas que se incomodam e se irritam com aquilo. É por isso que ele corre em direção a um beco. Ninguém sabe o porquê dele ir para lá, não sabem que ele foi “chamar” o Croceus, para que Alberto volte inteiro para casa. E logo, as pessoas o ignoram.
De repente algo dispara. Tiro silencioso, ninguém ouve. A bala está indo em direção à nuca careca de Alberto. Mas Croceus dá a Alberto um destino deveras melhor: seu punho surge entre a bala e a vida do candidato. Então, ela cai ao chão, devido à poderosa resistência do homem dourado, fumegando. Todos olham para o herói que surgiu na velocidade de uma locomotiva. Olham a bala de caiu no chão e a reação seguinte não poderia ser outra: todos aplaudem e gritam.
Mas Croceus precisa ser rápido. O assassino pode estar preparando outro tiro. E assim, o imbatível herói voa velozmente para “conversar” com o atirador. Este, por outro lado, parece ser ainda mais rápido: assim que Croceus chega perto e avança o punho para acertar um forte murro no rosto o criminoso, ele se esquiva, inclinando-se para o lado, e dá duas piruetas para trás.
Croceus fica em pé, à beira do prédio, encarando seu oponente, que está há seis metros, também em pé e encarando o herói.
Numa breve visualização, Croceus vê na fronte do capacete do criminoso um “T”, e também vê no peito, no meio daquele colete prateado, um quadrado elevado, com quatro botões.
— Quem é você? — Pergunta Croceus, com seu olhar severo.
— Eu me chamo Turbo Prateado. É tudo o que você precisa saber, Croceus. — O criminoso, que se autodenominou como “Turbo Prateado”, move os braços numa velocidade sobre-humana: com o esquerdo ele aponta o punho para o peito de Croceus; com o direito ele usa o indicador para apertar um dos botões que tem no peito.
No milésimo de segundo seguinte há um pequeno míssil voando na direção de Croceus, deixando uma fumaça cinzenta como rastro. Mas o herói surpreende o vilão: ele inclina-se e pega o míssil com sua mão direita. Quando toca no míssil ele percebe que o mesmo está prestes a explodir, e então se gira em torno de si, mandando o míssil de volta para Turbo Prateado. Este, porém, pôde não ser rápido o suficiente: o míssil lhe atinge no peito, acima dos botões, e explode.
Não é uma grande explosão, que poderia destruir o prédio, ou chegar perto de Croceus. A explosão apenas joga o vilão três metros para trás.
— Tire esse capacete e se entregue, Turbo Prateado! — Diz Croceus, com autoridade. — É o melhor pra você!
— Está de brincadeira comigo? — Turbo Prateado levanta-se, com raiva. — Quer saber de uma coisa? — O vilão faz novamente um movimento rápido com seu braço direito, apertando outro botão, e quatro mísseis, duas vezes maiores que o outro lançado pelo punho esquerdo, saem das costas dele, indo para o alto e rapidamente mudam o rumo, indo em direção à praça da Prefeitura. — É melhor você salvar essas pessoinhas insignificantes.
Croceus, com a fúria à flor da pele, dá meia-volta e voa com toda pressa na direção dos mísseis, ouvindo seu oponente dizer “até mais” e fugindo com algum foguete que ele ejetou nas costas.
Os quatro mísseis se afastam a cada metro que alcançam. Croceus vê perfeitamente que um atingirá a Prefeitura, outro vai em direção ao centro da praça, o terceiro está indo para o prédio do outro lado da rua, e o último está indo na direção de Alberto.
E é este último que Croceus persegue primeiramente, levando menos de um segundo para pegá-lo com a mão esquerda; o mesmo tempo ele leva para pegar o segundo míssil, que ia para o centro da praça. Logo, ainda menos de um segundo, ele pega o primeiro míssil, que estava preste a explodir a Prefeitura, assim como o terceiro míssil, que estava pra explodir o prédio em frente à mesma, estando com dois mísseis em cada mão.
Assim como ocorreu com o míssil largado do punho de Turbo Prateado, Croceus sente que os mísseis em suas mãos estão “inchando”, prontos para detonar. Desesperado, ele voa para o céu, o mais rápido que pode. E ao passar das nuvens ele larga os projéteis, fazendo-os ir ainda mais alto, e mergulha no ar, e logo quatro explosões ocorrem simultaneamente, formando uma abóbora às costas do herói, que mal sente o calor, e logo ele desce para um prédio que está a três quarteirões da Prefeitura.
As pessoas aplaudem e comemoram ainda mais, e assim não notam que Norman sai disfarçado do beco por onde entrara, fingindo ter acabado de urinar. Assim que ele se junta com a multidão que se acalma aos poucos, ele nota que Alberto já não está mais ali. Certamente se retirou, pois teve duas chances de não voltar vivo para casa. E vendo que está cansado por ter usado muita velocidade em seus vôos, Norman resolve voltar para o táxi, que está no estacionamento da Prefeitura, e volta para casa.
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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:37 pm

Norman abre a porta de sua casa, caminha em direção para o porão e entra numa porta que está ao fundo do mesmo, onde tem guardado uma montanha de pedras de ouro. O ouro que o mantém vivo e lhe permite ajudar as pessoas, combatendo contra o crime.
Enquanto dirige-se para a cadeira diante daquele ouro ele tira os óculos e seu bigode postiço, guarda-os no bolso da jaqueta que veste. Ao se sentar ele reflete sobre o que aconteceu há pouco. Um homem com um colete tecnológico, usando um nome ridículo, querendo matar Alberto, o candidato. O candidato que tem, praticamente, cem por cento de chances de ganhar a eleição. Quem mais iria querer Alberto morto? Resposta fácil. “Tão fácil quanto preparar um chá de pêssego” pensa Norman.
— Rodrigues... — Murmura o homem, em voz baixa. E é nesse momento em que ele se levanta, dirigindo-se para a escada que o leva para fora do porão.

Longe dali, na sala de estar da mansão de Rodrigues, o mesmo parece furioso, esbravejando:
— Que tipo de mercenário é você?! Não sabe fazer um serviço rápido?!
— Não tenho culpa se um homem de preto-amarelo que voa apareceu, Sr. Rodrigues. — Diz Turbo Prateado, em pé, parecendo um soldado, ao lado do mesmo sofá onde esteve sentado na noite anterior.
— Maldição... — Rodrigues se acomoda inquietamente na sua poltrona, acendendo um charuto. — Esse é o problema desses mercenários caros: ficam meia-hora com o alvo na mira, dando tempo para alguém aparecer e estragar tudo!
— De onde eu venho, Sr. Rodrigues, não existem “Superman’s”. Bom, existem... Mas em histórias em quadrinhos.
— Ora, cale-se! Se quiser receber seu dinheiro vai ter que voltar lá e matar o Alberto! Foi pra isso que te contratei!
— Sr. Rodrigues... — Turbo Prateado tenta falar, mas algum objeto pequeno quebra a janela e entra no recinto, e o mercenário percebe que o objeto é uma moeda de um centavo e vem em direção do seu braço. Com sua incrível agilidade, ele move-se e a moeda atinge o seu colete, porém, não no lugar onde ele desejava: a moeda cravou-se na brecha entre o aparelho de quatro botões, localizado no meio do colete, e o colete.
O vilão se assusta com as faíscas que saltam do pequeno aparelho, e pensa em tirar a moeda rapidamente, esquecendo que as moedas de um centavo são de cobre, e um choque o distrai ainda mais. Oportunidade perfeita para Croceus entrar pela janela, quebrando-a ainda mais, e acerta um forte murro no rosto de Turbo Prateado, jogando-o contra a parede logo atrás, ao lado da porta de entrada da sala.
O vilão, furioso, se levanta com o visor todo quebrado, revelando seus olhos azuis. E em um movimento rápido, ele aponta o punho esquerdo para Croceus, e com a mão direita ele aperta um dos botões de seu colete, como fizera antes, mas desta vez Croceus não parece se preocupar.
E o que acontece a seguir é o que declara o fim da carreira de Turbo Prateado: o pequeno aparelho explode, juntamente com o bracelete esquerdo. O vilão urra de dor quando cai ao chão e Croceus nota que o antebraço dele adquiriu uma queimadura de quarto grau.
— Vai pagar caro por isso, Croceus... Você não é nada pra mim... Vai pagar caro...! — Turbo Prateado pára de falar e fica gemendo de dor quando o herói se aproxima dele. É aí que Croceus ouve Rodrigues ao telefone, chamando a polícia, dizendo que está sendo atacado.
E como a polícia de Morganópolis é extremamente eficiente, logo o delegado, um gorducho, negro como carvão, chamado Saul, entra na sala, chutando a porta, com sua pistola em mãos, seguido por três outros policiais, sendo um deles negro, e os outros, brancos.
O delegado vê a janela quebrada, um homem caído, um Rodrigues apavorado, e um super-herói em pé, diante do criminoso. Uma conclusão é dada em menos de um segundo: Croceus chegou a tempo para salvar a vida de Rodrigues.
— E-esse homem é o mesmo que tentou matar Alberto no comício! — Rodrigues se aproxima dos policiais, mentindo para se defender. — Se não fosse pelo Croceus, eu seria um candidato morto!
— Nem precisa falar, Rodrigues! — Sorri o delegado. — É muito bom ter você na cidade Croceus! — O policial põe a mão sobre o ombro do herói. — Eu não chegaria a tempo! Muito obrigado!
Croceus, porém, não sorri, deixando Saul um tanto preocupado. Quando os policiais brancos finalmente algemam Turbo Prateado ele diz:
— É verdade, esse homem é aquele que tentou matar Alberto, mas eu não vim aqui para salvar Rodrigues..
— O que quer dizer, Croceus...? — Pergunta o confuso delegado, enquanto Rodrigues sua frio.
— Ele não veio matar Rodrigues. — Croceus estende a mão esquerda, mostrando um pequeno gravador. Antes de mais nada, ele aperta play, e ouve-se a voz de Rodrigues: “Ora, cale-se! Se quer receber seu dinheiro vai ter que voltar lá e matar o Alberto! Foi pra isso que te contratei!”
Os policiais ficam com cara de espanto e Rodrigues enche-se de medo e raiva. Tudo que passa pela cabeça dele é a ironia que lhe acaba de acontecer: ele queria dar um fim no concorrente e ganhar de vez a eleição, e aconteceu tudo pelo contrário.
Croceus entrega o gravador para Saul e vira as costas, caminhando em direção à janela por onde entrara. Logo que ele alça vôo, retirando-se do local, e Rodrigues é algemado e levado pelos policias, juntamente com Turbo Prateado.

À noite, a população de Morganópolis assiste ao noticiário e descobre que quem tentara matar Alberto no comício fora um homem contratado por Rodrigues. Um ex-soldado do exército, chamado Evans, especialista em armas tecnológicas.
E no domingo seguinte, Alberto foi eleito Prefeito de Morganópolis, fazendo a cidade festejar a noite toda, comemorando a grande vitória. Tudo graças ao imbatível Croceus. O mais poderoso ser do mundo.

A seguir: Caveira Z, o Satânico!
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O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Empty Re: O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2

Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:38 pm

Caveira Z, o Satânico


Morganópolis. 11h45min.

Toca o sinal da Escola de Ensino Fundamental de Morganópolis, anunciando o término das aulas daquele dia, e várias crianças, dentre onze a quatorze anos, saem das suas salas, empurrando-se, para ir embora.
Logo estaciona um táxi na frente da escola, cujo motorista é ninguém mais, ninguém menos que Norman. Assim que ele pára aparece uma menina, abrindo a porta do caroneiro da frente.
— Oi, Norman! Pontual como sempre, né? Hehe! — Ela se senta no banco, tirando sua mochila verde das costas e pondo-a sobre o colo.
— Oi, Paty! — Paty, como Norman chamou a garota, tem doze anos, e é uma das mais lindas da escola, com seus longos cabelos loiros e lisos, e olhos verdes. Às vezes, quando seu pai não pode ir buscá-la, o mesmo liga para Norman, pedindo para que vá até a escola buscar a menina.
— E esse bigode? Não cresce nunca mesmo, hein? Hehehe!
— Hehe! Não mesmo! Eu prefiro deixar ele assim. — Norman responde, dando arranque no carro e sorrindo para a garota. — E então? Aproveitou bem a aula hoje?
— Que nada. Hoje só tive Geografia, História e Matemática. Nada de bom.
— Admito que Geografia e História são chatas... Mas Matemática é muito importante... Ou alguém pode dar calote em você com o troco.
— Hehe! Isso não deve acontecer muito em Morganópolis.
— Acontece... Sabe o Armazém Árvore Velha? Um dia tentaram me dar cinqüenta centavos a menos...
— Credo! E você?
— Ah, eu pedi os meus cinqüenta centavos e nunca mais voltei lá. — Norman vira apressadamente a esquina, para a direita, entrando na Rua das Limonadas. — Vou pegar um atalho... Assim você chega mais cedo pro seu almoço.
— Ok, Normie... Hei! O que é isso? — Paty aponta para uma espécie de igreja, que parece existir há décadas, e ao invés de ter uma cruz no alto, tem a letra “Z”.
— Ah, deve ser o que andei ouvindo falar por aí... a “Igreja Z”. Uma igreja satânica.
— Que horror! Não sabia que existia uma dessas nessa cidade.
— Eu até desistiria do atalho se soubesse que era aqui. Olha só, em volta da igreja são apenas casas velhas... Provavelmente todos os moradores são seguidores do Satã.
— Hã... Norman... — Paty vê um homem olhando para o veículo pela janela de uma das casas, parecia furioso. — Pode acelerar?
— Sem dúvida!

Em poucos minutos, Norman chega até a casa de Paty, onde o pai da mesma aguarda diante do portão.
— Bom dia, Norman! — Cumprimenta o homem, após dar um beijo na testa de Paty assim que esta sai do carro.
— Bom dia, Celso!
— Quanto devo, velho amigo? — Celso põe a mão no bolso de dentro do paletó, quando Norman diz:
— Nada, como sempre! Você sabe!
— Ora, Norman... Você tem que compensar o seu serviço!
— É só um favor, você sabe! Coisa de amigos, não de taxista e cliente!
— Certo... — O homem tira a mão do bolso e continua: — Bom, se importa e trazer Paty de novo amanhã?
— Claro que não, sem dúvida! Farei com todo prazer, Celso!
— Certo... Muito obrigado, Norman! Passe bem!
— Tchau, Norman! — Paty acena para o taxista.
— Até logo! — Após despedir-se, Norman acelera o carro e segue pela rua.
Norman jamais irá cobrar um serviço feito para Celso e sua família. Uma vez um motorista bêbado se chocou contra o táxi de Norman, e acabou morrendo, tendo o carro todo destruído. Já o de Norman não foi tanto, e como ele ainda estava nos primeiros dias de serviço, não tinha dinheiro suficiente para o concerto. E assim, Celso pagou o conserto, sem cobrar nada de Norman.


14h13min.

No topo de um prédio de, em média, trinta andares, há um homem à borda, usando terno, querendo se jogar para a morte, mas com muito medo da altura.
Lá em baixo, há uma multidão olhando para o homem. Muitas pessoas assustadas, outras chamando o cara de idiota ou imbecil, e vários repórteres fazendo a sua matéria. Há também bombeiros, preparando uma cama elástica.
O homem permanece indeciso, mas quer pular a qualquer custo, quando alguém sobe à borda, ao lado dele. É um homem usando um colante preto e uma capa dourada. O Imbatível Croceus.
— O Croceus aqui sou eu, então é melhor você não pular, se é que entende o meu sarcasmo. — Diz o herói, sem olhar para o homem, mantendo a visão para frente.
— E-e-eu v-vou sim! — Responde o homem, assustado com a altura, mas sentindo uma pontada de felicidade ao ver o herói do seu lado.
— Mas... Você não voa. — Continua a ironizar o herói, olhando para o homem.
— P-pára de fingir que não entende o que está acontecendo! — Diz o suicida impaciente.
— Mas não entendo... Por que quer morrer, amigo?
— P-p-porque... Essa vida que levo, não é uma vida que alguém gostaria de ter.
— Por que?
— Roubaram meu carro... Perdi meu emprego... E acabei de encontrar minha esposa na cama com o meu melhor amigo.
— Por que?
— Hã? Como assim “por que”?
— Por que roubaram o seu carro? — Croceus tira os olhos do homem, olhando para as nuvens que têm variadas formas.
— Ora... — O suicida confuso fita o herói, procurando as palavras. — Sei lá, quem sabe achou ele bonito. Era um Astra.
— Certo... Como ele conseguiu?
— Eu estava abrindo o carro quando ele chegou, me deu um soco, pegou a chave que ficou na porta e se mandou.
— Ou seja: ele roubou seu carro por descuido seu.
— O que?! — O homem fica incrédulo.
— Pessoas como você, que usam terno e andam de carro “bonito” devem ter mais cuidado... Antes de ir até o carro, você pelo menos podia olhar em volta, para ver que tipo de pessoas estavam por perto, não é mesmo?
— Bem... — Ele não consegue acreditar nas palavras do herói, mas ele é Croceus, não pode estar errado!
— E sobre o emprego?
— Hm?
— Por que o perdeu? — Croceus volta a fitar o seu novo amigo.
— Meu chefe é muito... grosseiro... Sempre diz que faço tudo errado.
— E você faz tudo errado?
— Eu faço tudo que ele manda!
— Mesmo?
— Bom... As vezes eu... esqueço de alguns detalhes...
— Hm.
— É... Digamos que eu mereci.
— E sobre sua esposa? Por que ela o traiu?
— Eu... Acho que andei trabalhando demais.
— E dava muita pouca atenção a ela.
— S-sim... — O homem suspira, olhando para baixo, decepcionado consigo mesmo.
— Qual o seu nome, amigo?
— Marcelo. — Responde o homem, ainda olhando para baixo.
— Prazer, Marcelo. Eu sou Croceus.
— Eu sei...! — Marcelo olha para Croceus.
— Qual a placa e a cor?
— Hã?
— Do seu carro.
— AST-3450... Branco... Por que?
— Aquele ladrão cometeu um crime e o carro é seu.
— É, certo...
— Quer pular?
— E-eu... Acho que não.
— Claro, você não voa. Se quer saber... O elevador é um meio melhor de chagar lá em baixo. Mais demorado, mas mais seguro.
— Ok, já entendi.
— Ótimo.
— M-Muito obrigado, Croceus.
— Não há de quê, Marcelo.


Dia seguinte. 11h47min.

Como lhe foi pedido, Norman vai até a Escola de Ensino Fundamental de Morganópolis, para buscar Paty, mas dessa vez ele chega alguns minutos atrasado, devido a uma carona que teve que dar a uma boa senhora com suas compras, e tudo que encontra diante do portão da escola é uma multidão, formada por alunos e professores desesperados, além da polícia.
Norman sai do seu táxi e vai de encontro ao delegado, o Saul, que tem a pele negra como um carvão, dizendo:
— O que há por aqui, Sr. Saul?
— Olá, Norman! — Saul aperta a mão de Norman, amigavelmente. — Um bando de malucos seqüestrou uma criança.
— Que bando de malucos? — Indaga Norman.
— Não se sabe... Segundo os professores, são pessoas nunca vistas por aí... Usavam uniformes vermelhos e nas camisas tinha o desenho de uma caveira com a letra “Z”... Sabe de algo?
— Hm... — Norman se lembra da Igreja Z, por onde passara no dia seguinte com Paty. E lembrando dela, ele logo pergunta ao Saul: — Q-qual o nome da criança? Você sabe?
— Bem... — Saul hesita, coça o queixo, olha para os lados indeciso e finalmente volta a olhar para Norman. — É a Paty, Norman... filha do Celso... Sinto muito...
— Essa não... — Norman abaixa a cabeça, com raiva e tristeza.
— Se souber de algo...
— Siga essa rua, dobre a Rua das Limonadas pra direita... Procure pela Igreja Z.
— Aquela--?
— Sim, a dos satânicos! — E assim Norman embarca no táxi às pressas e arranca logo em alta velocidade, fazendo os pneus gritarem e deixarem marcas no asfalto.
Em questão de trinta segundos, Norman deixa seu táxi no estacionamento da primeira praça que encontra, desembarca com toda pressa do veículo, correndo em direção a um beco, como de costume. E no céu logo surge Croceus, o maior herói de todos os tempos, voando à toda velocidade para a Igreja Z.

Uma grande porta de madeira é destruída pelo punho glorioso de Croceus, permitindo o herói de entrar na velha Igreja Z. Ali dentro tudo é quase parecido com uma igreja católica, ou evangélica, com um altar ao fundo e vários bancos longos de madeira. Mas essa igreja parece mais sombria, sendo clareada por velas vermelhas nas paredes.
Os “fiéis” são pessoas com uniformes vermelhos, com caveiras nas camisas, com a letra “Z”, assim como Saul descreveu. E diante do altar, em pé, está um homem que ninguém jamais teria visto igual: ele usa uma roupa colante vermelha, com uma caveira no peito, em forma de escudo, e usa uma capa preta. E para deixá-lo mais medonho, usa uma máscara em forma de caveira, com dois longos chifres vermelhos e a letra “Z” na testa, além dos olhos vermelhos.
— Onde está a menina?! — Urra Croceus, com sua fúria à flor da pele.
— Eu vi nela a luz! Ela trará desgraça ao mundo! Precisa ser entregue ao Satanás! — Diz o homem mascarado, firme. — Peguem ele, meus fiéis! — Com essas palavras, todos os fiéis da igreja se levantam e avançam pra cima de Croceus, com total coragem.
E para terminar tudo logo, Croceus acerta um ou dois golpes em cada pessoa, até que todos estejam desacordados, permanecendo apenas o “padre”.
— Ninguém invade a casa de Satanás, o salvador, e sai ileso! Se ajoelhe perante o Caveira Z e implore perdão! — diz o “Caveira Z”, com mais firmeza e coragem. Mas ele nem percebe os movimentos de Croceus, apenas sente um golpe no estômago, fazendo-o ser jogado para trás, chocando-se contra o altar, destruindo-o.
— Onde está a menina... Fala! — Croceus fica cada vez mais furioso, olhando nos olhos vermelhos de Caveira Z. Este ignora o herói e de um bolso às costas ele tira uma faca e crava no próprio peito. Com seu último fôlego, Caveira Z diz:
— Caveira Z permanece... Sempre leal... Ao Satanás! — E seu coração pára de bater. Naquele momento o delegado Saul entra na igreja armado, acompanhado de sete policiais.
— C-Croceus? O que aconteceu? — Pergunta o delegado, vendo as pessoas desmaiadas e o Caveira Z morto diante do herói.
— Suicídio. — Diz o herói, secamente, agachando-se para tirar a máscara do satânico e ver que era um negro, usando lentes de contato vermelhas. — Vou procurar pela Paty. — Ele olha para uma porta à esquerda e entra correndo por ela. Ele encontra um longo corredor de velhas paredes e portas de madeira.
Ele chuta a primeira porta á direita, derrubando-a, e vê um recinto vazio. Faz o mesmo com a porta à esquerda, e também não encontra nada. Finalmente ele grita:
— PATY!!!
— S-Socorro! — Ele ouve uma voz desesperada e corre para adiante. Quando ele ouve novamente o pedido de socorro, nota que é da porta à sua direita, e então ele a chuta para derrubá-la, e vê no fundo do recinto uma menina de cabelos loiros e olhos verdes, encolhida e chorando, com sua mochila verde às costas.
Assim que vê o herói, Paty corre para abraçá-lo, e Croceus retribui, agachando-se para abraçá-la.
— Pronto, Paty... Está segura agora. — Quando ouve a voz do herói, Paty parece perceber algo e murmura:
— Obrigada, Norman...! — Croceus se assusta. Não tomou cuidado para não agir muito como Norman, e acaba de se entregar para Paty. Trapaceado pela própria voz. Mas ele resolve não ligar, e logo Saul e três policiais aparecem.
Croceus se levanta e Paty sai dali acompanhada pelos policiais, em segurança, enquanto Croceus fica parado, vendo ela partir, até que a menina olha para trás e diz em voz baixa:
— Não vou contar seu segredo pra ninguém. — E volta-se para a direção que segue. Croceus fica sem reação e Saul percebe que ela disse algo, mas não consegue entender. Então olha para Croceus, acena com a cabeça, e finamente sai do corredor com os policiais e paty.
Pela janela do recinto onde Paty estava aprisionada sai Croceus, pensando nas coisas que acabaram de acontecer. Não entende o que o Caveira Z quis dizer com “Eu vi nela a luz!”. Mas com certeza foi obra do fanatismo do satânico louco.
Ele também pensa na descoberta que Paty acabara de ter, mas sabe que o segredo permanecerá em paz com ela.


FIM
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O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Empty Re: O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2

Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:38 pm

Olha só, atrasei um poco. Embarassed Devia tê postado sábado passado. Embarassed

Bom, o negócio é o seguinte: esse é o primeiro capítulo onde Norman tem lembranças de sua "vida passada"; e os vilões ficam sendo o mesmo que o Caveira Z: tapa buraco, ou enchição de linguiça, já que a importância pro capítulo é outra.
Espero que gostem.

Lembranças - Parte 1 de 2


Morganópolis, 7h55min.

Sophia já está pronta para ir trabalhar, após uma péssima noite de sono. Sono este, após chegar em casa depois de uma festa e ver que havia esquecido de trancar a porta. Resultado: levaram tudo que tinha de grande valor, como a televisão ou o microondas, e tudo que tinha de jóias e dinheiro.
“Às vezes é triste morar sozinha”, é o que Sophia pensa. Só ela entende como pode não ter ninguém: é uma belíssima mulher, de quase trinta anos, pele branca e cabelos negros como a noite. Sem falar dos lindos olhos verdes, que encantam todos os homens de Morganópolis. Mas nunca, nenhum deles, conseguiu conquistá-la.
Sophia é formada em ciências e trabalha no Laboratório S.A.M., ganhando um salário suficiente para ter o pão de cada dia, mas depois do roubo, irá precisar ganhar o dobro, já que suas economias a ajudavam bastante.
A primeira coisa que Sophia faz ao chegar à sua sala é verificar seus tubos de ensaio, com as misturas que havia deixado do dia anterior. Um projeto químico para armamento militar. Mal sabe ela o que é exatamente, só está cumprindo ordens.
Após conferir todos os tubos, é hora de dar seguimento ao trabalho.

Em outra sala do laboratório há uma reunião de três cientistas, os fundadores do Laboratório S.A.M., sentados à uma mesa redonda.
— De acordo com esse relatório... — Diz um deles, olhando para um maço de papéis. — O projeto da Radiação do Super-Soldado já pode ser testado.
— Bom, a cobaia está pronta para o teste. — Disse um outro. — Está na sala de testes, pronto para inalar a radiação.
— Bom, o General virá hoje, perto do meio-dia. — Diz o terceiro. — Acho que podemos ir logo com isso, e assim que ele chegar verá o resultado.
— Certo, então vamos logo ao teste. — Finaliza a reunião o primeiro cientista.


“Minhas luvas estão sujas de sangue e minha pinça insiste em querer escorregar, mas não posso permitir. Este homem está com uma bala no estômago, à beira da morte. Nunca deixei alguém morrer, e este não vai ser a primeira vez. Não hoje! Preciso tirar essa bala! (...) Salvei ele. Consegui! Os enfermeiros aplaudem, e eu dou-lhes um sorriso, tímido como sempre fui. Salvei mais uma pessoa, mais um presente que Deus me deu.”

Croceus acorda. Poderia ser Norman, mas não, é Croceus, sem bigode postiço ou um grande óculos escuro, além de estar usando a calça preta de Croceus.
Ele acorda de um sonho estranho, talvez até uma lembrança. Já faz meses que ele não tinha lembranças de sua vida antes de acordar naquela casa, com uma pedra de ouro no coração. E não é a primeira vez que ele se vê como médico.
Ele olha à sua volta. Está sentado em sua cadeira de madeira, diante daquele monte de pedras de ouro, se “reabastecendo”. Ele olha para a cicatriz em seu peito e imagina se o médico do sonho, ao invés de ser ele, poderia ser o homem que lhe colocou a pedra junto ao coração. Mas grande parte de si diz que não. Ele é o médico.

Norman dirige seu táxi calmamente, enquanto há uma velha senhora no banco de trás. Ela permanece em silêncio, olhando para os lados, para as pessoas que passam pela rua.
Como sempre, o taxista bigodudo segue pelas ruas de uma forma que deixa sua passageira em total conforto, não muito rápido, fazendo curvas leves, passando com calma por cima das lombadas. Mas algo “fora de script” surge em sua mente: mais lembranças.
Novamente ele está fazendo uma arriscada cirurgia em alguém. Está abrindo alguma parte do corpo, mas de repente ele sente uma forte pontada no coração. Seu coração queima de dor, acelera, sente seu sangue latejar pelas veias. Ele cai ao chão. Os enfermeiros ficam apavorados, tentando falar com ele, mas ele não ouve as palavras, a dor é demais.
— NORMAN!!! — E velha grita e a lembrança se esvai. Norman, então, percebe que está a cento e cinqüenta quilômetros por hora, e seu coração dói. A dor que sentiu na lembrança é real. Ele sente seu sangue latejar pelas veias como na visão que acabara de ter, e assim ele freia bruscamente antes de atravessar o sinal vermelho.
E em menos de um segundo após parar o carro uma camioneta passa pela frente dele em alta velocidade, já que está no sinal verde. Se ele não tivesse parado, adeus velhinha do banco de trás.
Norman sai do carro, seu coração o faz ignorar o trânsito interrompido pelo seu táxi. Ele corre para o bar logo na esquina, e quando entra o barman, um homem magro e careca, logo fica preocupado ao ver o homem respirando ofegante, com a mão no coração, encharcado de suor, tão corado quanto um morango, e com a mão no coração.
— Céus, Norman! O que há?
— Á-água! Água!!! — O barman não demora três segundos para entregar ao taxista um grande copo cheio d’água, e Norman bebe tudo com um só gole. — m-mais! — Com a mesma rapidez o copo lhe é devolvido, cheio de água e um gole foi o suficiente mais uma vez.
Norman senta à mesas mais próxima, que está vazia, pondo a mão dentro da camisa, por baixo, tocando o coração. A cicatriz parece pegar fogo e o coração bate tão forte que parece querer saltar do peito porque há um monstro querendo pegá-lo.
Ele tira os óculos e percebe que todos no bar, muitos conhecidos e pouquíssimos desconhecidos, olham preocupados para ele, mas ele ignora, e logo o barman lhe põe aquele mesmo copo sobre a mesa, cheio de água, e desta vez, Norman bebe com mais calma.
A dor diminui. Começa devagar e logo se vai rapidamente. Não há mais dor no coração, não há mais falta de ar e nem calor.
— Tudo bem, Norman? — Pergunta o barman, vendo o amigo se aliviar. Este não responde. Apenas solta um ultimo suspiro e se debruça na mesa para descansar.


Sophia já está com o experimento completo. Um frasco com um líquido marrom viscoso. Tudo que ela sabe é que aquilo servirá de armamento militar. É aí que ela pensa “o que acontece se isso se misturar com o sangue humano?”. Ela pensa em injetar em si mesmo, para ver o quer acontece, só por curiosidade. Sabe que é muito arriscado, “mas o que tenho a perder?”.
A terceira gaveta é tudo que ela vê. É onde estão as seringas. Ela caminha com calma até o arquivo de aço, do outro lado da sala, e ao abrir a terceira gaveta vê todas aquelas seringas, pedindo para serem usadas. Ela pega uma delas, olha para o líquido marrom dentro do frasco. Pensa milhares de vezes em um segundo antes de correr para a sua mesa e pegar nas mãos o frasco. Ela não liga pra mais nada, apenas vê metade do frasco encher toda a seringa e se injeta no braço direito.
Assim que põe a seringa vazia sobre a mesa tudo que ela sente é dor. Muita dor. Ela sente os ossos do seu braço arder em chamas, sente os músculos e os nervos crescerem, quase rasgando o couro, fazendo-a gemer, mas ela se esforça para ninguém ouvir. Ela olha para o seu braço e se apavora: do bíceps até a ponta de cada dedo a pele está escura. Não uma pele negra, como qualquer negro, mas da mesma cor daquele líquido viscoso.
Não demora muito para alguém entrar na sala. Um rapaz vestido de branco, outro funcionário, que, provavelmente, estava passando pelo corredor e ouviu Sophia.
— Sophia, o que--? — Ele olha para a seringa e o frasco. Ele sabe no que ela esteve trabalhando durante a semana, e nota logo de cara a besteira que a mulher fez. — Meu Deus, o que você fez?! — Ele avança para socorrer a amiga, que sofre com a dor, e ela recua.
— Fique longe de mim! — Ela o empurra com as mãos e então ele pega na mão direita dela, com cuidado para não machucá-la, e o horror surge diante dos olhos de Sophia: a pele do braço dele começa a escurecer e dissecar, se espalhando pelo resto do corpo. O rapaz fica apavorado, até não conseguir respirar mais.
Sophia olha praquele corpo no chão, que parece uma múmia desenterrada, fedendo a carniça. Ela se apavora, olhando para o seu braço, e aos poucos o pavor dá lugar a um olhar malévolo, e ela sorri.

Um homem magrelo, quase desnutrido, e com os olhos totalmente brancos, por ser cego, usando um colante branco e azul, semelhante aos uniformes que os três cientistas diante dele usam, está dentro de um enorme tubo de vidro, parecendo não entender o que está acontecendo. Um dos cientistas, o mais velho, diz:
— Esse homem foi encontrado em coma no meio de uma floresta. Ao acordar encontrou-se cego e em estado vegetativo.
— E de acordo com as pesquisas da Radiação do Super-Soldado, ele voltará a enxergar e sairá do estado vegetativo. — Diz um outro cientista. — E o colante que usa é como uma segunda pele, que impedirá a radiação de explodir o homem.
— Muito bem, vamos logo liberar a radiação nele e ver os resultados. — Finaliza o terceiro, dirigindo-se a um dos vários computadores, e digita por alguns segundos. Logo ele aperta o “enter” e um barulho surge no tubo onde está o vegetal, o som emitido pela entrada de um gás índigo, que logo é inalado pela cobaia, até que não se pode mais ver o homem ali dentro.
O cientista que liberou a radiação vira-se para o computador e desativa a liberação da radiação, e logo aquele gás começa a ser sugado novamente. Nesse momento, a parede diante dele, logo atrás ao computador, é destruída por um arquivo de aço, que lhe atinge em cheio no rosto. E como a força de impulsão era tamanha, o cientista mais velho também fora atingido, sendo jogado contra a parede do outro lado da sala.
O cientista que sobrou olha com espanto para o buraco na parede, por onde entrara o arquivo de aço. Assim que ele dá um passo para trás uma mesa de madeira surge de lá, voando em sua direção, e o atinge no peito.
Os três cientistas agora estão em coma, e é Sophia que agora entra pelo buraco na parede, fitando o tubo de vidro onde a cobaia está perdida por entre o gás índigo, e este, aos poucos, desaparece de dentro do tubo, dando lugar apenas a um homem totalmente másculo. Os cabelos dele continuam pretos, mas seus olhos agora estão azuis claros — talvez essa fosse a cor deles antes do homem ficar cego — e sua pele tornou-se índigo, como o gás da radiação.
— Hei, você... Pode me tirar daqui? — Diz ele, para Sophia. A mulher sorri ainda mais com o seu olhar malévolo, e responde:
— Quebre.
— Quebrar? Será que devo?
— Claro que deve... Você pode fazer o que quiser. — O homem olha para os punhos e desfere um golpe com os dois no vidro à sua frente, estraçalhando todo o tubo. E assim, ele desce dali.
— Pode me dizer... Quem sou eu? — Vendo que o homem à sua frente não passa de um “retardado com amnésia”, Sophia permanece com o sorriso e arma grandes planos para com ele.


Já é quase meio-dia e Norman está no Banco Floripa para pagar suas contas e logo ir pra casa almoçar. Antes que mais lembranças invadam sua mente, de preferência.
Ele está sentado em uma das várias cadeiras estofadas do banco, assim como os outros cinco ou seis clientes, mas nenhum ao lado dele. Norman chegara por último e preferiu ficar mais afastado.
Em sua mão estão contas de luz e de telefone, além de um pequeno papel com o número 52, e no painel eletrônico está marcando 50. “Só mais dois”, pensa Norman. Mas, infelizmente, as pessoas sendo atendidos pelos quatro caixas têm muitas coisas para fazer.
Norman tenta manter a calma ao máximo, preocupado com outro “ataque”, ou seja lá o que for. E metade do nervosismo se esvai quando um dos caixas é liberado e o painel eletrônico chama o número 51 para o caixa dois.
Norman olha para o relógio. São quinze para o meio-dia. “Sorte que sou eu que faço a comida”, pensa o taxista.
O olho coça, uma gota de suor corre pelo rosto, o estômago ronca, e o som do painel eletrônico faz Norman voltar á realidade. Seu número, finalmente. Mas, antes dele se levantar, surge o som de algo grande entrando pela porta, estraçalhando-a. Felizmente, diante da porta não há nada, já que as cadeiras ficam para a esquerda; só adiante há um caixa que poderia ser atingido, mas há tempo suficiente para fugir. E com o som daquilo se chocando no chão, Norman percebe na hora que é um carro. Até olhar ele pensa em duas possibilidades: ou um bêbado que perdeu o controle, ou o carro fora jogado.
Como não há nenhum motorista, Norman vê que é justamente tudo o que ele não queria para completar o seu dia.


Continua!
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O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Empty Re: O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2

Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:39 pm

Lembranças - Parte 2 de 2


Na edição anterior...
Lembranças surgem para atormentar Croceus, onde o herói se vê sendo um médico que jamais deixou alguém morrer em suas mãos e que de repente sente uma forte dor no coração — uma dor que foi sentida até mesmo fora da visão.
Como se isso não bastasse, Sophia, uma funcionária do laboratório S.A.M., injeta em si mesma um líquido que futuramente faria parte de um novo armamento militar, e assim, o braço onde foi injetado sofre uma mutação, capaz de matar qualquer pessoa que for tocada por ele.
E como Sophia fora roubada, ela arma planos malignos juntamente com uma cobaia do laboratório, que inalou a Radiação do Super-Soldado. Começando pelo Banco Floripa, onde, por mera coincidência, estava Norman.


Morganópolis, 11h55min.

Pessoas correm desesperadas para a saída de emergência do Banco Floripa. São poucas, mas a confusão é grande. Norman fica para trás, propositalmente, e olha para trás para identificar o agressor. Ele não vê um, mas dois agressores, do outro lado da rua: uma mulher de cabelos negros usando uma luva branca que oculta quase todo o braço, tão linda que é difícil de acreditar que faria um mal tão grande; e um homem totalmente másculo, de quase dois metros de altura, pele índigo e usando um uniforme colante que Norman logo identifica ser do laboratório S.A.M.
— Maldição! Sabia que algum dia ia me encrencar com aquele laboratório! — Diz Norman, correndo para os fundos do banco, já deserto, antes que os vilões percebam sua presença.
— Muito bem, Master! — Diz Sophia, para o seu parceiro, enquanto os dois atravessam a rua em direção ao Banco Floripa, diante dos olhos assustados das pessoas em volta. — Agora só nos resta abrir o cofre.
— Certo. — Diz o homem, um tanto confuso, mas decidido a obedecer Sophia.
Quando os dois estão próximos da porta do banco, um carro sai “voando” de lá — o mesmo que fora jogado por Master —, indo em direção a eles, mas Master é rápido o bastante para agarrar o veículo, sem ferir Sophia, e o joga para trás. Ele ouve Sophia gritar “cuidado”, mas ele se distraiu de mais, permitindo Croceus de golpeá-lo com um soco no rosto, jogando o grandalhão para o meio da rua. Em seguida o herói olha para Sophia e diz:
— O que estão fazendo?
— Não é óbvio, Croceus? — Responde Sophia, com zombaria, enquanto tira a luva do braço. — Viemos sacar uma grana. — Assim que ela tira a luva, avança pra cima de Croceus, com a mão em direção ao rosto do herói. Este, vendo o estado daquele braço, percebe na hora que não seria uma boa idéia deixar a mulher tocar em sua pele, e rapidamente agarra em seu pulso com a mão direita e lhe acerta um leve chute no abdome, jogando a mulher contra uma árvore próxima ao banco.
Ela cai no chão após chocar-se na árvore com as costas, e se levanta, olhando com raiva para Croceus e se apoiando na árvore com a mão direita — a mão do braço mutante — fazendo ocorrer o que o herói mal pode acreditar: a árvore morre em segundos. A começar pelas folhas, que se secam uma a uma, até cair, e em seguida é a árvore que começa a secar, perdendo totalmente a vida.
— O que diabos é você? — Indaga Croceus.
— Seu pior pesadelo! — Responde a mulher, pondo a luva de volta. Nisso o chão começa a tremer e Croceus vê que é o grandalhão de pele índigo se aproximando, pronto para acertar um soco em Croceus, mas é este que golpeia primeiro: um soco no estômago, seguido de um gancho que ergue o vilão no ar, e pula para golpeá-lo no peito com os dois punhos.
Master vai direto ao chão, destruindo o meio-fio e algumas lajotas da calçada. Sem demora, Croceus agarra no pescoço do vilão com as duas mãos, e alça vôo em sentido diagonal, aumentando a velocidade a cada milésimo de segundo. Já bem acima das nuvens Master começa a sentir enjôo e falta de ar, e Croceus, por outro lado, não tem problema algum, provavelmente graças ao ouro que lhe confere super-poderes.
Usando suas últimas forças, Master segura no pescoço de Croceus com a mão esquerda e lhe dá um soco com a direita, fazendo o herói soltá-lo. E ainda segurando-o, o vilão dá mais um golpe, agora na cabeça, fazendo Croceus cair em alta velocidade e incapaz de unir forças para voar devido à forte dor de cabeça.
Graças à sua resistência, Croceus apenas recebe dores ao cair de costas no meio da rua, agora bem longe do Banco Floripa, assustando várias pessoas e criando uma pequena cratera. Ainda atordoado com o golpe de Master, Croceus abre os olhos para identificar o local onde caiu. A visão está embaçada, mas não é difícil de ler a placa que está na esquina, a três metros dele: “Rua Primeiro de Abril”. Não demora nem um segundo para o herói armar um plano e ele fecha os olhos.
Logo Master cai no chão também, a dez metros de Croceus, criando outra pequena cratera. Sua pele parece ser mais resistente, mas o vilão tem dificuldades de levantar devido à falta de ar e o enjôo. Leva alguns segundos até seus pulmões se encherem novamente e o enjôo some. Assim, Master se levanta olhando à volta, até encontrar Croceus caído e caminha até ele.
O vilão sacode o herói com o pé e não adianta: Croceus não se mexe. Um arrependimento toma conta do vilão, que olha para as próprias mãos e pensa: “o que foi que eu fiz?”.
Quanto a Croceus, Master deu-lhe tempo o suficiente para descansar e recuperar totalmente os sentidos. Assim, o herói junta suas forças no punho, com o qual acerta um grande murro no queixo de Master logo quando se levanta rapidamente.
O vilão é jogado dez metros pra trás e rola mais dez assim que cai no chão. Croceus dá um passo na direção dele quando sua cabeça dói e ele se perde da realidade.
Novamente Croceus está no corpo de um médico, mas agora esse médico está deitado em uma cama de hospital, respirando graças a aparelhos e com a visão um tanto embaçada. À sua frente há uma mulher de pele morena e longos cabelos negros. Suas feições são impossíveis de identificarem e ouvi-la é ainda pior.
Croceus volta à realidade quando um carro o atinge nas costas, indo ao chão com o veículo sobre o próprio corpo.
— Mas que diabos--?! — Xinga Croceus, ao tirar o carro de cima enquanto se levanta. Ele olha para trás e vê que foi a morena do braço mutante que o acertou.
— Acha que esse braço só serve pra matar quando toca, é? — Zomba Sophia, a mais de dez metros de Croceus.
— Sua tola! — O herói avança voando velozmente em direção à vilã e lhe acerta um tapa com as costas da mão na cabeça, fazendo a mulher cair desacordada no chão. — Mulherzinha fracote.
— Você vai se arrepender por isso!!! — É Master que diz, cheio de raiva, aniquilando Croceus com os olhos. Croceus prepara-se para avançar pra cima do vilão quando nota que o mesmo parece estar crescendo.
— Mas o que--? — Master chega a ficar com um pouco menos de três metros de altura e ainda mais másculo que antes. Croceus nota à distância as veias vermelhas dos olhos de seu oponente, e também vê o sangue que escorre de seu nariz. — Pare, rapaz! Isso está te fazendo mal!
— Você matou minha amiga! Vou destruir você!!! — Master avança pra cima do herói, urrando de raiva, e talvez de dor.
— Eu não a matei, seu imbecil! Controle-se! Você vai acabar se matando! — Croceus se convence que não há como conversar com seu inimigo, e assim que Master chega de encontro a ele, pronto para acertar um golpe, Croceus lhe desfere um forte soco no rosto com o punho direito, tendo que flutuar alguns metros do chão pra alcançar, e aproveita pra acertar outro soco no rosto, com o punho esquerdo. E antes de qualquer coisa, ele dá a volta em torno de Master para lhe acertar uma joelhada na nuca.
O golpe atordoa Master, dando tempo para Croceus pensar no que pode fazer para deter de vez esse terrível vilão que parece não se cansar. Mas novamente algo inesperado acontece: mais lembranças atordoam a mente do herói.
A lembrança parece ser a continuação da que houve há minutos. Ele está deitado na cama de hospital, ainda com a visão embaçada e respirando com ajuda de aparelhos e a mesma mulher diante dele, parecendo dizer algo. Sua visão começa a ficar nítida, quase a ponto de identificar a mulher, quando um homem, vestido de branco, provavelmente o médico, chega até ela e a conduz até a saída da sala, conversando, ou até consolando-a.
A raiva de não conseguir identificar a mulher vem à Croceus assim que Master lhe trás à realidade com um forte soco no peito. O herói é jogado trinta metros pra trás, caindo sobre uma van estacionada próxima à calçada, e que graças a Deus não tem ninguém dentro, pois o corpo de Croceus quase destruiu todo o teto.
O herói rola para o lado, caindo de quatro no chão, quase sem fôlego devido ao golpe que levara. Mas ele sabe que não pode perder muito tempo, pois há um poderoso vilão enfurecido disposto a matá-lo, e assim que o chão começa a tremer ele se levanta e vira-se para o oponente, que agora está com quase cinco metros de altura e com ainda mais músculos, correndo pra atacar ainda mais o herói. “Ele vai acabar morrendo se continuar assim”, pensa Croceus. Então ele olha pra van e volta a pensar. “Bom, ela está detonada mesmo... espero que tenha seguro”.
Croceus agarra a van na frente e alça vôo em direção ao Master, acertando nele em cheio com o veículo, jogando-o para trás e o fazendo cair próximo de onde Sophia está caída. O herói larga a van no chão e, ainda voando, aproxima-se de seu oponente e pousa diante dele, dizendo:
— Pare, rapaz. Seu corpo não está suportado esse seu crescimento.
— Vou... matar... você... — Master levanta-se, fazendo ainda mais esforço. Seu colante rasgando-se mostra que ele está crescendo ainda mais. Seus olhos ficam cada vez mais vermelhos, e sangue escorre de seu nariz e orelhas. — Vou... vou... v-vou-- Rrrgh...! AAAAAAAARRRGGHH!!! — Master urra de dor quando seu corpo começa a diminuir lentamente, até que fique um pouco menor que Croceus. Sua pele volta a ser rosada e seus olhos ficam brancos novamente, como antes de inalar a Radiação do Super-Soldado. Em seguida ele cai ao chão desacordado.
— O que está havendo? — Diz Croceus, abaixando-se junto ao corpo do vilão e vendo que ele está vivo devido à respiração.
A atenção de Croceus é direcionada ao helicóptero que se aproxima do local, pousando no meio da rua, próximo ao herói e os dois desacordados vilões. O helicóptero é militar e Croceus logo identifica o General quando o mesmo sai do veículo, seguido por dois soldados armados e os paramédicos que levam duas macas.
— Pode deixar, Croceus. Eu assumo daqui. — Diz o General, aproximando-se de Croceus. — Esses dois são do laboratório S.A.M. e foram vítimas de um experimento militar.
— Certo... — Diz Croceus, vendo os vilões sendo levados pelos paramédicos. — Vão cuidar deles?
— Vamos ver o que podemos fazer. Mas não se preocupe: eles não voltarão a incomodá-lo.
— Tudo bem.

Croceus está em seu porão, sentado na cadeira diante do monte de ouro que alimenta seus poderes, enquanto bebe uma xícara de chá. Os últimos acontecimentos — e as lembranças que o atacaram — tiraram totalmente sua fome, deixando em sua mente a pergunta quanto à mulher que ele viu. Será ela era sua esposa? Irmã? Ele nunca viu nenhuma mulher que seja parecida com ela em Morganópolis, então será que foi embora? Ou não deve estar mais viva?
Croceus prefere nem pensar mais sobre isso e decide limpar sua mente, continuando a beber seu chá.

Fim.
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O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Empty Re: O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2

Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:40 pm

A Manifestação Infernal - Parte 1


Morganópolis. 21h31min.

É uma calma noite de lua cheia. Uma bela e brilhante lua cheia, inspirando alguns casais de jovens que namoram na Praça Morgana. Não se trata de alguma data especial, é apenas uma noite qualquer do mês de maio. Mas, para o espanto desses jovens e do resto da população de Morganópolis, nuvens negras movem-se velozmente, tapando totalmente o céu em dez segundos ou até mesmo menos.
Não que isso possa ser algo anormal, mas a maioria esperava alguns dias sem chuva, de acordo com a previsão do tempo que permaneceu a mesma desde três dias atrás. E os relâmpagos logo iniciam, mas de uma forma jamais vista ou imaginada por qualquer ser humano: os clarões, por entre as nuvens, são avermelhados. E logo em seguida chega o som aos ouvidos das pessoas. O som do trovão, mas misturado com o rugido medonho de algum demônio.
Definitivamente, não está acontecendo o que deveria acontecer, e as pessoas correm apavoradas pelas ruas, em direção às suas casas, para se esconder seja lá do que for.
A notícia sobre o assustador fenômeno da natureza logo é apresentado na televisão, em todos os canais, dizendo praticamente a mesma coisa: não se sabe o que está havendo e o que está para acontecer, e que sem dúvida é terrível para todos. Mas que seja o que for, Croceus irá deter, confirmando que Morganópolis, sem dúvida, está em boas mãos.
Paty assiste ao noticiário em sua casa, totalmente apavorada, pois seus pais estão fora da cidade, viajando a negócios, e a garota garantiu a eles que pode se virar sozinha por uma semana, que é o tempo que eles ficarão fora. Tudo que ela pode fazer é torcer para que tudo termine bem.
O medo aumenta com o próximo clarão: foi como se um sol avermelhado tivesse surgido no meio de Morganópolis, criando um dia vermelho por um segundo, e logo cai o som do trovão, terrivelmente sonoro, com o rugido demoníaco ainda mais nítido, e as luzes de todas as casas, prédios e postes se apagam instantaneamente, criando uma completa escuridão, dando medo às pessoas de olharem pela janela e ver a cidade com os clarões dos trovões avermelhados.
Paty, assim como o resto dos moradores, acende uma vela para não ficar perdida na escuridão dentro do próprio lar, e diz:
— Croceus... Norman... Por favor, ajude-nos...

Croceus acorda ao ouvir as palavras de Paty ecoando em sua mente, e então abre os olhos, confuso.
— P-Paty? — Ele levanta-se e nota que estava deitado sobre pedras e vestido com seu uniforme preto-amarelo. — O que estou fazendo com todo o uniforme? Eu tava apenas com as calças... O-o que?! Onde estou?! — Ele olha à sua volta. Ele está em um vasto rochedo, cercado por morros de pedra. A claridade vem da lua cheia, que parece estar extremamente perto do chão.
Antes de mencionar qualquer outra palavra o herói se assusta com as chamas que surgem de repente em volta do rochedo, atrás dos morros de pedra. As chamas, que estão cinco metros acima dos morros, derramam sobre Croceus um insuportável calor, e assim o herói não têm mais dúvidas: está no inferno.
Ele pensa em como foi parar ali e como irá sair. E quando resolve alçar vôo o som ensurdecedor de armas brancas se chocando tira sua atenção e ele fica ainda mais espantado e sem entender nada: em volta do rochedo, do outro lado das chamas, há uma batalha travada por seres com mais de vinte metros de altura. De um lado, homens com armaduras prateadas bradando espadas e escudos, que o herói logo os reconhece como os soldados cruzados, mas com uma pequena diferença: eles têm asas; e do outro lado, demônios de corpo humanóide repleto de pelugem marrom-avermelhada, vestindo armaduras negras e bradando machados. Uma cena apavorante para qualquer ser humano, até mesmo um ser humano com super-poderes como Croceus.
Nisso surgem mais seres no local, saindo de trás dos morros, e descendo pelos mesmos, em direção ao herói, vindo de todos os lados, cercando-o. Trata-se de monstros de três metros de altura, todos idênticos: seu corpo humanóide parece ser composto por uma espécie de luz vermelha e revestido com uma armadura — ou até mesmo um exoesqueleto — roxa.
Croceus olha à volta, para todos aqueles monstros, e julga ter, aproximadamente, cem ou duzentos deles, e não pára de surgir mais e mais de trás dos morros.
— P-pra trás! — Croceus se vê cercado por eles. A área que os monstros lhe deixam é de um raio de seis ou sete metros, e diminuindo conforme eles se aproximam, passo a passo, lentamente, e então eles finalmente falam, em uníssono:
— Somos a Manifestação Infernal. Vocês, humanos, nada podem fazer a não ser nos entregar sua carne e seu sangue. Vocês queimarão eternamente no lago de fogo perante Lúcifer, o senhor do inferno e futuro senhor da Terra.
— “Manifestação Infernal”? — Croceus diz para si. — O que diabos está acontecendo aqui? Isso não é real, só pode ser um sonho! Tenho que acordar! Eu preciso acordar! — Mas não importa o quanto Croceus tente, ele permanece ali, cercado pela Manifestação Infernal. E o calor que ele sente parece ser tão real quanto os seus super-poderes. E lembrando deles, essa é a hora de usá-los, pois os monstros estão a dois passos dele e não estão com cara de quem quer conversar amigavelmente.
Um murro é desferido pelo herói no monstro à sua frente, jogando a criatura contra seus companheiros que estão logo atrás dele, fazendo-os perder o equilíbrio e caírem no chão. Sem hesitar Croceus ataca o monstro à sua esquerda, dando um salto pra cima dele, girando o corpo no ar e certando um golpe com os dois pés, pegando impulso para voar em alta velocidade na direção do monstro que estava logo à sua direita, acertando-o com os dois punhos, e então volta par o lugar onde estava, no centro do “ringue”.
Ele derrubou vários monstros da Manifestação Infernal com a seqüência de golpes que acaba de fazer e agora fica atento, planejando outro ataque, mas isso fica pra mais tarde, pois ele percebe que às suas costas há um monstro avançando para agarrá-lo. Sem nem se quer pensar a respeito Croceus pula dois metros acima do chão e ainda sobe mais um metro, até ficar acima da altura do monstro, e ando um mortal ele acerta um chute na nuca da criatura, jogando-a contra o próprio companheiro que está logo adiante.
Para ganhar tempo Croceus decide ficar no ar, quatro metros acima do chão, analisando a situação em que está: toda área cercada pelos morros está lotada deles, e devem ter mais de trezentos deles, e aos poucos surge um ou dois de trás dos morros.
— Somos a Manifestação Infernal. Vocês, humanos, nada podem fazer a não ser nos entregar sua carne e seu sangue. Vocês queimarão eternamente no lago de fogo perante Lúcifer, o senhor do inferno e futuro senhor da Terra. — É o que eles voltam a dizer, novamente em uníssono. Com isso Croceus já pode julgar que são criaturas sem mente e sem personalidade, criados para destruir, criar pânico.
Como Croceus nada fez, dois monstros saltam para atacá-lo, um de cada lado, e o herói se livra facilmente acertando um chute em cada um de uma só vez. No mesmo instante, outros dois monstros saltam, agora um vem pela frente e o outro pelas costas de Croceus, e este sobe no ar, ficando um metro acima deles e os monstros se chocam.
Antes de eles caírem, Croceus agarra um deles pelo ombro esquerdo, na armadura. Foi como tirar do fogo uma chaleira d’água sem cabo, mas dez vezes mais quente. Felizmente, a resistência adquirida graças à pedra de ouro, que está junto ao seu coração, permite a Croceus continuar segurando, por mais que seja por pouco tempo. Então Croceus tenta arrancar seu capacete aproveitando dos orifícios que permitiam a visão da criatura, usando quase toda a força já que o capacete e o resto da armadura parecem ser um só, até que finalmente consegue.
Um forte e ardente brilho surge no lugar do capacete, causando em Croceus mais calor do que as chamas em volta do rochedo causam. E o monstro urra de dor, como se o capacete fosse parte do seu corpo, e seu rosto Croceus mal consegue ver, pois tem que se livrar da criatura o quanto antes, devido ao insuportável calor. E assim, o herói joga a criatura com toda a força, sem analisar a direção. Quando ele dá por si, o monstro está indo para fora do rochedo, atravessa as chamas e atinge um dos demônios que estavam em batalha contra os anjos.
O impacto, ou talvez a danificação na armadura, causa uma grande explosão a partir do centro do monstro, atordoando o demônio que fora atingido. Em seguida, o anjo que lutava com esse demônio, aproveita para enterrar espada no seu peito, e o demônio urra de dor e seu corpo é totalmente tomado por chamas que duram um segundo e se apagam, deixando nada mais do que uma gigantesca estátua de carvão, que se esfarela assim que o anjo arrancha a espada de seu peito.
Nisso, o anjo olha nos olhos de Croceus e lhe diz:
— Croceus! Você tem que sair daqui! — Croceus tenta avisar o anjo, mas é tarde: um demônio acerta com seu machado nas costa desse anjo, fazendo-o gritar de agonia. Mas isso não o impede de aproveitar seu último fôlego: — R-rápido Croceus! A-as pes-ssoas p-precisam de v-você--AAAAAAARRGH!!! — A cena é insuportável para Croceus, que vira o rosto para não ter que ver o demônio acertar outra machadada nas costas do anjo. E então o demônio usa mais um último movimento: decapita brutalmente o anjo, sem piedade, e a cabeça dele rodopia na direção do rochedo, passando por cima de Croceus, que vê aquela gigantesca cabeça lhe dizer: — Você não pode ficar aqui, Croceus! Saia daqui! — Croceus pensa em perguntar como poderia fazê-lo, mas tanto o corpo quanto a cabeça do anjo irradiam uma forte e cegante luz dourada e logo deixam de existir.
— Eu preciso sair daqui. — Croceus diz para si. — Tem de haver um jeito!
— Somos a Manifestação Infernal. Vocês, humanos, nada podem fazer a não ser nos entregar sua carne e seu sangue. Vocês queimarão eternamente no lago de fogo perante Lúcifer, o senhor do inferno e futuro senhor da Terra. — As palavras novamente são proferidas pela Manifestação Infernal, causando ainda mais pavor em Croceus: será que o Diabo está prestes a andar sobre a Terra e tomá-la para si?
— Deus, por favor, me ajude.

Em Morganópolis os trovões demoníacos continuam a amedrontar a população. A grande maioria, as pessoas mais devotas, reza para que aquilo termine logo, pois o pavor que sentem dá a impressão de que nunca mais irão viver.
A cada segundo relâmpagos banham a cidade com luzes vermelhas, tornando a situação cada vez mais macabra.
— Mamãe! Tem fantasmas lá fora! — Diz um garoto, de cinco ou seis anos, que está espiando a cidade pela janela.
— Saia da janela, filho! — Sua mãe o puxa pelo braço e fecha as cortinas, sem olha para fora e ver o que seu filho apontava: os raios vermelhos que caem do céu, a cada vez que aparecem, formam imagens variadas, como rostos macabros ou mãos prestes a agarrar os prédios e as casas.
De repente inicia um pequeno terremoto na cidade. Não é grande a ponto de destruir as ruas e os lares, mas apenas para causar desequilíbrio nos moradores e desorganizar seus móveis.
A causa do terremoto só pode ser descoberta por aqueles que moram próximos ao Rio Sarkovisk, que atravessa a cidade pelo meio. Próximo à enorme Ponte Sarkovisk a água começa a borbulhar e emitir vapor, até que aos poucos um vulcão parece brotar dali, alcançando vinte metros ou até mais de altura, ocupando toda a largura do rio e quase se encostando à ponte. E assim que ele surge por completo o terremoto cessa.
Uma densa e negra fumaça é emitida de dentro do vulcão, seguindo diretamente para o céu, se misturando às nuvens negras, formando junto a elas um gigantesco e medonho redemoinho negro, e os trovões ficam cada vez mais claros e mais sonoros, com os rugidos demoníacos.
As poucas pessoas da região que assistem à cena enchem-se ainda mais de pavor ao ver que de dentro do vulcão surgem criaturas humanóides, de três metros de altura, compostas por uma espécie de luz vermelha e revestidas com armaduras roxas, que também podem parecer com exoesqueleto.
As criaturas descem em duas filas: uma para cada lado do rio, causando leves estrondos nos asfaltos com seus passos, e iluminando a cidade os poucos, como postes ambulantes.
— Somos a Manifestação Infernal. Vocês, humanos, nada podem fazer a não ser nos entregar sua carne e seu sangue. Vocês queimarão eternamente no lago de fogo perante Lúcifer, o senhor do inferno e futuro senhor da Terra.

Continua!


Muito bem, antes que perguntem: não sei se vai ter 2 ou 3 partes. Razz
E outra: como devem ter percebido, parei de postar meus micros na Artes & Afins e resolvi postar junto com as fics. Então vou postar aqui todos os personagens que já apareceram mais os desse capítulo.
Norman; Croceus; A Gangue Suprema (Gorila na frente, Mauto é o branquelo, e o outro é o Moeda); Turbo Prateado(2); Caveira Z (2); Master (3); Sophia; e um membro da Manifestação Infernal:
O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Norman O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Croceus O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 GangueSuprema O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 TurboPrateado O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Evans O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 CaveiraZ O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 CaveiraZ2 O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Master0 O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Master O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Master2 O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 Sophia O Imbatível Croceus: A Manifestação Infernal - Parte 2 ManifestacaoInfernal

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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:41 pm

A Manifestação Infernal - Parte 2


Na edição anterior...
Croceus se vê num lugar que julga ser o inferno, onde há uma batalha entre anjos e demônios, além de estar cercado por monstros medonhos que se autodenominam como “a Manifestação Infernal”.
E enquanto Croceus tenta se livrar desse possível sonho, a Manifestação Infernal invade Morganópolis.


Croceus voa para o alto, em direção ao céu noturno sobre o lugar, na tentativa de encontrar um meio de sair dali. Porém, a cada metro que ele sobe o calo aumenta, até que fica insuportavelmente quente e Croceus se vê incapaz de continuar devido à falta de fôlego e começa a descer para se livrar daquele calor.
Nisso alguém lhe agarra pelas costas, prendendo-o pelos braços: um membro da Manifestação Infernal, e sabe-se lá como ele conseguiu pular tão alto.
O calor que Croceus sente é demais, e a armadura do monstro lhe queima a pele, impedindo Croceus de continuar voando e o peso do monstro faz a queda ocorrer mais rapidamente.
O monstro se choca contra o chão, fazendo-o soltar Croceus, que se levanta o mais rápido possível para se livrar do calor emitido pelo monstro, e logo é golpeado no peito por outro à sua frente e no mesmo instante um outro lhe golpeia nas costas.
A falta de fôlego impede o herói de evitar os ataques, que começam a lhe ser desferidos cada vez mais. Um soco no estômago, outro no rosto, um chute nas costas, um soco na nuca, e muitos outros golpes. Croceus, sem forças, se vê prestes a morrer, e então dois monstros o erguem do chão, cada um segurando em um de seus braços, e começam a puxá-lo, cada um para um lado.
O herói sabe o que vai acontecer e tenta revidar, mas sem suas forças não é capaz. A dor aumenta cada vez mais, até que seu braço esquerdo é totalmente arrancado do corpo, e ele grita de dor.
Os monstros o largam no chão e ficam olhando o homem caído gemendo graças ao calor que piora ainda mais a dor, até que ele apaga devido à grande falta de sangue.
— NÃO!!! — Croceus acorda novamente, e desta vez está caído no chão de seu porão, diante do monte de pedras de ouro. Ele analisa seu uniforme: está usando apenas as calças e as botas. E o principal: seu braço esquerdo continua inteiro. Fora só um sonho. Aliás, um pesadelo, e o pior possível.
Ele está todo suado, exausto e de garganta seca. Sendo assim, ele corre até a cozinha e abre a geladeira, onde há sete ou oito garrafas de plástico cheias d’água na porta. Uma a uma ele esvazia, bebendo todo o seu conteúdo, largando as tampas e as garrafas no chão, até sobrar nenhuma. Sendo o suficiente para a sede, Croceus resolve ir para fora tomar ar fresco.
Ao sair da casa ele percebe que algo está errado: o céu, todo coberto por nuvens negras, solta trovões avermelhados, cujos relâmpagos têm o som de um rugido demoníaco.
— O que está havendo...? — Ele não consegue acreditar, e seu pavor aumenta quando ouve, ao longe, vozes familiares e apavorantes:
— Somos a Manifestação Infernal. Vocês, humanos, nada podem fazer a não ser nos entregar sua carne e seu sangue. Vocês queimarão eternamente no lago de fogo perante Lúcifer, o senhor do inferno e futuro senhor da Terra.
— Maldição! — Ele nem se quer volta para dentro pra vestir o restante do uniforme: Croceus alça vôo em direção das vozes.


Paty permanece rezando em sua casa, diante de uma vela dourada sobre a cômoda de seu quarto e com um terço em mãos, tentando não ouvir as vozes da Manifestação Infernal que caminha na rua diante de sua casa.
Então seu celular toca e ela o pega de seu bolso, com impaciência, já que não gosta de ser interrompida em meio à oração, e o atende:
— Alô?
— Paty? É o Patrick!
— Ah, oi, Patrick!
— Cara, você está no PC?
— É claro que não! Está sem luz na cidade inteira! Dã!
— Eu sei, mas é pra isso que serve o nobreak! Dã!
— Ah, é...!
— Liga ele logo, Paty! E entra no site do Morganópolis ao Vivo!
— Ok, estou ligando! — Ela vai apressadamente para o computador logo à direita, ao lado da cômoda, e o liga. A luz do nobreak fica vermelha, já que está usando a energia de sua bateria, e a cada pouco solta um “bip”. — Tá, entrei no site, o quê que tem--? Oh, meu Deus!
— Cara, você viu? Acredita que o Croceus esteja mesmo levando essa surra?!
Paty não consegue acreditar: Croceus está sendo espancado brutalmente pelos monstros da Manifestação Infernal, no meio de uma rua. A cena é filmada por alguém de dentro de uma casa, através de uma janela.
— Paty? Está me ouvind--?
Ela desliga o celular, e vira o rosto, evitando ver seu amigo sofrer daquela maneira, mas a cada segundo ela olha de relance, e então Croceus consegue revidar com socos, trazendo esperanças para a garota, mas logo ele começa a perder novamente.
— Oh, meu Deus...! — Lágrimas percorrem pelo seu rosto enquanto ela olha firmemente para a tela, torcendo para que Croceus possa revidar novamente, mas isso ficará no suspense: a bateria do nobreak não suporta mais, e com um último “bip” ele se desliga, junto com o computador. — Não!!! — Ela bate com os punhos na mesa, misturando seus prantos com desespero. Sem hesitar ela corre até a vela dourada, ajoelha-se diante dela, junta as mãos e fecha os olhos, dizendo: — Deus, por favor... Ajude Norman! — Em poucos segundos, uma luz branca irradia do fogo da vela, forçando Paty a abrir os olhos. Ela não saber por que, mas aquela luz não lhe machuca os olhos, e assim ela olha com espanto para o centro da luz, o fogo da vela, de onde sai uma voz masculina e severa:
— Você quer ajudar Croceus e o resto da humanidade?
— S-sim! — Ela responde sem hesitar. — Faço qualquer coisa! — No instante seguinte, a luz branca toma todo o quarto e Paty se perde no meio dela.

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