Revenge
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Revenge
Bem... er...
Tá, ese texto é antigo, tem o q? Um ano? ou mais... algo do tipo!
Eu tinha esquecido da existencia dele...
até, que estou eu conversando com um certo mocinho aki do fórum...
(alias, notei q ele anda colocando a galera para escrever... )
Enfim, tá aki meu querido arauto...
promessa é divida e a minha tá paga! kkkkkk
A história é simples...
eu fiz o que seria a última missão de uma assassina de aluguel...
todos os sentimentos (ou quase) que passam pela sua cabeça desde a preparação do serviço a execução.
Não é nada espetacular, mas bem, eu tentei fazer algo agradável...
espero que gostem...
Tá, ese texto é antigo, tem o q? Um ano? ou mais... algo do tipo!
Eu tinha esquecido da existencia dele...
até, que estou eu conversando com um certo mocinho aki do fórum...
(alias, notei q ele anda colocando a galera para escrever... )
Enfim, tá aki meu querido arauto...
promessa é divida e a minha tá paga! kkkkkk
A história é simples...
eu fiz o que seria a última missão de uma assassina de aluguel...
todos os sentimentos (ou quase) que passam pela sua cabeça desde a preparação do serviço a execução.
Não é nada espetacular, mas bem, eu tentei fazer algo agradável...
espero que gostem...
Última edição por Vampira em Sex Dez 26, 2008 5:07 pm, editado 1 vez(es)
Parte 1
18:10 h
A porta de acesso ao telhado do prédio é aberta. Os passos são lentos, silenciosos, apesar da bota de couro preta de salto alto 10cm, anos de experiência em camuflagem lhe fornecem esse “luxo”. O frio acima do prédio é enorme, mas apesar disso ela caminha como se nada estivesse errado, ou se simplesmente estivesse acostumada.
Deixa a mochila escorregar de forma graciosa do ombro ao braço, do braço as mãos e finalmente tocar o chão, sem fazer o mínimo ruído.
Ela se agacha, em frente a mochila repleta de “utilidades”, coisas das quais uma mulher moderna não pode viver sem: Um par de pistolas automáticas, um arco com flechas e mira eletrônica, dois sais - ah, como ela adorava usar os sais – sua adaga, algumas outras “surpresas” e claro, muita, mas muita munição. Todos estes “mimos” presentes de um velho amigo...
Começa a retirar suas preciosidades de dentro da bolsa, analisando sua pistola e a carrega-la, enquanto observa a mira, apontando para uma janela um tanto distante – apenas do outro lado da rua – vê um casal, aparentemente recém casados, se beijando, algo que lhe remeteu diretamente ao passado.
Na cozinha, preparando o jantar após um dia exaustivo no trabalho, pensando nas crianças que ensinava a bela arte da música, cortando tomates para o ensopado...
Estava realmente em um devaneio incrível.
Cantarolava, sem ao menos esperar, sentem mãos escorregando por sua cintura abraçando-a, dando um susto. Ele ri, enquanto sussurra alguma palavra em seu ouvido. Ela fecha os olhos, tenta se esquivar mas larga a faca em cima da bancada virando para beija-lo.
Ela balança a cabeça como que desfazendo a miragem e pensa que está ficando mole, não pode, hoje é seu último serviço. Coloca a automática presa no cinto, enquanto procura os sais, revira a bolsa inteira, como podia estar se tornando tão desorganizada?
Beijos, mãos percorrendo corpos, os dois não conseguiam se esquivar enquanto caminhavam muito mal da cozinha para a sala. Ele a empurra contra a parede, continua a beija-la, lábios, braços, pescoço, esbarram no interruptor desligando a luz.
Um barulho abafado.
Os dois estavam no chão, ela por cima dele, os cabelos que ainda eram longos caindo no rosto, sorri de forma maliciosa, a iluminação era feita apenas pela luz de fora.
Ele desliza a mão pelas costas dela, segura a nuca e puxa para um beijo. Os corpos se misturam, rolam pelo chão, soltam gemidos, risos...
_ Droga! _ ela espeta o dedo na ponta de um dos sais acordando do seu “delírio” _ fique esperta garota, fique esperta! Hoje você não pode falhar!
Prende as duas armas cada uma de um lado, testa os seus movimentos, apenas vendo se os reflexos continuam os mesmos. Uma, duas, três vezes, perfeito, continuava tão boa – ou até melhor – quanto antes.
Retira um papel do bolso e estica pelo chão. Era o plano de sua invasão. Primeiro precisava entrar pela janela do escritório, passar...
...caminhando pelo corredor enrolada no lençol, jurava ter escutado um ruído estranho. Olhou para o lado na cama e não encontrou ninguém. Pensou logo que ele tinha ido “assaltar” a geladeira, mas já tinha meia-hora, e nenhum outro barulho ou luz aparecia na casa. Chega na sala pés descalços, sentindo o frio da madrugada, solta um riso inocente ao lembrar do início da noite. Adorava ser pega de surpresa por ele. Continua caminhando para a cozinha olhando para o chão da sala, lembrando os movimentos de horas atrás, quando finalmente para, sem conseguir ter reação. Afinal, o corpo do homem que ama estava ali, tombado ao chão com um tiro na testa...
Uma lágrima cai na folha esticada no chão.
_ Malditas recordações...
Continua...
A porta de acesso ao telhado do prédio é aberta. Os passos são lentos, silenciosos, apesar da bota de couro preta de salto alto 10cm, anos de experiência em camuflagem lhe fornecem esse “luxo”. O frio acima do prédio é enorme, mas apesar disso ela caminha como se nada estivesse errado, ou se simplesmente estivesse acostumada.
Deixa a mochila escorregar de forma graciosa do ombro ao braço, do braço as mãos e finalmente tocar o chão, sem fazer o mínimo ruído.
Ela se agacha, em frente a mochila repleta de “utilidades”, coisas das quais uma mulher moderna não pode viver sem: Um par de pistolas automáticas, um arco com flechas e mira eletrônica, dois sais - ah, como ela adorava usar os sais – sua adaga, algumas outras “surpresas” e claro, muita, mas muita munição. Todos estes “mimos” presentes de um velho amigo...
Começa a retirar suas preciosidades de dentro da bolsa, analisando sua pistola e a carrega-la, enquanto observa a mira, apontando para uma janela um tanto distante – apenas do outro lado da rua – vê um casal, aparentemente recém casados, se beijando, algo que lhe remeteu diretamente ao passado.
Na cozinha, preparando o jantar após um dia exaustivo no trabalho, pensando nas crianças que ensinava a bela arte da música, cortando tomates para o ensopado...
Estava realmente em um devaneio incrível.
Cantarolava, sem ao menos esperar, sentem mãos escorregando por sua cintura abraçando-a, dando um susto. Ele ri, enquanto sussurra alguma palavra em seu ouvido. Ela fecha os olhos, tenta se esquivar mas larga a faca em cima da bancada virando para beija-lo.
Ela balança a cabeça como que desfazendo a miragem e pensa que está ficando mole, não pode, hoje é seu último serviço. Coloca a automática presa no cinto, enquanto procura os sais, revira a bolsa inteira, como podia estar se tornando tão desorganizada?
Beijos, mãos percorrendo corpos, os dois não conseguiam se esquivar enquanto caminhavam muito mal da cozinha para a sala. Ele a empurra contra a parede, continua a beija-la, lábios, braços, pescoço, esbarram no interruptor desligando a luz.
Um barulho abafado.
Os dois estavam no chão, ela por cima dele, os cabelos que ainda eram longos caindo no rosto, sorri de forma maliciosa, a iluminação era feita apenas pela luz de fora.
Ele desliza a mão pelas costas dela, segura a nuca e puxa para um beijo. Os corpos se misturam, rolam pelo chão, soltam gemidos, risos...
_ Droga! _ ela espeta o dedo na ponta de um dos sais acordando do seu “delírio” _ fique esperta garota, fique esperta! Hoje você não pode falhar!
Prende as duas armas cada uma de um lado, testa os seus movimentos, apenas vendo se os reflexos continuam os mesmos. Uma, duas, três vezes, perfeito, continuava tão boa – ou até melhor – quanto antes.
Retira um papel do bolso e estica pelo chão. Era o plano de sua invasão. Primeiro precisava entrar pela janela do escritório, passar...
...caminhando pelo corredor enrolada no lençol, jurava ter escutado um ruído estranho. Olhou para o lado na cama e não encontrou ninguém. Pensou logo que ele tinha ido “assaltar” a geladeira, mas já tinha meia-hora, e nenhum outro barulho ou luz aparecia na casa. Chega na sala pés descalços, sentindo o frio da madrugada, solta um riso inocente ao lembrar do início da noite. Adorava ser pega de surpresa por ele. Continua caminhando para a cozinha olhando para o chão da sala, lembrando os movimentos de horas atrás, quando finalmente para, sem conseguir ter reação. Afinal, o corpo do homem que ama estava ali, tombado ao chão com um tiro na testa...
Uma lágrima cai na folha esticada no chão.
_ Malditas recordações...
Continua...
Parte 2
18:47h
Ela coloca uma pequena escuta no ouvido e senta a beira da mureta do telhado, começa a contemplar as estrelas...
Estrelas?! No meio de uma cidade agitada como essa? Era a coisa mais rara de ser vista! Ela observava alguns poucos pontos prateados no céu. Essa era a parte mais chata, pensava com sigo mesma, esperar o momento certo para entrar em ação.
“E se ele hoje não aparecer?” _ sacode a cabeça pensando no quão é burra, era apenas uma espera comum, fazia parte do “serviço”.
O transito estava horrível, como sempre, mas estavam se divertindo tanto! A música alta, um bom e velho rock n’ roll, ela erguia os braços no carro e balançava tudo, cabeça, braços...
Dava um olhar maroto, infantil para o motorista, um senhor, para lá de seus 60 e tantos anos que a-do-ra-va ver a filha caçula dando seu “show” particular.
_ Te busco que horas? – eles trocam um olhar enquanto ela repara que ele dá “batucadinhas” com os dedos no volante enquanto cantarola a canção
_ Não devo levar mais do que 2 horas para completar a prova! – o carro para em frente ao destino – me deseja boa sorte?
_ Não precisa, minha filha... – ele sorri de forma sincera –Tá no papo!
_Tá no papo, grande besteira... – novamente entregue a lembranças nem repara que sua escuta acusa movimentos – Droga!
Levanta rapidamente e coloca o gancho preso no beiral do edifício. Olha para baixo e observa os 28 andares que seriam de queda.
_Para quem tinha medo de altura, subiu na vida garota! – diz para si mesma enquanto confere se está com todo o seu “equipamento de trabalho”. Pistolas, sais, adaga...
E joga para o ar, brincando nas suas mãos, algumas bolinhas “surpresa” que logo guarda em um bolso em seu cinto, ajusta a roupa preta, verifica as botas e sorri para si mesma pensando...
_É hora do show! – seu pai grita pedindo para que ela entre no palco, enquanto pela enésima vez estava travada – Vamos lá, filha, você vai ser a melhor!
E assim foi, a apresentação no Teatro Municipal, casa lotada, e ela, a melhor violinista da orquestra, solista, a crítica só com elogios,e por isso, estava tendo uma recepção em sua homenagem!
_Você foi divina hoje! – seu pai chegou de forma serena e colocando um pequeno colar com um pingente de ouro em seu pescoço – minha garotinha, a melhor!
_Para com isso pai! – os dois não conseguiam disfarçar o riso, foi uma noite ocupada, ela era puxada de um canto ao outro do salão.
Já passava das 12 horas, quando ao conversar com o prefeito e a primeira dama ela trocou um olhar com o pai. Ele estava tomando uma taça de vinho branco, quando a olhou de forma estranha. Olhos esbugalhados, rosto ficando vermelho, sentindo falta de ar, suor...
Tudo então começou a ficar lento demais.
Ela corre deixando a sua taça cair no chão a tempo de pegar o pai nos braços...
A sirene da ambulância chegando enquanto mantinha o corpo perto de si, o suor dele misturado as lágrimas os olhos fechados dela em meio aos olhos inertes e abertos dele...
Tudo lento... ou rápido demais...
Não notará que já estava pendurada na lateral do prédio, passando com uma das mãos sobre o pingente em seu pescoço, outra segurando firme a corda. Uma última vez olha para baixo e tem noção da altura em que se encontra. Começa então a descida, um andar, dois andares, três...
_Três, oito, um! Trezentos e oitenta e um... – fala já um pouco impaciente para o rapaz incompetente que estava a sua frente, magrelo, branco da cor do jaleco e um óculos fundo de garrafa.
_Ah, esse paciente, sim! – depois da décima terceira tentativa ele sorri para ela – o laudo já saiu. Tome... – entrega uma pasta com o número “381” em sua capa e ajusta o maldito óculos – desculpe a demora...
Foi uma jornada longa, do advogado ao perito, voltando ao advogado, indo a perícia, consultando um médico especialista, mais uns “n” especialistas...
Para chegar a conclusão do primeiro laudo:
_Seu pai foi morto por envenenamento! – o detetive encarregado pelo caso a fita sem o mínimo tato – Alguém estava afim de apagar o coronel por algum motivo. – ele acende um cigarro e vira o corpo para se acomodar melhor a cadeira – Mas vou te dar um conselho: Não valhe a pena você se envolver no assunto, gata!
Ele lhe explicou durante algumas horas no que seu pai estava envolvido, era um militar muito integro. Um militar que descobriu uma farsa grande envolvendo um dos chefes da máfia de contrabando de armas. Ele a convenceu de que este tinha sido o fim menos doloroso para a família.
Ela reconta pelas janelas quantos andares já desceu, sim, estava na altura do vigéssimo segundo andar, ela tenta se agarrar nas frestas que o edifício possuía. Se estica, com um medo terrível de cair, mas consegue, finalmente estava na sacada que dava a janela do escritório do maldito.
E assim ela permanece, abaixada apenas observando o homem que desgraçou a sua vida.
continua...
Ela coloca uma pequena escuta no ouvido e senta a beira da mureta do telhado, começa a contemplar as estrelas...
Estrelas?! No meio de uma cidade agitada como essa? Era a coisa mais rara de ser vista! Ela observava alguns poucos pontos prateados no céu. Essa era a parte mais chata, pensava com sigo mesma, esperar o momento certo para entrar em ação.
“E se ele hoje não aparecer?” _ sacode a cabeça pensando no quão é burra, era apenas uma espera comum, fazia parte do “serviço”.
O transito estava horrível, como sempre, mas estavam se divertindo tanto! A música alta, um bom e velho rock n’ roll, ela erguia os braços no carro e balançava tudo, cabeça, braços...
Dava um olhar maroto, infantil para o motorista, um senhor, para lá de seus 60 e tantos anos que a-do-ra-va ver a filha caçula dando seu “show” particular.
_ Te busco que horas? – eles trocam um olhar enquanto ela repara que ele dá “batucadinhas” com os dedos no volante enquanto cantarola a canção
_ Não devo levar mais do que 2 horas para completar a prova! – o carro para em frente ao destino – me deseja boa sorte?
_ Não precisa, minha filha... – ele sorri de forma sincera –Tá no papo!
_Tá no papo, grande besteira... – novamente entregue a lembranças nem repara que sua escuta acusa movimentos – Droga!
Levanta rapidamente e coloca o gancho preso no beiral do edifício. Olha para baixo e observa os 28 andares que seriam de queda.
_Para quem tinha medo de altura, subiu na vida garota! – diz para si mesma enquanto confere se está com todo o seu “equipamento de trabalho”. Pistolas, sais, adaga...
E joga para o ar, brincando nas suas mãos, algumas bolinhas “surpresa” que logo guarda em um bolso em seu cinto, ajusta a roupa preta, verifica as botas e sorri para si mesma pensando...
_É hora do show! – seu pai grita pedindo para que ela entre no palco, enquanto pela enésima vez estava travada – Vamos lá, filha, você vai ser a melhor!
E assim foi, a apresentação no Teatro Municipal, casa lotada, e ela, a melhor violinista da orquestra, solista, a crítica só com elogios,e por isso, estava tendo uma recepção em sua homenagem!
_Você foi divina hoje! – seu pai chegou de forma serena e colocando um pequeno colar com um pingente de ouro em seu pescoço – minha garotinha, a melhor!
_Para com isso pai! – os dois não conseguiam disfarçar o riso, foi uma noite ocupada, ela era puxada de um canto ao outro do salão.
Já passava das 12 horas, quando ao conversar com o prefeito e a primeira dama ela trocou um olhar com o pai. Ele estava tomando uma taça de vinho branco, quando a olhou de forma estranha. Olhos esbugalhados, rosto ficando vermelho, sentindo falta de ar, suor...
Tudo então começou a ficar lento demais.
Ela corre deixando a sua taça cair no chão a tempo de pegar o pai nos braços...
A sirene da ambulância chegando enquanto mantinha o corpo perto de si, o suor dele misturado as lágrimas os olhos fechados dela em meio aos olhos inertes e abertos dele...
Tudo lento... ou rápido demais...
Não notará que já estava pendurada na lateral do prédio, passando com uma das mãos sobre o pingente em seu pescoço, outra segurando firme a corda. Uma última vez olha para baixo e tem noção da altura em que se encontra. Começa então a descida, um andar, dois andares, três...
_Três, oito, um! Trezentos e oitenta e um... – fala já um pouco impaciente para o rapaz incompetente que estava a sua frente, magrelo, branco da cor do jaleco e um óculos fundo de garrafa.
_Ah, esse paciente, sim! – depois da décima terceira tentativa ele sorri para ela – o laudo já saiu. Tome... – entrega uma pasta com o número “381” em sua capa e ajusta o maldito óculos – desculpe a demora...
Foi uma jornada longa, do advogado ao perito, voltando ao advogado, indo a perícia, consultando um médico especialista, mais uns “n” especialistas...
Para chegar a conclusão do primeiro laudo:
_Seu pai foi morto por envenenamento! – o detetive encarregado pelo caso a fita sem o mínimo tato – Alguém estava afim de apagar o coronel por algum motivo. – ele acende um cigarro e vira o corpo para se acomodar melhor a cadeira – Mas vou te dar um conselho: Não valhe a pena você se envolver no assunto, gata!
Ele lhe explicou durante algumas horas no que seu pai estava envolvido, era um militar muito integro. Um militar que descobriu uma farsa grande envolvendo um dos chefes da máfia de contrabando de armas. Ele a convenceu de que este tinha sido o fim menos doloroso para a família.
Ela reconta pelas janelas quantos andares já desceu, sim, estava na altura do vigéssimo segundo andar, ela tenta se agarrar nas frestas que o edifício possuía. Se estica, com um medo terrível de cair, mas consegue, finalmente estava na sacada que dava a janela do escritório do maldito.
E assim ela permanece, abaixada apenas observando o homem que desgraçou a sua vida.
continua...
Parte 3
19:01h
Se ela aprendeu algo em todos estes anos, foi a esperar, observar e principalmente captar. Seus olhos estavam fixos em pontos chaves de dentro do apartamento, objetos que poderiam ser utilizados a seu favor. O lugar mais interessante era a mesa da escrivaninha, isso era fato. Papéis, canetas...
...pastas e relatórios sendo levados ao chão. Uma troca de olhar, um sorriso malicioso enquanto tentava subir em cima da mesa. Os pés tentando dar conta de tirar os sapatos, se esfregando, os lábios se aproximando, afastando. Era um jogo adorável, um jogo silencioso e com um pequeno gosto de perigo. Uma mão percorrendo as costas, alisando, puxando o zíper quando o barulho da porta abrindo a derruba no chão.
_Que diabos é isso?
_Er... – se levanta ajustando roupa e cabelos – desculpe, pai. – olha para o lado e fecha os olhos, tinha esquecido o maldito sapato!
_Vocês não poderiam ter arrumado um outro lugar que não o escritório do Quartel para isso? – ele abaixa cabeça e faz um sinal para que ela saia – depois tratamos disto! Preciso ter uma conversa com seu noivo.
Nota que mais do que o desafio natural de um serviço, esse seria mais complicado. Não pelo adversário, com certeza formidável, mas pelos seus próprios fantasmas...
“Malditos fantasmas do passado!” – pensava enquanto abria a janela do escritório aproveitando o intervalo que tinha de 5 minutos e treze segundos que o desgraçado levava para evacuar.
Com uma facilidade incrível ela estica seus braços e pernas pela pequena abertura feita na janela “quanto menor, melhor” e finalmente entra no território dele.
Seus olhos percorrem mais uma vez o local, agora a visão era outra. Estava parada no meio do cômodo enquanto girava o corpo e olhos vislumbrando todo o ambiente e não disfarça o sorriso quando encontra algo que desejava.
Sem a mínima presa e sabendo o tempo que possuía e nos calmos passos se aproxima da estante, abre uma portinha de vidro e pega uma pasta verde, de papel mesmo, simples e abre.
Não fazia idéia de que ficaria tão abismada com o seu conteúdo...
Ajoelhada na cama inerte com o que acabou de escutar, respira fundo, conta até dez...
_Volte aqui! – seu grito é abafado pela porta do quarto batendo, mas nada que a intimidasse.
Abre novamente, e como uma felina em passos rápidos já estava na sala continuando a falar.
_Você percebeu o que está me pedindo? Eu não posso aceitar isso! – seus olhos se enchiam de raiva, e lágrimas, enquanto percebia o olhar “morto” que lhe era dirigido – ta me pedindo que não chame meu pai ao nosso casamento? Notou a loucura?
Então depois de um grande silêncio ele torna a olhar para ela.
_ Loucura é sua fixação por ele! O homem é um velho, está escutando: VELHO!
_Não tenho culpa se desentenderam, mas não pode impedir que participe do dia mais importante da minha vida!
_Seu pai me acusou de traição, meu amor, nem sei como não fui expulso da corporação. – ele a puxa pelo braço – esquece isso, ok? Vai ser o nosso dia!
_como pode fazer isso? – as provas estavam todas ali, as desconfianças, medos, a traição
_Difícil aceitar a traição, garota? – a voz que lhe enauseava, vindo da porta atrás dela, toma conta do ambiente e então percebe que falhou de forma séria – Sensação de insegurança, falta de chão, pura falha! Infelizmente os dois eram mestres nisso, e você apenas a “menina inocente”
Foi impossível ignorar as palavras dele, pensou consigo mesma: “inocente? Quando eu fui inocente?” Apenas dirigida pela voz, em um movimento rápido retira a adaga da cintura e gira o corpo para arremessa-la atingindo o ombro do homem.
_Vamos ver quem é a inocente, demônio!
continua...
Se ela aprendeu algo em todos estes anos, foi a esperar, observar e principalmente captar. Seus olhos estavam fixos em pontos chaves de dentro do apartamento, objetos que poderiam ser utilizados a seu favor. O lugar mais interessante era a mesa da escrivaninha, isso era fato. Papéis, canetas...
...pastas e relatórios sendo levados ao chão. Uma troca de olhar, um sorriso malicioso enquanto tentava subir em cima da mesa. Os pés tentando dar conta de tirar os sapatos, se esfregando, os lábios se aproximando, afastando. Era um jogo adorável, um jogo silencioso e com um pequeno gosto de perigo. Uma mão percorrendo as costas, alisando, puxando o zíper quando o barulho da porta abrindo a derruba no chão.
_Que diabos é isso?
_Er... – se levanta ajustando roupa e cabelos – desculpe, pai. – olha para o lado e fecha os olhos, tinha esquecido o maldito sapato!
_Vocês não poderiam ter arrumado um outro lugar que não o escritório do Quartel para isso? – ele abaixa cabeça e faz um sinal para que ela saia – depois tratamos disto! Preciso ter uma conversa com seu noivo.
Nota que mais do que o desafio natural de um serviço, esse seria mais complicado. Não pelo adversário, com certeza formidável, mas pelos seus próprios fantasmas...
“Malditos fantasmas do passado!” – pensava enquanto abria a janela do escritório aproveitando o intervalo que tinha de 5 minutos e treze segundos que o desgraçado levava para evacuar.
Com uma facilidade incrível ela estica seus braços e pernas pela pequena abertura feita na janela “quanto menor, melhor” e finalmente entra no território dele.
Seus olhos percorrem mais uma vez o local, agora a visão era outra. Estava parada no meio do cômodo enquanto girava o corpo e olhos vislumbrando todo o ambiente e não disfarça o sorriso quando encontra algo que desejava.
Sem a mínima presa e sabendo o tempo que possuía e nos calmos passos se aproxima da estante, abre uma portinha de vidro e pega uma pasta verde, de papel mesmo, simples e abre.
Não fazia idéia de que ficaria tão abismada com o seu conteúdo...
Ajoelhada na cama inerte com o que acabou de escutar, respira fundo, conta até dez...
_Volte aqui! – seu grito é abafado pela porta do quarto batendo, mas nada que a intimidasse.
Abre novamente, e como uma felina em passos rápidos já estava na sala continuando a falar.
_Você percebeu o que está me pedindo? Eu não posso aceitar isso! – seus olhos se enchiam de raiva, e lágrimas, enquanto percebia o olhar “morto” que lhe era dirigido – ta me pedindo que não chame meu pai ao nosso casamento? Notou a loucura?
Então depois de um grande silêncio ele torna a olhar para ela.
_ Loucura é sua fixação por ele! O homem é um velho, está escutando: VELHO!
_Não tenho culpa se desentenderam, mas não pode impedir que participe do dia mais importante da minha vida!
_Seu pai me acusou de traição, meu amor, nem sei como não fui expulso da corporação. – ele a puxa pelo braço – esquece isso, ok? Vai ser o nosso dia!
_como pode fazer isso? – as provas estavam todas ali, as desconfianças, medos, a traição
_Difícil aceitar a traição, garota? – a voz que lhe enauseava, vindo da porta atrás dela, toma conta do ambiente e então percebe que falhou de forma séria – Sensação de insegurança, falta de chão, pura falha! Infelizmente os dois eram mestres nisso, e você apenas a “menina inocente”
Foi impossível ignorar as palavras dele, pensou consigo mesma: “inocente? Quando eu fui inocente?” Apenas dirigida pela voz, em um movimento rápido retira a adaga da cintura e gira o corpo para arremessa-la atingindo o ombro do homem.
_Vamos ver quem é a inocente, demônio!
continua...
Parte 4
19:07h
A adaga atingiu em cheio o ombro de seu inimigo. Ela sorri permanecendo na posição que arremessou. Ele a encara segurando o semblante de dor.
Os movimentos seguintes viram um balé. Ela se abaixa, gira o corpo utilizando uma das pernas para derruba-lo, porém como previsto o homem salta para frente parando a frente dela segurando o seu pescoço, a ponto de vira-lo. A assassina rapidamente retira os sais da cintura e os usa como alavanca, prendendo um em cada pulso do seu adversário. Jogando o corpo para trás, colocando um dos pés sobre o corpo dele, esticando, pressionando o seu salto “naquele lugar”. Abre um sorriso, enquanto observa o homem se contorcer de dor e solta-la. Para não cair, joga o corpo para trás, apoiando as mãos no chão e no movimento de uma estrela gira as pernas no ar, até voltar a posição normal, de pé e encarando...
... a pasta e a foto a sua frente, analisando a imagem. Engole a seco pensando se conseguiria fazer isso.
- Mas ele tem 3 filhos? – segura a foto da família toda na mão – isso é justo?
- Ele é o chefe do contrabando na cidade, gata! Peixe pequeno perto de quem você quer... – o homem toma a dose de whisky em um único gole e põe a mão lotada de anéis de ouro em cima da mesa – se não conseguir matar esse, não vai matar ninguém.
Uma mão acima da cabeça, outra na frente, na altura do peito, o desgraçado finalmente retira a adaga presa em seu ombro, mais um olhar de dor para o prazer da assassina, ele abaixa, ela só observa. Então ele ergue a cabeça, lança um sorriso que espanta a mulher e arremessa estrelas ninjas em sua direção.
Sem muita alternativa ela se joga no chão, mas não escapa de uma das estrelas que crava em seu braço. Já estava morta a sua invencibilidade.
Seu adversário sorri enquanto retira do bolso um soco inglês, e parte pra cima, senta sobre o corpo da mulher, prendendo-a com as pernas e deferindo socos em série...
... ela sente o gosto do sangue na boca...
... virando aquela dose de uma vez. Whisky, como detestava o seu gosto amargo, intenso... mas era a única bebida suficientemente forte para o momento. As chamas da lareira dançavam no fundo da sala, enquanto ela jogava o copo longe e virava a garrafa tentando tomar o máximo que podia...
Passa a mão sobre a lateral dos lábios, sentindo o gosto do sangue misturado ao álcool. A gengiva latejando, sorte não ter quebrado nada. Desvia o olhar da poça de sangue que está a sua frente. O corpo da sua primeira vitima!
“três filhos... uma esposa e três filhos...” ficava repetindo na mente essa seqüência voltando o olhar para as chamas...
O rosto ardendo a cada pancada, sua face deveria estar deformada. Ela debate o corpo, tentando tirar aquele monstro de cima dela, quando suas mãos, presas pelas pernas dele tocam algo gelado.
Ela abre um sorriso para ele, que não entende nada...
- Está delirando, querida?
Ergue o rosto chegando perto do ouvido dele, com a boca sangrando sussurra:
- Bem vindo a realidade!
Um estouro abafado e um grito de dor. Ele rapidamente “pula” para longe dela, enquanto leva a mão esquerda a perna perfurada com o tiro de uma pistola.
- Vad... – ele é interrompido quando uma pequena esfera rola pelo chão parando aos seus pés – mas o que é isto!?
A explosão faz com que a casa voe pelos ares, enquanto ela senta na moto, alguns pedaços de madeira sobrevoam sua cabeça.
- Trabalho finali... – para a frase ao meio quando vê a sua frente um adolescente com uma arma apontada para ela, tremulo, mas olhar firme, frio, ela observa e o reconhece... “três filhos...”
Respira fundo enquanto acelera a moto, um disparo certeiro e o pneu da moto fura, a mesma rodopia...
Ela cai no chão girando, enquanto o adolescente corre ainda disparando em sua direção.
“três filhos...” a moto continua girando e deslizando pelo chão até atingir o muro da mansão, e explodir, ela se arrasta pelo asfalto... “uma criança, é apenas uma criança...” um tiro passa raspando pelo seu ombro.
- Você matou o meu pai! – o rapaz pisa sobre o tornozelo dela e prepara um ultimo tiro, agora, não teria como errar, ela vira o corpo encara mais uma vez nos olhos quando estica a mão esquerda e atira.
O rapaz de 16 anos tomba com a bala no meio da testa.
- O seu pai, matou o meu pai... – fala baixo enquanto deixa uma lagrima correr
O grito era apavorante, o homem gemia com muita dor, afinal, ácido corroendo a pele da forma rápida que estava sendo era no mínimo tenebroso!
- Você é louca! – ele passa a mão em carne viva por uma mesa, abre a gaveta e puxa a pistola que guardava e começa a atirar para todos os lados. Os olhos ardendo, nem ao menos sabia aonde ela estava, afinal uma bomba de fumaça também foi utilizada.
Embaixo da mesa ela amarrava com uma tira de pano o sangramento feito no braço e retorcia o rosto de dor pelos socos. Uma bala atravessa a mesa perto da sua cabeça. Sua respiração fica presa, ela fecha os olhos e tenta se concentrar, esquecer a dor...
Ainda com enxaqueca pelo “porre” do dia anterior, ela permanece de pé em frente ao tumulo do pai. Um buquê de rosas brancas na mão...
- só falta um, pai... – abaixa para deitar as flores sobre lápide – só falta um...
Continua ali, estática. Passa os dedos finos e magros pelo desenho que foi esculpido no mármore. Olha para o céu, estava a ponto de começar a chover. Sorri levemente e vira o rosto para o lado.
Vê uma outra lapide que lhe corrói a lembrança...
Se põe de pé, fecha os olhos e balança a cabeça negativamente. Caminha devagar, passa por sete outras lapides, quando fica de lado, em frente a lapide de seu noivo.
- Bom dia, fofo! – ela disfarça um sorriso leve – faz tempo que não venho aqui, não é? – põe a mão no bolso de trás da calça e olha para os pés – não é fácil! Tenho medo de vir falar com você... ainda mais sabendo como isso tudo começou...
Estende a mão direita e olha para a aliança que ainda mantém no dedo
- Não consegui tirar ainda... – deixa um sorriso mais “exagerado” sair dos seus lábios e em seguida volta a ficar séria – preciso confessar algo...
Ela se agacha bem perto da lápide e aproxima os lábios como se ele realmente estivesse ali, escutando...
- Eu sei de tudo, gato... sei que contrabandeava as armas, sei que meu pai descobriu, sei que para se casar comigo e limpar o seu nome tentou se livrar deles...
Devagar começa a retirar a aliança do dedo até parar na ponta, deixando a os outros dedos brincarem de “girar” o anel naquele dedo.
- e principalmente, sei que vocês me amavam! – ela fecha os olhos enquanto termina de retirar a aliança do dedo e colocar encravada na terra. Tenta não chorar, mais uma estúpida lágrima foge enquanto ela empurra com mais força a aliança enterrando-a.
Respira fundo e se levanta. Limpa a calça suja de terra e sorri secando o rosto.
- hoje eu pego aquele desgraçado, amor! E volto para os seus braços...
Um grito de dor e um riso descontrolado. Uma bala atingiu em cheio o seu outro braço. Uma lista incontável de palavras “chulas” passou pela sua mente, mas ainda assim não disse nada.
- Finalmente! – o caçador percebe pelo grito que achou sua “presa” e corre para perto da mesa. Levanta a mesma e retira do lugar revelando a assassina – acoada, gatinha? – ele a puxa pelo cabelo, ela grita ainda mais de dor mas não faz nada. Seu braço “bom” estava ferido, seu rosto totalmente desconfigurado e lhe brindando com uma dor de cabeça incrível, mal conseguia raciocinar. Ela sente o frio do cano da arma na altura o estomago. O monstro gargalha com aquele rosto em carne viva pelo ácido.
- Hora de ir para o inferno, vadia! – ele recebe um olhar morto, a alma dela não parecia estar mais ali.
O silencio toma conta do ambiente. Apenas a respiração dele era claramente percebida. Pela primeira vez ao olhar ela, ele treme. A mulher tinha um semblante sereno, calmo, respiração leve...
Apenas o silencio...
... o disparo.
Os olhos da assassina ganham vida e morte.
Vão fechando levemente...
Os membros perdendo as forças...
A respiração desaparecendo...
O coração já não bate...
Ela se tornou um boneco humano.
Seu alvo ainda segura por instantes o corpo pelo cabelo, pensa no quão perto chegou da morte.
Suspira aliviado ao ver que o perigo acabou.
Solta o corpo que cai inerte no chão. Ele caminha pelo cômodo e retira o celular do bolso. Precisava de ordenar uma “limpa” em seu apartamento o quanto antes. Receberia o ministro da defesa pela manhã.
Uma mensagem na caixa postal.
Leva o aparelho ao ouvido e escuta com atenção o recado, uma voz feminina, familiar...
“Certamente são 19 horas e 28 minutos, do ultimo dia da minha vida. A essa altura, meu corpo deve estar estirado em algum ponto do seu apartamento. Ainda quente, mas sem respiração.
E sei como você está agora. Sensação de alivio, afinal...
escapou de uma assassina que nunca falhou em seu serviço. Matou cada um de seus subordinados. Cada chefe de bairro, cidade, restando apenas você.
E me faço umas perguntas: porque te peguei por ultimo, canalha? Porque busquei ter pesadelos com cada assassinato cometido por sua causa? Tirei vida de crianças para chegar até você?
Você talvez não tenha a resposta para isso e essas eu vou levar para o tumulo, ou... – uma pequena gargalhada – para seu apartamento!
Gosta da sensação de estar livre? Salvo? Vivo?
Eu to adorando... É algo que não sentia a tempos...
Hoje, antes de ir até você eu fui visitar meu pai e meu noivo...
Dizer que ia cumprir a promessa que fiz a uns anos! E cumpri.
Se eu fosse você, daria uma ultima olhada em meu corpo.
Observe-o bem. Meu semblante tranqüilo, sereno...
Confessa: foi mais difícil me matar a matar meu pai e meu noivo, não foi? Apesar de ter te dado motivos... olhar nos olhos da sua vitima, ver que ela está calma e apertar o maldito gatilho lhe incomodou.
Ih, esqueci! Você está em paz!
Olhe para o seu relógio. São 19 horas e 29 minutos, correto?
Espero que sim. Odeio errar...
Vou te fazer uma ultima pergunta, completando as anteriores:
Acha mesmo que se eu realmente quisesse te matar antes, você não estaria morto?
Agora vou te contar um segredo:
Você JÁ está morto!
Te vejo no inferno, canalha!”
Ele olha desesperado para o aparelho, observa mais uma vez o relógio. O ponteiro acabava de virar 19 horas e 30 minutos. Continua olhando para o corpo no chão. Corre os olhos pelo ambiente e vê a mesa. E como se sua espinha começasse a virar gelo, subindo até sua cabeça, congelando todos os seus sentidos. Seus olhos saltam ao ver aquela luz vermelha piscando, uma bomba, presa na mesa com um papel escrito ao lado:
"Hora da Revanche"
Fim
A adaga atingiu em cheio o ombro de seu inimigo. Ela sorri permanecendo na posição que arremessou. Ele a encara segurando o semblante de dor.
Os movimentos seguintes viram um balé. Ela se abaixa, gira o corpo utilizando uma das pernas para derruba-lo, porém como previsto o homem salta para frente parando a frente dela segurando o seu pescoço, a ponto de vira-lo. A assassina rapidamente retira os sais da cintura e os usa como alavanca, prendendo um em cada pulso do seu adversário. Jogando o corpo para trás, colocando um dos pés sobre o corpo dele, esticando, pressionando o seu salto “naquele lugar”. Abre um sorriso, enquanto observa o homem se contorcer de dor e solta-la. Para não cair, joga o corpo para trás, apoiando as mãos no chão e no movimento de uma estrela gira as pernas no ar, até voltar a posição normal, de pé e encarando...
... a pasta e a foto a sua frente, analisando a imagem. Engole a seco pensando se conseguiria fazer isso.
- Mas ele tem 3 filhos? – segura a foto da família toda na mão – isso é justo?
- Ele é o chefe do contrabando na cidade, gata! Peixe pequeno perto de quem você quer... – o homem toma a dose de whisky em um único gole e põe a mão lotada de anéis de ouro em cima da mesa – se não conseguir matar esse, não vai matar ninguém.
Uma mão acima da cabeça, outra na frente, na altura do peito, o desgraçado finalmente retira a adaga presa em seu ombro, mais um olhar de dor para o prazer da assassina, ele abaixa, ela só observa. Então ele ergue a cabeça, lança um sorriso que espanta a mulher e arremessa estrelas ninjas em sua direção.
Sem muita alternativa ela se joga no chão, mas não escapa de uma das estrelas que crava em seu braço. Já estava morta a sua invencibilidade.
Seu adversário sorri enquanto retira do bolso um soco inglês, e parte pra cima, senta sobre o corpo da mulher, prendendo-a com as pernas e deferindo socos em série...
... ela sente o gosto do sangue na boca...
... virando aquela dose de uma vez. Whisky, como detestava o seu gosto amargo, intenso... mas era a única bebida suficientemente forte para o momento. As chamas da lareira dançavam no fundo da sala, enquanto ela jogava o copo longe e virava a garrafa tentando tomar o máximo que podia...
Passa a mão sobre a lateral dos lábios, sentindo o gosto do sangue misturado ao álcool. A gengiva latejando, sorte não ter quebrado nada. Desvia o olhar da poça de sangue que está a sua frente. O corpo da sua primeira vitima!
“três filhos... uma esposa e três filhos...” ficava repetindo na mente essa seqüência voltando o olhar para as chamas...
O rosto ardendo a cada pancada, sua face deveria estar deformada. Ela debate o corpo, tentando tirar aquele monstro de cima dela, quando suas mãos, presas pelas pernas dele tocam algo gelado.
Ela abre um sorriso para ele, que não entende nada...
- Está delirando, querida?
Ergue o rosto chegando perto do ouvido dele, com a boca sangrando sussurra:
- Bem vindo a realidade!
Um estouro abafado e um grito de dor. Ele rapidamente “pula” para longe dela, enquanto leva a mão esquerda a perna perfurada com o tiro de uma pistola.
- Vad... – ele é interrompido quando uma pequena esfera rola pelo chão parando aos seus pés – mas o que é isto!?
A explosão faz com que a casa voe pelos ares, enquanto ela senta na moto, alguns pedaços de madeira sobrevoam sua cabeça.
- Trabalho finali... – para a frase ao meio quando vê a sua frente um adolescente com uma arma apontada para ela, tremulo, mas olhar firme, frio, ela observa e o reconhece... “três filhos...”
Respira fundo enquanto acelera a moto, um disparo certeiro e o pneu da moto fura, a mesma rodopia...
Ela cai no chão girando, enquanto o adolescente corre ainda disparando em sua direção.
“três filhos...” a moto continua girando e deslizando pelo chão até atingir o muro da mansão, e explodir, ela se arrasta pelo asfalto... “uma criança, é apenas uma criança...” um tiro passa raspando pelo seu ombro.
- Você matou o meu pai! – o rapaz pisa sobre o tornozelo dela e prepara um ultimo tiro, agora, não teria como errar, ela vira o corpo encara mais uma vez nos olhos quando estica a mão esquerda e atira.
O rapaz de 16 anos tomba com a bala no meio da testa.
- O seu pai, matou o meu pai... – fala baixo enquanto deixa uma lagrima correr
O grito era apavorante, o homem gemia com muita dor, afinal, ácido corroendo a pele da forma rápida que estava sendo era no mínimo tenebroso!
- Você é louca! – ele passa a mão em carne viva por uma mesa, abre a gaveta e puxa a pistola que guardava e começa a atirar para todos os lados. Os olhos ardendo, nem ao menos sabia aonde ela estava, afinal uma bomba de fumaça também foi utilizada.
Embaixo da mesa ela amarrava com uma tira de pano o sangramento feito no braço e retorcia o rosto de dor pelos socos. Uma bala atravessa a mesa perto da sua cabeça. Sua respiração fica presa, ela fecha os olhos e tenta se concentrar, esquecer a dor...
Ainda com enxaqueca pelo “porre” do dia anterior, ela permanece de pé em frente ao tumulo do pai. Um buquê de rosas brancas na mão...
- só falta um, pai... – abaixa para deitar as flores sobre lápide – só falta um...
Continua ali, estática. Passa os dedos finos e magros pelo desenho que foi esculpido no mármore. Olha para o céu, estava a ponto de começar a chover. Sorri levemente e vira o rosto para o lado.
Vê uma outra lapide que lhe corrói a lembrança...
Se põe de pé, fecha os olhos e balança a cabeça negativamente. Caminha devagar, passa por sete outras lapides, quando fica de lado, em frente a lapide de seu noivo.
- Bom dia, fofo! – ela disfarça um sorriso leve – faz tempo que não venho aqui, não é? – põe a mão no bolso de trás da calça e olha para os pés – não é fácil! Tenho medo de vir falar com você... ainda mais sabendo como isso tudo começou...
Estende a mão direita e olha para a aliança que ainda mantém no dedo
- Não consegui tirar ainda... – deixa um sorriso mais “exagerado” sair dos seus lábios e em seguida volta a ficar séria – preciso confessar algo...
Ela se agacha bem perto da lápide e aproxima os lábios como se ele realmente estivesse ali, escutando...
- Eu sei de tudo, gato... sei que contrabandeava as armas, sei que meu pai descobriu, sei que para se casar comigo e limpar o seu nome tentou se livrar deles...
Devagar começa a retirar a aliança do dedo até parar na ponta, deixando a os outros dedos brincarem de “girar” o anel naquele dedo.
- e principalmente, sei que vocês me amavam! – ela fecha os olhos enquanto termina de retirar a aliança do dedo e colocar encravada na terra. Tenta não chorar, mais uma estúpida lágrima foge enquanto ela empurra com mais força a aliança enterrando-a.
Respira fundo e se levanta. Limpa a calça suja de terra e sorri secando o rosto.
- hoje eu pego aquele desgraçado, amor! E volto para os seus braços...
Um grito de dor e um riso descontrolado. Uma bala atingiu em cheio o seu outro braço. Uma lista incontável de palavras “chulas” passou pela sua mente, mas ainda assim não disse nada.
- Finalmente! – o caçador percebe pelo grito que achou sua “presa” e corre para perto da mesa. Levanta a mesma e retira do lugar revelando a assassina – acoada, gatinha? – ele a puxa pelo cabelo, ela grita ainda mais de dor mas não faz nada. Seu braço “bom” estava ferido, seu rosto totalmente desconfigurado e lhe brindando com uma dor de cabeça incrível, mal conseguia raciocinar. Ela sente o frio do cano da arma na altura o estomago. O monstro gargalha com aquele rosto em carne viva pelo ácido.
- Hora de ir para o inferno, vadia! – ele recebe um olhar morto, a alma dela não parecia estar mais ali.
O silencio toma conta do ambiente. Apenas a respiração dele era claramente percebida. Pela primeira vez ao olhar ela, ele treme. A mulher tinha um semblante sereno, calmo, respiração leve...
Apenas o silencio...
... o disparo.
Os olhos da assassina ganham vida e morte.
Vão fechando levemente...
Os membros perdendo as forças...
A respiração desaparecendo...
O coração já não bate...
Ela se tornou um boneco humano.
Seu alvo ainda segura por instantes o corpo pelo cabelo, pensa no quão perto chegou da morte.
Suspira aliviado ao ver que o perigo acabou.
Solta o corpo que cai inerte no chão. Ele caminha pelo cômodo e retira o celular do bolso. Precisava de ordenar uma “limpa” em seu apartamento o quanto antes. Receberia o ministro da defesa pela manhã.
Uma mensagem na caixa postal.
Leva o aparelho ao ouvido e escuta com atenção o recado, uma voz feminina, familiar...
“Certamente são 19 horas e 28 minutos, do ultimo dia da minha vida. A essa altura, meu corpo deve estar estirado em algum ponto do seu apartamento. Ainda quente, mas sem respiração.
E sei como você está agora. Sensação de alivio, afinal...
escapou de uma assassina que nunca falhou em seu serviço. Matou cada um de seus subordinados. Cada chefe de bairro, cidade, restando apenas você.
E me faço umas perguntas: porque te peguei por ultimo, canalha? Porque busquei ter pesadelos com cada assassinato cometido por sua causa? Tirei vida de crianças para chegar até você?
Você talvez não tenha a resposta para isso e essas eu vou levar para o tumulo, ou... – uma pequena gargalhada – para seu apartamento!
Gosta da sensação de estar livre? Salvo? Vivo?
Eu to adorando... É algo que não sentia a tempos...
Hoje, antes de ir até você eu fui visitar meu pai e meu noivo...
Dizer que ia cumprir a promessa que fiz a uns anos! E cumpri.
Se eu fosse você, daria uma ultima olhada em meu corpo.
Observe-o bem. Meu semblante tranqüilo, sereno...
Confessa: foi mais difícil me matar a matar meu pai e meu noivo, não foi? Apesar de ter te dado motivos... olhar nos olhos da sua vitima, ver que ela está calma e apertar o maldito gatilho lhe incomodou.
Ih, esqueci! Você está em paz!
Olhe para o seu relógio. São 19 horas e 29 minutos, correto?
Espero que sim. Odeio errar...
Vou te fazer uma ultima pergunta, completando as anteriores:
Acha mesmo que se eu realmente quisesse te matar antes, você não estaria morto?
Agora vou te contar um segredo:
Você JÁ está morto!
Te vejo no inferno, canalha!”
Ele olha desesperado para o aparelho, observa mais uma vez o relógio. O ponteiro acabava de virar 19 horas e 30 minutos. Continua olhando para o corpo no chão. Corre os olhos pelo ambiente e vê a mesa. E como se sua espinha começasse a virar gelo, subindo até sua cabeça, congelando todos os seus sentidos. Seus olhos saltam ao ver aquela luz vermelha piscando, uma bomba, presa na mesa com um papel escrito ao lado:
"Hora da Revanche"
Fim
Re: Revenge
Li o capítulo 1 e gostei do seu estilo Vampira, é uma pena que você não escreve mais para o CP.
Kid Krypton-
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Re: Revenge
Li o capítulo 2 e achei um pouco confuso.
Kid Krypton-
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Re: Revenge
Li o capítulo 3, a história ainda continua muito misteriosa, espero que tudo se encaixe na conclusão da trama.
Kid Krypton-
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Re: Revenge
Gostei da conclusão de Revenge, apesar dos erros de português, no final tudo se encaixou e pude entender melhor os capítulos anteriores. Gosto de fics assim, com capítulos curtos. Acho que o ideal é 4 páginas para um capítulo, um capítulo de fic com 8 páginas se torna cansativo de ler por mais interessante que seja a história. Parabéns Vampira, onde quer que você esteja.
Kid Krypton-
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