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Fausto Fênix e o Pistoleiro de Aço [Completo]

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Fausto Fênix e o Pistoleiro de Aço [Completo] Empty Fausto Fênix e o Pistoleiro de Aço [Completo]

Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:43 pm

O Homem da Nova-Era desapareceu, e o submundo de Morganópolis acabou por necessitar de um novo protetor.
Eis que surge um homem de múltiplas habilidades. Não se sabe se ele é humano ou mais que isso, mas ele está disposto a ajudar seu povo, custe o que custar.


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Parte 1 de 3: A Boneca de Pano


Morganópolis, julho de 2408. 22h21min.

Uma garota de sete anos, cabelos louros e encaracolados, caminha pelas sombrias ruas do submundo de Morganópolis. As luzes dos postes são fracas, e alguns nem se quer estão acesos e, além disso, a lua cheia está enorme, bem próxima da Terra, o que deixa a garota com mais medo, abraçando com força a pequena boneca de pano que carrega junto.
Ao dobrar por uma esquina ela se depara com um rapaz alto e de vestes surradas. Seu rosto não é reconhecível devido à escuridão da rua, mas mesmo assim deixa a garota com medo, e ela dá meia-volta para pegar outro caminho, porém se depara com outro rapaz, do mesmo estado do anterior e também de face oculta pela escuridão. Instantaneamente ela olha para a sua direita, onde está a rua, e ali encontra um terceiro rapaz, também de rosto oculto, mas usando um boné. Como o único lado restante está bloqueado pela vitrine de uma humilde loja de roupas, só lhe resta ajoelhar-se e chorar, abraçando com mais força a sua boneca de pano.
— O que foi, garotinha? — Pergunta o rapaz de boné, com zombaria e aproximando-se da garota, que está de frente para ele. — Está perdida é?
— S-sim... — Ela responde, de cabeça baixa e rosto úmido pelas suas lágrimas.
— Qué que a gente te ajude a voltá pra casa? — Diz o primeiro rapaz que aparecera, no mesmo tom de zombaria do seu amigo.
— N-não. — Ela pode ser uma criança, mas sabe que não se deve confiar em estranhos, principalmente na região de Morganópolis em que está.
— Qualé, menininha? A gente te ajuda numa boa. — Diz o segundo rapaz. — Mas vai ter que dá a sua boneca como pagamento, já que é a única coisa que tem.
— N-não! P-por favor! — Ela chora ainda mais, e com mais medo.
— Sem essa! Dê essa boneca!
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!!! — Ela grita, o que faz os vândalos rirem de seu medo.
Mas alguém, a alguns quarteirões dali, ouve o grito e não acha graça nenhuma. Trata-se de um homem dentre trinta e trinta e cinco anos de idade, no alto de um edifício abandonado de doze andares, quase em ruínas. Ele tem cabelos negros com costeletas que descem até o fim das orelhas, usa um chapéu preto, assim como seu sobretudo. Tem óculos redondos escuros e usa uma camiseta cinza com um grande “F” pintado com tinta vermelha.
Assim que ouve o grito ele termina rapidamente com o cigarro que fuma, dando uma forte tragada, e o joga em direção à rua no momento em que salta do terraço.

A garota está sentada no meio-fio da mesma esquina em que se deparara com os vândalos, sozinha, aos prantos, e com sua boneca de pano nas mãos, que agora está com o pescoço rasgado, deixando o brinquedo em dois pedaços.
Nesse instante chega o homem de chapéu, atravessando a rua calmamente, e parando de frente para a garota, perguntando-lhe:
— Quem fez isso?
T-três... chatos! — Diz ela, sem levantar a cabeça, de tanta tristeza. — E-estragaram m-minha boneca!
— Calma, mocinha. — Ele se abaixa, aproximando-se ainda mais da menina, e leva as mãos para as partes da boneca, permitindo que a criança veja suas luvas pretas sem dedos, que ela logo reconhece. Em seguida ela olha para a camiseta dele: cinza e com um “F” em vermelho, tirando totalmente suas dúvidas, e seu choro cessa, porém ela tem medo de olhar nos olhos dele, e mesmo assim ela o deixa pegar sua boneca. — Vamos ver...
Ele segura as partes da boneca com a mão direita, e com essa mesma mão ele estende o lado direito do sobretudo, onde há três bolsos. Na parte superior ele encontra uma agulha cravada no sobretudo, com uma linha preta em seu buraco, a qual ele pega com a mão esquerda.
Pondo o óculo sobre o nariz, deixando a visão mais clara, ele analisa a boneca e o estrago causado nela. Seus olhos são castanhos estranhamente avermelhados, e a garota parece saber disso, pois até o momento não levantou o rosto para encarar o bom homem.
— Espero que não se importe se eu usar uma linha preta. — É o que ele diz assim que começa a costurar a boneca, e não fica surpreso pelo fato da garota não responder. E em menos de dois minutos ele termina o serviço, deixando a boneca de pano em ótimo estado, e a devolve para a criança. — Pronto, mocinha. Agora aproveita, porque usar essa linha é um sacrifício pra mim.
— O-obrigada. — Responde ela, ainda sem encarar o homem, que se levanta.
— Você está perdida, não? — Indaga ele, juntando o óculos aos olhos.
— S-sim. — A garota se levanta, olhando para a sua boneca para não ter que encará-lo. — E-eu fugi de casa e me perdi.
— Certo... — Ele analisa a garota, tentando lembrar-se dela e de onde ela mora. — Por ali. Está vendo a torre do relógio? Vá até ele e vire para a direita e siga reto, até encontrar a sua casa, que você sabe como é. Sempre que se perder procure avistar a torre do relógio, e não haverá erro, está bem?
— S-sim. Obrigada, Sr. Fênix. — Assim que agradece, a garota deixa o local, seguindo na direção indicada pelo homem.
— Garota adorável. — Diz Fausto Fênix para si. Em seguida ele começa a farejar. Ele fareja o cheiro dos vândalos que estiveram ali segundos antes dele aparecer, e o cheiro o leva para a direção oposta da qual a garota foi, dobrando a esquina.

— Que idiotice! Bancá os trôxas estragando a boneca de uma menininha! Assim vamos parecê moleques prevalecidos! — Diz um rapaz, dentro de uma oficina abandonada e escura, para outros dois que o acompanham em direção aos fundos da oficina. Um deles usa boné e os três têm vestes surradas.
— Calaboca, cara! — Diz o rapaz de boné, com voz baixa. — Tâmo no esconderijo, o chefe pode te ouvir!
— Aê, será que essa parada do Pistoleiro de Aço vai pegá? — Pergunta o terceiro rapaz, também em voz baixa. — Cês acham que ele vai dá um jeito no Fênix?
— Claro que vai! — Diz o rapaz à frente. — Ele funcionô quando foi construído, e vai funcioná agora que o pessoal consertá ele! — Nesse exato momento ocorre um estrondo no teto, quatro metros atrás dos vândalos, de onde é aberto um rombo e surge um homem, que cai em pé, de costa pra eles. — Mas que po##a é essa?
— Oi. — Diz Fausto Fênix, virando-se para eles. — Fiquei sabendo que estragaram uma boneca de pano.
— Vai se--! — Fausto avança velozmente, e com apenas três movimentos ele desfere um golpe em cada um dos vândalos: um chute na nuca do rapaz de boné faz o mesmo ser jogado para a direção onde Fausto estava menos de um segundo atrás, mas sete metros mais longe; um chute no estômago do rapaz que estava mais à frente joga o mesmo três metros para a sua esquerda; e o restante leva uma cotovelada na cabeça que o deixa desacordado.
— P-por que está f-fazendo isso? — Diz o rapaz que levara um chute no estômago, gemendo e fingindo inocência.
— Eu já disse: vocês estragaram uma boneca de pano. — Fausto pega um cigarro do interior do sobretudo, põe na boca e o acende com um isqueiro que tirara do mesmo lugar. Assim que guarda o isqueiro ele ouve o som de uma pistola sendo engatilhada: o rapaz de boné suportara o chute na nuca e agora está em pé, disposto a matar o protetor do submundo de Morganópolis.
Mas ele não é nada mais rápido que Fausto Fênix, que saca rapidamente uma Magnum de cano longo e os dois atiram simultaneamente, porém a bala de Fausto é mais veloz, e as duas se chocam próximo à pistola do rapaz, que se assusta e encara as duas balas fumegantes caídas no chão. O herói aproveita a distração de seu oponente para lhe acertar uma hábil voadora no rosto, deixando-o desacordado.
— Seu maldito... Vai ver só! — É o único rapaz desperto que diz. — O Pistoleiro de Aço tá quase pronto! — Ele se levanta, ainda enfraquecido com o golpe no estômago.
— Quem? — Indaga Fausto, após dar uma tragada em seu cigarro enquanto guarda sua Magnum.
— O Pistoleiro de Aço, cara! Cê tá ferrado!
Nesse instante o chão ao fundo da oficina move-se. Trata-se de uma porta quadrada que leva para um alçapão, abrindo-se mecanicamente. Assim que ele abre-se por completo um elevador é erguido, e nele há alguém cujo rosto é ocultado por um chapéu de cowboy, mas Fausto identifica suas vestes que parecem terem saído do Velho Oeste, além da capa preta e as esporas nas botas.
— Hei, cowboy! Perdeu seu cavalo? — Fausto zomba de seu novo oponente. Este, por outro lado, nada responde. Apenas dá dois passos, chegando num ponto onde a luz do luar clareia através de uma janela, e finalmente o vilão mostra o seu rosto: uma caveira de aço. — O que é isso...? — Fausto fica pasmo, e sua palavras deixam o cigarro cair ao chão.


Continua!


E como não pode faltar, os micros de Fausto Fênix e do Pistoleiro de Aço, respectivamente:
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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:44 pm

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Parte 2 de 3: Um Oponente Indestrutível


Morganópolis, julho de 2408. 22h35min.

O tempo parece parar para Fausto. Seu cigarro cai lentamente ao chão e à sua frente, a dez metros, está um tipo de oponente jamais visto: um esqueleto de aço com vestes de pistoleiro do Velho Oeste, uma capa preta e duas pistolas no cinto.
Não há tempo para planejar uma estratégia, e a queda do cigarro parece anunciar o início do combate: quando ele toca ao chão, esfarelando as cinzas, Fausto saca duas Magnuns de cano longo, esperando que seu oponente fizesse o mesmo, mas para a sua surpresa permanece imóvel. Sem dar chance alguma, Fausto mira rapidamente com as duas armas na testa do oponente, com a intenção de testá-lo, e suas suspeitas são confirmadas: as balas atingem o alvo e ricocheteiam, sem deixar nenhum arranhão.
Aparentemente o Pistoleiro de Aço queria mesmo mostrar a Fausto a sua invulnerabilidade contra suas balas e parte para o ataque, sacando suas duas pistolas e atirando enquanto corre pela direita de Fausto, enquanto este faz o mesmo, mas correndo pela esquerda.
A intenção do Pistoleiro de Aço é atingir Fausto em qualquer parte vital do corpo, e quanto ao herói, que sabe que não pode levar tiro algum, atinge suas balas contra as de seu oponente, as fazendo caírem no chão inofensivamente.
A cena se repete com os dois correndo em círculos por alguns segundos, até que as balas de Fausto terminam, e ele agradece a Deus, aos santos e as divindades de todas as religiões, por isso ter ocorrido também com o seu inimigo, que parece expressar raiva enquanto guarda as pistolas, rodopiando-as na ponta dos indicadores, como um verdadeiro pistoleiro do Velho Oeste. Já Fausto, que não faz cerimônia para guardar suas armas, ganha tempo para atacar: dando uma hábil cambalhota para frente ele pega uma grande chave inglesa, de aproximadamente vinte centímetros, e a lança com total força e velocidade na direção do Pistoleiro de Aço, que é atingido na testa e perde o equilíbrio.
Aproveitando a oportunidade, Fausto Fênix acerta-lhe uma voadora no peito antes que ele caia no chão, jogando o Pistoleiro de Aço contra um dos pilares de concreto que segura o teto, e o mesmo acaba por ser destruído. O herói rapidamente confirma os outros cinco pilares que ainda seguram o teto e avança para continuar lutando.
O Pistoleiro de Aço se levanta habilmente e se esquiva de todos os golpes de Fausto: um chute direcionado ao rosto, um soco de esquerda, outro de direita, uma rasteira, um chute no peito e diversos outros hábeis golpes do herói, que acaba desistindo das tentativas, permitindo que o Pistoleiro de Aço tente golpeá-lo com o punho direito. Sendo assim, Fausto esquiva-se rapidamente do golpe e desfere um gancho certeiro no queixo do oponente, que o lança contra a parede, causando um rombo na mesma, e o golpe causa também uma terrível dor nos nós dos dedos de Fausto, que geme de dor e raiva:
— Aaaargh! Que droga, eu estou tentando espancar um robô! Deve ter um jeito de-- Uh-oh! — O Pistoleiro de Aço já está em pé, e agora está segurando uma dinamite acesa, pronta para explodir. — Eu vou é me mandar daqui! — Fausto nem se quer pensa duas vezes e salta para a sua esquerda, em direção à janela ao alto da parede, com boa parte da vidraça estraçalhada, e a explosão ocorre segundos depois dele escapar. Como a dinamite não é muito potente, a única coisa que causa é o desabamento da oficina e um incêndio no que sobrou.
Nesse instante chega a polícia, provavelmente atendendo a algum chamado de alguém que tenha ouvido os tiros. São três viaturas de sirenes ligadas, estacionando diante do que sobrou da oficina abandonada, e um par de policiais surge de cada uma.
— Chamem os bombeiros! Pode ter alguém ali! — É o que diz o Sargento. Logo ele olha para o alto do prédio do outro lado da rua e vê um homem de chapéu e um sobretudo ao vento, o que parece enfurecê-lo. — Olha só. Imagina se não foi ele que fez isso.


09h25min.

Mais uma manhã calma no Willian Lanches, uma pequena lanchonete de esquina, onde os clientes praticamente nunca mudam: cerca de sete ou oito homens de trinta a sessenta anos, tomando seu café da manhã, e raramente aparece alguma mulher. Willian, o dono da lanchonete, um tanto obeso, de quase cinqüenta anos, bigodudo e de cabelo calvo, passa um pano belo balcão tranquilamente.
Alguém entra na lanchonete e todos logo reconhecem Fausto Fênix, o protetor do submundo de Morganópolis. Ele caminha até o balcão e torna-se o único a se sentar em um dos bancos do mesmo.
— Bom dia, Willian. — Cumprimenta Fausto, tirando o chapéu e pondo-o sobre o balcão, ao seu lado, fazendo o mesmo com os óculos em seguida.
— Bom dia, Sr. Fênix! — Responde Willian, servindo uma caneca de café preto para o seu cliente, e em seguida pote de açúcar e um prato com um sanduíche.
— Como estão os biscoitos? — Pergunta Fausto, tirando as luvas e guardando-as num bolso externo do sobretudo.
— Ótimos como sempre, eu espero!
— Certo, me arrume uns dez pra viagem. — Fausto coloca três colheres de açúcar no seu café, mexendo-o em seguida.
— Pode deixar!
— Bruno? — Agora Fausto, sem tirar os olhos do sanduíche que agora leva à boca para comer, fala com o homem de cabelos brancos à suas costas que está sentado em uma das mesas, lendo o jornal do dia enquanto toma seu café.
— Sim? — Responde Bruno, sem tirar os olhos do jornal.
— Viu aí alguma reportagem sobre aquela oficina que explodiu?
— Sim... Encontraram dois corpos que não foram totalmente queimados, e os identificaram: dois vândalos que andavam roubando dinheiro por aí. E também diz que a explosão foi causada por uma dinamite não muito potente que não se vê há séculos.
— Tem mais algo, não? — Diz Fausto, já na metade do seu sanduíche.
— Bom, sim... Diz que a polícia acha que foi você o responsável pela explosão.
— Isso já era de imaginar. Estou perguntando se tem mais alguma coisa importante.
— Não, é só isso mesmo...
— Que droga... — Murmura Fausto para si. Enquanto ele termina com o sanduíche pensa: “O terceiro rapaz deve ter aproveitado minha distração com o Pistoleiro de Aço e fugiu, já que o deixei acordado... Agora, aquele Pistoleiro de Aço... Ah é, estava quase esquecendo”. Após terminar com o último pedaço do sanduíche Fausto se dirige a Willian novamente, que acabara de colocar um pequeno embrulho sobre o balcão, ao lado de Fausto: — Willian, seu filho tem um computador, certo?
— Hã... Sim. Tem sim.
— Com internet?
— Acertou.
— Bom, me faça um favor. — Fausto procura por algo pelos bolsos externos do sobretudo enquanto bebe metade do café com um só gole. Então ele encontra em um dos bolsos um pequeno pedaço de papel. — Pede para o seu filho pesquisar por esse nome, e que descubra tudo o que for possível.
— Certo. — Willian pega o pedaço de papel e lê o que tem escrito nele: “Pistoleiro de Aço”. Ele não entende o que aquilo significa e o guarda no bolso da camisa.
— Virei à noite para jantar. — Diz Fausto mais uma vez, após terminar o café com outro gole. — E obrigado pelo café da manhã, estava ótimo como sempre. — Assim que põe a caneca de café sobre o balcão ele pega seu chapéu e o põe na cabeça, fazendo o mesmo com o óculos em seguida. E assim que põe as luvas novamente nas mãos ele tira um pequeno maço de dinheiro do interior do sobretudo e o põe sobre o balcão.
— Eu que agradeço, Sr. Fênix! — Diz Willian, pegando o dinheiro enquanto Fausto pega o pequeno embrulho e o guarda no mesmo bolso onde guardara as luvas. Em seguida o herói deixa a lanchonete.


12h15min.

Fausto Fênix está em seu esconderijo, há vários metros abaixo dos pés dos morganopolitanos. O recinto não é muito pequeno e tem paredes de pedra. A pouca claridade vem da lâmpada à parede, acima da mesa de madeira à qual o proprietário está sentado.
Fausto faz uma “dolorosa” pesquisa pelos cinco livros abertos sobre a mesa, que envolvem física, engenharia elétrica e até mesmo robótica. Seu chapéu e sobretudo estão pendurados no cabide de pé ao lado direito da mesa, e seus óculos estão repousados sobre um livro de física aberto sobre a mesa. E para livrar o herói do estresse, há uma pizza sobre um banco ao seu lado esquerdo, cujo primeiro pedaço está na mão esquerda de Fausto, que o come enquanto lê.
“Eu pesquiso tudo o que posso para descobrir um meio de destruir o Pistoleiro de Aço e vejo que tenho duas opções: ou atinjo a parte elétrica e dou um curto circuito nele, ou parto pra desmontar o cara. É a primeira vez que enfrento alguém assim, e após pesquisar nesses livros tenho a impressão de que o nosso próximo encontro será mais fácil e mais divertido. E precisarei estar preparado principalmente para o seu ataque com as pistolas”.
“Bom, vou terminar o almoço, tirar uma soneca e verei o que o filho do Willian conseguiu pra mim.”


Continua!
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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:44 pm

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Parte 3 de 3: Balas e Biscoitos


Morganópolis, julho de 2408. 19h10min.

Fausto Fênix está no alto de um prédio de sete andares. O mesmo no qual se refugiara na noite anterior, após a explosão da oficina que havia do outro lado da rua. Ele está em pé à borda lendo um maço de papéis que tem em mãos.
“A pesquisa que o filho de Willian fez não ajudou muito. Apenas diz o quanto a lata é velha: enfrentou Croceus em 2009! E até hoje não se sabe quem construiu... Mas eu vou descobrir ao menos quem trouxe ele de volta e farei com que nunca mais volte! Na verdade, eu poderia chamar o pessoal da FIPE* pra vir pegá-lo, mas eles iriam querem é pegar a mim, se é que dariam a mínima pra esse lado da cidade. Bom, vamos lá.”
Fausto salta da borda do prédio, caindo em pé na calçada, diante de uma lixeira onde ele joga o maço de papéis assim que os dobra. Em seguida ele atravessa a rua, dirigindo-se ao que sobrou da oficina e caminha com cuidado por cima dos escombros, até chega ao outro lado.
— Bem, se não me engano, foi por aqui. — Ele usa sua força sobre-humana para remover os escombros aos seus pés, até encontrar o alçapão por onde o Pistoleiro de Aço surgira na noite anterior. — Beleza! Agora é só partir pro ataque!
Usando mais uma vez de sua força, ele arranca a porta do alçapão, largando-a ao seu lado, pula para dentro sem hesitar, e após os primeiros vinte metros do poço ele abre as pernas e as mãos, pressionando-os contra as paredes para descer deslizando pelos últimos dez metros.
Ele sai do poço por uma entrada à sua frente e se vê em um enorme recinto cilíndrico, de trinta metros de altura e vinte de largura. Nas paredes há quatro gigantescas engrenagens movendo correias igualmente enormes que saem do subsolo do lugar. E no centro há um poço de cinco metros de largura cercado por um parapeito de um metro e meio de altura, do qual Fausto se aproxima para analisar e fica pasmo ao ver que no fundo, uns trezentos metros abaixo, há lava de fogo.
— Mas que raios de lugar é esse? — Ele olha em volta e vê uma porta que não havia reparado, ao lado do poço por onde entrara. Cautelosamente ele caminha até aquela porta e antes de entrar ele saca uma de suas Magnuns e abre a porta com ainda mais cautela.
Vendo que se trata de um pequeno escritório deserto ele guarda a arma e analisa os papéis envelhecidos sobre a mesa ao centro, que ele logo os identifica: é o projeto da criação do Pistoleiro de Aço.
— Interessante... Ele tem uns cinco ou seis pontos-fracos, e apenas um é fácil de certar, não tem erro. Bom, já vi o suficiente, ninguém mais vai trazer essa lata velha de volta. — Dizendo isso, Fausto junta todos os papéis e os rasga até o menor pedaço possível.
Terminando o serviço ali, Fausto deixa o escritório, deparando-se com o Pistoleiro de Aço o esperando na frente do poço de lava.
— Olá, cowboy! Sentiu minha falta? — Obviamente o Pistoleiro de Aço não responde e se prepara para sacar suas pistolas, mas Fausto faz tal movimento muito mais rápido, e quando o faz lança duas balas na direção da garganta do oponente.
O Pistoleiro de Aço parece perceber a direção em que as balas seguem, decidindo deixar suas pistolas pra depois e protege sua garganta com os pulsos, fazendo as balas de Fausto ricochetearem.
— Hehe... — Fausto sorri ao ver que o Pistoleiro de Aço está na defensiva desta vez e dá um segundo para o seu oponente sacar suas armas e atira novamente. Como esperado, o andróide atira com suas armas contra as balas do herói, fazendo as suas balas e as de Fausto caírem ao chão, mas o herói não pára por aí e continua atirando repentinamente, e o Pistoleiro de Aço fica com dificuldades de acompanhar, não dando tempo de atirar contra as sextas balas de Fausto, e estas penetram pelo cano das pistolas do andróide e elas explodem.
Aproveitando a distração de seu oponente Fausto Fênix avança e acerta uma voadora no seu rosto, e o Pistoleiro de Aço bate com as costas no parapeito do poço de lava, apoiando-se, em seguida, no mesmo parapeito com as mãos e dá um mortal desferindo um chute no rosto de Fausto, que é pego de surpresa é vai ao chão.
Enquanto dá o mortal o Pistoleiro de Aço deixa seu chapéu cair no poço e quando chega do outro lado do mesmo vê o chapéu ser consumido pela lava. Sua distração permite Fausto de se recobrar e levantar-se, apoiando-se no parapeito do poço, de frente para o andróide, e os dois se encaram.
— Ih, cowboy! Perdeu o chapéu? — Zomba Fausto, surpreendendo o Pistoleiro de Aço apontando suas armas para ele, mas quando atira revela que está sem munição, causando apenas um susto no andróide. — Ahá, te peguei, hein! Mas fica frio... — Calmamente ele guarda suas Magnuns no interior do sobretudo. — Pois eu tenho uma reserva!!! — Habilmente Fausto saca uma terceira Magnun e atira na direção da garganta do Pistoleiro de Aço, e este protege seu pronto-fraco novamente com os pulsos. — Maldito, você é rápido demais!
Antes de qualquer movimento do herói, o vilão salta por cima do poço, com as mãos prontas para agarrar no pescoço de Fausto, e este rapidamente joga-se de costas no chão, acertando com os pés no peito do Pistoleiro de Aço, e ao mesmo tempo tenta novamente um tiro na garganta dele, mas o andróide mais uma vez protege-se com os pulsos, e o herói apenas consegue lançá-lo para trás com o golpe que dera em seu peito.
Os dois levantam-se juntos, e Fausto atira mais uma vez contra o ponto-fraco do Pistoleiro de Aço, e este novamente protege-se.
“Me restam três balas, depois disso não terei como vencê-lo. A não ser que o jogue nesse poço, mas isso é virtualmente impossível, vendo a agilidade dessa lata-velha.”
O Pistoleiro de Aço avança preparando um soco e o erra: Fausto apóia-se em sua cabeça com a mão para pular por cima dele. Quando o andróide vira-se para encarar o herói, este rapidamente atira contra a sua garganta, e mais uma vez o tiro é evitado.
“Duas balas.”
Fausto tenta uma rasteira, e o Pistoleiro de Aço facilmente evita pulando por cima da sua perna, e o herói aponta instantaneamente a bala na direção da garganta do andróide, sem nem se quer levantar, e atira. Mais uma vez o trio é evitado.
“Última bala, droga! Só tenho uma chance!”
Fausto levanta-se, dando uma cambalhota para trás, ficando a dois metros do Pistoleiro de Aço. Eles se encaram e o vilão apenas espera pelo próximo tiro de Fausto.
“Pense, Fausto, pense! Eu preciso enganá-lo, distraí-lo, qualquer coisa pra acertar aquela maldita garganta! Hei... Eu não lembro de ter comido os biscoitos do Willian...”
— É, amigo... — Fausto afasta o óculos dos olhos, deixando-o na ponta do nariz, enquanto com a outra mão ele prepara o próximo tiro, com a arma abaixada. — Creio que estou encrencado, já que, como você pode ter notado, tenho apenas uma bala... — O Pistoleiro de Aço não se move, apenas fica na posição ideal para se proteger do próximo tiro. Já Fausto põe a mão livre no bolso externo do sobretudo, onde guardara o embrulho dos biscoitos. — Bem, preciso tentar mais uma vez. BAM! — Ele solta a onomatopéia no mesmo instante em que atira um punhado dos biscoitos na direção do andróide, com toda a sua força, e o alimento voa velozmente.
O Pistoleiro de Aço acaba por ser enganado perfeitamente, pois protege a garganta, acreditando que os biscoitos tratavam-se da última bala de Fausto. O andróide se distrai vendo os farelos irem ao chão e Fausto aproveita para avançar, enquanto leva um dos biscoitos à boca, e trepa no peito do Pistoleiro de Aço com os dois pés, fazendo seu oponente se inclinar para trás.
O tempo pára. Fausto aponta a arma para o alvo. Seu chapéu resvala pela nuca. Sua pupila diminui ao máximo. As mãos do Pistoleiro de Aço estão longe da garganta, não há como errar. E o tiro é dado, e desta vez é certeiro.
A cabeça do andróide salta e Fausto impulsiona-se em seu peito e dá um hábil mortal, caindo em pé a três metros para trás, dando tempo para ver o corpo do oponente cair no chão, causando um estrondo metálico, assim como sua cabeça também o faz ao rolar pelo chão.
Triunfante, Fausto Fênix ajunta seu chapéu, bota-o na cabeça, põe o óculos novamente junto aos olhos, guarda a Magnun no interior do sobretudo, e do mesmo ele tira um cigarro, pondo-o na boca e acendendo em seguida com o isqueiro que teve que procurar por quase todos os bolsos possíveis.
Ele caminha até ficar entre a cabeça e o corpo do Pistoleiro de Aço, dando relaxantes e gostosas tragadas em seu cigarro. Ele olha para a cabeça por alguns segundos e diz:
— Sinto muito, amigo, mas a sua cabeça não tem como costurar. Fico te devendo essa. Mas em todo caso, vou te levar até o seu chapéu. — Ele ajunta a cabeça do andróide e o joga dentro do poço. Em seguida ele ajunta o corpo, carregando-o nas costas, e o leva até o poço, dizendo: — Você precisa fazer uma dieta, cowboy! Mas não se preocupe, essa lava vai te ajudar a emagrecer! — E assim, ele joga o corpo do Pistoleiro de Aço no poço de lava, deixando-o queimar para que nunca mais volte a incomodar. — Gostaria de pegar o responsável por tudo isso, mas não sinto o cheiro de ninguém aqui. Com certeza resolveram abandonar o local depois que descobri seu esconderijo e deixaram o Pistoleiro de Aço como guardião. Bom, agora vou me mandar, preciso de um bom banho.
E assim, Fausto Fênix vai até o poço por onde entrara e onde há o elevador que o ajudará a sair. Assim que aciona o botão verde no painel o herói é levado para o nível superior. Quando chega perto do ponto de chegada ele larga uma granada pelo poço do elevador, que explode segundos depois de Fausto deixar o local. E o que acontece com o esconderijo já não importa mais. O importante é que o submundo de Morganópolis está salvo mais uma vez.


FIM
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