The Priest of Nairë - Capitulo 15
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The Priest of Nairë - Capitulo 15
The Priest of Nairë
Prólogo
Passos rápidos cortam e respingam a pouca água que há nas poças ao redor do lago sagrado. Ela sente uma dor incrível no abdome, passa uma das mãos por ele e ergue para ver o sangue que escorre, fecha os olhos com força e continua correndo enquanto aperta contra o peito a pequena "muda" que carrega consigo. As lagrimas começam a escorrer e embaralhar a vista quando lembra de suas guerreiras sendo mortas de forma cruel. E ela, Mirella, a Grande Sacerdotisa, nada pode fazer para impedir. O som de cavalos se aproximando começa a ficar mais forte quando ela resolve sair da “trilha” principal e adentrar a floresta.
O céu estava claro, sem estrelas, apenas a luz da lua e das chamas que queimavam a aldeia das “imortais” iluminavam.
Mirela estava cansada, esgotada quando suspira aliviada ao ver a cabana que procurava ao longe. Olha uma vez para a muda que carregava e abre a pequena fresta, olha para o rosto angelical de sua filha e sorri. Por ela estava disposta a lutar até o fim!
Entra na cabana, fecha a porta com uma trava de madeira e coloca algumas cadeiras, empurra uma mesa, tenta apenas impedir que alguém abra a porta com facilidade.
Coloca a menina em cima de uma cama “improvisada” que tinha na cabana, abre a manta para aliviar do calor da noite e coloca de lado um pequeno ovo que o bebê abraçava.
Olha para a menina e sente que ela estava inquieta, sorri e beija a ponta do dedo levando a testa da criança.
Se aproxima novamente da porta da cabana, passa a mão pelo ferimento no abdômen e com a mão suja de sangue começa a desenhar um dos símbolos místicos na porta quando se assusta com a chegada dos cavalos.
- Pela Deusa!
Corre se afastando da porta e toma a menina nos braços pensando em esconde-la em algum lugar, quando a porta é arrebentada sem o menor esforço.
- Pensou que uma cabana perdida na floresta sagrada me impediria, Mirella? – Um homem alto, com vestes nobres, capa longa e um jeito imponente entra no recinto e olha fixamente para a mulher. – vamos, me entregue a menina!
- Nunca! – ela aperta a criança contra o seu peito – Não vou deixar que mate a nossa ultima esperança!
- Matar? Você enlouqueceu, mulher? – o homem sorri de forma sarcástica enquanto da um passo leve, porem firme em direção as duas. – Vou cuidar dela para você!
- Não precisa, Meister! – a sacerdotisa estica a mão como que se preparando para um ataque – Ela possui uma mãe para defende-la!
- Bruxa! Ousou me desafiar... – a aura dele começa a brilhar de uma forma estranha, Mirella sentiu um pavor terrível passando pelo seu corpo, tocar o ferimento de seu abdômen, extraindo o pouco que possuía da magia antiga – Seria a melhor das aliadas, mas por causa da traição, merece a morte!
A aura cresce ainda mais e todos os metais dentro da cabana começam reagir conforme ele estende a mão, se carregando. Um amuleto pendurado em seu pescoço brilhava incrivelmente.
Mirella olha uma ultima vez para a filha e sussurra:
- Aniërie te Atahbet... – ergue o corpo da criança no ar e estende a mão direita para o Mago – Latveriët! – ela grita enquanto um grande feixe de luz sai de suas mãos em direção ao Mago.
Minutos depois a cabana está em chamas enquanto o mago cavalga junto a seus soldados com o bebê nos braços.
O ovo desaparecera misteriosamente do local.
Última edição por Vampira em Sex Mar 06, 2009 8:01 pm, editado 2 vez(es)
Capitulo 1
The Priest of Nairë
Capitulo 1:
20 anos após a queda das “Imortais” – Cidade-capital de Nairë
Meister caminha pelos corredores escuros do seu castelo a caminho do quarto de Safira. Na porta, dois guardas que não arredam dali nem que o próprio Divino apareça na frente deles e ordene, estão com os semblantes nervosos e visivelmente assustados.
- Como ela está hoje? – o mago pergunta com a sombrancelha levemente arqueada ao notar o semblante de seus guardas.
- Veja por si mesmo, alteza... – o guarda da direita aponta para a porta do quarto de onde estranhos barulhos de coisas quebrando e gritos saem.
- Não... senhora...e-eu juro que não tínhamos a intenção de ofende-la!
- Cale-se! – o barulho do vidro quebrando fez os 3 homens do lado de fora tremerem –Eu ordenei que me trouxesse um COELHO! E vocês me trazem um SAPO? – mais vidro estilhaçando – Como posso fazer o feitiço com um SAPO?
- Senhora, alteza... eu imploro... – uma energia erradia dentro do quarto e os visitantes do lado de fora vêem claramente a luz ofuscante saindo pela fresta da porta.
- Satelobrob! – tudo fica em silencio e logo um dos homens abre a porta e foge do cômodo junto com uma revoada de borboletas que contrastam com o cinza típico do corredor do castelo.
- Ela transformou ele em borboletas... em BORBOLETAS... – ele segura na barra da capa de Meister e este olha com desdém para o servo.
- Busque um coelho então, mentecapto! Ou EU te transformo em algo pior q um bando de borboletas coloridas. – e puxa a barra da sua capa para que o servo largue
- Sim senhor... – ele faz uma reverencia e sai correndo pelo corredor
- Posso entrar, minha princesa? – o mago bate de leve na porta, enquanto segura uma pequena caixinha na mão direita
- Meister? – a voz vindo de dentro do quarto agora é suave e calma – Claro, entre... e por favor, peça alguém para vir limpar a bagunça que fiz aqui!
Schwarzes sorri enquanto entra no quarto de Safira e faz sinal para os guardas que não sejam incomodados.
Alguns quilômetros longe dali...
Atrás das montanhas norte do vale que guarda a Cidade-capital do império de Meister Schwarzes, um lugar desértico começa a recortar a densa floresta, diversas linhas férreas vindas dos pontos mais inóspitos do pais, convergem para um único ponto: o Cemitério das Linhas...
Não há muita que dizer de um lugar assim. Poucas construções, abandonadas, caindo aos pedaços, e vários, vários vagões de trens vazios, quebrados. Tomados em sua maioria por uma vegetação seca, “morta”. O cheiro de óleo é forte, quase tornando o lugar tóxico, quase sendo palpável. Metais, peças de trens jogadas, retorcidas, enferrujadas espalhados por toda parte, junto com a madeira podre. Portas, janelas, pedaços de móveis... O solo é cinza, seco, rachado provando que é um lugar totalmente sem vida. Diversos tonéis de óleo, velho, queimam por toda parte aquecendo o lugar que a noite é deveras frio. Você poderia pensar estar no inferno e de certo modo, estaria.
Uma pequena população vive naquele lugar e diversos “refugiados” do império correm para esse “fim de mundo” em busca de paz. Afinal Schwarzes não se importa com aquele deposito de metal enferrujado. Não há nada de seu interesse. A seu ver, apenas um estalo de dedos estando no centro da cidadela faria o local explodir.
E qual interesse em uma conquista tão rápida? Nenhuma, já que Meister adora desafios.
Mas o que o regente do pais não tem idéia, na verdade poucos tem, é da existência de um único homem naquela cidade. Solitário, cabelos loiros, corpo nada atlético, pode se dizer que é magro, óculos de maquinistas postos sempre sobre a testa. Alto, roupas sujas pela graxa e poeira das locomotivas, um boné velho, olhar marcante vindo de olhos pequenos, calças seguras por suspensórios e botas velhas, quase furadas.
Sozinho trabalha durante horas, dias, semanas, anos no conserto das locomotivas quebradas. Apenas na companhia de um rato-canguru chamado Rott. O homem conhecido por Engine tenta da sua forma, mudar o destino dos poucos habitantes do Cemitério.
De tempos em tempos um dos trens fica pronto, então, um grupo de refugiados de “cidades” ou acampamentos vizinhos se desloca para lá e, para o desfrute do mecânico, somem para um lugar ainda mais distante do olhar de Meister. Ou ao menos pensam ser assim.
E aquele dia, não era diferente, Engine caminhava saindo do Cemitério rumo a floresta em busca de lenha para abastecer a ultima locomotiva que ficou pronta. Rott, como sempre o acompanhava e carregava uns poucos gravetos que achava pelo caminho. Um barulho chama a atenção do mascote que sai em disparada, largando os gravetos no chão, e fazendo o mecânico correr atrás tentando não perder seu amigo.
- Me deixa em paz, bicho feio! – o mecânico escuta de longe uma voz que parecia estar acuada pelo seu amigo – eu vou te dar uma lição, vai ver só!
Ao passar por trás de um carvalho Engine vê um pequeno coelho encurralado por Rott em um outro carvalho, o mecânico olha para os lados tentando entender de onde saiu a voz quando novamente escuta alguém ameaçar rato-canguru.
- Acha que só por eu estar nesse tamanhinho pode fazer algo? – e como por mágica o pequeno coelho começa a crescer ficar com mais ou menos 1,20 m de altura, roupas de mago, feitas com a mais legítima pele de urso polar, asas negras nas costas e um belo par de óculos
- E agora, rapaz? Pensa que pode comigo,é? – O "coelho"se põe em posição de luta igual a um boxeador pulando de um lado para outro com a patinha esquerda em posição de defesa e a direita coçando o focinho. – Cai dentro, vem! Cai dentro...Quero ver se é tão valente agora! Venha lutar, venha lutar!
Ao ver tão estranha mudança o pequeno animal corre para trás de seu dono e é então que o coelho percebe que o animal estava acompanhado.
- Por isso é valente, não é? – começa a bater as asas – eu poderia acabar com os dois em um segundo!
- Oh, calma ai! – Engine estende a mão mandando o coelho ficar calmo em seu devido lugar – Ninguém aqui ta procurando encrenca a não ser você, sr...
- Mister Black Nice Rabbit – antes que o mecânico pensasse em piscar o coelho gigante estava apertando sua mão e cumprimentando em um movimento deveras rápido – mas pode me chamar de Mister Nice! – sorri enquanto faz sinal de “okay”
- Sim... Mister Nice... – o homem olha meio que estupefato o coelho – e o que devo o “prazer” de vê-lo por estas bandas? – volta para o lado ignorando a existência do coelho, olhando para o seu mascote e revirando os olhos.
- Estou procurando o Cemitério das Linhas, sabe para onde fica? – ao terminar a pergunta Engine meio que por impulso tem um movimento tão rápido que segura o pescoço do coelho erguendo-o no ar.
- O que um ser místico quer com o Cemitério?
- Ser místico? – Mister Nice engole a seco – não tem ser místico nenhum aqui não, senhor! - olha para os lados como quem disfarça – Seres místicos são traiçoeiros e...
A conversa é interrompida pelo latido de cães farejadores. Então, antes que Engine se desse conta, Mister Nice já voltara ao tamanho “normal” de um coelho sussurrando aos dois:
- Ninguém me viu não, ok? – antes que o animal pudesse começar a “saltitar” para longe deles guardas reais e seus cães chegam a clareira. – Ih! Ferrou...
Os guardas apontam para o coelho – Peguem-no é um destes que Milady Safira deseja!
Black Nice olha para Engine tentando pedir ajuda. Este ignora a principio seu olhar e depois volta atrás.
- Ei! Esse coelho é meu! – o mecânico dá um passo para frente enfiando a mão no bolso, mas é interrompido por um dos guardas que coloca a lança na sua frente bloqueando a passagem.
- Seu ou não estou tomando esse coelho por ordem do império. – o guarda que pega o coelho pela nuca e o joga dentro de uma pequena e apertada gaiola sorri maliciosamente para o mecânico – consegue compreender, rapaz?
- Claro... – Engine cerra os olhos e engole a seco a provocação, afinal aquela luta não era sua e de longe tinha obrigação de ajudar uma “criatura mística”.
Ele observa os guardas reais irem embora e o olhar assustado do “valente” coelho dentro da gaiola.
- Seres místicos, bah! – vira as costas e toma a trilha em direção ao Cemitério – Venha, Rott!
A tarde pareceu passar em um outro ritmo de tempo dentro do quarto de Safira. Ela e o Imperador discutiram diversos assuntos. Inclusive um que deixava a jovem muito inquieta.
- Minha querida, o que aflige tanto?
- Não sei Meister... – ela cruza os braços enquanto sente o normal frio na espinha - ... algo me diz que esse nosso casamento...
- Tem algo errado? – o Imperador completa a frase - Não minha pequena jóia... – puxa a mão dela aproximando-a de si – Você apenas foi criada para detestar a idéia do to...
Quando Meister Schwarzes aproxima seus lábios dos de Safira um dos guardas bate na porta, mesmo tendo recebido o aviso do seu colega de que não deveriam ser interrompidos.
- O que houve? Meu castelo está sendo atacado? Porque se não for esse o motivo... – ele vai abrindo a porta enquanto Safira vira o rosto aliviada.
- E-er... me desculpe Meister... mas... – o guarda ergue a gaiola com um coelho branco a sua frente – Milady Safira pediu...
- Finalmente! – Safira sai correndo como uma criança passando por Schwarzes e pegando a gaiola das mãos do guarda – Ele é PERFEITO!
Dentro da gaiola Mister Nice engole a seco e se encolhe o máximo que pode na jaula.
- Meister, podemos conversar mais tarde? Tenho um trabalho importante a realizar...
Continua...
Capitulo 1:
20 anos após a queda das “Imortais” – Cidade-capital de Nairë
Meister caminha pelos corredores escuros do seu castelo a caminho do quarto de Safira. Na porta, dois guardas que não arredam dali nem que o próprio Divino apareça na frente deles e ordene, estão com os semblantes nervosos e visivelmente assustados.
- Como ela está hoje? – o mago pergunta com a sombrancelha levemente arqueada ao notar o semblante de seus guardas.
- Veja por si mesmo, alteza... – o guarda da direita aponta para a porta do quarto de onde estranhos barulhos de coisas quebrando e gritos saem.
- Não... senhora...e-eu juro que não tínhamos a intenção de ofende-la!
- Cale-se! – o barulho do vidro quebrando fez os 3 homens do lado de fora tremerem –Eu ordenei que me trouxesse um COELHO! E vocês me trazem um SAPO? – mais vidro estilhaçando – Como posso fazer o feitiço com um SAPO?
- Senhora, alteza... eu imploro... – uma energia erradia dentro do quarto e os visitantes do lado de fora vêem claramente a luz ofuscante saindo pela fresta da porta.
- Satelobrob! – tudo fica em silencio e logo um dos homens abre a porta e foge do cômodo junto com uma revoada de borboletas que contrastam com o cinza típico do corredor do castelo.
- Ela transformou ele em borboletas... em BORBOLETAS... – ele segura na barra da capa de Meister e este olha com desdém para o servo.
- Busque um coelho então, mentecapto! Ou EU te transformo em algo pior q um bando de borboletas coloridas. – e puxa a barra da sua capa para que o servo largue
- Sim senhor... – ele faz uma reverencia e sai correndo pelo corredor
- Posso entrar, minha princesa? – o mago bate de leve na porta, enquanto segura uma pequena caixinha na mão direita
- Meister? – a voz vindo de dentro do quarto agora é suave e calma – Claro, entre... e por favor, peça alguém para vir limpar a bagunça que fiz aqui!
Schwarzes sorri enquanto entra no quarto de Safira e faz sinal para os guardas que não sejam incomodados.
Alguns quilômetros longe dali...
Atrás das montanhas norte do vale que guarda a Cidade-capital do império de Meister Schwarzes, um lugar desértico começa a recortar a densa floresta, diversas linhas férreas vindas dos pontos mais inóspitos do pais, convergem para um único ponto: o Cemitério das Linhas...
Não há muita que dizer de um lugar assim. Poucas construções, abandonadas, caindo aos pedaços, e vários, vários vagões de trens vazios, quebrados. Tomados em sua maioria por uma vegetação seca, “morta”. O cheiro de óleo é forte, quase tornando o lugar tóxico, quase sendo palpável. Metais, peças de trens jogadas, retorcidas, enferrujadas espalhados por toda parte, junto com a madeira podre. Portas, janelas, pedaços de móveis... O solo é cinza, seco, rachado provando que é um lugar totalmente sem vida. Diversos tonéis de óleo, velho, queimam por toda parte aquecendo o lugar que a noite é deveras frio. Você poderia pensar estar no inferno e de certo modo, estaria.
Uma pequena população vive naquele lugar e diversos “refugiados” do império correm para esse “fim de mundo” em busca de paz. Afinal Schwarzes não se importa com aquele deposito de metal enferrujado. Não há nada de seu interesse. A seu ver, apenas um estalo de dedos estando no centro da cidadela faria o local explodir.
E qual interesse em uma conquista tão rápida? Nenhuma, já que Meister adora desafios.
Mas o que o regente do pais não tem idéia, na verdade poucos tem, é da existência de um único homem naquela cidade. Solitário, cabelos loiros, corpo nada atlético, pode se dizer que é magro, óculos de maquinistas postos sempre sobre a testa. Alto, roupas sujas pela graxa e poeira das locomotivas, um boné velho, olhar marcante vindo de olhos pequenos, calças seguras por suspensórios e botas velhas, quase furadas.
Sozinho trabalha durante horas, dias, semanas, anos no conserto das locomotivas quebradas. Apenas na companhia de um rato-canguru chamado Rott. O homem conhecido por Engine tenta da sua forma, mudar o destino dos poucos habitantes do Cemitério.
De tempos em tempos um dos trens fica pronto, então, um grupo de refugiados de “cidades” ou acampamentos vizinhos se desloca para lá e, para o desfrute do mecânico, somem para um lugar ainda mais distante do olhar de Meister. Ou ao menos pensam ser assim.
E aquele dia, não era diferente, Engine caminhava saindo do Cemitério rumo a floresta em busca de lenha para abastecer a ultima locomotiva que ficou pronta. Rott, como sempre o acompanhava e carregava uns poucos gravetos que achava pelo caminho. Um barulho chama a atenção do mascote que sai em disparada, largando os gravetos no chão, e fazendo o mecânico correr atrás tentando não perder seu amigo.
- Me deixa em paz, bicho feio! – o mecânico escuta de longe uma voz que parecia estar acuada pelo seu amigo – eu vou te dar uma lição, vai ver só!
Ao passar por trás de um carvalho Engine vê um pequeno coelho encurralado por Rott em um outro carvalho, o mecânico olha para os lados tentando entender de onde saiu a voz quando novamente escuta alguém ameaçar rato-canguru.
- Acha que só por eu estar nesse tamanhinho pode fazer algo? – e como por mágica o pequeno coelho começa a crescer ficar com mais ou menos 1,20 m de altura, roupas de mago, feitas com a mais legítima pele de urso polar, asas negras nas costas e um belo par de óculos
- E agora, rapaz? Pensa que pode comigo,é? – O "coelho"se põe em posição de luta igual a um boxeador pulando de um lado para outro com a patinha esquerda em posição de defesa e a direita coçando o focinho. – Cai dentro, vem! Cai dentro...Quero ver se é tão valente agora! Venha lutar, venha lutar!
Ao ver tão estranha mudança o pequeno animal corre para trás de seu dono e é então que o coelho percebe que o animal estava acompanhado.
- Por isso é valente, não é? – começa a bater as asas – eu poderia acabar com os dois em um segundo!
- Oh, calma ai! – Engine estende a mão mandando o coelho ficar calmo em seu devido lugar – Ninguém aqui ta procurando encrenca a não ser você, sr...
- Mister Black Nice Rabbit – antes que o mecânico pensasse em piscar o coelho gigante estava apertando sua mão e cumprimentando em um movimento deveras rápido – mas pode me chamar de Mister Nice! – sorri enquanto faz sinal de “okay”
- Sim... Mister Nice... – o homem olha meio que estupefato o coelho – e o que devo o “prazer” de vê-lo por estas bandas? – volta para o lado ignorando a existência do coelho, olhando para o seu mascote e revirando os olhos.
- Estou procurando o Cemitério das Linhas, sabe para onde fica? – ao terminar a pergunta Engine meio que por impulso tem um movimento tão rápido que segura o pescoço do coelho erguendo-o no ar.
- O que um ser místico quer com o Cemitério?
- Ser místico? – Mister Nice engole a seco – não tem ser místico nenhum aqui não, senhor! - olha para os lados como quem disfarça – Seres místicos são traiçoeiros e...
A conversa é interrompida pelo latido de cães farejadores. Então, antes que Engine se desse conta, Mister Nice já voltara ao tamanho “normal” de um coelho sussurrando aos dois:
- Ninguém me viu não, ok? – antes que o animal pudesse começar a “saltitar” para longe deles guardas reais e seus cães chegam a clareira. – Ih! Ferrou...
Os guardas apontam para o coelho – Peguem-no é um destes que Milady Safira deseja!
Black Nice olha para Engine tentando pedir ajuda. Este ignora a principio seu olhar e depois volta atrás.
- Ei! Esse coelho é meu! – o mecânico dá um passo para frente enfiando a mão no bolso, mas é interrompido por um dos guardas que coloca a lança na sua frente bloqueando a passagem.
- Seu ou não estou tomando esse coelho por ordem do império. – o guarda que pega o coelho pela nuca e o joga dentro de uma pequena e apertada gaiola sorri maliciosamente para o mecânico – consegue compreender, rapaz?
- Claro... – Engine cerra os olhos e engole a seco a provocação, afinal aquela luta não era sua e de longe tinha obrigação de ajudar uma “criatura mística”.
Ele observa os guardas reais irem embora e o olhar assustado do “valente” coelho dentro da gaiola.
- Seres místicos, bah! – vira as costas e toma a trilha em direção ao Cemitério – Venha, Rott!
A tarde pareceu passar em um outro ritmo de tempo dentro do quarto de Safira. Ela e o Imperador discutiram diversos assuntos. Inclusive um que deixava a jovem muito inquieta.
- Minha querida, o que aflige tanto?
- Não sei Meister... – ela cruza os braços enquanto sente o normal frio na espinha - ... algo me diz que esse nosso casamento...
- Tem algo errado? – o Imperador completa a frase - Não minha pequena jóia... – puxa a mão dela aproximando-a de si – Você apenas foi criada para detestar a idéia do to...
Quando Meister Schwarzes aproxima seus lábios dos de Safira um dos guardas bate na porta, mesmo tendo recebido o aviso do seu colega de que não deveriam ser interrompidos.
- O que houve? Meu castelo está sendo atacado? Porque se não for esse o motivo... – ele vai abrindo a porta enquanto Safira vira o rosto aliviada.
- E-er... me desculpe Meister... mas... – o guarda ergue a gaiola com um coelho branco a sua frente – Milady Safira pediu...
- Finalmente! – Safira sai correndo como uma criança passando por Schwarzes e pegando a gaiola das mãos do guarda – Ele é PERFEITO!
Dentro da gaiola Mister Nice engole a seco e se encolhe o máximo que pode na jaula.
- Meister, podemos conversar mais tarde? Tenho um trabalho importante a realizar...
Continua...
Capitulo 2
The Priest of Nairë
Capitulo 2:
A tarde findava nos arredores do Cemitério das Linhas, enquanto Engine terminava uma das locomotivas. Uma pequena fogueira queimava por perto, a noite possivelmente seria fria, e os gravetos que buscou com Rott deveriam servir para manter o ambiente o mais próximo do “agradável” se é que era possível em um lugar como aquele.
No inicio do dia seguinte, um grupo poderia partir de Nairë em paz. Pelo menos assim pensava o mecânico, para um lugar bem longe do olhar de Meister.
Rott auxiliava o rapaz no que podia, entrando no meio das engrenagens em locais aonde sua mão não alcançaria direito. De forma simpática fazia um gesto, quase como um sinal de “ok” para seu dono que esboçava algo que poderia ser considerado um riso.
De longe, um homem de barba branca, rosto jovem, roupas um pouco mais elegantes, que lembrariam alguma espécie de banqueiro, balança a cabeça negativamente enquanto caminha por entre os metais retorcidos se aproximando.
Ele se agacha tentando olhar para debaixo da locomotiva, aonde Engine se encontrava apertando as últimas engrenagens.
- Boa tarde, jovem!
- Tarde, Senhor Robison.. – o mecânico não move o olhar e continua seu trabalho.
- Posso ter uma palavrinha com você? – Sr. Robson abre um sorriso simpático para ele, que lhe dirige o olhar de forma instigadora enquanto o velho completa – Serei breve, rapaz!
- Claro...
Engine faz um movimento de alavanca com o braço e o carrinho onde estava deitado rola para fora da locomotiva. Ele retira um pano bem sujo que estava pendurado em seu bolso e tem uma tentativa inútil de limpar suas mãos.
- O que quer? – o mecânico continuou sentado em cima do “carrinho” enquanto olha firme para o senhor parado a sua frente e continua a esfregar o “farrapo” passando de uma mão a outra.
- Engine, meu rapaz... – Sr. Robson coloca sua bengala a frente do corpo servindo de apoio e sorri – Há quanto tempo está a fazer esse serviço? Cinco, dez anos?
- Oito anos e meio. – ele olha para o lado sabendo o que está por vir e para de esfregar as mãos, com um semblante claro de impaciência.
- Pretende continuar assim por quanto tempo? Engine, não vire o rosto assim, você sabe do que estou falando... Possui uma habilidade única, não tem porque se prender a esse lugar sem vida. Poderia estar lutando ao noss...
- Chega! – Engine joga o pano no chão fala em um tom alto e forte porém logo respira fundo e abaixa a cabeça tentando ficar calmo - Me perdoe sr. Robson, mas está perdendo tempo tentando me convencer a entrar nessa besteira... – ele se põe de pé e faz menção pra subir na cabine de maquinista - Já disse a minha posição sobre o assunto: Não me interessa essa luta besta entre vocês e Meister! As pessoas só morrem nesse conflito idiota, prefiro usar meus dons para algo útil!
- Para onde acha que elas vão, rapaz? Crê mesmo que vão para um lugar melhor que este? – ele estende os braços mostrando o ambiente ao redor – As terras que Meister não está no controle são dominadas por tiranos tão iguais ou piores! Ou melhor ainda, vão para terras de ninguém como o Cemitério!
- Mas estarão livres desse infeliz... – Engine fala em seu tom de voz baixo, calmo e mexendo no painel de controle da maquina – Você é egoísta. Só pensa em recuperar seu cargo idiota. Vestir novamente sua roupa de rico! – Rott lhe entrega um parafuso que ele prontamente põe no lugar - Quer saber? Você é igual a Meister, ou talvez seja até pior! Quer apenas recuperar um cargo e usa a resistência como um meio de conquistar isso. Sr. Robson, sua guerra é inútil e o pior, leva pessoas inocentes a morrerem com ela. E antes que me peça novamente: Eu não vou entrar nessa!
- Você já soube noticia de algum dos refugiados que partiu em um dos seus trens?
- Não... – coça a cabeça por baixo do boné surrado - sei que estão em um lugar melhor...
- Engine, se tivesse tanta certeza, porque ainda não foi?
- Porque não quero! – aumentando o seu tom de voz sem perceber - Preciso preparar as locomotivas para os outros deixem isso aqui. – ele aciona a buzina da locomotiva dando o sinal de que mais uma ficou pronta.
- E quando todas as locomotivas estiverem prontas? Vai partir na ultima?
Engine olhou para Sr. Robson, desceu da locomotiva e saiu andando em direção a cabana que morava.
- Tenha uma boa tarde, rapaz... – o velho murmurou enquanto o observa.
Estendeu o seu cajado a sua frente, em direção a fogueira acessa e murmurou alguma palavra inaudível.
A chama aparentemente foi “sugada” pelo cajado fazendo-o reluzir, enquanto ele mais uma vez sorriu e saiu caminhando.
Do lado de fora do castelo de Meister Schwarzes a maioria das janelas são aparentemente iguais, tirando as janelas dos cômodos principais, como a sala do trono e seu lindo vitral mostrando a coroação do imperador e a sala de jantar mostrando a vista do castelo para a antiga ilha sagrada das “Imortais” que estava ali apenas pela real beleza do vitral, mas que sempre era visto com ódio pelo tirano que governava o local. De resto, todas as outras eram iguais, porém uma chamava a atenção dos serviçais que trabalhavam no jardim. Era a janela do quarto de Safira. Todos olhavam com curiosidade quando esta começava a brilhar mais do que o normal. E com o entardecer, o brilho estava mais aparente e forte.
No quarto em si, não estava acontecendo tanta coisa assim, era apenas um treino. Projeção astral. Seu mestre lhe havia indicado praticar mais, pois seus “dons estavam muito imaturos” ainda. Ela odiava ter que ouvir essas palavras, mas ao tentar realizar o ultimo feitiço descobriu algo que detestava mais ainda: admitir que “ele estava certo”.
No canto do quarto, dentro de uma gaiola apertada estava um coelho negro, totalmente assustado, apavorado na verdade e tentava entender como tinha parado ali.
Safira estava sentada de joelhos em frente a uma bacia com ervas, o brilho que viam lá fora era exatamente quando ela soltava sua aura e esta ficava em cima da bacia. Sua energia era refletida com o reflexo da água que dava as diversas nuances.
Mister Black Nice Rabbit ficou divinamente encantado, ao ponto de esquecer que estava preso na gaiola e ficar apenas observando colocando o focinho por entre as grades.
O corpo da feiticeira continuava parado, duro, rígido enquanto sua projeção, presa a bacia se esticava pelo quarto.
“Ela começou a se divertir...” – pensou o coelho enquanto observava ela “dançar” no ar. Então a projeção de Safira pareceu lembrar de algo e olhou em direção ao coelho. De um modo gélido que por pouco o animal não congelou instantaneamente.
Como em um piscar de olhos a aura voltou ao corpo e ela cambaleou para trás, quase caiu.
- Nossa, preciso treinar melhor o retorno... – tentou se levantar e apoiando na cama se pos de pé - ... odeio me sentir fraca! – falava sozinha ao sentar-se no móvel e tentar respirar com calma de olhos fechados.
Ficou assim por alguns minutos até que voltou a olhar o coelho que novamente se encolhia na gaiola.
- E você, pequenino... – sorri de forma angelical - ... pensou que tinha esquecido? - tentando ter forças caminha até a cômoda com diversos vidros em cima e sorri – Malditos ritos mágicos, alguns nos levam a exaustão! – com uma mão segurando de forma firme o móvel e outra deslizando com os dedos por entre os potes, frascos, como se não estivesse vendo, mas na verdade sentindo o conteúdo de cada um – Como eu sou tola... – com uma voz cansada e fechando os olhos de leve quando toca um dos frascos e respirando fundo – você é apenas um coelho... um misero e maldito coelho... – começa a rir de forma incontrolável enquanto apoia a cabeça em cima da cômoda tentando se acalmar – A que ponto você chegou Safira? Além de falar sozinha... fala com os animais que usa em seus feitiços?
Então ela pega o frasco e bebe todo o seu conteúdo, Mister Nice apenas observa e tenta entender as coisas...
“Ela não é uma feiticeira amadora... tem todo o estilo de uma das Imortais, a cor da sua aura, a forma como fica desgastada depois... Mas todas elas morreram antes de eu nascer, inclusive a portadora do ovo que desapareceu... ”
Seus pensamentos são interrompidos quando ela se aproxima da gaiola ainda com o semblante fraco e brinca colocando a ponta do dedinho para dentro da gaiola.
- Você é uma gracinha, sabia? – ela ergue a gaiola e caminha pelo quarto e o apóia em cima de uma bancada grande que estava escondida atrás de uma grande cortina azul escuro, foi quando Mister Nice teve a real noção do quarto de Safira – Sabe... – ela novamente sem notar começou a falar com ele novamente – Eu não gosto de matar, sacrificar... enfim, não gosto de fazer mal a animal nenhum...
Nesse instante uma borboleta pousa na beira da bancada e ela sorri.
- Vocês são muito mais inocentes que nós. Não sabem de nada, não sentem nada...
- ela estica o dedo em direção a borboleta e essa pousa no seu dedo – São puros! Essa é a verdade! – sorri e deixa o inseto voar abrindo a janela. – Gosto de vocês assim, livres...
Mister Nice tenta prestar atenção e entender tudo o que se passa, mas apesar de todas as peças o coelho ainda não compreendeu outra coisa da feiticeira senão: “eu vou te matar”.
- Sabe pequenino, eu não sou livre... mal posso sair desse quarto, apenas com autorização! – abre a portinha da gaiola e enfia a mão agarrando o coelho pela nuca puxando para o seu colo – Tem idéia do que é olhar para fora e apenas ver um bando de pessoas pequenas e mais nada? – da janela ela aponta para a cidade ao longe e pessoas, mais parecendo formigas caminhando de um lado ao outro – Não tenho com quem conversar, não tenho amigos... não conheço nada além daquele muro!
Mister Nice mal presta atenção, ou ao menos tenta, mas fecha os olhos quando se sente no colo da feiticeira e recebendo o cafuné que ela mesma não percebe estar fazendo.
- Sabe o que pretendo fazer? – se afasta da janela e passando as mãos por baixo das patas dianteiras do coelho e o ergue a sua frente – Farei um feitiço para poder sair desapercebida por uns dias! – gargalha enquanto o coelho olha assustado novamente – Achei um livro de magia antigo estes dias na biblioteca! Eu tinha todos os ingredientes perfeitos, menos um: a pata de um coelho negro!
Mister Nice presta total atenção ao que ela fala e arregala os olhos demonstrando medo.
Na sala do trono, Meister Schwarzes está em conselho com alguns de seus homens de guerra. Ele é uma pessoa metódica apesar de toda a sua impulsividade e fúria. Gosta de planejar cada um dos seus passos de guerra. E se tinha algo que o tirava o sono era saber q pessoas fugiam do seu reino para “só Deus sabe aonde”. Para Meister... ELE era Deus e nada, nem ninguém poderia ficar no seu caminho.
Imagine quando descobriu que alguém enviava locomotivas lotadas de refugiados de meses em meses para fora de seus domínios? Menos pessoas, menos impostos a serem cobrados, menos dinheiro a receber e menos súditos para seus domínios.
Meister Schwarzes gostava de somar, não subtrair riquezas.
- E de onde saem todas estas locomotivas, general? – tamborilando os dedos de forma impaciente sobre o apoio de seu trono esperando uma resposta que nunca chegava
- Majestade, pelo que nossos informantes conseguiram descobrir, as locomotivas partem de nenhum outro lugar se não o Cemitério das Linhas.
- Cemitério das Linhas? Aquele inferno metálico e tóxico? – sorri de forma interessante apoiando o rosto com a mão sobre o trono – Creio que Sr. Robson esteja envolvido nessa “empreitada”, correto? Alias, conseguiram descobrir onde está o acampamento principal da resistência agora?
- Sim majestade, por uma incrível coincidência os homens de Sr. Robson estão acampados nas redondezas do Cemitério, mas ainda na floresta.
- Interessante, me deixem só cavalheiros. Preciso refletir um pouco.
Enquanto os homens de Meister saiam da sala do trono, este voltava a tamborilar os dedos no trono sorrindo.
- Cemitério das Linhas... Cemitério das Linhas...
Capitulo 2:
A tarde findava nos arredores do Cemitério das Linhas, enquanto Engine terminava uma das locomotivas. Uma pequena fogueira queimava por perto, a noite possivelmente seria fria, e os gravetos que buscou com Rott deveriam servir para manter o ambiente o mais próximo do “agradável” se é que era possível em um lugar como aquele.
No inicio do dia seguinte, um grupo poderia partir de Nairë em paz. Pelo menos assim pensava o mecânico, para um lugar bem longe do olhar de Meister.
Rott auxiliava o rapaz no que podia, entrando no meio das engrenagens em locais aonde sua mão não alcançaria direito. De forma simpática fazia um gesto, quase como um sinal de “ok” para seu dono que esboçava algo que poderia ser considerado um riso.
De longe, um homem de barba branca, rosto jovem, roupas um pouco mais elegantes, que lembrariam alguma espécie de banqueiro, balança a cabeça negativamente enquanto caminha por entre os metais retorcidos se aproximando.
Ele se agacha tentando olhar para debaixo da locomotiva, aonde Engine se encontrava apertando as últimas engrenagens.
- Boa tarde, jovem!
- Tarde, Senhor Robison.. – o mecânico não move o olhar e continua seu trabalho.
- Posso ter uma palavrinha com você? – Sr. Robson abre um sorriso simpático para ele, que lhe dirige o olhar de forma instigadora enquanto o velho completa – Serei breve, rapaz!
- Claro...
Engine faz um movimento de alavanca com o braço e o carrinho onde estava deitado rola para fora da locomotiva. Ele retira um pano bem sujo que estava pendurado em seu bolso e tem uma tentativa inútil de limpar suas mãos.
- O que quer? – o mecânico continuou sentado em cima do “carrinho” enquanto olha firme para o senhor parado a sua frente e continua a esfregar o “farrapo” passando de uma mão a outra.
- Engine, meu rapaz... – Sr. Robson coloca sua bengala a frente do corpo servindo de apoio e sorri – Há quanto tempo está a fazer esse serviço? Cinco, dez anos?
- Oito anos e meio. – ele olha para o lado sabendo o que está por vir e para de esfregar as mãos, com um semblante claro de impaciência.
- Pretende continuar assim por quanto tempo? Engine, não vire o rosto assim, você sabe do que estou falando... Possui uma habilidade única, não tem porque se prender a esse lugar sem vida. Poderia estar lutando ao noss...
- Chega! – Engine joga o pano no chão fala em um tom alto e forte porém logo respira fundo e abaixa a cabeça tentando ficar calmo - Me perdoe sr. Robson, mas está perdendo tempo tentando me convencer a entrar nessa besteira... – ele se põe de pé e faz menção pra subir na cabine de maquinista - Já disse a minha posição sobre o assunto: Não me interessa essa luta besta entre vocês e Meister! As pessoas só morrem nesse conflito idiota, prefiro usar meus dons para algo útil!
- Para onde acha que elas vão, rapaz? Crê mesmo que vão para um lugar melhor que este? – ele estende os braços mostrando o ambiente ao redor – As terras que Meister não está no controle são dominadas por tiranos tão iguais ou piores! Ou melhor ainda, vão para terras de ninguém como o Cemitério!
- Mas estarão livres desse infeliz... – Engine fala em seu tom de voz baixo, calmo e mexendo no painel de controle da maquina – Você é egoísta. Só pensa em recuperar seu cargo idiota. Vestir novamente sua roupa de rico! – Rott lhe entrega um parafuso que ele prontamente põe no lugar - Quer saber? Você é igual a Meister, ou talvez seja até pior! Quer apenas recuperar um cargo e usa a resistência como um meio de conquistar isso. Sr. Robson, sua guerra é inútil e o pior, leva pessoas inocentes a morrerem com ela. E antes que me peça novamente: Eu não vou entrar nessa!
- Você já soube noticia de algum dos refugiados que partiu em um dos seus trens?
- Não... – coça a cabeça por baixo do boné surrado - sei que estão em um lugar melhor...
- Engine, se tivesse tanta certeza, porque ainda não foi?
- Porque não quero! – aumentando o seu tom de voz sem perceber - Preciso preparar as locomotivas para os outros deixem isso aqui. – ele aciona a buzina da locomotiva dando o sinal de que mais uma ficou pronta.
- E quando todas as locomotivas estiverem prontas? Vai partir na ultima?
Engine olhou para Sr. Robson, desceu da locomotiva e saiu andando em direção a cabana que morava.
- Tenha uma boa tarde, rapaz... – o velho murmurou enquanto o observa.
Estendeu o seu cajado a sua frente, em direção a fogueira acessa e murmurou alguma palavra inaudível.
A chama aparentemente foi “sugada” pelo cajado fazendo-o reluzir, enquanto ele mais uma vez sorriu e saiu caminhando.
Do lado de fora do castelo de Meister Schwarzes a maioria das janelas são aparentemente iguais, tirando as janelas dos cômodos principais, como a sala do trono e seu lindo vitral mostrando a coroação do imperador e a sala de jantar mostrando a vista do castelo para a antiga ilha sagrada das “Imortais” que estava ali apenas pela real beleza do vitral, mas que sempre era visto com ódio pelo tirano que governava o local. De resto, todas as outras eram iguais, porém uma chamava a atenção dos serviçais que trabalhavam no jardim. Era a janela do quarto de Safira. Todos olhavam com curiosidade quando esta começava a brilhar mais do que o normal. E com o entardecer, o brilho estava mais aparente e forte.
No quarto em si, não estava acontecendo tanta coisa assim, era apenas um treino. Projeção astral. Seu mestre lhe havia indicado praticar mais, pois seus “dons estavam muito imaturos” ainda. Ela odiava ter que ouvir essas palavras, mas ao tentar realizar o ultimo feitiço descobriu algo que detestava mais ainda: admitir que “ele estava certo”.
No canto do quarto, dentro de uma gaiola apertada estava um coelho negro, totalmente assustado, apavorado na verdade e tentava entender como tinha parado ali.
Safira estava sentada de joelhos em frente a uma bacia com ervas, o brilho que viam lá fora era exatamente quando ela soltava sua aura e esta ficava em cima da bacia. Sua energia era refletida com o reflexo da água que dava as diversas nuances.
Mister Black Nice Rabbit ficou divinamente encantado, ao ponto de esquecer que estava preso na gaiola e ficar apenas observando colocando o focinho por entre as grades.
O corpo da feiticeira continuava parado, duro, rígido enquanto sua projeção, presa a bacia se esticava pelo quarto.
“Ela começou a se divertir...” – pensou o coelho enquanto observava ela “dançar” no ar. Então a projeção de Safira pareceu lembrar de algo e olhou em direção ao coelho. De um modo gélido que por pouco o animal não congelou instantaneamente.
Como em um piscar de olhos a aura voltou ao corpo e ela cambaleou para trás, quase caiu.
- Nossa, preciso treinar melhor o retorno... – tentou se levantar e apoiando na cama se pos de pé - ... odeio me sentir fraca! – falava sozinha ao sentar-se no móvel e tentar respirar com calma de olhos fechados.
Ficou assim por alguns minutos até que voltou a olhar o coelho que novamente se encolhia na gaiola.
- E você, pequenino... – sorri de forma angelical - ... pensou que tinha esquecido? - tentando ter forças caminha até a cômoda com diversos vidros em cima e sorri – Malditos ritos mágicos, alguns nos levam a exaustão! – com uma mão segurando de forma firme o móvel e outra deslizando com os dedos por entre os potes, frascos, como se não estivesse vendo, mas na verdade sentindo o conteúdo de cada um – Como eu sou tola... – com uma voz cansada e fechando os olhos de leve quando toca um dos frascos e respirando fundo – você é apenas um coelho... um misero e maldito coelho... – começa a rir de forma incontrolável enquanto apoia a cabeça em cima da cômoda tentando se acalmar – A que ponto você chegou Safira? Além de falar sozinha... fala com os animais que usa em seus feitiços?
Então ela pega o frasco e bebe todo o seu conteúdo, Mister Nice apenas observa e tenta entender as coisas...
“Ela não é uma feiticeira amadora... tem todo o estilo de uma das Imortais, a cor da sua aura, a forma como fica desgastada depois... Mas todas elas morreram antes de eu nascer, inclusive a portadora do ovo que desapareceu... ”
Seus pensamentos são interrompidos quando ela se aproxima da gaiola ainda com o semblante fraco e brinca colocando a ponta do dedinho para dentro da gaiola.
- Você é uma gracinha, sabia? – ela ergue a gaiola e caminha pelo quarto e o apóia em cima de uma bancada grande que estava escondida atrás de uma grande cortina azul escuro, foi quando Mister Nice teve a real noção do quarto de Safira – Sabe... – ela novamente sem notar começou a falar com ele novamente – Eu não gosto de matar, sacrificar... enfim, não gosto de fazer mal a animal nenhum...
Nesse instante uma borboleta pousa na beira da bancada e ela sorri.
- Vocês são muito mais inocentes que nós. Não sabem de nada, não sentem nada...
- ela estica o dedo em direção a borboleta e essa pousa no seu dedo – São puros! Essa é a verdade! – sorri e deixa o inseto voar abrindo a janela. – Gosto de vocês assim, livres...
Mister Nice tenta prestar atenção e entender tudo o que se passa, mas apesar de todas as peças o coelho ainda não compreendeu outra coisa da feiticeira senão: “eu vou te matar”.
- Sabe pequenino, eu não sou livre... mal posso sair desse quarto, apenas com autorização! – abre a portinha da gaiola e enfia a mão agarrando o coelho pela nuca puxando para o seu colo – Tem idéia do que é olhar para fora e apenas ver um bando de pessoas pequenas e mais nada? – da janela ela aponta para a cidade ao longe e pessoas, mais parecendo formigas caminhando de um lado ao outro – Não tenho com quem conversar, não tenho amigos... não conheço nada além daquele muro!
Mister Nice mal presta atenção, ou ao menos tenta, mas fecha os olhos quando se sente no colo da feiticeira e recebendo o cafuné que ela mesma não percebe estar fazendo.
- Sabe o que pretendo fazer? – se afasta da janela e passando as mãos por baixo das patas dianteiras do coelho e o ergue a sua frente – Farei um feitiço para poder sair desapercebida por uns dias! – gargalha enquanto o coelho olha assustado novamente – Achei um livro de magia antigo estes dias na biblioteca! Eu tinha todos os ingredientes perfeitos, menos um: a pata de um coelho negro!
Mister Nice presta total atenção ao que ela fala e arregala os olhos demonstrando medo.
Na sala do trono, Meister Schwarzes está em conselho com alguns de seus homens de guerra. Ele é uma pessoa metódica apesar de toda a sua impulsividade e fúria. Gosta de planejar cada um dos seus passos de guerra. E se tinha algo que o tirava o sono era saber q pessoas fugiam do seu reino para “só Deus sabe aonde”. Para Meister... ELE era Deus e nada, nem ninguém poderia ficar no seu caminho.
Imagine quando descobriu que alguém enviava locomotivas lotadas de refugiados de meses em meses para fora de seus domínios? Menos pessoas, menos impostos a serem cobrados, menos dinheiro a receber e menos súditos para seus domínios.
Meister Schwarzes gostava de somar, não subtrair riquezas.
- E de onde saem todas estas locomotivas, general? – tamborilando os dedos de forma impaciente sobre o apoio de seu trono esperando uma resposta que nunca chegava
- Majestade, pelo que nossos informantes conseguiram descobrir, as locomotivas partem de nenhum outro lugar se não o Cemitério das Linhas.
- Cemitério das Linhas? Aquele inferno metálico e tóxico? – sorri de forma interessante apoiando o rosto com a mão sobre o trono – Creio que Sr. Robson esteja envolvido nessa “empreitada”, correto? Alias, conseguiram descobrir onde está o acampamento principal da resistência agora?
- Sim majestade, por uma incrível coincidência os homens de Sr. Robson estão acampados nas redondezas do Cemitério, mas ainda na floresta.
- Interessante, me deixem só cavalheiros. Preciso refletir um pouco.
Enquanto os homens de Meister saiam da sala do trono, este voltava a tamborilar os dedos no trono sorrindo.
- Cemitério das Linhas... Cemitério das Linhas...
Continuação do cap 2
Mister Black Nice Rabbit tremia a cada palavra de sua executora, tentava colocar algum pensamento em ordem, achar alguma saída. Contudo o pânico ainda era maior e não tinha ainda juntado todas as peças. Ele precisava de um plano, e precisava agora!
- Não tema, por favor... sei que pode parecer cruel mas preciso sair daqui! – por mais que o animal tentasse ver bondade nas palavras de Safira, mais frio suava - Juro que tentei apenas usar o pelo... infelizmente não deu certo...
Ela conjura um feitiço sobre uma estranha peça de metal que fica com uma luminosidade verde e o coloca sobre ela.
- Assim você não tem como fugir, pequenino... – e pela primeira vez deu as costas para ele que olhou para a janela aberta e pensou.
“Minha única chance!”
Tentou bater as patas traseiras e preparar um salto, mas...
Nada!
Tentou alterar sua forma, mas...
Nada!
Tentou paralisar o tempo e ver o que podia ser feito, mas...
Nada!
Tentou entrar na outra dimensão, mas...
Nada!
Foi quando se tocou que a placa estava enfeitiçada e devia ter tentado qualquer tipo de fuga antes e falou baixinho:
- Seu coelho idiota e burro! Unf!
Safira escutou alguma coisa e se virou – Tem alguém ai? – olhou para trás e apenas viu o pequeno coelho negro deitado sobre a placa metálica e abriu um sorriso – To passando tempo demais sozinha... passei a ouvir vozes!
Mister Nice ao ouvir essa frase teve na mente a única idéia de salvação possível no momento. Apenas precisava saber a hora exata de agir e ficou quietinho observando a feiticeira.
Ela voltou para perto dele segurando duas tigelas com líquidos coloridos. Mister Nice tinha idéia do que era cada um deles e sorriu de satisfação, ela realmente tinha conhecimento da magia das Imortais, seria ainda mais fácil. Tentou se por de pé e não se intimidou ao ver Safira segurando o punhal que possivelmente seria usado contra ele.
E finalmente, o momento exato, sem falar nada, ela puxou o coelho pela nuca tirando ele da placa metálica e este apenas sorriu mostrando os dentes soltando um:
- Oi gata! – ela deu um grito e por reflexo soltou Mister Nice das mãos largando-o.
Enquanto este caia foi se transformando, bateu as asas e voou em direção a janela aberta, era a sua chance, quando escuta um grito:
- Adahcef alenaj! - e Mister Nice bate de focinho na madeira que fechou a janela e cai sentado no chão do quarto.
- Ouch! – ele coça o focinho para aliviar a pancada e esfrega o traseiro - Maldição devia ter paralisado o tempo!
- Obrigada por avisar! – e a feiticeira conjura das suas mãos um cajado prateado com uma grande pedra na cor de uma safira na ponta, inclina-o para frente – Inürelië! – e todas as paredes, móveis, objetos dentro do cômodo estão com a cor azulada – Agora me diga o que acontece aqui?
- Você é boa, gracinha! – Mister Nice salta se pondo de pé e sorri – Belo feitiço de paralisação do tempo viu? Ainda amador, mas realmente bom! – dá uma leve piscada para ela que balança a cabeça contrariada.
- Ora seu... – Safira balança o cajado na direção dele prestes a conjurar mais um feitiço, porém para e pensa olha para o lado vê que o coelho definitivamente não é normal, muito menos natural. Tamanho, asas, roupas?! Respira fundo e calma diz, apoiando o cajado ao seu lado – afinal de contas o QUE é você?
Mister Nice abre um sorriso, era exatamente a brecha que desejava, retira o seu chapéu de mago fazendo pose de cavalheiro inclinando o corpo. Faz um sinal de que ela espere e retira um lindo buquê de lírios de dentro de chapéu.
- Mister Black Nice Rabbit ao seu dispor, mademoisselle! – com o buquê estendido para Safira sorri e dá uma leve piscadela de olho pra ela – É um prazer conhecer uma dama com tamanha beleza.
A feiticeira olha com indiferença para o “galanteio” de um coelho pega o buquê, dá um sorriso amarelo de agradecimento e completa – Certo, agora me de um motivo para não mata-lo imediatamente?
- Simples, minha linda feiticeira de olhos azuis, eu sei como você pode sair daqui... – sorri de forma enigmática - ... e sair constantemente!
Safira olha para ele um pouco mais interessada e sorri, pela primeira vez de forma sincera, fazendo menção com a cabeça para que lhe conte mais.
Continua...
- Não tema, por favor... sei que pode parecer cruel mas preciso sair daqui! – por mais que o animal tentasse ver bondade nas palavras de Safira, mais frio suava - Juro que tentei apenas usar o pelo... infelizmente não deu certo...
Ela conjura um feitiço sobre uma estranha peça de metal que fica com uma luminosidade verde e o coloca sobre ela.
- Assim você não tem como fugir, pequenino... – e pela primeira vez deu as costas para ele que olhou para a janela aberta e pensou.
“Minha única chance!”
Tentou bater as patas traseiras e preparar um salto, mas...
Nada!
Tentou alterar sua forma, mas...
Nada!
Tentou paralisar o tempo e ver o que podia ser feito, mas...
Nada!
Tentou entrar na outra dimensão, mas...
Nada!
Foi quando se tocou que a placa estava enfeitiçada e devia ter tentado qualquer tipo de fuga antes e falou baixinho:
- Seu coelho idiota e burro! Unf!
Safira escutou alguma coisa e se virou – Tem alguém ai? – olhou para trás e apenas viu o pequeno coelho negro deitado sobre a placa metálica e abriu um sorriso – To passando tempo demais sozinha... passei a ouvir vozes!
Mister Nice ao ouvir essa frase teve na mente a única idéia de salvação possível no momento. Apenas precisava saber a hora exata de agir e ficou quietinho observando a feiticeira.
Ela voltou para perto dele segurando duas tigelas com líquidos coloridos. Mister Nice tinha idéia do que era cada um deles e sorriu de satisfação, ela realmente tinha conhecimento da magia das Imortais, seria ainda mais fácil. Tentou se por de pé e não se intimidou ao ver Safira segurando o punhal que possivelmente seria usado contra ele.
E finalmente, o momento exato, sem falar nada, ela puxou o coelho pela nuca tirando ele da placa metálica e este apenas sorriu mostrando os dentes soltando um:
- Oi gata! – ela deu um grito e por reflexo soltou Mister Nice das mãos largando-o.
Enquanto este caia foi se transformando, bateu as asas e voou em direção a janela aberta, era a sua chance, quando escuta um grito:
- Adahcef alenaj! - e Mister Nice bate de focinho na madeira que fechou a janela e cai sentado no chão do quarto.
- Ouch! – ele coça o focinho para aliviar a pancada e esfrega o traseiro - Maldição devia ter paralisado o tempo!
- Obrigada por avisar! – e a feiticeira conjura das suas mãos um cajado prateado com uma grande pedra na cor de uma safira na ponta, inclina-o para frente – Inürelië! – e todas as paredes, móveis, objetos dentro do cômodo estão com a cor azulada – Agora me diga o que acontece aqui?
- Você é boa, gracinha! – Mister Nice salta se pondo de pé e sorri – Belo feitiço de paralisação do tempo viu? Ainda amador, mas realmente bom! – dá uma leve piscada para ela que balança a cabeça contrariada.
- Ora seu... – Safira balança o cajado na direção dele prestes a conjurar mais um feitiço, porém para e pensa olha para o lado vê que o coelho definitivamente não é normal, muito menos natural. Tamanho, asas, roupas?! Respira fundo e calma diz, apoiando o cajado ao seu lado – afinal de contas o QUE é você?
Mister Nice abre um sorriso, era exatamente a brecha que desejava, retira o seu chapéu de mago fazendo pose de cavalheiro inclinando o corpo. Faz um sinal de que ela espere e retira um lindo buquê de lírios de dentro de chapéu.
- Mister Black Nice Rabbit ao seu dispor, mademoisselle! – com o buquê estendido para Safira sorri e dá uma leve piscadela de olho pra ela – É um prazer conhecer uma dama com tamanha beleza.
A feiticeira olha com indiferença para o “galanteio” de um coelho pega o buquê, dá um sorriso amarelo de agradecimento e completa – Certo, agora me de um motivo para não mata-lo imediatamente?
- Simples, minha linda feiticeira de olhos azuis, eu sei como você pode sair daqui... – sorri de forma enigmática - ... e sair constantemente!
Safira olha para ele um pouco mais interessada e sorri, pela primeira vez de forma sincera, fazendo menção com a cabeça para que lhe conte mais.
Continua...
Interlúdio
The Priest of Nairë
Interlúdio
A movimentação no pátio do castelo é enorme, já passaram das 14 badaladas da noite em Nairë. A maioria das casas apenas mantinha a lamparina em frente a porta acesa, iluminando as escuras ruas e vielas da cidade-capital.
Diversos soldados armados com todo o tipo de arma feita pelo metal estavam a postos. Catapultas eram empurradas para frente do palácio por grandes animais que de longe lembravam elefantes geneticamente modificados, uma magia negra estranha que concedia aos animais uma agilidade maior do que a normal. Grandes lobos também se agrupavam junto a seus “lideres” prontos para partir em uma busca, que possivelmente seria feroz.
Em um pequeno buraco na parede,bem próximo ao chão, uma mão totalmente suja segura a grade do que ele chamava de janela. Graças a um abalo causado por um experimento de Safira, sua cela sem iluminação tinha sofrido danos estruturais e naquela semana poderia “ver” o movimento da rua. Seus pés tentavam esticar ao máximo para conseguir uma “altura” considerável.
Seus olhos meio amarelados pela saúde já frágil acompanham tentando compreender o que toda aquela movimentação iria levar. O frágil homem, que pensou não ter mais lagrima alguma para derramar desde que foi colocado preso naquela masmorra, chora.
Lembra dos dias de gloria do seu reino, quando os soldados eram apenas utilizados para diversão em torneios simulados ou para manter a ordem nas ruas. Mas nunca para causar a violência ou o mau de seus súditos.
Esses dias não existem mais!
Os seus antigos soldados foram substituídos por homens grandes, sem coração, ou por meras criaturas, meio homem, meio animais que não sabiam sequer a idéia da palavra justiça ou honra. Eram simples maquinas de morte.
O homem que já foi Rei daquele pais se recolhe novamente na cela. Ignora que tem a oportunidade de ver “pessoas de verdade” e senta no canto da cela iluminada pela lua. Olha novamente para suas mãos sujas, que antes era lotada de anéis, feitas, bonitas...
Mãos de um verdadeiro monarca. Com calos de batalha, lutas com espada.
Maxwell McMagnus chora, desesperadamente chora. Sabendo que até que a Deusa permita, ele será condenado a pagar em vida a traição que cometeu contra ela.
Passa a mão pelo pescoço e puxa para si um único adorno que ainda possui. Um cordão com o retrato de uma mulher linda, a Senhora das Imortais e sussurra baixinho o nome daquela que ele traiu por nada.
- Mirella... minha amiga, Mirella... perdoe esse tolo!
O velho rei chora, mesmo sabendo que ninguém vai escuta-lo... ele grita e chora!
Uma sombra tapa o luar que entra na cela, Maxwell nem se importa, pois, já tinha se acostumado com o escuro. Dezessete anos na prisão fizeram isso.
Mas do lado de fora do castelo, junto a grade está os pés de Meister, que é prontamente acompanhado por seus homens de confiança. O imperador gesticula, fala, grita com os seus soldados. Ordena que seus generais partam imediatamente e não tenham qualquer piedade do que encontrarem pela frente.
Um de seus pagens traz o seu cavalo para o centro do pátio. Meister sorri e caminha como um verdadeiro imperador em direção a sua montaria. Com uma habilidade incrível ele sobe sem nenhum esforço ou ajuda.
Sorri para o seu general, algo que lhe é incomum e levanta a espada.
Nesse momento o silencio cessa em Nairë...
O brado de todos os soldados e criaturas é imenso. Maxwell corre para tentar ver o que acontece mais diante de tanta correria, pulos e gritaria mal consegue ver, ou entender, qualquer coisa. Apenas sabe que está no meio de uma guerra!
Meister faz um leve movimento com os pés em seu cavalo e cavalga em direção ao portão do castelo, assim que este abaixa, ele para olha para trás em direção a janela do quarto de Safira e sorri.
Então é quando todo o exercito nota que Milady Safira acompanhara tudo da janela de seu quarto. A jovem sorri enquanto acaricia a cabeça de seu coelho negro e com um leve aceno para o monarca. Ele finalmente galopa para fora do castelo, sendo seguido por todo o seu exercito.
Safira volta para dentro do quarto com um ar de tristeza, pois sabe que algo de ruim está para ocorrer. Se joga na cama e se encolhe, sendo apenas consolada por Mister Nice que sem saber o que fazer apenas se enfia por entre seus braços...
Na cela, Maxwell McMagnus resolve que não há mais nada que ele possa fazer.
Interlúdio
A movimentação no pátio do castelo é enorme, já passaram das 14 badaladas da noite em Nairë. A maioria das casas apenas mantinha a lamparina em frente a porta acesa, iluminando as escuras ruas e vielas da cidade-capital.
Diversos soldados armados com todo o tipo de arma feita pelo metal estavam a postos. Catapultas eram empurradas para frente do palácio por grandes animais que de longe lembravam elefantes geneticamente modificados, uma magia negra estranha que concedia aos animais uma agilidade maior do que a normal. Grandes lobos também se agrupavam junto a seus “lideres” prontos para partir em uma busca, que possivelmente seria feroz.
Em um pequeno buraco na parede,bem próximo ao chão, uma mão totalmente suja segura a grade do que ele chamava de janela. Graças a um abalo causado por um experimento de Safira, sua cela sem iluminação tinha sofrido danos estruturais e naquela semana poderia “ver” o movimento da rua. Seus pés tentavam esticar ao máximo para conseguir uma “altura” considerável.
Seus olhos meio amarelados pela saúde já frágil acompanham tentando compreender o que toda aquela movimentação iria levar. O frágil homem, que pensou não ter mais lagrima alguma para derramar desde que foi colocado preso naquela masmorra, chora.
Lembra dos dias de gloria do seu reino, quando os soldados eram apenas utilizados para diversão em torneios simulados ou para manter a ordem nas ruas. Mas nunca para causar a violência ou o mau de seus súditos.
Esses dias não existem mais!
Os seus antigos soldados foram substituídos por homens grandes, sem coração, ou por meras criaturas, meio homem, meio animais que não sabiam sequer a idéia da palavra justiça ou honra. Eram simples maquinas de morte.
O homem que já foi Rei daquele pais se recolhe novamente na cela. Ignora que tem a oportunidade de ver “pessoas de verdade” e senta no canto da cela iluminada pela lua. Olha novamente para suas mãos sujas, que antes era lotada de anéis, feitas, bonitas...
Mãos de um verdadeiro monarca. Com calos de batalha, lutas com espada.
Maxwell McMagnus chora, desesperadamente chora. Sabendo que até que a Deusa permita, ele será condenado a pagar em vida a traição que cometeu contra ela.
Passa a mão pelo pescoço e puxa para si um único adorno que ainda possui. Um cordão com o retrato de uma mulher linda, a Senhora das Imortais e sussurra baixinho o nome daquela que ele traiu por nada.
- Mirella... minha amiga, Mirella... perdoe esse tolo!
O velho rei chora, mesmo sabendo que ninguém vai escuta-lo... ele grita e chora!
Uma sombra tapa o luar que entra na cela, Maxwell nem se importa, pois, já tinha se acostumado com o escuro. Dezessete anos na prisão fizeram isso.
Mas do lado de fora do castelo, junto a grade está os pés de Meister, que é prontamente acompanhado por seus homens de confiança. O imperador gesticula, fala, grita com os seus soldados. Ordena que seus generais partam imediatamente e não tenham qualquer piedade do que encontrarem pela frente.
Um de seus pagens traz o seu cavalo para o centro do pátio. Meister sorri e caminha como um verdadeiro imperador em direção a sua montaria. Com uma habilidade incrível ele sobe sem nenhum esforço ou ajuda.
Sorri para o seu general, algo que lhe é incomum e levanta a espada.
Nesse momento o silencio cessa em Nairë...
O brado de todos os soldados e criaturas é imenso. Maxwell corre para tentar ver o que acontece mais diante de tanta correria, pulos e gritaria mal consegue ver, ou entender, qualquer coisa. Apenas sabe que está no meio de uma guerra!
Meister faz um leve movimento com os pés em seu cavalo e cavalga em direção ao portão do castelo, assim que este abaixa, ele para olha para trás em direção a janela do quarto de Safira e sorri.
Então é quando todo o exercito nota que Milady Safira acompanhara tudo da janela de seu quarto. A jovem sorri enquanto acaricia a cabeça de seu coelho negro e com um leve aceno para o monarca. Ele finalmente galopa para fora do castelo, sendo seguido por todo o seu exercito.
Safira volta para dentro do quarto com um ar de tristeza, pois sabe que algo de ruim está para ocorrer. Se joga na cama e se encolhe, sendo apenas consolada por Mister Nice que sem saber o que fazer apenas se enfia por entre seus braços...
Na cela, Maxwell McMagnus resolve que não há mais nada que ele possa fazer.
Capitulo 3
Anteriormente: Meister Schwarzes descobriu que vários de seus súditos partiam de suas terras da única forma que ele não monitorava: através das locomotivas que partiam de um lugar desértico e sem vida conhecido como Cemitério das Linhas. O ditador parte com um grande exército em direção a região, ele quer dar um fim no grupo de resistência liderado pelo enigmático Sr. Robison. Enquanto isso Safira continua sendo a Rainha cativa em seu próprio castelo, assim como o seu antigo monarca Maxwell McMagnus que permanece nas masmorras do palácio, sendo esquecido ao longo dos anos.
The Priest of Nairë
Capitulo 3:
Os sonhos, mas especificamente os pesadelos de Nália nunca foram calmos. A meia-fada nunca gostou do repouso em seu leito. Afinal, sempre foi motivo de fortes emoções. Visões diversas do que já viu no passado, no presente e possivelmente seria o futuro em toda a Nairë parecem perturbar sua tranqüilidade.
Essa noite não foi diferente...
Seus cabelos cor de ouro estavam bagunçados em meio ao feno da sua cama, misturados ao seu rosto delicado e seus dedos que não paravam de mover de um lado para o outro. Os fios dourados estavam sobre seus lábios que abriam devagar balbuciando palavras em sua língua nativa, misturada a língua humana.
Nália estava totalmente confusa, seu corpo começava a encolher sobre o feno. Lagrimas começavam a se misturar ao feno que cobria seu rosto. A pequena mulher não conseguia pela primeira vez se livrar do seu pesadelo...
Ela podia ouvir gritos e choros por toda a floresta norte, suas asas batiam o mais rápido possível, um rastro na cor do arco-íris ficava para trás enquanto ela avançava em direção aquilo que a incomodava tanto.
Finalmente o centro de tudo: O Cemitério das Linhas...
A fumaça vinda do fogo que consumia o pouco que poderia ser “vivo” naquele ambiente cortava o seu pulmão. Nunca gostou daquele local, nem do ambiente. Porem as únicas pessoas que amavam além da sua floresta querida estavam ali, ela precisava ajuda-los.
Os soldados de Meister não tinham a mínima piedade sobre os seres daquele local. Místicos ou humanos normais eram massacrados, pelas criaturas de seu Imperador.
Sangue, grito, choro, dor...
Som de espadas batendo, explosões, fogo...
Como pode haver tanta crueldade?
Ela só poderia voar em direção ao seu coração, e sobe... Cortando um pouco da fumaça tóxica que recobre o local. Tenta avistar do alto as duas pessoas que lhe importavam no momento. Não as encontra.
“Aonde eles estão!?” é quando toma um susto. Uma flecha corta o ar ao seu lado no mesmo momento que vê um querido conhecido e mergulha em direção aumentando seu tamanho no processo.
- Rott!!! – No instante que o pequeno mascote seria esmagado por uma das grandes criaturas de Meister, ela o toma em seus braços e continua voando – Te peguei, pequenino! Aonde está Engine? – a fada aperta o rato-canguru contra o peito enquanto continua voando – Ele nunca se afasta de você!
É quando de um estrondo, várias peças de metal voam longe. O impacto joga Nália e Rott no chão. Ela puxa o mascote para perto e não acredita no que vê. Sr. Robison lutava diretamente contra Meister em campo aberto.
- Pa-papa... – ela mal consegue falar quando é agarrada pela cintura e alguém a carrega – Ei! Me solte seu... Engine! – o rosto da mulher ilumina ao ver que o rapaz, surgindo de sabe lá aonde estava salvando-a.
- O que está fazendo aqui, Nália. Seu lugar é na floresta! – o rapaz tentava se afastar do campo de batalha carregando os dois mas seu semblante estava mais seco que o normal.
- Engine, precisamos ajudar meu papa! – ela paralisa o rapaz com uma magica simples prendendo seus pés no chão – Ele vai morrer se continuar enfrentando Meister!
- Ele trouxe essa maldita guerra para cá, Nália! Para a minha casa!
- Engine... – ela troca um olhar com o rapaz que aparentemente possui o coração mais frio de todos e novamente volta a correr em direção ao centro da batalha.
Porém eles tem uma surpresa ao chegar.
Meister está no chão, com o cajado de Sr. Robison apertando contra o seu pescoço, e sendo energizado.
Os dois maiores magos de Nairë estavam em um momento decisivo e finalmente alguem derrubara o Imperador de Nairë.
Todos param e observam a cena. Meister não muda seu semblante, apenas revela um sorriso enquanto o cajado de Robison ganhava a intensidade de um Sol.
- Você vai pagar pelo que fez a Mirella e as Imortais, seu maldito!
- Não antes de você, Robison!
É nesse instante que Sr. Robison é perfurado por um raio de cor azul intenso. Meister apenas sorri ao ver que o seu oponente finalmente foi abatido, e seu pedido oculto atendido. O corpo do líder da resistência vai tombando levemente em direção ao chão. Nália grita e tenta correr na direção, porém Engine agarra seu braço impedindo que continue a correr.
O monarca ainda no chão se apoia e olha para trás. Para o mesmo local aonde todo o exercito e Engine olhavam.
Nália é a ultima a dirigir o olhar para a fonte de tamanha luz azulada.
Era lindo, porém tinha um olhar totalmente frio e gelado. Nada nunca a incomodara tanto.
Em um sobressalto a mulher acorda, em meio a um grito intenso, coberta de feno e com as madeixas emboladas sobre o rosto, sua respiração era ofegante. No entanto, ficou calma ao ver o rosto querido a sua frente.
- Papa! – ela abraça com força aquele a quem chamava de “pai” a tanto tempo. Sr.Robison afagava os cabelos da fada com carinho e mantinha o abraço forte.
- Shhhhhh... calma minha pequena... – ele retirou o cabelo dela da testa e deu-lhe um beijo – Mais um pesadelo? Não fique com medo, ok? Estou aqui com você. Nada mais vai te atingir.
Mas enquanto ela se acalmava com o abraço que lhe dava segurança, ela tinha certeza de que as coisas não seriam assim.
O dia amanhecia na Cidade-capital de Nairë, enquanto o coelho negro, chamado por Mister Black Nice Rabbit, observava a aurora surgir no horizonte. Desde os acontecimentos daquela noite ele não se atrevia a olhar para o norte, afinal: que destino estava reservado ao Cemitério das Linhas?
Era algo que o otimista Mister Nice não queria nem cogitar. Esfregava suas patinhas em torno do seu pescoço sentindo a pequena jóia que agora fazia parte de suas vestes. E começou a recordar de como finalmente ganhou aquele “apretecho”.
...
“A feiticeira olha com indiferença para o “galanteio” de um coelho pega o buquê, dá um sorriso amarelo de agradecimento e completa – Certo, agora me de um motivo para não mata-lo imediatamente?
- Simples, minha linda feiticeira de olhos azuis, eu sei como você pode sair daqui... – sorri de forma enigmática - ... e sair constantemente!
Safira olha para ele um pouco mais interessada e sorri, pela primeira vez de forma sincera, fazendo menção com a cabeça.
- Continue... – o cajado de Safira passava de uma mão a outra mas sempre continuava apontando e tendo como único alvo o coelho negro.
- Primeiro, se a dama permitir... – ele coloca a ponta da pata na jóia que está na ponta do cajado e “desvia” do alvo – Essa jóia é linda, não mais bela que a dama, claro! – sorri para a feiticeira – Mas me deixa um tanto “nervoso” se assim pode compreender...
- Esse é o problema? – Safira pela primeira vez sorri de forma sincera e descontraída naquela conversa e abre a palma da mão direita de onde emana uma luz e joga um raio diretamente no pescoço do coelho, criando instantaneamente uma "coleira” em volta de seu pescoço, em um outro movimento não menos rápido com a esquerda o cajado simplesmente desaparece.
Ela senta na cama e cruza as pernas – Prossiga...
Black Nice passa a mão pelo pescoço e tenta correr, e consegue, qualquer uma das suas mágicas é permitida. Menos uma: sair do castelo.
- Er, a gata pode me explicar o que acontece?
- Simples – ela ergue um pouco a saia e mostra uma “cinta-liga” cravejada de jóias presa a sua perna, Mister Nice, obviamente perde o fôlego perante a cena, porém a feiticeira, que não via tanta “maldade” no ato, continua a falar – Eu posso praticamente tudo, porém ISSO me prende a esse castelo. Tentei desfazer o feitiço e “tirar” esse bendito acessório, porem... antes de descobrir um “contra-feitiço” você precisa aprender o verdadeiro! Portanto, apliquei o mesmo a você!
Mister Nice ainda tentando recuperar o fôlego, enquanto a saia volta ao lugar, suspira e pensa.
“Ela fala essas coisas com tanta naturalidade...” o coraçãozinho bate agitado, mas finalmente se recompõe.
- Esperta, inteligente, linda e bem perigosa. Sempre precavida! – ele puxa uma cadeira bem confortável e senta a frente da feiticeira – Me admira ver que ainda não está casada! Mas creio que isso deva ser por causa do temperamento explosivo, correto?
Ele pega alguns livros ao seu lado e ajusta os óculos enquanto os folheia. Mas enquanto observa a página da esquerda ele sente algo queimar de leve. Seu focinho mexe de um lado ao outro, tentando descobrir de onde vem o desagradável cheiro. Os olhos esbugalham quando nota q é rabo felpudo que acaba de entrar em chamas.
- Ouch! – ele voa correndo para a bacia que a feiticeira preparou para seu sacrifício e mergulha o traseiro nela – Isso doi, sabia?
- Você está é me enrolando. Ainda não me convenceu de que não devo mata-lo.
- Motivo simples, gata! O que te prende é essa cinta-liga, certo? Uma peça feminina para uma mulher. O que acontece se por um dia eu te transformar... – ele faz uma cara de nojo ao tentar imagina-la de outra forma- er... em um homem?
- Como é? – Safira se levanta irritada – Só pode estar brincando comigo! Os homens são criaturas asquerosas e maléficas. E o que iria me garantir que não me faria um mal?
- Vamos por partes: os homens são realmente asquerosos, mas nem todos maléficos! Eu sou um bom exemplo.
- Mas você é um coelho, não um homem? – Safira revira os olhos e ajeita o cabelo.
- Ainda há muito o que aprender sobre mim, Milady. Continuando... seria apenas algo temporário. Até você conseguir quebrar o feitiço original...- Mister Nice ainda com os olhos fechados se sacode todo para tirar a água do corpo espalhando água para todo o lado – Podia ter água quente aqui! – pega uma pequena toalha e enxuga o rosto - Minha cara feiticeira, eu mais do que ninguém agora tenho um motivo para não te fazer mal algum. – ele abre os olhos e novamente alça vôo parando a frente dela e mostrando os dentes em um grande sorriso – Estou preso a você, esqueceu? – e aponta para sua nova “coleira” - Apenas quem aplicou o feitiço pode desfaze-lo correto? Afora..
Ele pousa a seus pés e volta a forma normal de coelho, enquanto a olha de forma doce e meiga, com os olhinhos brilhando e as patinhas juntinhas.
- ... que você não teria coragem de matar um coelhinho tão fofo como eu, teria?
Safira não resiste e pega o pequeno coelho no colo e começa a fazer cosquinhas.. e os dois disparam a rir.”
Mister Black Nice Rabbit olha para o interior do quarto, observa sua nova “dona” dormindo, deitada na cama encolhida. A coitada tinha chorado a noite toda.
Ele se teleporta para dentro do próprio castelo, e começa a colher flores no jardim para tentar alegra-la. Não tinha nem meio dia que estava em companhia da feiticeira mas de um estranho modo sentia uma necessidade em agrada-la.
“Ela não é muito feliz aqui, nem é de todo má... E ainda tenho certeza que tem o sangue sagrado nas veias, mas como?”
Do alto de uma das colinas ao redor do Cemitério das Linhas, Engine observa a locomotiva que preparou partir com mais um grupo de refugiados.
- Olhe só Rott, mais pessoas que estão sendo libertas! – ele olha para o rato-canguru ao seu lado e esboça um sorriso – Acho que até o fim do mês consigo preparar mais uma. Quer tentar?
- IRCHI! – o mascote puxava desesperadamente a bainha da calça de Engine enquanto esse olhava já para o seu lar
- Que foi Rott, para que tanto deses... – o sangue de Engine congela nas veias quando ele avista o exercito de Meister se aproximando por duas frentes em direção ao Cemitério – Não pode ser...
Ele pensa por um momento em ir ao acampamento da resistência, porém uma explosão mais a frente na direção da linha férrea chama sua atenção.
- Não! – a locomotiva que levava os refugiados explode matando todos – Não, não, nãoooooooo!!!
Agora não tinha como pensar mais, Engine corre o mais rápido que pode em direção ao Cemitério, ele precisava arrumar um meio de proteger sua casa.
- Maldito Robison!
Continua...
The Priest of Nairë
Capitulo 3:
Os sonhos, mas especificamente os pesadelos de Nália nunca foram calmos. A meia-fada nunca gostou do repouso em seu leito. Afinal, sempre foi motivo de fortes emoções. Visões diversas do que já viu no passado, no presente e possivelmente seria o futuro em toda a Nairë parecem perturbar sua tranqüilidade.
Essa noite não foi diferente...
Seus cabelos cor de ouro estavam bagunçados em meio ao feno da sua cama, misturados ao seu rosto delicado e seus dedos que não paravam de mover de um lado para o outro. Os fios dourados estavam sobre seus lábios que abriam devagar balbuciando palavras em sua língua nativa, misturada a língua humana.
Nália estava totalmente confusa, seu corpo começava a encolher sobre o feno. Lagrimas começavam a se misturar ao feno que cobria seu rosto. A pequena mulher não conseguia pela primeira vez se livrar do seu pesadelo...
Ela podia ouvir gritos e choros por toda a floresta norte, suas asas batiam o mais rápido possível, um rastro na cor do arco-íris ficava para trás enquanto ela avançava em direção aquilo que a incomodava tanto.
Finalmente o centro de tudo: O Cemitério das Linhas...
A fumaça vinda do fogo que consumia o pouco que poderia ser “vivo” naquele ambiente cortava o seu pulmão. Nunca gostou daquele local, nem do ambiente. Porem as únicas pessoas que amavam além da sua floresta querida estavam ali, ela precisava ajuda-los.
Os soldados de Meister não tinham a mínima piedade sobre os seres daquele local. Místicos ou humanos normais eram massacrados, pelas criaturas de seu Imperador.
Sangue, grito, choro, dor...
Som de espadas batendo, explosões, fogo...
Como pode haver tanta crueldade?
Ela só poderia voar em direção ao seu coração, e sobe... Cortando um pouco da fumaça tóxica que recobre o local. Tenta avistar do alto as duas pessoas que lhe importavam no momento. Não as encontra.
“Aonde eles estão!?” é quando toma um susto. Uma flecha corta o ar ao seu lado no mesmo momento que vê um querido conhecido e mergulha em direção aumentando seu tamanho no processo.
- Rott!!! – No instante que o pequeno mascote seria esmagado por uma das grandes criaturas de Meister, ela o toma em seus braços e continua voando – Te peguei, pequenino! Aonde está Engine? – a fada aperta o rato-canguru contra o peito enquanto continua voando – Ele nunca se afasta de você!
É quando de um estrondo, várias peças de metal voam longe. O impacto joga Nália e Rott no chão. Ela puxa o mascote para perto e não acredita no que vê. Sr. Robison lutava diretamente contra Meister em campo aberto.
- Pa-papa... – ela mal consegue falar quando é agarrada pela cintura e alguém a carrega – Ei! Me solte seu... Engine! – o rosto da mulher ilumina ao ver que o rapaz, surgindo de sabe lá aonde estava salvando-a.
- O que está fazendo aqui, Nália. Seu lugar é na floresta! – o rapaz tentava se afastar do campo de batalha carregando os dois mas seu semblante estava mais seco que o normal.
- Engine, precisamos ajudar meu papa! – ela paralisa o rapaz com uma magica simples prendendo seus pés no chão – Ele vai morrer se continuar enfrentando Meister!
- Ele trouxe essa maldita guerra para cá, Nália! Para a minha casa!
- Engine... – ela troca um olhar com o rapaz que aparentemente possui o coração mais frio de todos e novamente volta a correr em direção ao centro da batalha.
Porém eles tem uma surpresa ao chegar.
Meister está no chão, com o cajado de Sr. Robison apertando contra o seu pescoço, e sendo energizado.
Os dois maiores magos de Nairë estavam em um momento decisivo e finalmente alguem derrubara o Imperador de Nairë.
Todos param e observam a cena. Meister não muda seu semblante, apenas revela um sorriso enquanto o cajado de Robison ganhava a intensidade de um Sol.
- Você vai pagar pelo que fez a Mirella e as Imortais, seu maldito!
- Não antes de você, Robison!
É nesse instante que Sr. Robison é perfurado por um raio de cor azul intenso. Meister apenas sorri ao ver que o seu oponente finalmente foi abatido, e seu pedido oculto atendido. O corpo do líder da resistência vai tombando levemente em direção ao chão. Nália grita e tenta correr na direção, porém Engine agarra seu braço impedindo que continue a correr.
O monarca ainda no chão se apoia e olha para trás. Para o mesmo local aonde todo o exercito e Engine olhavam.
Nália é a ultima a dirigir o olhar para a fonte de tamanha luz azulada.
Era lindo, porém tinha um olhar totalmente frio e gelado. Nada nunca a incomodara tanto.
Em um sobressalto a mulher acorda, em meio a um grito intenso, coberta de feno e com as madeixas emboladas sobre o rosto, sua respiração era ofegante. No entanto, ficou calma ao ver o rosto querido a sua frente.
- Papa! – ela abraça com força aquele a quem chamava de “pai” a tanto tempo. Sr.Robison afagava os cabelos da fada com carinho e mantinha o abraço forte.
- Shhhhhh... calma minha pequena... – ele retirou o cabelo dela da testa e deu-lhe um beijo – Mais um pesadelo? Não fique com medo, ok? Estou aqui com você. Nada mais vai te atingir.
Mas enquanto ela se acalmava com o abraço que lhe dava segurança, ela tinha certeza de que as coisas não seriam assim.
O dia amanhecia na Cidade-capital de Nairë, enquanto o coelho negro, chamado por Mister Black Nice Rabbit, observava a aurora surgir no horizonte. Desde os acontecimentos daquela noite ele não se atrevia a olhar para o norte, afinal: que destino estava reservado ao Cemitério das Linhas?
Era algo que o otimista Mister Nice não queria nem cogitar. Esfregava suas patinhas em torno do seu pescoço sentindo a pequena jóia que agora fazia parte de suas vestes. E começou a recordar de como finalmente ganhou aquele “apretecho”.
...
“A feiticeira olha com indiferença para o “galanteio” de um coelho pega o buquê, dá um sorriso amarelo de agradecimento e completa – Certo, agora me de um motivo para não mata-lo imediatamente?
- Simples, minha linda feiticeira de olhos azuis, eu sei como você pode sair daqui... – sorri de forma enigmática - ... e sair constantemente!
Safira olha para ele um pouco mais interessada e sorri, pela primeira vez de forma sincera, fazendo menção com a cabeça.
- Continue... – o cajado de Safira passava de uma mão a outra mas sempre continuava apontando e tendo como único alvo o coelho negro.
- Primeiro, se a dama permitir... – ele coloca a ponta da pata na jóia que está na ponta do cajado e “desvia” do alvo – Essa jóia é linda, não mais bela que a dama, claro! – sorri para a feiticeira – Mas me deixa um tanto “nervoso” se assim pode compreender...
- Esse é o problema? – Safira pela primeira vez sorri de forma sincera e descontraída naquela conversa e abre a palma da mão direita de onde emana uma luz e joga um raio diretamente no pescoço do coelho, criando instantaneamente uma "coleira” em volta de seu pescoço, em um outro movimento não menos rápido com a esquerda o cajado simplesmente desaparece.
Ela senta na cama e cruza as pernas – Prossiga...
Black Nice passa a mão pelo pescoço e tenta correr, e consegue, qualquer uma das suas mágicas é permitida. Menos uma: sair do castelo.
- Er, a gata pode me explicar o que acontece?
- Simples – ela ergue um pouco a saia e mostra uma “cinta-liga” cravejada de jóias presa a sua perna, Mister Nice, obviamente perde o fôlego perante a cena, porém a feiticeira, que não via tanta “maldade” no ato, continua a falar – Eu posso praticamente tudo, porém ISSO me prende a esse castelo. Tentei desfazer o feitiço e “tirar” esse bendito acessório, porem... antes de descobrir um “contra-feitiço” você precisa aprender o verdadeiro! Portanto, apliquei o mesmo a você!
Mister Nice ainda tentando recuperar o fôlego, enquanto a saia volta ao lugar, suspira e pensa.
“Ela fala essas coisas com tanta naturalidade...” o coraçãozinho bate agitado, mas finalmente se recompõe.
- Esperta, inteligente, linda e bem perigosa. Sempre precavida! – ele puxa uma cadeira bem confortável e senta a frente da feiticeira – Me admira ver que ainda não está casada! Mas creio que isso deva ser por causa do temperamento explosivo, correto?
Ele pega alguns livros ao seu lado e ajusta os óculos enquanto os folheia. Mas enquanto observa a página da esquerda ele sente algo queimar de leve. Seu focinho mexe de um lado ao outro, tentando descobrir de onde vem o desagradável cheiro. Os olhos esbugalham quando nota q é rabo felpudo que acaba de entrar em chamas.
- Ouch! – ele voa correndo para a bacia que a feiticeira preparou para seu sacrifício e mergulha o traseiro nela – Isso doi, sabia?
- Você está é me enrolando. Ainda não me convenceu de que não devo mata-lo.
- Motivo simples, gata! O que te prende é essa cinta-liga, certo? Uma peça feminina para uma mulher. O que acontece se por um dia eu te transformar... – ele faz uma cara de nojo ao tentar imagina-la de outra forma- er... em um homem?
- Como é? – Safira se levanta irritada – Só pode estar brincando comigo! Os homens são criaturas asquerosas e maléficas. E o que iria me garantir que não me faria um mal?
- Vamos por partes: os homens são realmente asquerosos, mas nem todos maléficos! Eu sou um bom exemplo.
- Mas você é um coelho, não um homem? – Safira revira os olhos e ajeita o cabelo.
- Ainda há muito o que aprender sobre mim, Milady. Continuando... seria apenas algo temporário. Até você conseguir quebrar o feitiço original...- Mister Nice ainda com os olhos fechados se sacode todo para tirar a água do corpo espalhando água para todo o lado – Podia ter água quente aqui! – pega uma pequena toalha e enxuga o rosto - Minha cara feiticeira, eu mais do que ninguém agora tenho um motivo para não te fazer mal algum. – ele abre os olhos e novamente alça vôo parando a frente dela e mostrando os dentes em um grande sorriso – Estou preso a você, esqueceu? – e aponta para sua nova “coleira” - Apenas quem aplicou o feitiço pode desfaze-lo correto? Afora..
Ele pousa a seus pés e volta a forma normal de coelho, enquanto a olha de forma doce e meiga, com os olhinhos brilhando e as patinhas juntinhas.
- ... que você não teria coragem de matar um coelhinho tão fofo como eu, teria?
Safira não resiste e pega o pequeno coelho no colo e começa a fazer cosquinhas.. e os dois disparam a rir.”
Mister Black Nice Rabbit olha para o interior do quarto, observa sua nova “dona” dormindo, deitada na cama encolhida. A coitada tinha chorado a noite toda.
Ele se teleporta para dentro do próprio castelo, e começa a colher flores no jardim para tentar alegra-la. Não tinha nem meio dia que estava em companhia da feiticeira mas de um estranho modo sentia uma necessidade em agrada-la.
“Ela não é muito feliz aqui, nem é de todo má... E ainda tenho certeza que tem o sangue sagrado nas veias, mas como?”
Do alto de uma das colinas ao redor do Cemitério das Linhas, Engine observa a locomotiva que preparou partir com mais um grupo de refugiados.
- Olhe só Rott, mais pessoas que estão sendo libertas! – ele olha para o rato-canguru ao seu lado e esboça um sorriso – Acho que até o fim do mês consigo preparar mais uma. Quer tentar?
- IRCHI! – o mascote puxava desesperadamente a bainha da calça de Engine enquanto esse olhava já para o seu lar
- Que foi Rott, para que tanto deses... – o sangue de Engine congela nas veias quando ele avista o exercito de Meister se aproximando por duas frentes em direção ao Cemitério – Não pode ser...
Ele pensa por um momento em ir ao acampamento da resistência, porém uma explosão mais a frente na direção da linha férrea chama sua atenção.
- Não! – a locomotiva que levava os refugiados explode matando todos – Não, não, nãoooooooo!!!
Agora não tinha como pensar mais, Engine corre o mais rápido que pode em direção ao Cemitério, ele precisava arrumar um meio de proteger sua casa.
- Maldito Robison!
Continua...
Capitulo 4
Anteriormente: A meia-fada Nália tem um sonho forte o suficiente para não deixar seu coração quieto. Por mais que seu pai peça. Finalmente é revelado o acordo firmado entre a Safira e Mister Black Nice Rabbit, o coelho negro começa a questionar coisas que possivelmente não vai ter a resposta tão cedo. Enquanto do alto de uma colina, Engine começa a viver o pesadelo de Nália... sem saber o seu final.
The Priest of Nairë
Capitulo 4:
Nos grandes corredores do Castelo de Meister, era possível enxergar a grande maioria dos nobres, soldados e serviçais adormecidos encostados em algum móvel, parede ou simplesmente dormindo como gatinhos no chão.
Qualquer um acharia isso um tanto “imprudente” ou perigoso.
O grande corredor do quarto andar, aonde está o aposento de Safira, dois soldados dormem abraçados em um sono profundo. Um ronca alto enquanto o outro apenas completa a “sonorização” com um leve suspiro no intervalo do “barulho”. Tudo está praticamente em um silencio absoluto sendo cortado apenas por uma leve e segura risada e o barulho de um par de sapatos de salto alto correndo pelo corredor.
A jovem feiticeira corria segurando um sorriso no rosto e pela primeira vez estava sem preocupação alguma ao andar pelo castelo. Ela desce a escada de acesso ao terceiro andar, quase tropeça, segura firme no corrimão e sorri.
“Aonde já se viu a futura Rainha tropeçando?” - pensou consigo mesmo quase sem folego. Ao chegar no corredor principal do pavimento olhar para os dois lados, um deles muito escuro e o outro claro, bem iluminado e ventilado.
“Pense Safira, o tempo está correndo!” – olha para um lado, olha o outro e pensa “Esquerda!”
Ela corre novamente em direção a área escura, mesmo com o tórax doendo pela corrida, não para, o cabelo amarrado acima começa a desmanchar e deixar os cachos caírem pelo rosto, ombros. Já não aparentava uma princesa e sim uma verdadeira criança. Finalmente ela vira e entra em um cômodo escuro, assim como toda a ala oeste do castelo. A porta, por incrível que pareça não fez barulho algum. Ela analisa rapidamente o ambiente e se esconde embaixo de uma mesa, ficando oculta pela toalha púrpura.
Sua mão abre e um pequeno relógio mágico marcava apenas mais dois segundos para que o seu tempo esgotasse!
Dentro do quarto, Mister Black Nice Rabbit levanta os olhos das patinhas encostadas na parede e caminha para fora do quarto. Sorri ao ver os dois guardas dormindo abraçados e começa a saltitar a procura da sua companheira!
-Gatinha, estou a caminhoooo...
Os granes animais de Meister chegavam ao território desértico do Cemitério destruindo tudo por onde passavam. Logo na entrada, ainda na floresta diversas árvores tombavam ao chão sendo tiradas pelas enormes trombas, “liberando” a passagem para o pequeno exercito.
A frente, sentado em seu imponente cavalo Meister Schwarzes lidera e indica o caminho a seguir. O próprio não move apenas um dedo, afinal, todo o metal da região poderia simplesmente “explodir” apenas com um estalo. Mas não era esse seu propósito. Algo tinha que acontecer, deveria ocorrer uma batalha e sangrenta.
Os generais apenas seguindo seu olhar ordenavam a suas tropas para saquearem, queimarem, simplesmente destruirem tudo que estivesse a frente deles. E assim, seguindo fielmente o seu imperador, faziam...
Crianças sem a mínima idéia do que ocorria eram retiradas do colo das suas mães e mortas a sangue frio, mulheres tinham suas roupas rasgadas e violentadas tanto fisica como psicologicamente na frente de seus companheiros que eram obrigados a assistirem o horror tendo seus corpos seguros por outros soldados e assim seguia o terror pelo Inferno.
E Schwarzes apenas caminha entre o horror de casas queimadas, o enxofre misturado ao odor tóxico do Cemitério. Caminha na mais perfeita calma até que algo lhe chama a atenção. Uma mulher de cabelo esverdeado e olhos amarelados gemendo de dor encostada em uma cabana cujo o telhado ardia em chamas. Não foi sua aparência única que lhe chamou a atenção. Ele mal sabia o que tinha ali mas aqueleolhar não era um qualquer. Então o imperador desce de seu cavalo em meio ao campo de batalha, seu pagem olha para um soldado ao lado que apenas faz gesto para que o siga e assim o faz.
No caminho até a mulher Meister faz leves movimentos afastando os rebeldes que tentavam de uma maneira inútil ataca-lo, jogando os longe. Quando finalmente ele chega ao corpo já fraco da mulher e se abaixa erguendo com a ponta dos dedos protegidos pela luva o seu queixo.
- Deseja morrer?
- Não vou morrer nunca!
- Essa... – ele coloca a mão de leve na ferida próxima ao fígado da mulher que contorce o rosto de dor – não foi causada por nós, foi?
- Não.
- Aonde conseguiu?
- Uma queda... – a raiva e dor nos olhos amarelos da mulher aumentava
- Qual é o seu nome?
- Não interessa!
- Por favor senhora... – os acompanhantes de Meister se entreolham assustados pois nunca tinham visto seu líder agindo assim.
- Reginlief!
- Reginlief? Bonito, lindo nome para uma mulher como você... – ele faz um gesto para que seu pagem se aproxime – leve essa mulher para o General Cortezo ... será nossa única captura.
- Mas Senhor...
- Não discuta, apenas leve-a!
Sem questionar novamente o pequeno pagem ajuda Reginlief a levantar e ir de encontro ao General, enquanto o soldado que fazia sua escolta se aproxima com um olhar de questionamento.
- Já viu tamanha vontade de viver naquele olhar, rapaz?
- Não majestade.
- Nem eu, quero saber o que dá a essa mulher esse olhar. E o porque ela estava nesse inferno..
E Meister novamente monta em seu cavalo e sorri ao ver finalmente seu alvo em meio a batalha.
Após alguns minutos em nosso tempo... e mais de uma hora no tempo “deles” finalmente Mister Nice está chegando com seus saltos até o terceiro andar. Já tinha vasculhado toda a área clara do andar e antes de vasculhar o segundo andar uma intuição o levou ala esquerda.
Para não fazer mais barulho ele começa a voar e bater de leve suas asas, seus olhos negros vasculham atentamente cada rastro que possa ter ficado no corredor escuro até que...
“Te peguei gatinha!” – ele pousa devagar perto da porta do cômodo aonde Safira estava escondida depois de encontrar uma das presilhas do cabelo dela no chão.
Ele entra no cômodo sorrindo e ainda voando vai para o centro dele e o mais alto que pode.
“Aonde ela estará aqui dentro?” – ele começa a observar que a grande sala não passa de um grande atelier de magia e se espanta por um momento com a quantidade de mesas, frascos, poções, um grande poço cheio de um líquido negro e viscoso, ao fundo uma grande tapeçaria e estantes, muitas estantes cheias de....”Livros!!!”
O coelho negro encontrou sua clara fraqueza. Como uma flecha vai para cima das estantes e começa a verificar os diversos títulos existentes.
“Teoria e história da magia..., Fundamentos da magia arcana, A grande ferramenta das Imortais, O diamante de Nairë x a pedra filosofal... A gran...” – o sangue do coelho gela quando sente o frio de uma jóia encostado nas suas asas e aos poucos como uma presa começa a se virar para seu raptor.
- Touché! No fim a caça vira caçador! – Safira tinha realizado um belo xeque-mate em Mister Nice e simplesmente disparou a rir – Nossa! O que fez o meu concentrado coelho se distrair tanto?
- Quer me matar, gata? – Mister Nice respira fundo e sorri para a feiticeira e pula em cima dela para tentar fazer cócegas.
- Ei! O que é issoooo.... – os dois caem no chão e então começa uma pequena “guerra” entre dedos e patas. Eles vão rolando, rindo brincando até que Safira sente um cheiro esquisito vindo de traz dela.
Ela senta e vê que por pouco não caiu no poço com o líquido negro e viscoso.
- Estranho, não tinha visto isso aqui. – ela de quatro perante o poço vê um reflexo escuro do seu rosto e estende um dos dedos para tocar o líquido mas é impedida por Black Nice.
- Gata, não toca nisso, nem EU sei o que é!
- Não tem nada de mais, Mister Nice... – ela sorri para ele – e bem, eu posso fazer um teste!
Ela se levanta e peca um atiçador de lenha que estava junto a lareira e mergulha a ponta no poço.
- Está vendo? Não tem nada errado c-com... ei! O que tá acontecendo? – Safira arregala os olhos e começa a fazer força para tentar tirar o atiçador de dentro do líquido – Tá preso! Saaaaai!
- Deixa eu te ajudar gata! – Mister Nice tenta ajudar a puxar, mas quanto mais força eles fazem mais o líquido puxa – Falei que podia ser perigoso!
- Cala a boca e continua tentando!
Os dois ficam nesse impasse com o poço por um tempo, Safira e Mister Nice não reparam na forma que o líquido tomava em volta do metal como se fossem diversas mãos puxando no sentido contrário ao deles. Mister Nice voando e puxando enquanto o sapato da feiticeira ia escorregando, escorregando, escorregando até que ela fica na ponta do poço.
- Larga isso Safira, você vai acabar caindo!
- Não posso!
- Porque não pode?
- Não vou perder para uma coisa gosmenta! É ridículo!
- Mulher! Larga de ser teimosa e solta!
- Não! – ela abre os olhos e sorri ao então notar as “mãos” – Querem jogar sujo é? “Metols!”
E pelas mãos da feiticeira uma energia azul percorre o metal atingindo o líquido que recebe um tipo de descarga e finalmente solta a lança que é então facilmente tirada pela mulher.
- Não podia ter sido do modo mais fácil, não?
- Esse é o modo mais fácil, coelhinho! – ela sorri enquanto gira a lança em uma das mãos como se fosse seu bastão. Eu nunca perco!
Como quem escutasse a ultima frase de Safira o líquido negro estende algo que parecia um tentáculo em volta dos seus pés e a puxa derrubando-a dentro do poço.
A feiticeira mal teve tempo de gritar, muito menos Mister Nice que não conseguiu acreditar no que acontecia apenas tentou agarrar a mão da sua “dona” enquanto ela afundava.
Mas já era tarde, enquanto o palácio acordava de um feitiço de sono quebrado, Mister Black Nice Rabbit parecia estar entrando em estado de transe em não ter entendido absolutamente nada do que acabou de acontecer. Passou apenas a mão pela sua coleira e teve apenas uma certeza.
- A gata ainda tá viva!
Os passos de Augustos Cassalis não poderiam ser contados, ele partiu da cidade capital-cassim que viu o exercito do Imperador correndo em frente a sua taverna e não teve outra duvida, tinha que ajudar seus companheiros no Cemitério. Seu cavalo fora deixado quilometros atras, pois o pobre animal torcera a pata dianteira.
O corpo não conseguia sequer suar, ele apenas corria e não sentia mais dor alguma. Acabara de saltar por uma tora de madeira sem nem saber o que tinha pulado. Os animais que geralmente fogem ao sentir o “cheiro” do caçador. Hoje, corriam ao seu lado. A 200 metros do campo de batalha ele se irritava ainda mais ao ver mais e mais clarões de explosões.
No cemitério, Engine tenta a todo custo salvar seu material do saque, pois essa era mais uma das táticas dos soldados de Meister. Ele entrou por debaixo de uma velha locomotiva e sem ligar para os pés que corriam de um lado ao outro do lado de fora tentava a todo custo abrir um pequeno compartimento daquela que seria a única locomotiva que nunca sairia do Cemitério, a sua casa.
- Vamos gracinha, abra...
Ele consegue finalmente guardar diversos itens dentro de uma grande mochila, se arrasta no chão saindo de baixo da locomotiva e dá de cara com um enorme soldado de Meister que o segura pela nuca e o ergue no ar.
- Moleque franzino, não vai servir nem para alimentar as feras!
- Dá apenas um golpe, Enie! Não vale o trabalho!
- E a diversão?
Enquanto eles caçoavam de Engine o mesmo cerrou os olhos e juntos as mãos. Os dois soldados nem prestavam atenção ao homem que preparava um golpe certeiro já retirando sua chave inglesa de dentro da mochila.
- Quem sabe sirva para limpar os dentes e ... – Engine olha assustado para o soldado que parou de falar e olhou para a barriga aonde brilhava algo que lembrava uma flecha de energia que aumentou seu brilho e simplesmente explodiu, fazendo o mecânico cair no chão.
- Mais que diabos é isso! – O colega do morto olha para traz e também é atingido em seguida por duas novas flechas cada uma de um lado do peito. E antes que tivessem o mesmo efeito da ultima o homem cai desfalecido no chão.
- O diabo... – o homem sai das sobras atras de um conjunto de barris de óleo e se levanta fazendo um gesto teatral e se inclinando para Engine – é o melhor de todos! E seu nome é Augustus Cassalis!
- Seu infeliz podia ter me atingido com uma dessas suas flechas!
- É bom te rever também, Engine. Sabe onde está Robson?
- Não me interessa, apenas se o achar o mate por mim, ok? – e o mecânico começa a caminhar em direção a floresta irritado e colocando a mochila nas costas – aonde está Rott?
- O bom garoto... bom garoto... – Augustus fazia cafuné no pequeno rato-canguru que balançava o rabo como quem gostasse.
- Dá para você largar?
- Não estou segurando ninguém, Engine... – ele para e num movimento deveras rápido cria um arco e flecha de energia e dispara contra alguns soldados que vinham – talvez esse pobre animal já tenha se cansado do seu costumeiro mau humor e esteja apenas tentando se animar um pouco. Já pensou nessa possibilidade?
- Seu... – Engine pensa em falar algo mas percebe que seria besteira frente ao claro sorriso de deboche do caçador e dono de taverna a sua frente – vem Rott, vamos sair desse inferno!
- Vai deixar seu lar morrer? Eu vim correndo da cidade para salva-lo!
- Vou apenas salvar Rott, depois eu volto, salvo o meu lar e te mato! – e some no meio da floresta
- Assim que eu gosto garoto! – e Cassalis corre de entrando finalmente na batalha de verdade
Maxwell McMagnus já tinha cansado de fazer qualquer coisa, já era a décima vez apenas naquele dia que “brincava” de jogar umas pedrinhas na parede tentando passar o tempo. Cada dia da semana ele tinha um modo de “diversão” a cada mês ele criava ou repetia um ritual. Mas depois de tanto tempo, as coisas apenas eram auto-reflexo já não tinha razão alguma de ser.
Hoje porém, com o sol brilhando pela fresta de sua nova “casa” ele tentava atingir o circulo iluminado criado no chão. Uma pedrinha, duas, tres... até que sentiu algo em seu olho, parecia ser areia. Pensou se por acaso o culpado pelo desmoronamento de sua cela teria aprontado mais uma.
- Quem sabe na próxima vou para uma cela com cama, mesa e um banho? – falou baixinho tentando ironizar com sua situação quando olha para cima e tem um susto enorme – mas pela Deusa, o que é isso!?
Ele mal tem tempo de fazer qualquer movimento, quando de uma mancha negra no teto surge uma mulher caindo desacordada em seus braços.
- Deusa, ela ainda tá viva? – ele passa a mão por sobre o rosto da mulher tirando o cabelo de seu rosto e toma um susto ao ver sua aparência – mas ela é a cara da Mirella? E tá quase morta, mal escuto seu coração!
Continua...
The Priest of Nairë
Capitulo 4:
Nos grandes corredores do Castelo de Meister, era possível enxergar a grande maioria dos nobres, soldados e serviçais adormecidos encostados em algum móvel, parede ou simplesmente dormindo como gatinhos no chão.
Qualquer um acharia isso um tanto “imprudente” ou perigoso.
O grande corredor do quarto andar, aonde está o aposento de Safira, dois soldados dormem abraçados em um sono profundo. Um ronca alto enquanto o outro apenas completa a “sonorização” com um leve suspiro no intervalo do “barulho”. Tudo está praticamente em um silencio absoluto sendo cortado apenas por uma leve e segura risada e o barulho de um par de sapatos de salto alto correndo pelo corredor.
A jovem feiticeira corria segurando um sorriso no rosto e pela primeira vez estava sem preocupação alguma ao andar pelo castelo. Ela desce a escada de acesso ao terceiro andar, quase tropeça, segura firme no corrimão e sorri.
“Aonde já se viu a futura Rainha tropeçando?” - pensou consigo mesmo quase sem folego. Ao chegar no corredor principal do pavimento olhar para os dois lados, um deles muito escuro e o outro claro, bem iluminado e ventilado.
“Pense Safira, o tempo está correndo!” – olha para um lado, olha o outro e pensa “Esquerda!”
Ela corre novamente em direção a área escura, mesmo com o tórax doendo pela corrida, não para, o cabelo amarrado acima começa a desmanchar e deixar os cachos caírem pelo rosto, ombros. Já não aparentava uma princesa e sim uma verdadeira criança. Finalmente ela vira e entra em um cômodo escuro, assim como toda a ala oeste do castelo. A porta, por incrível que pareça não fez barulho algum. Ela analisa rapidamente o ambiente e se esconde embaixo de uma mesa, ficando oculta pela toalha púrpura.
Sua mão abre e um pequeno relógio mágico marcava apenas mais dois segundos para que o seu tempo esgotasse!
Dentro do quarto, Mister Black Nice Rabbit levanta os olhos das patinhas encostadas na parede e caminha para fora do quarto. Sorri ao ver os dois guardas dormindo abraçados e começa a saltitar a procura da sua companheira!
-Gatinha, estou a caminhoooo...
Os granes animais de Meister chegavam ao território desértico do Cemitério destruindo tudo por onde passavam. Logo na entrada, ainda na floresta diversas árvores tombavam ao chão sendo tiradas pelas enormes trombas, “liberando” a passagem para o pequeno exercito.
A frente, sentado em seu imponente cavalo Meister Schwarzes lidera e indica o caminho a seguir. O próprio não move apenas um dedo, afinal, todo o metal da região poderia simplesmente “explodir” apenas com um estalo. Mas não era esse seu propósito. Algo tinha que acontecer, deveria ocorrer uma batalha e sangrenta.
Os generais apenas seguindo seu olhar ordenavam a suas tropas para saquearem, queimarem, simplesmente destruirem tudo que estivesse a frente deles. E assim, seguindo fielmente o seu imperador, faziam...
Crianças sem a mínima idéia do que ocorria eram retiradas do colo das suas mães e mortas a sangue frio, mulheres tinham suas roupas rasgadas e violentadas tanto fisica como psicologicamente na frente de seus companheiros que eram obrigados a assistirem o horror tendo seus corpos seguros por outros soldados e assim seguia o terror pelo Inferno.
E Schwarzes apenas caminha entre o horror de casas queimadas, o enxofre misturado ao odor tóxico do Cemitério. Caminha na mais perfeita calma até que algo lhe chama a atenção. Uma mulher de cabelo esverdeado e olhos amarelados gemendo de dor encostada em uma cabana cujo o telhado ardia em chamas. Não foi sua aparência única que lhe chamou a atenção. Ele mal sabia o que tinha ali mas aqueleolhar não era um qualquer. Então o imperador desce de seu cavalo em meio ao campo de batalha, seu pagem olha para um soldado ao lado que apenas faz gesto para que o siga e assim o faz.
No caminho até a mulher Meister faz leves movimentos afastando os rebeldes que tentavam de uma maneira inútil ataca-lo, jogando os longe. Quando finalmente ele chega ao corpo já fraco da mulher e se abaixa erguendo com a ponta dos dedos protegidos pela luva o seu queixo.
- Deseja morrer?
- Não vou morrer nunca!
- Essa... – ele coloca a mão de leve na ferida próxima ao fígado da mulher que contorce o rosto de dor – não foi causada por nós, foi?
- Não.
- Aonde conseguiu?
- Uma queda... – a raiva e dor nos olhos amarelos da mulher aumentava
- Qual é o seu nome?
- Não interessa!
- Por favor senhora... – os acompanhantes de Meister se entreolham assustados pois nunca tinham visto seu líder agindo assim.
- Reginlief!
- Reginlief? Bonito, lindo nome para uma mulher como você... – ele faz um gesto para que seu pagem se aproxime – leve essa mulher para o General Cortezo ... será nossa única captura.
- Mas Senhor...
- Não discuta, apenas leve-a!
Sem questionar novamente o pequeno pagem ajuda Reginlief a levantar e ir de encontro ao General, enquanto o soldado que fazia sua escolta se aproxima com um olhar de questionamento.
- Já viu tamanha vontade de viver naquele olhar, rapaz?
- Não majestade.
- Nem eu, quero saber o que dá a essa mulher esse olhar. E o porque ela estava nesse inferno..
E Meister novamente monta em seu cavalo e sorri ao ver finalmente seu alvo em meio a batalha.
Após alguns minutos em nosso tempo... e mais de uma hora no tempo “deles” finalmente Mister Nice está chegando com seus saltos até o terceiro andar. Já tinha vasculhado toda a área clara do andar e antes de vasculhar o segundo andar uma intuição o levou ala esquerda.
Para não fazer mais barulho ele começa a voar e bater de leve suas asas, seus olhos negros vasculham atentamente cada rastro que possa ter ficado no corredor escuro até que...
“Te peguei gatinha!” – ele pousa devagar perto da porta do cômodo aonde Safira estava escondida depois de encontrar uma das presilhas do cabelo dela no chão.
Ele entra no cômodo sorrindo e ainda voando vai para o centro dele e o mais alto que pode.
“Aonde ela estará aqui dentro?” – ele começa a observar que a grande sala não passa de um grande atelier de magia e se espanta por um momento com a quantidade de mesas, frascos, poções, um grande poço cheio de um líquido negro e viscoso, ao fundo uma grande tapeçaria e estantes, muitas estantes cheias de....”Livros!!!”
O coelho negro encontrou sua clara fraqueza. Como uma flecha vai para cima das estantes e começa a verificar os diversos títulos existentes.
“Teoria e história da magia..., Fundamentos da magia arcana, A grande ferramenta das Imortais, O diamante de Nairë x a pedra filosofal... A gran...” – o sangue do coelho gela quando sente o frio de uma jóia encostado nas suas asas e aos poucos como uma presa começa a se virar para seu raptor.
- Touché! No fim a caça vira caçador! – Safira tinha realizado um belo xeque-mate em Mister Nice e simplesmente disparou a rir – Nossa! O que fez o meu concentrado coelho se distrair tanto?
- Quer me matar, gata? – Mister Nice respira fundo e sorri para a feiticeira e pula em cima dela para tentar fazer cócegas.
- Ei! O que é issoooo.... – os dois caem no chão e então começa uma pequena “guerra” entre dedos e patas. Eles vão rolando, rindo brincando até que Safira sente um cheiro esquisito vindo de traz dela.
Ela senta e vê que por pouco não caiu no poço com o líquido negro e viscoso.
- Estranho, não tinha visto isso aqui. – ela de quatro perante o poço vê um reflexo escuro do seu rosto e estende um dos dedos para tocar o líquido mas é impedida por Black Nice.
- Gata, não toca nisso, nem EU sei o que é!
- Não tem nada de mais, Mister Nice... – ela sorri para ele – e bem, eu posso fazer um teste!
Ela se levanta e peca um atiçador de lenha que estava junto a lareira e mergulha a ponta no poço.
- Está vendo? Não tem nada errado c-com... ei! O que tá acontecendo? – Safira arregala os olhos e começa a fazer força para tentar tirar o atiçador de dentro do líquido – Tá preso! Saaaaai!
- Deixa eu te ajudar gata! – Mister Nice tenta ajudar a puxar, mas quanto mais força eles fazem mais o líquido puxa – Falei que podia ser perigoso!
- Cala a boca e continua tentando!
Os dois ficam nesse impasse com o poço por um tempo, Safira e Mister Nice não reparam na forma que o líquido tomava em volta do metal como se fossem diversas mãos puxando no sentido contrário ao deles. Mister Nice voando e puxando enquanto o sapato da feiticeira ia escorregando, escorregando, escorregando até que ela fica na ponta do poço.
- Larga isso Safira, você vai acabar caindo!
- Não posso!
- Porque não pode?
- Não vou perder para uma coisa gosmenta! É ridículo!
- Mulher! Larga de ser teimosa e solta!
- Não! – ela abre os olhos e sorri ao então notar as “mãos” – Querem jogar sujo é? “Metols!”
E pelas mãos da feiticeira uma energia azul percorre o metal atingindo o líquido que recebe um tipo de descarga e finalmente solta a lança que é então facilmente tirada pela mulher.
- Não podia ter sido do modo mais fácil, não?
- Esse é o modo mais fácil, coelhinho! – ela sorri enquanto gira a lança em uma das mãos como se fosse seu bastão. Eu nunca perco!
Como quem escutasse a ultima frase de Safira o líquido negro estende algo que parecia um tentáculo em volta dos seus pés e a puxa derrubando-a dentro do poço.
A feiticeira mal teve tempo de gritar, muito menos Mister Nice que não conseguiu acreditar no que acontecia apenas tentou agarrar a mão da sua “dona” enquanto ela afundava.
Mas já era tarde, enquanto o palácio acordava de um feitiço de sono quebrado, Mister Black Nice Rabbit parecia estar entrando em estado de transe em não ter entendido absolutamente nada do que acabou de acontecer. Passou apenas a mão pela sua coleira e teve apenas uma certeza.
- A gata ainda tá viva!
Os passos de Augustos Cassalis não poderiam ser contados, ele partiu da cidade capital-cassim que viu o exercito do Imperador correndo em frente a sua taverna e não teve outra duvida, tinha que ajudar seus companheiros no Cemitério. Seu cavalo fora deixado quilometros atras, pois o pobre animal torcera a pata dianteira.
O corpo não conseguia sequer suar, ele apenas corria e não sentia mais dor alguma. Acabara de saltar por uma tora de madeira sem nem saber o que tinha pulado. Os animais que geralmente fogem ao sentir o “cheiro” do caçador. Hoje, corriam ao seu lado. A 200 metros do campo de batalha ele se irritava ainda mais ao ver mais e mais clarões de explosões.
No cemitério, Engine tenta a todo custo salvar seu material do saque, pois essa era mais uma das táticas dos soldados de Meister. Ele entrou por debaixo de uma velha locomotiva e sem ligar para os pés que corriam de um lado ao outro do lado de fora tentava a todo custo abrir um pequeno compartimento daquela que seria a única locomotiva que nunca sairia do Cemitério, a sua casa.
- Vamos gracinha, abra...
Ele consegue finalmente guardar diversos itens dentro de uma grande mochila, se arrasta no chão saindo de baixo da locomotiva e dá de cara com um enorme soldado de Meister que o segura pela nuca e o ergue no ar.
- Moleque franzino, não vai servir nem para alimentar as feras!
- Dá apenas um golpe, Enie! Não vale o trabalho!
- E a diversão?
Enquanto eles caçoavam de Engine o mesmo cerrou os olhos e juntos as mãos. Os dois soldados nem prestavam atenção ao homem que preparava um golpe certeiro já retirando sua chave inglesa de dentro da mochila.
- Quem sabe sirva para limpar os dentes e ... – Engine olha assustado para o soldado que parou de falar e olhou para a barriga aonde brilhava algo que lembrava uma flecha de energia que aumentou seu brilho e simplesmente explodiu, fazendo o mecânico cair no chão.
- Mais que diabos é isso! – O colega do morto olha para traz e também é atingido em seguida por duas novas flechas cada uma de um lado do peito. E antes que tivessem o mesmo efeito da ultima o homem cai desfalecido no chão.
- O diabo... – o homem sai das sobras atras de um conjunto de barris de óleo e se levanta fazendo um gesto teatral e se inclinando para Engine – é o melhor de todos! E seu nome é Augustus Cassalis!
- Seu infeliz podia ter me atingido com uma dessas suas flechas!
- É bom te rever também, Engine. Sabe onde está Robson?
- Não me interessa, apenas se o achar o mate por mim, ok? – e o mecânico começa a caminhar em direção a floresta irritado e colocando a mochila nas costas – aonde está Rott?
- O bom garoto... bom garoto... – Augustus fazia cafuné no pequeno rato-canguru que balançava o rabo como quem gostasse.
- Dá para você largar?
- Não estou segurando ninguém, Engine... – ele para e num movimento deveras rápido cria um arco e flecha de energia e dispara contra alguns soldados que vinham – talvez esse pobre animal já tenha se cansado do seu costumeiro mau humor e esteja apenas tentando se animar um pouco. Já pensou nessa possibilidade?
- Seu... – Engine pensa em falar algo mas percebe que seria besteira frente ao claro sorriso de deboche do caçador e dono de taverna a sua frente – vem Rott, vamos sair desse inferno!
- Vai deixar seu lar morrer? Eu vim correndo da cidade para salva-lo!
- Vou apenas salvar Rott, depois eu volto, salvo o meu lar e te mato! – e some no meio da floresta
- Assim que eu gosto garoto! – e Cassalis corre de entrando finalmente na batalha de verdade
Maxwell McMagnus já tinha cansado de fazer qualquer coisa, já era a décima vez apenas naquele dia que “brincava” de jogar umas pedrinhas na parede tentando passar o tempo. Cada dia da semana ele tinha um modo de “diversão” a cada mês ele criava ou repetia um ritual. Mas depois de tanto tempo, as coisas apenas eram auto-reflexo já não tinha razão alguma de ser.
Hoje porém, com o sol brilhando pela fresta de sua nova “casa” ele tentava atingir o circulo iluminado criado no chão. Uma pedrinha, duas, tres... até que sentiu algo em seu olho, parecia ser areia. Pensou se por acaso o culpado pelo desmoronamento de sua cela teria aprontado mais uma.
- Quem sabe na próxima vou para uma cela com cama, mesa e um banho? – falou baixinho tentando ironizar com sua situação quando olha para cima e tem um susto enorme – mas pela Deusa, o que é isso!?
Ele mal tem tempo de fazer qualquer movimento, quando de uma mancha negra no teto surge uma mulher caindo desacordada em seus braços.
- Deusa, ela ainda tá viva? – ele passa a mão por sobre o rosto da mulher tirando o cabelo de seu rosto e toma um susto ao ver sua aparência – mas ela é a cara da Mirella? E tá quase morta, mal escuto seu coração!
Continua...
Capitulo 5
Anteriormente: Safira e Mister Black fazem do castelo de Meister seu “parque de diversões” e resolvem brincar de “esconde-esconde”, depois que Safira utiliza de um feitiço do sono em todos os ocupantes do castelo. Ao mexer com o desconhecido a jovem feiticeira vira vítima de um estranho poço e desaparece. No meio da guerra, um par de olhos amarelos chama a atenção do imperador que se desliga da batalha enquanto outro personagem surge para ao seu modo “fazer a diferença”. E acostumado com o marasmo de sua cela, Maxwell é surpreendido.
The Priest of Nairë
Capitulo 5:
Enquanto todo o castelo acordava de seu estado adormecido e seus ocupantes sem entender nada do que ocorreu voltavam a seus afazeres tentando aparentar uma normalidade. Maxwell McMagnus continua a cuidar de sua visitante. Colocou a jovem deitada no que era o mais próximo de uma cama que possuía, uma esteira de palha, e passava seus dedos úmidos de água sobre a testa da mulher, tentando assim, quem sabe, melhorar seu estado.
- Pela Deusa como é parecida com Mirella...- seus dedos deslizavam delicadamente sobre a face dela - quem será você, hein mocinha?
- nnhhh... – a jovem pela primeira vez mexe com o corpo balançando levemente a cabeça para alivio de Maxwell – a-aonde estou? – seus olhos piscam tentando se acostumar com a pouca luz e repara aos poucos nos cabelos dourados de Maxwell e se assusta – Ei! – ela tenta se levantar rápido para se afastar dele mas é retida pela própria dor de cabeça e precisa se apoiar novamente – Quem é você? – olha rápido para o ambiente – Que raio de lugar é esse? Aonde está aquele maldito coelho?
- Calma, mocinha... – Maxwell pensa em segurar a mulher pelo braço e acalma-la mas observando seu comportamento achou melhor não, algo nela o incomodava. Lembrava demais sua velha amiga. – Fique calma e quem sabe eu começo a contar do inicio como eu não sei como você veio parar aqui!
Safira olha para Maxwell de forma intensa e atenta, deixando ele desconcertado com o seu brilho azul do seu olhar e começa a falar sobre como ela simplesmente surgiu do teto da sua cela...
Indo na direção oposta a da batalha, dois cavalos seguem firmes rumo a cidade-capital e tinham como objetivo o Castelo de Meister. Em um deles estava a mulher que se auto intitulou Reginlief, uma manta cobria seu rosto e cabelos únicos e apenas seus olhos amarelados sobressaltavam a sobra feita pelo pano. Sua postura em cima do cavalo mostrava que mesmo ferida, ela possuía uma classe acima do comum, de muitos soldados velhos de batalha, quanto mais para uma mulher...
O seu acompanhante era um dos homens de confiança do general, eles acharam por bem, já que esta era uma das protegidas de Meister, retira-la do campo de batalha e levar para os cuidados de um curandeiro real.
Com a cabeça sempre altiva, andando devagar, uma mão na rédea do cavalo, outra sobre seu ferimento, a mulher olha para traz uma ultima vez e pela primeira vez abaixa a cabeça. O destino daquele lugar estava traçado e ela nada iria poder fazer por ele.
- Então como você veio parar aqui, Sir Maxwell? – Safira estava sentada de um modo mais confortável possível como poderia ficar em uma esteira no chão – O senhor parece tão instruído para um simples prisioneiro do castelo... – ela olha para a fenda que ilumina a cela e tenta descobrir o quanto tempo deve ter passado – Na verdade, nunca soube de prisioneiros em Nairë
- São raros, Milady Safira – Maxwell depois de ouvir quem ela era. Passou a tomar um pouco mais de cuidado com o que falar, afinal, era a protegida de Meister, possivelmente teria uma lealdade acima do comum com ele. Porém, a empatia que sentia vindo dela era inegável e afinal... “ela é tão parecida com Mirella” e pegou balançando a cabeça voltando do seu devaneio e vendo Safira o olhar intrigada
- Está bem, senhor? – ela faz menção de levantar e ajuda-lo.
- Sim, estou bem, Safira... – ele sorri para a jovem que retribui com um sorriso tímido. Pelos seus modos ele via que a menina não estava muito acostumada com contato humano – Como dizia... Nairë não possui prisioneiros ou quase, apenas pena de morte, e o julgamento rápido e preciso de seus condenados. Atualmente, tendo apenas o veredicto dado pelo Meister. Somente os “especiais” como eu tem a “sorte” de continuarem vivos!
- Seu crime foi grave, senhor Maxwell? – ela já de pé caminhava pela cela tentando observar o local – Afinal, possui um tratamento especial... preso a 17 anos, certo?
- Sim, 17 longos anos... e meu crime? Foi o mais grave que poderia ocorrer... – ele abaixa a cabeça ao receber o olhar instigador de Safira
- Qual seria esse crime bárbaro que nem a pena de morte seria bastante?
- Traição. Eu trai todos quem eu não poderia trair... e estou fadado a viver assim, trancado vendo tudo acontecer e sem poder fazer nada! Absolutamente nada! – As mãos do velho rei se comprimem mostrando sua raiva, porém ele nota que é melhor parar por ali.
- Um traidor do reino... Meister não deve mesmo gostar de você... – ela arregala os olhos – Meus Deus! Esqueci, ele pediu que estivesse na capela as 16 badaladas? Que horas deve ser?
- 16 badaladas? Ainda não se passou das 14! Veja, o sol ainda está no meio do seu ciclo. – ele mostra o risco no chão que serve agora para sua contagem de tempo, como se isso fosse resolver algo para ele. – se tiver um modo de sair, seria bom mesmo fazer agora. Daqui a pouco os guardas virão dar o meu “tratamento” especial – Maxwell era aborrecido e humilhado todo o santo dia por três soldados do império que tinham o prazer de lembra-lo quem ele tinha sido e quem ele era agora.
- Mas... – ela coça a nuca notando que o cabelo estava solto – não faço idéia de como sair! – se aproxima da porta tocando de leve – Preciso ver e saber aonde estou indo... e principalmente, de onde parti. – tenta ver pela fresta o corredor, mas a visão ainda era péssima.
- Bem, talvez meus conhecimentos sobre o castelo ajudem. – quando Safira, que estava de costas volta a olhar para Maxwell se espanta. O homem estava parado, ereto no meio da cela e tinha olhar, postura imponentes... definitivamente não tinha sido uma pessoa qualquer, quem quer que ele tivesse sido. Eram os pensamentos que passavam na mente da jovem – Aonde deseja ir?
- Então conhece o castelo?
- Melhor do que a mim mesmo... - ele estende a mão para que ela se aproxime.
E assim a jovem o faz, sem saber ao menos porque sente o ímpeto de confiar naquele homem e dá um único passo para frente, sendo este o último... uma magia abre em volta de Safira criando um círculo de energia místico, com seis pontos distintos em sua estrela formada. Os olhos da jovem saltam mostrando o susto enorme no qual ela se encontra, o azul vivo se torna ainda mais intenso e Maxwell fica paralisado. Ele balança a cabeça mostrando e provando para ela que aquilo nada tinha haver com ele. E uma espiral de raios multicoloridos começa a subir fazendo com que Safira e Maxwell tapem seus olhos com os braços. E como um passe de mágica Safira se vê em um outro lugar e em seu lugar um punhado de terra seca e cinza surge.
Maxwell tira o braço devagar de sobre o seu rosto e vê o estado que ficou sua cela e murmura baixinho.
- Schwarzes, maldito... o que está fazendo a essa garota? Aonde a levou?
No atelier de Safira, Mister Black Nice Rabbit revirava livros e poções de sua “dona” em busca de uma solução para o que aconteceu no andar inferior.
- Droga gatinha, você precisa estar inteira! E precisa ainda estar no castelo... – ele cambaleia de um ponto ao outro do quarto segurando uma pilha de livros nos braços sem ao menos saber por onde anda – ou eu vou estar preso a esse castelo para sempre!
Os passos estão longe de serem precisos, e não consegue ver o pequeno frasco de poção no chão e quando dá por si sua pata estava pisando em cima fazendo-o escorregar, jogando tudo que estava em suas mãos para o alto.
- Wooooowwww!!! – em apenas um segundo todos os livros que voavam pelo ar pararam e o coelho conseguiu se livrar de um estrago maior – Ufa! Essa foi pouco...
Começa a catar os livros paralisados no tempo e empilha todos em uma mesa. Quando ele nota uma pequena caixa com uma safira dentro e observa...
- Caixinha curiosa.
Suas patinhas tentam abrir a pequena caixa que ilumina o cômodo quando aberta e praticamente hipnotiza o pequeno ser místico.
- Safira, safira, sa-fi-ra... – começa falar quase que em uma melodia – sa-fiiii-raaa.... - e seus olhos ficam inertes perante o brilho da jóia que começa a ficar ainda mais clara e com o toque da patinha do coelho... Tem sua visão transportada para um outro lugar, ele vê a sua captora em um lugar um tanto estranho e por algum motivo a patinha agora não consegue soltar da jóia. A ele, só resta então observar.
As flechas de Augustus são certeiras. Por mais distante que fosse o alvo, dificilmente sua presa “escapava”. Suas mãos eram ágeis e num passe de mágica o seu arco e flecha energéticos surgem e fazem os seu preciso e habilidoso trabalho. E assim, Augustus vai de sua forma “fazendo a diferença” no campo de batalha. Ele saltava, se esgueirava e conseguia no ultimo instante as vezes salvar uma das pessoas que sofriam com aquela guerra sem motivo.
Mas um arqueiro funciona as vezes melhora distancia do que em um combate direto, solitário do modo que era, não tinha quem o protegesse. Ele era seu próprio guarda costas.
E foi em um momento de “falha” do caçador que um soldado de Meister que o observava a distancia estava pronto a descer o seu machado por sobre o caçador, no ultimo instante, quando Augustus observa a grande sombra se formar sobre si e vira para ver o que era se depara com uma estátua congelada.
- Isso só pode ser... – seus olhos correm para os lados em busca de seu “salvador”
- Augustus!
- Robson! – como dois velhos amigos eles abrem um sorriso em meio a batalha
Robson foi o mestre de Augustus, o mago ensinou o rapaz, ainda criança a controlar os poderes herdados de família, assim que esta foi assassinada pelos soldados de Meister.
- Ainda descuidado com sua retaguarda, sorte sua seu velho ainda estar por perto! – e Robson congela mais um soldado com seu cajado
- Como posso dar meu show sem aparecer ao público? – ele carrega sua arma e dispara duas flechas certeiras em dois inimigos diferentes – Só que essa platéia é meio ingrata! – ironiza com a situação – O que pretende fazer?
- O que vou fazer? Simples, meu filho... – Robson gira três vezes seu cajado sobre a cabeça com uma habilidade incrível e crava ele no chão disparando um raio congelante em cima de uma das grandes-feras de Meister, ela e mais cinco outros soldados congelaram imediatamente e se estilhaçam como um vidro frágil – Vou achar o miserável do Meister Schwarzes! Precisamos de uma conversa definitiva!
Um estrondo chama a atenção dos dois guerreiros para o lado leste, da fumaça andando de forma imponente um vulto chama como um trovão.
- Robson, estou a sua espera! – Schwarzes surge em meio a fumaça com um brilho intenso nos olhos
- Meister... – Robson não pensa duas vezes e dispara um raio congelante em cima do seu adversário que apenas sorri e esticando dois dedos dispara um outro raio elétrico que simplesmente destroi o gelo disparado pelo outro
- É o melhor que pode fazer? – ironiza o soberano de Nairë que em seguida com um simples gesto das mãos faz duas calotas se levantarem e avançarem girando e mudando de forma na direção de Robson que apenas se abaixa da primeira e literalmente apanha na segunda recebendo o objeto metálico diretamente no braço direito jogando seu cajado longe.
Schwarzes apenas sorri e se aproxima ainda mais – Fraco, simplesmente fraco! Não dá prazer algum lutar contra um verme como você... sem seu cajado, não é nada!
Robson tentando apoiar o corpo no chão com o outro braço, sente Augustus se aproximando e no esforço levanta a mão.
- Não Augustus, essa luta não é sua. Vá e tente dar o melhor de si nessa batalha...
O rapaz pensa se aceita ou não a decisão de seu mestre, porém sabe mais do que ninguém sobre essa lição. Aqueles dois tinham contas a acertar e o momento tinha chego. Augustus corre de volta a batalha, mas continua tentando observar seu tutor ao longe.
Robson finalmente se põe de pé, tirando a parte de cima de seu terno e jogando no chão afrouchando a gravata.
- Talvez esteja certo, Meister Schwarzes – estende o braço ferido para o lado e por mágico o cajado volta a sua mão – talvez eu não seja nada, sem o meu cajado...
O imperador sorri.
- ... mas ainda assim sou muito melhor que você! – em um movimento rápido se põe em posição de luta – Meus poderes são realmente vindos da Deusa! – e dispara em uma corrida em direção a Meister que continua apenas sorrindo.
- Finalmente... – ele estende os braços enquanto seu corpo parece carregar de energia vinda do solo e subindo, completando o fluxo do seu corpo e finalmente concentrando em suas mãos – prometo pegar leve com você, plebeu!
Na cabana um pouco afastada do Cemitério, oculta na floresta, Nália estava ocupada com a pratica de seus talentos culinários. Pretendia preparar a torta que seu pai tanto gostava e para isso, contava um pouco com seus dons “magicos” para garantir que o prato ficasse no ponto certo.
Enquanto mexia com a massa tentando acertar na liga, cantarolava baixinho uma canção antiga, que nem sequer sabia de onde vinha... mas sonhava ser algo que sua mãe biológica cantasse para ela.
Ninguém vai um dia descobrir, ou sequer entender porque ela sente isso. Porém ela é tomada novamente com as imagens do seu último sonho seguido do barulho distante da guerra no cemitério...
A vasilha, com o que um dia teria sido uma torta de maça, cai no chão.
Nália tinha uma certeza em sua mente, e vai fazer de tudo, tudo o que puder fazer para impedir.
A pequena fada desaparece dentro da floresta deixando seu rastro multicolor...
Continua...
The Priest of Nairë
Capitulo 5:
Enquanto todo o castelo acordava de seu estado adormecido e seus ocupantes sem entender nada do que ocorreu voltavam a seus afazeres tentando aparentar uma normalidade. Maxwell McMagnus continua a cuidar de sua visitante. Colocou a jovem deitada no que era o mais próximo de uma cama que possuía, uma esteira de palha, e passava seus dedos úmidos de água sobre a testa da mulher, tentando assim, quem sabe, melhorar seu estado.
- Pela Deusa como é parecida com Mirella...- seus dedos deslizavam delicadamente sobre a face dela - quem será você, hein mocinha?
- nnhhh... – a jovem pela primeira vez mexe com o corpo balançando levemente a cabeça para alivio de Maxwell – a-aonde estou? – seus olhos piscam tentando se acostumar com a pouca luz e repara aos poucos nos cabelos dourados de Maxwell e se assusta – Ei! – ela tenta se levantar rápido para se afastar dele mas é retida pela própria dor de cabeça e precisa se apoiar novamente – Quem é você? – olha rápido para o ambiente – Que raio de lugar é esse? Aonde está aquele maldito coelho?
- Calma, mocinha... – Maxwell pensa em segurar a mulher pelo braço e acalma-la mas observando seu comportamento achou melhor não, algo nela o incomodava. Lembrava demais sua velha amiga. – Fique calma e quem sabe eu começo a contar do inicio como eu não sei como você veio parar aqui!
Safira olha para Maxwell de forma intensa e atenta, deixando ele desconcertado com o seu brilho azul do seu olhar e começa a falar sobre como ela simplesmente surgiu do teto da sua cela...
Indo na direção oposta a da batalha, dois cavalos seguem firmes rumo a cidade-capital e tinham como objetivo o Castelo de Meister. Em um deles estava a mulher que se auto intitulou Reginlief, uma manta cobria seu rosto e cabelos únicos e apenas seus olhos amarelados sobressaltavam a sobra feita pelo pano. Sua postura em cima do cavalo mostrava que mesmo ferida, ela possuía uma classe acima do comum, de muitos soldados velhos de batalha, quanto mais para uma mulher...
O seu acompanhante era um dos homens de confiança do general, eles acharam por bem, já que esta era uma das protegidas de Meister, retira-la do campo de batalha e levar para os cuidados de um curandeiro real.
Com a cabeça sempre altiva, andando devagar, uma mão na rédea do cavalo, outra sobre seu ferimento, a mulher olha para traz uma ultima vez e pela primeira vez abaixa a cabeça. O destino daquele lugar estava traçado e ela nada iria poder fazer por ele.
- Então como você veio parar aqui, Sir Maxwell? – Safira estava sentada de um modo mais confortável possível como poderia ficar em uma esteira no chão – O senhor parece tão instruído para um simples prisioneiro do castelo... – ela olha para a fenda que ilumina a cela e tenta descobrir o quanto tempo deve ter passado – Na verdade, nunca soube de prisioneiros em Nairë
- São raros, Milady Safira – Maxwell depois de ouvir quem ela era. Passou a tomar um pouco mais de cuidado com o que falar, afinal, era a protegida de Meister, possivelmente teria uma lealdade acima do comum com ele. Porém, a empatia que sentia vindo dela era inegável e afinal... “ela é tão parecida com Mirella” e pegou balançando a cabeça voltando do seu devaneio e vendo Safira o olhar intrigada
- Está bem, senhor? – ela faz menção de levantar e ajuda-lo.
- Sim, estou bem, Safira... – ele sorri para a jovem que retribui com um sorriso tímido. Pelos seus modos ele via que a menina não estava muito acostumada com contato humano – Como dizia... Nairë não possui prisioneiros ou quase, apenas pena de morte, e o julgamento rápido e preciso de seus condenados. Atualmente, tendo apenas o veredicto dado pelo Meister. Somente os “especiais” como eu tem a “sorte” de continuarem vivos!
- Seu crime foi grave, senhor Maxwell? – ela já de pé caminhava pela cela tentando observar o local – Afinal, possui um tratamento especial... preso a 17 anos, certo?
- Sim, 17 longos anos... e meu crime? Foi o mais grave que poderia ocorrer... – ele abaixa a cabeça ao receber o olhar instigador de Safira
- Qual seria esse crime bárbaro que nem a pena de morte seria bastante?
- Traição. Eu trai todos quem eu não poderia trair... e estou fadado a viver assim, trancado vendo tudo acontecer e sem poder fazer nada! Absolutamente nada! – As mãos do velho rei se comprimem mostrando sua raiva, porém ele nota que é melhor parar por ali.
- Um traidor do reino... Meister não deve mesmo gostar de você... – ela arregala os olhos – Meus Deus! Esqueci, ele pediu que estivesse na capela as 16 badaladas? Que horas deve ser?
- 16 badaladas? Ainda não se passou das 14! Veja, o sol ainda está no meio do seu ciclo. – ele mostra o risco no chão que serve agora para sua contagem de tempo, como se isso fosse resolver algo para ele. – se tiver um modo de sair, seria bom mesmo fazer agora. Daqui a pouco os guardas virão dar o meu “tratamento” especial – Maxwell era aborrecido e humilhado todo o santo dia por três soldados do império que tinham o prazer de lembra-lo quem ele tinha sido e quem ele era agora.
- Mas... – ela coça a nuca notando que o cabelo estava solto – não faço idéia de como sair! – se aproxima da porta tocando de leve – Preciso ver e saber aonde estou indo... e principalmente, de onde parti. – tenta ver pela fresta o corredor, mas a visão ainda era péssima.
- Bem, talvez meus conhecimentos sobre o castelo ajudem. – quando Safira, que estava de costas volta a olhar para Maxwell se espanta. O homem estava parado, ereto no meio da cela e tinha olhar, postura imponentes... definitivamente não tinha sido uma pessoa qualquer, quem quer que ele tivesse sido. Eram os pensamentos que passavam na mente da jovem – Aonde deseja ir?
- Então conhece o castelo?
- Melhor do que a mim mesmo... - ele estende a mão para que ela se aproxime.
E assim a jovem o faz, sem saber ao menos porque sente o ímpeto de confiar naquele homem e dá um único passo para frente, sendo este o último... uma magia abre em volta de Safira criando um círculo de energia místico, com seis pontos distintos em sua estrela formada. Os olhos da jovem saltam mostrando o susto enorme no qual ela se encontra, o azul vivo se torna ainda mais intenso e Maxwell fica paralisado. Ele balança a cabeça mostrando e provando para ela que aquilo nada tinha haver com ele. E uma espiral de raios multicoloridos começa a subir fazendo com que Safira e Maxwell tapem seus olhos com os braços. E como um passe de mágica Safira se vê em um outro lugar e em seu lugar um punhado de terra seca e cinza surge.
Maxwell tira o braço devagar de sobre o seu rosto e vê o estado que ficou sua cela e murmura baixinho.
- Schwarzes, maldito... o que está fazendo a essa garota? Aonde a levou?
No atelier de Safira, Mister Black Nice Rabbit revirava livros e poções de sua “dona” em busca de uma solução para o que aconteceu no andar inferior.
- Droga gatinha, você precisa estar inteira! E precisa ainda estar no castelo... – ele cambaleia de um ponto ao outro do quarto segurando uma pilha de livros nos braços sem ao menos saber por onde anda – ou eu vou estar preso a esse castelo para sempre!
Os passos estão longe de serem precisos, e não consegue ver o pequeno frasco de poção no chão e quando dá por si sua pata estava pisando em cima fazendo-o escorregar, jogando tudo que estava em suas mãos para o alto.
- Wooooowwww!!! – em apenas um segundo todos os livros que voavam pelo ar pararam e o coelho conseguiu se livrar de um estrago maior – Ufa! Essa foi pouco...
Começa a catar os livros paralisados no tempo e empilha todos em uma mesa. Quando ele nota uma pequena caixa com uma safira dentro e observa...
- Caixinha curiosa.
Suas patinhas tentam abrir a pequena caixa que ilumina o cômodo quando aberta e praticamente hipnotiza o pequeno ser místico.
- Safira, safira, sa-fi-ra... – começa falar quase que em uma melodia – sa-fiiii-raaa.... - e seus olhos ficam inertes perante o brilho da jóia que começa a ficar ainda mais clara e com o toque da patinha do coelho... Tem sua visão transportada para um outro lugar, ele vê a sua captora em um lugar um tanto estranho e por algum motivo a patinha agora não consegue soltar da jóia. A ele, só resta então observar.
As flechas de Augustus são certeiras. Por mais distante que fosse o alvo, dificilmente sua presa “escapava”. Suas mãos eram ágeis e num passe de mágica o seu arco e flecha energéticos surgem e fazem os seu preciso e habilidoso trabalho. E assim, Augustus vai de sua forma “fazendo a diferença” no campo de batalha. Ele saltava, se esgueirava e conseguia no ultimo instante as vezes salvar uma das pessoas que sofriam com aquela guerra sem motivo.
Mas um arqueiro funciona as vezes melhora distancia do que em um combate direto, solitário do modo que era, não tinha quem o protegesse. Ele era seu próprio guarda costas.
E foi em um momento de “falha” do caçador que um soldado de Meister que o observava a distancia estava pronto a descer o seu machado por sobre o caçador, no ultimo instante, quando Augustus observa a grande sombra se formar sobre si e vira para ver o que era se depara com uma estátua congelada.
- Isso só pode ser... – seus olhos correm para os lados em busca de seu “salvador”
- Augustus!
- Robson! – como dois velhos amigos eles abrem um sorriso em meio a batalha
Robson foi o mestre de Augustus, o mago ensinou o rapaz, ainda criança a controlar os poderes herdados de família, assim que esta foi assassinada pelos soldados de Meister.
- Ainda descuidado com sua retaguarda, sorte sua seu velho ainda estar por perto! – e Robson congela mais um soldado com seu cajado
- Como posso dar meu show sem aparecer ao público? – ele carrega sua arma e dispara duas flechas certeiras em dois inimigos diferentes – Só que essa platéia é meio ingrata! – ironiza com a situação – O que pretende fazer?
- O que vou fazer? Simples, meu filho... – Robson gira três vezes seu cajado sobre a cabeça com uma habilidade incrível e crava ele no chão disparando um raio congelante em cima de uma das grandes-feras de Meister, ela e mais cinco outros soldados congelaram imediatamente e se estilhaçam como um vidro frágil – Vou achar o miserável do Meister Schwarzes! Precisamos de uma conversa definitiva!
Um estrondo chama a atenção dos dois guerreiros para o lado leste, da fumaça andando de forma imponente um vulto chama como um trovão.
- Robson, estou a sua espera! – Schwarzes surge em meio a fumaça com um brilho intenso nos olhos
- Meister... – Robson não pensa duas vezes e dispara um raio congelante em cima do seu adversário que apenas sorri e esticando dois dedos dispara um outro raio elétrico que simplesmente destroi o gelo disparado pelo outro
- É o melhor que pode fazer? – ironiza o soberano de Nairë que em seguida com um simples gesto das mãos faz duas calotas se levantarem e avançarem girando e mudando de forma na direção de Robson que apenas se abaixa da primeira e literalmente apanha na segunda recebendo o objeto metálico diretamente no braço direito jogando seu cajado longe.
Schwarzes apenas sorri e se aproxima ainda mais – Fraco, simplesmente fraco! Não dá prazer algum lutar contra um verme como você... sem seu cajado, não é nada!
Robson tentando apoiar o corpo no chão com o outro braço, sente Augustus se aproximando e no esforço levanta a mão.
- Não Augustus, essa luta não é sua. Vá e tente dar o melhor de si nessa batalha...
O rapaz pensa se aceita ou não a decisão de seu mestre, porém sabe mais do que ninguém sobre essa lição. Aqueles dois tinham contas a acertar e o momento tinha chego. Augustus corre de volta a batalha, mas continua tentando observar seu tutor ao longe.
Robson finalmente se põe de pé, tirando a parte de cima de seu terno e jogando no chão afrouchando a gravata.
- Talvez esteja certo, Meister Schwarzes – estende o braço ferido para o lado e por mágico o cajado volta a sua mão – talvez eu não seja nada, sem o meu cajado...
O imperador sorri.
- ... mas ainda assim sou muito melhor que você! – em um movimento rápido se põe em posição de luta – Meus poderes são realmente vindos da Deusa! – e dispara em uma corrida em direção a Meister que continua apenas sorrindo.
- Finalmente... – ele estende os braços enquanto seu corpo parece carregar de energia vinda do solo e subindo, completando o fluxo do seu corpo e finalmente concentrando em suas mãos – prometo pegar leve com você, plebeu!
Na cabana um pouco afastada do Cemitério, oculta na floresta, Nália estava ocupada com a pratica de seus talentos culinários. Pretendia preparar a torta que seu pai tanto gostava e para isso, contava um pouco com seus dons “magicos” para garantir que o prato ficasse no ponto certo.
Enquanto mexia com a massa tentando acertar na liga, cantarolava baixinho uma canção antiga, que nem sequer sabia de onde vinha... mas sonhava ser algo que sua mãe biológica cantasse para ela.
Ninguém vai um dia descobrir, ou sequer entender porque ela sente isso. Porém ela é tomada novamente com as imagens do seu último sonho seguido do barulho distante da guerra no cemitério...
A vasilha, com o que um dia teria sido uma torta de maça, cai no chão.
Nália tinha uma certeza em sua mente, e vai fazer de tudo, tudo o que puder fazer para impedir.
A pequena fada desaparece dentro da floresta deixando seu rastro multicolor...
Continua...
Interlúdio: Sobre amor, cuidado... e lealdade...
The Priest of Nairë
Interlúdio: Sobre amor, cuidado... e lealdade....
10 anos atrás, em dois pontos distintos de Nairë...
Sr. Robson caminhava pelas matas da floresta Norte de Nairë, procurando ervas que utilizaria no jantar quando escutou um choro, baixo, uma lamentação leve, com voz melodiosa. Olhos para os lados afim de tentar descobrir de onde vinha, rodou em um pequeno circulo na própria floresta mas não conseguia encontrar a origem de lamentação tão triste, quando finalmente dirige seu olhar para uma tora de arvore podre caída e repara no brilho vindo de dentro dela.
Curiosamente, o velho homem se abaixa e busca olhar para dentro da tora quando observa dois pequeninos corpos abraçados, unidos com força. Eram duas pequenas fadas, uma claramente mais jovem que a outra. A menor delas, agarrava, com todas as suas forças o corpo desfalecido da outra, que tinha os cabelos levemente castanhos e não possui mais o brilho, comum, das fadas.
Sem notar na presença estranha a fada mais jovem apenas repara que algo está errado quando sente a claridade sumir. Ergue seu rosto, inchado pelas lágrimas e se assusta com o delicado dedo que a acaricia.
Nália, não aparentava ter mais de 12 anos, mas como uma fada, possivelmente já deve ter vivido um pouco mais. E não sentia um toque tão caloroso e amigo vindo de outra pessoa se não sua própria mãe a muito tempo. A vida das duas nunca foi fácil, não pela sua mãe ter violado uma regra básica do seu povo: Não misturar raças! Sua vila já não existia mais, eram remanescentes e perseguidas. Agora, estava sozinha.
Seus olhos apenas fecham e ela estende, para que o velho senhor pegue, o corpo de sua mãe e em seguida, como uma menina tímida sai de dentro da tora de madeira e deixa que Robson a pegue nas mãos e coloque-a sobre seu ombro. Não disseram uma palavra naquele momento. Porém gestos e olhares já diziam tudo... Robson com apenas um olhar e carregando as duas fadas, fazia ali um juramento de cuidar da pequena criatura até seu último suspiro. Assim, como daria a mãe de Nália, um enterro digno de uma fada.
Nália, mal se lembra desse dia. E de muitos outros anteriores a esse...
A noite parecia ser longa para a criança que chorava calada, encolhida na sua própria cama, tentando conter e suportar a dor que sentia, tentava fitar com força a chuva que caia do lado de fora do castelo. Sua mama, aquela que a acompanhou desde o primeiro dia na cornualha e depois acompanhou para o castelo, despejava em uma vasilha de metal a água fervendo que trouxe afim de cuidar da jovem. Safira treme ao pensar em quanto detestava os modos daquela mulher, que simplesmente parecia não ter alma. Tão rígida, fria, assim com tudo que já conheceu.
Alguns anos depois ela descobriria da pior forma que a mulher até a amava, ao seu modo, mas a amava...
A mama enfia a toalha alva dentro da bacia, mexe, remexe, torce uma, duas, três vezes, mergulha novamente e torce uma única vez a toalha fumegante e tem seu pulso retido por uma mão masculina que faz um semblante firme, para a mama e em um gesto pede para a mulher sair do quarto. Da mesma forma que ele chegou silencioso, ela saiu sem dar sinal nenhum a menina que estava de costas para eles.
Safira, continuava a fitar as gotas de chuva na janela e fecha os olhos com força e dor ao sentir a compressa de água quente em seu joelho ferido. Morde os próprios lábios para não gritar e seus olhos enchem ainda mais de água e embaçados se espantam com Meister que a olha com carinho tentando limpar o ferimento.
Ela tinha traído sua confiança em mais uma tentativa de fuga...
Ele estende os dedos e limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto da menina, ela treme com o toque dele. Não foi acostumada com carinho algum. Ele esboça um sorriso leve, balança a cabeça dizendo que vai ficar tudo bem e a abraça forte. Balança o corpo de um lado para o outro tentando acalma-la e depois lhe dá um beijo na testa.
Safira sorri, afinal ele lhe dá medo, não é dado a demonstrações de afeto, mas ao mesmo tempo é a única pessoa que lhe dá segurança e carinho. Sua única família naquele castelo gelado.
O imperador acaricia seus cabelos, cuida e trata de seus ferimentos... conversa sobre a travessura que a menina, de 10 anos de idade, tinha aprontado, o quanto ele se preocupou quando soube da tentativa de fuga dela. E que aquele ferimento, causado pelos cães treinados poderia ter sido muito pior, e ele não suportaria perder sua jóia mais preciosa.
A pequena Safira pede perdão, promete que não ia tentar preocupar tanto o seu tutor. Diz que não suportaria ver ele sofrendo por ela e se encolhe no peito do homem que cuidou dela desde sempre. Meister permitia tudo, menos uma coisa e a jovem se culpava a todo momento por não se sentir agradecida por isso. Por querer a única coisa que o imperador não permitiria entregar. E pede, para mais uma vez ele contar como ela foi achada por ele.
Meister Schwazers sorri e começa a contar, a dádiva que foi para a vida dele encontrar no planalto da cornualha um bebê lindo com olhos azuis, que o encantou no primeiro momento.
Safira escuta atentamente, e em um juramento silencioso, apenas para si, promete proteger aquele homem com a própria vida um dia...
Interlúdio: Sobre amor, cuidado... e lealdade....
10 anos atrás, em dois pontos distintos de Nairë...
Sr. Robson caminhava pelas matas da floresta Norte de Nairë, procurando ervas que utilizaria no jantar quando escutou um choro, baixo, uma lamentação leve, com voz melodiosa. Olhos para os lados afim de tentar descobrir de onde vinha, rodou em um pequeno circulo na própria floresta mas não conseguia encontrar a origem de lamentação tão triste, quando finalmente dirige seu olhar para uma tora de arvore podre caída e repara no brilho vindo de dentro dela.
Curiosamente, o velho homem se abaixa e busca olhar para dentro da tora quando observa dois pequeninos corpos abraçados, unidos com força. Eram duas pequenas fadas, uma claramente mais jovem que a outra. A menor delas, agarrava, com todas as suas forças o corpo desfalecido da outra, que tinha os cabelos levemente castanhos e não possui mais o brilho, comum, das fadas.
Sem notar na presença estranha a fada mais jovem apenas repara que algo está errado quando sente a claridade sumir. Ergue seu rosto, inchado pelas lágrimas e se assusta com o delicado dedo que a acaricia.
Nália, não aparentava ter mais de 12 anos, mas como uma fada, possivelmente já deve ter vivido um pouco mais. E não sentia um toque tão caloroso e amigo vindo de outra pessoa se não sua própria mãe a muito tempo. A vida das duas nunca foi fácil, não pela sua mãe ter violado uma regra básica do seu povo: Não misturar raças! Sua vila já não existia mais, eram remanescentes e perseguidas. Agora, estava sozinha.
Seus olhos apenas fecham e ela estende, para que o velho senhor pegue, o corpo de sua mãe e em seguida, como uma menina tímida sai de dentro da tora de madeira e deixa que Robson a pegue nas mãos e coloque-a sobre seu ombro. Não disseram uma palavra naquele momento. Porém gestos e olhares já diziam tudo... Robson com apenas um olhar e carregando as duas fadas, fazia ali um juramento de cuidar da pequena criatura até seu último suspiro. Assim, como daria a mãe de Nália, um enterro digno de uma fada.
Nália, mal se lembra desse dia. E de muitos outros anteriores a esse...
A noite parecia ser longa para a criança que chorava calada, encolhida na sua própria cama, tentando conter e suportar a dor que sentia, tentava fitar com força a chuva que caia do lado de fora do castelo. Sua mama, aquela que a acompanhou desde o primeiro dia na cornualha e depois acompanhou para o castelo, despejava em uma vasilha de metal a água fervendo que trouxe afim de cuidar da jovem. Safira treme ao pensar em quanto detestava os modos daquela mulher, que simplesmente parecia não ter alma. Tão rígida, fria, assim com tudo que já conheceu.
Alguns anos depois ela descobriria da pior forma que a mulher até a amava, ao seu modo, mas a amava...
A mama enfia a toalha alva dentro da bacia, mexe, remexe, torce uma, duas, três vezes, mergulha novamente e torce uma única vez a toalha fumegante e tem seu pulso retido por uma mão masculina que faz um semblante firme, para a mama e em um gesto pede para a mulher sair do quarto. Da mesma forma que ele chegou silencioso, ela saiu sem dar sinal nenhum a menina que estava de costas para eles.
Safira, continuava a fitar as gotas de chuva na janela e fecha os olhos com força e dor ao sentir a compressa de água quente em seu joelho ferido. Morde os próprios lábios para não gritar e seus olhos enchem ainda mais de água e embaçados se espantam com Meister que a olha com carinho tentando limpar o ferimento.
Ela tinha traído sua confiança em mais uma tentativa de fuga...
Ele estende os dedos e limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto da menina, ela treme com o toque dele. Não foi acostumada com carinho algum. Ele esboça um sorriso leve, balança a cabeça dizendo que vai ficar tudo bem e a abraça forte. Balança o corpo de um lado para o outro tentando acalma-la e depois lhe dá um beijo na testa.
Safira sorri, afinal ele lhe dá medo, não é dado a demonstrações de afeto, mas ao mesmo tempo é a única pessoa que lhe dá segurança e carinho. Sua única família naquele castelo gelado.
O imperador acaricia seus cabelos, cuida e trata de seus ferimentos... conversa sobre a travessura que a menina, de 10 anos de idade, tinha aprontado, o quanto ele se preocupou quando soube da tentativa de fuga dela. E que aquele ferimento, causado pelos cães treinados poderia ter sido muito pior, e ele não suportaria perder sua jóia mais preciosa.
A pequena Safira pede perdão, promete que não ia tentar preocupar tanto o seu tutor. Diz que não suportaria ver ele sofrendo por ela e se encolhe no peito do homem que cuidou dela desde sempre. Meister permitia tudo, menos uma coisa e a jovem se culpava a todo momento por não se sentir agradecida por isso. Por querer a única coisa que o imperador não permitiria entregar. E pede, para mais uma vez ele contar como ela foi achada por ele.
Meister Schwazers sorri e começa a contar, a dádiva que foi para a vida dele encontrar no planalto da cornualha um bebê lindo com olhos azuis, que o encantou no primeiro momento.
Safira escuta atentamente, e em um juramento silencioso, apenas para si, promete proteger aquele homem com a própria vida um dia...
Capitulo 6
Anteriormente: A conversa com Maxwell aparentemente parecia ser proveitosa, porém Safira se viu obrigada a se “retirar” da cela em circunstancias misteriosas. Mister Black fica literalmente hipnotizado por uma pedra encontrada no quarto de sua dona e começa a “ver” coisas além do alcance. A batalha no cemitério das linhas prossegue, Augustus e Robison se reencontram, enquanto Meister finalmente encontra quem buscava como adversário. Ao longe, Nália tem a premonição que mais temia.
The Priest of Nairë
“Quem pode realmente saber a realidade? Se tudo o que pensamos, sentimos, vemos não pode passar de um tenebroso sonho? Se seu olhar, sua percepção é única e distinta, como definir que seus sentimentos e ações estão corretos?
O certo e errado sempre será relativo...
Tudo se resumirá: em que lado do espelho você estará!”
. Mirella – Gran Sacerdotisa das Imortais
Capitulo 6:
“Nália podia ouvir gritos e choros por toda a floresta norte, suas asas batiam o mais rápido possível, um rastro na cor do arco-íris ficava para trás enquanto ela avançava em direção aquilo que a incomodava tanto.
Finalmente o centro de tudo: O Cemitério das Linhas...
A fumaça vinda do fogo que consumia o pouco que poderia ser “vivo” naquele ambiente cortava o seu pulmão. Nunca gostou daquele local, nem do ambiente. Porem as únicas pessoas que amavam além da sua floresta querida estavam ali, ela precisava ajuda-los.
Os soldados de Meister não tinham a mínima piedade sobre os seres daquele local. Místicos ou humanos normais eram massacrados, pelas criaturas de seu Imperador.
Sangue, grito, choro, dor...
Som de espadas batendo, explosões, fogo...
Como pode haver tanta crueldade?”
“Como aquele terrível sonho poderia estar se realizando?” – a pequena meia-fada estremece.
Ela jamais sentiu essa sensação, Safira já teve um pequeno treinamento em magias elementais e esta, qualquer que tenha sido a magia, vagamente lembra a magia do ar. Não tinha sequer idéia de nada do que lhe ocorreu, mas seu corpo não estava estável. A luz ainda incomodava os seus olhos e conforme começou a se sentir “firme” novamente foi tirando devagar o braço de cima deles, afinal, sabia que não estava mais dentro da cela de Maxwell.
Nunca tinha visto coisa mais horrorosa! Safira se viu no meio da guerra, olhou de um lado ao outro e cada centímetro que seus olhos percorriam ficava ainda mais assustada.
”Como fui parar aqui?” – Seus olhos ficam cada vez mais marejados com cenas tão cruéis, sequer reconheciam qualquer um dos soldados da cidade, e muito menos vira cenas tão horripilantes. Nunca assistiu assassinato algum de perto, no entanto, via corpos tendo as cabeças decepadas, sendo mutilados sem nenhuma piedade, ela tentou dar um passo para a frente e não conseguiu, foi repelida para ficar aonde estava. Olhou para o chão e observou que estava sobre o piso do que aparentava ainda ser a cela de Maxwell, as pedras negra, sujas, cheias de limo ainda estavam ali, assim como o circulo desenhado por uma energia branca ao seu redor. – ”Que maldição foi essa que me colocaram?” – ao terminar seu pensamento só teve tempo de se abaixar correndo para não ser atingida por um corpo que era arremessado – ”Então é isso?” – seus olhos enchem d’água – ”...é isso que tem do lado de fora do maldito castelo? É isso que os homens tanto fazem?” – ela tenta segurar o choro apavorado por ter de certa forma realizado o seu sonho.
Mas seu sonho se tornou um pesadelo horrível. Estava presa em um pequeno circulo e sendo obrigada a assistir cenas que ninguém precisaria ver.
Em outro ponto da batalha, uma luta particular ocorre, de forma feroz e atropelando todos que se encontram na frente dela. Robison usava de todas as suas técnicas de congelamento contra o Senhor de Nairë, algumas poucas surgiam algum tipo de efeito.
Nesse momento, Robison preparava um novo ataque, ele crava de forma invertida o seu cajado no chão e aponta para Meister Schwarzes, este, em um movimento deveras rápido quase recebe dois raios vindos de direções opostas, porém ele abaixa e rola com o corpo no chão fazendo com que os disparos se anulem e criem uma grande barreira de gelo ao seu lado.
Meister não consegue retirar o sorriso do rosto e puxa para si duas espadas de soldados caídos e se põe rapidamente de pé.
- Andou praticando magia, velho? – ele começa a girar as duas espadas na frente do seu corpo criando uma espécie de hélice – pois vou te mostrar o que andei praticando também.
Robison que já estava de joelhos e coloca o cajado a frente depois de uma pequena prece e volta a olhar para seu adversário.
- Pelo visto acertou em mais uma coisa. Nos últimos anos pratiquei e muito... – o céu do Cemitério começou a escurecer, as preces de Robison estavam sendo atendidas, o lugar que não se recorda da ultima vez que suas terras receberam chuva se prepara para uma tempestade que pode não ter precedentes - ... e vejo que a cada dia se torna mais a “imagem e semelhança” de seu criador!
Meister Schwarzes ri com escárnio e não profere uma palavra.
O velho mago se levanta e olha com raiva para o Imperador – Pretende dar cabo da minha vida assim como deu a dele? Pois venha, quero ver qual é sua nova brincadeira!
Robison não mostra com o olhar, mas estava repentinamente assustado com a pose de Schwarzes, as espadas estavam girando cada vez mais rápido, e aparentavam estar modificando e crescendo de forma assustadora, o que quer que Meister Schwarzes está preparando, ele vai ter que rebater a altura.
- Não, velho, não darei a você o mesmo destino daquele homem! – o brilho torna ofuscante e cinco pares de hélices energéticas surgem na frente de Meister – Pretendo até dar uma morte maior do que merecia.... – as cinco hélices de espadas voam na direção de Robison -... uma morte pelas minhas mãos!
“Nália só poderia voar em direção ao seu coração, e sobe... Cortando um pouco da fumaça tóxica que recobre o local. Tenta avistar do alto as duas pessoas que lhe importavam no momento. Não as encontra.
“Aonde eles estão!?” é quando toma um susto. Uma flecha corta o ar ao seu lado no mesmo momento que vê um querido conhecido e mergulha em direção aumentando seu tamanho no processo.
- Rott!!! – No instante que o pequeno mascote seria esmagado por uma das grandes criaturas de Meister, ela o toma em seus braços e continua voando – Te peguei, pequenino! Aonde está Engine? – a fada aperta o rato-canguru contra o peito enquanto continua voando – Ele nunca se afasta de você!”
A cada segundo no qual era obrigada a permanecer ali, naquele circulo, Safira tremia e detestava o fato de finalmente estar fora do castelo. Sua prisão original lhe permitia ainda mais liberdade, e nela, a feiticeira não se via obrigada a ver todo o horror da guerra.
”Uma jóia dentro de uma redoma...”
E como qualquer pessoa “jogada” em uma guerra, ela começou a precisar se proteger. Seu rosto já tinha sangue espirrado, não, ela não tinha matado ninguém! Porém é difícil se manter “intacta”. A cada investida realizada contra ela, tentava apenas repelir e se manter viva. O que era um tanto difícil quando se está em um circulo de um metro e meio de diâmetro.
Safira já tinha o rosto manchado, mistura da poeira da guerra, sangue e lágrimas. Mas se deu a o luxo de um simples sorriso, quando o movimento rápido aliado ao seu raciocínio conseguiu salvar uma família inteira com sua magia. Um dos grandes mamutes de Schwarzes iriam pisotear todos com seu corpo enorme e peso. A princesa o tornou tangível, e assim ele passou pela família e mais outros tantos sem ferir ninguém.
A pequena garotinha agradece acenando e partindo no colo da sua mãe, enquanto Safira chora e sorri. “Não é que havia uma pequena beleza naquele momento?” E assim ela foi tentando, não sabia seu objetivo ali, mas não permitiria deixar mais uma família morrer, não na sua frente, e não se ela pudesse impedir.
Mas a feiticeira começou a se cansar, e por mais que um sorriso ou o simples olhar assustado de uma das pessoas salvas, fosse um presente. Aquele ambiente era horrível, depressivo, aterrorizante. Seus olhos estavam cansados de tanta violência, seres vivos com tanto ódio no coração se matando das piores formas possíveis.
Os monstros de Meister, assim como os soldados da resistência não tinham qualquer piedade. As grandes feras faziam dos pequenos corpos humanos sua refeição, cravando seus dentes e garras, arrancando os pedaços da carne como se fosse um almoço qualquer. O estômago delicado da princesa embrulhou, sentiu tudo revirar dentro de si, e de uma forma nojenta descobriu como realmente é o interior do corpo humano. E desejou nunca mais ver algo assim!
A feiticeira estava farta de tanta violência, queria voltar logo, para o conforto de sua casa, seu quarto. Maldição, até saudades daquele coelho idiota ela sentia!
Safira não conseguia mais fazer outra coisa se não chorar!
“É isso que os homens fazem? Destruição... choro... dor... ódio...”
Em meio ao seu choro, suas mãos enterradas no rosto coberto de lágrimas, Safira tem sua atenção voltada para um estrondo que não podia ter partido de outra pessoa...
Com suas patas grudadas na jóia que encontrou, Mister Black Nice Rabbit via e ao seu modo sentia tudo pelo qual sua “dona” passava. Seus olhos viraram os olhos do cajado, a safira cravada no seu topo. Quem explicaria tal fenômeno?
”Uma jóia dentro de uma redoma...”
O coelho negro não cansava de se repetir esse pensamento, finalmente começava a entender tudo pelo que ela passava. Lamenta e sente pena da feiticeira, toda aquela cena, o futuro que está para ocorrer, não poderá ter um único resultado positivo. A visão que tinha, não era agradável e no seu intimo ele desejava poder dizer uma única frase.
”Gata, não faça isso...”
“É quando de um estrondo, várias peças de metal voam longe. O impacto joga Nália e Rott no chão. Ela puxa o mascote para perto e não acredita no que vê. Sr. Robison lutava diretamente contra Meister em campo aberto.
- Pa-papa... – ela mal consegue falar quando é agarrada pela cintura e alguém a carrega – Ei! Me solte seu... Engine! – o rosto da mulher ilumina ao ver que o rapaz, surgindo de sabe lá aonde estava salvando-a.
- O que está fazendo aqui, Nália. Seu lugar é na floresta! – o rapaz tentava se afastar do campo de batalha carregando os dois mas seu semblante estava mais seco que o normal.
- Engine, precisamos ajudar meu papa! – ela paralisa o rapaz com uma magica simples prendendo seus pés no chão – Ele vai morrer se continuar enfrentando Meister!
- Ele trouxe essa maldita guerra para cá, Nália! Para a minha casa!
- Engine... – ela troca um olhar com o rapaz que aparentemente possui o coração mais frio de todos e novamente volta a correr em direção ao centro da batalha.”
A batalha toda parece parar, Augustus, que acompanhou tudo de perto, tentando não interferir não se permitiu atirar uma flecha sequer. E assim todos os soldados começaram a fazer. Espadas caiam no chão, lanças eram apoiadas sobre a terra, escudos relaxavam frente ao seu usuário. O silêncio só não era completo pelos gritos e choros dos feridos e pelo barulho, vindo da batalha particular. Ninguém conseguia tirar a atenção dos dois adversários que lutavam bravamente.
Meister, não parecia fazer um estremo esforço contra Robison, porém este, como seu cajado, estava no limite de suas forças. Ele não cessava de criar seres de gelo fortes o suficientes para combater cada um dos ataques do Imperador.
Ele precisava de algo mais ofensivo, ou logo estaria sem forças e perdido.
Então suas lembranças voltaram ao dia da queda das Imortais, o dia em que todas as mulheres mais importantes de Nairë caíram sobre o ataque cruel do monstro a sua frente. Todas, inclusive a única mulher que despertou paixão em Robison.
Meister continuava a destroçar cada uma das criaturas de Robison. E ele sabia que o velho mago não teria mais muitos recursos além daquele e desfaz as cinco hélices energéticas e funde as duas espadas em uma, única e enorme.
Augustus pela segunda vez viu ódio no olhar de seu mestre. Suas armas desaparecem em meio a suas mãos, não adiantaria lutar, só podia observar.
Um último e grande ataque, Sr. Robison estende uma das mãos aos céus assim que a chuva forte, antes anunciada começa a cair, e da ponta do cajado um vortex cresce, um raio cai e uma grande Quimera de gelo surge dele. O animal avança de uma única vez para cima de Meister que pela primeira vez se vê assustado e pensa, se o seu plano não falhou.
Schwarzes começa a batalhar com o grande animal, sozinho, sem qualquer artifício místico pois não tinha dado tempo. Porém o rei de Nairë não contava apenas com sua magia direta. Energiza a espada que se torna quente como uma fornalha na ponta e avança para o animal.
Robison se apoia no cajado, controlando mentalmente o animal e observa o movimento do adversário.
-Tolo!
A Quimera estica seu pescoço e de uma única vez engole Meister inteiro. Todos olharam com espanto, pavor e alivio, que não durou nada. O velho urra de dor ao sentir o seu animal se contorcer, o estômago da Quimera começa a brilhar em um único corte ele se abre e o animal explode libertando Meister.
- Nunca me subestime velho idiota! Não pense que me permiti entrar nessa besta sem me precaver!
- Olhe para si mesmo, Meister! – Robison gargalha ao apontar ao seu adversário que estava tendo seus braços e mãos presos por tentáculos de água fria, vindos dos destroços do animal – A quimera é um ser incrível, concorda? Praticamente imortal... e aliado aos poderes que a Deusa me concedeu...
Meister Schwarzes se encontra admirado, porém contido. Era o momento de atacar e tenta descarregar sua energia ao redor para se libertar. Peças de metal voam por todos os lados e seu corpo é finalmente jogado ao chão sem forças. Enquanto Sr. Robison se aproxima.
- Não imaginei você sendo tão burro! Eletricidade e água em nada combinam...
- Quem disse que estava tentando me soltar? – ele sorri – Apenas queria “chamar a atenção”!
Sr. Robison sorri da tentativa inútil de piada de seu adversário e põe o cajado no pescoço de Meister.
... e ele começa a brilhar!
“Porém Nália e Engine tem uma surpresa ao chegar.
Meister está no chão, com o cajado de Sr. Robison apertando contra o seu pescoço, e sendo energizado.
Os dois maiores magos de Nairë estavam em um momento decisivo e finalmente alguém derrubara o Imperador de Nairë.
Todos param e observam a cena. Meister não muda seu semblante, apenas revela um sorriso enquanto o cajado de Robison ganhava a intensidade de um Sol.
- Você vai pagar pelo que fez a Mirella e as Imortais, seu maldito!
- Não antes de você, Robison!”
The Priest of Nairë
“Quem pode realmente saber a realidade? Se tudo o que pensamos, sentimos, vemos não pode passar de um tenebroso sonho? Se seu olhar, sua percepção é única e distinta, como definir que seus sentimentos e ações estão corretos?
O certo e errado sempre será relativo...
Tudo se resumirá: em que lado do espelho você estará!”
. Mirella – Gran Sacerdotisa das Imortais
Capitulo 6:
“Nália podia ouvir gritos e choros por toda a floresta norte, suas asas batiam o mais rápido possível, um rastro na cor do arco-íris ficava para trás enquanto ela avançava em direção aquilo que a incomodava tanto.
Finalmente o centro de tudo: O Cemitério das Linhas...
A fumaça vinda do fogo que consumia o pouco que poderia ser “vivo” naquele ambiente cortava o seu pulmão. Nunca gostou daquele local, nem do ambiente. Porem as únicas pessoas que amavam além da sua floresta querida estavam ali, ela precisava ajuda-los.
Os soldados de Meister não tinham a mínima piedade sobre os seres daquele local. Místicos ou humanos normais eram massacrados, pelas criaturas de seu Imperador.
Sangue, grito, choro, dor...
Som de espadas batendo, explosões, fogo...
Como pode haver tanta crueldade?”
“Como aquele terrível sonho poderia estar se realizando?” – a pequena meia-fada estremece.
Ela jamais sentiu essa sensação, Safira já teve um pequeno treinamento em magias elementais e esta, qualquer que tenha sido a magia, vagamente lembra a magia do ar. Não tinha sequer idéia de nada do que lhe ocorreu, mas seu corpo não estava estável. A luz ainda incomodava os seus olhos e conforme começou a se sentir “firme” novamente foi tirando devagar o braço de cima deles, afinal, sabia que não estava mais dentro da cela de Maxwell.
Nunca tinha visto coisa mais horrorosa! Safira se viu no meio da guerra, olhou de um lado ao outro e cada centímetro que seus olhos percorriam ficava ainda mais assustada.
”Como fui parar aqui?” – Seus olhos ficam cada vez mais marejados com cenas tão cruéis, sequer reconheciam qualquer um dos soldados da cidade, e muito menos vira cenas tão horripilantes. Nunca assistiu assassinato algum de perto, no entanto, via corpos tendo as cabeças decepadas, sendo mutilados sem nenhuma piedade, ela tentou dar um passo para a frente e não conseguiu, foi repelida para ficar aonde estava. Olhou para o chão e observou que estava sobre o piso do que aparentava ainda ser a cela de Maxwell, as pedras negra, sujas, cheias de limo ainda estavam ali, assim como o circulo desenhado por uma energia branca ao seu redor. – ”Que maldição foi essa que me colocaram?” – ao terminar seu pensamento só teve tempo de se abaixar correndo para não ser atingida por um corpo que era arremessado – ”Então é isso?” – seus olhos enchem d’água – ”...é isso que tem do lado de fora do maldito castelo? É isso que os homens tanto fazem?” – ela tenta segurar o choro apavorado por ter de certa forma realizado o seu sonho.
Mas seu sonho se tornou um pesadelo horrível. Estava presa em um pequeno circulo e sendo obrigada a assistir cenas que ninguém precisaria ver.
Em outro ponto da batalha, uma luta particular ocorre, de forma feroz e atropelando todos que se encontram na frente dela. Robison usava de todas as suas técnicas de congelamento contra o Senhor de Nairë, algumas poucas surgiam algum tipo de efeito.
Nesse momento, Robison preparava um novo ataque, ele crava de forma invertida o seu cajado no chão e aponta para Meister Schwarzes, este, em um movimento deveras rápido quase recebe dois raios vindos de direções opostas, porém ele abaixa e rola com o corpo no chão fazendo com que os disparos se anulem e criem uma grande barreira de gelo ao seu lado.
Meister não consegue retirar o sorriso do rosto e puxa para si duas espadas de soldados caídos e se põe rapidamente de pé.
- Andou praticando magia, velho? – ele começa a girar as duas espadas na frente do seu corpo criando uma espécie de hélice – pois vou te mostrar o que andei praticando também.
Robison que já estava de joelhos e coloca o cajado a frente depois de uma pequena prece e volta a olhar para seu adversário.
- Pelo visto acertou em mais uma coisa. Nos últimos anos pratiquei e muito... – o céu do Cemitério começou a escurecer, as preces de Robison estavam sendo atendidas, o lugar que não se recorda da ultima vez que suas terras receberam chuva se prepara para uma tempestade que pode não ter precedentes - ... e vejo que a cada dia se torna mais a “imagem e semelhança” de seu criador!
Meister Schwarzes ri com escárnio e não profere uma palavra.
O velho mago se levanta e olha com raiva para o Imperador – Pretende dar cabo da minha vida assim como deu a dele? Pois venha, quero ver qual é sua nova brincadeira!
Robison não mostra com o olhar, mas estava repentinamente assustado com a pose de Schwarzes, as espadas estavam girando cada vez mais rápido, e aparentavam estar modificando e crescendo de forma assustadora, o que quer que Meister Schwarzes está preparando, ele vai ter que rebater a altura.
- Não, velho, não darei a você o mesmo destino daquele homem! – o brilho torna ofuscante e cinco pares de hélices energéticas surgem na frente de Meister – Pretendo até dar uma morte maior do que merecia.... – as cinco hélices de espadas voam na direção de Robison -... uma morte pelas minhas mãos!
“Nália só poderia voar em direção ao seu coração, e sobe... Cortando um pouco da fumaça tóxica que recobre o local. Tenta avistar do alto as duas pessoas que lhe importavam no momento. Não as encontra.
“Aonde eles estão!?” é quando toma um susto. Uma flecha corta o ar ao seu lado no mesmo momento que vê um querido conhecido e mergulha em direção aumentando seu tamanho no processo.
- Rott!!! – No instante que o pequeno mascote seria esmagado por uma das grandes criaturas de Meister, ela o toma em seus braços e continua voando – Te peguei, pequenino! Aonde está Engine? – a fada aperta o rato-canguru contra o peito enquanto continua voando – Ele nunca se afasta de você!”
A cada segundo no qual era obrigada a permanecer ali, naquele circulo, Safira tremia e detestava o fato de finalmente estar fora do castelo. Sua prisão original lhe permitia ainda mais liberdade, e nela, a feiticeira não se via obrigada a ver todo o horror da guerra.
”Uma jóia dentro de uma redoma...”
E como qualquer pessoa “jogada” em uma guerra, ela começou a precisar se proteger. Seu rosto já tinha sangue espirrado, não, ela não tinha matado ninguém! Porém é difícil se manter “intacta”. A cada investida realizada contra ela, tentava apenas repelir e se manter viva. O que era um tanto difícil quando se está em um circulo de um metro e meio de diâmetro.
Safira já tinha o rosto manchado, mistura da poeira da guerra, sangue e lágrimas. Mas se deu a o luxo de um simples sorriso, quando o movimento rápido aliado ao seu raciocínio conseguiu salvar uma família inteira com sua magia. Um dos grandes mamutes de Schwarzes iriam pisotear todos com seu corpo enorme e peso. A princesa o tornou tangível, e assim ele passou pela família e mais outros tantos sem ferir ninguém.
A pequena garotinha agradece acenando e partindo no colo da sua mãe, enquanto Safira chora e sorri. “Não é que havia uma pequena beleza naquele momento?” E assim ela foi tentando, não sabia seu objetivo ali, mas não permitiria deixar mais uma família morrer, não na sua frente, e não se ela pudesse impedir.
Mas a feiticeira começou a se cansar, e por mais que um sorriso ou o simples olhar assustado de uma das pessoas salvas, fosse um presente. Aquele ambiente era horrível, depressivo, aterrorizante. Seus olhos estavam cansados de tanta violência, seres vivos com tanto ódio no coração se matando das piores formas possíveis.
Os monstros de Meister, assim como os soldados da resistência não tinham qualquer piedade. As grandes feras faziam dos pequenos corpos humanos sua refeição, cravando seus dentes e garras, arrancando os pedaços da carne como se fosse um almoço qualquer. O estômago delicado da princesa embrulhou, sentiu tudo revirar dentro de si, e de uma forma nojenta descobriu como realmente é o interior do corpo humano. E desejou nunca mais ver algo assim!
A feiticeira estava farta de tanta violência, queria voltar logo, para o conforto de sua casa, seu quarto. Maldição, até saudades daquele coelho idiota ela sentia!
Safira não conseguia mais fazer outra coisa se não chorar!
“É isso que os homens fazem? Destruição... choro... dor... ódio...”
Em meio ao seu choro, suas mãos enterradas no rosto coberto de lágrimas, Safira tem sua atenção voltada para um estrondo que não podia ter partido de outra pessoa...
Com suas patas grudadas na jóia que encontrou, Mister Black Nice Rabbit via e ao seu modo sentia tudo pelo qual sua “dona” passava. Seus olhos viraram os olhos do cajado, a safira cravada no seu topo. Quem explicaria tal fenômeno?
”Uma jóia dentro de uma redoma...”
O coelho negro não cansava de se repetir esse pensamento, finalmente começava a entender tudo pelo que ela passava. Lamenta e sente pena da feiticeira, toda aquela cena, o futuro que está para ocorrer, não poderá ter um único resultado positivo. A visão que tinha, não era agradável e no seu intimo ele desejava poder dizer uma única frase.
”Gata, não faça isso...”
“É quando de um estrondo, várias peças de metal voam longe. O impacto joga Nália e Rott no chão. Ela puxa o mascote para perto e não acredita no que vê. Sr. Robison lutava diretamente contra Meister em campo aberto.
- Pa-papa... – ela mal consegue falar quando é agarrada pela cintura e alguém a carrega – Ei! Me solte seu... Engine! – o rosto da mulher ilumina ao ver que o rapaz, surgindo de sabe lá aonde estava salvando-a.
- O que está fazendo aqui, Nália. Seu lugar é na floresta! – o rapaz tentava se afastar do campo de batalha carregando os dois mas seu semblante estava mais seco que o normal.
- Engine, precisamos ajudar meu papa! – ela paralisa o rapaz com uma magica simples prendendo seus pés no chão – Ele vai morrer se continuar enfrentando Meister!
- Ele trouxe essa maldita guerra para cá, Nália! Para a minha casa!
- Engine... – ela troca um olhar com o rapaz que aparentemente possui o coração mais frio de todos e novamente volta a correr em direção ao centro da batalha.”
A batalha toda parece parar, Augustus, que acompanhou tudo de perto, tentando não interferir não se permitiu atirar uma flecha sequer. E assim todos os soldados começaram a fazer. Espadas caiam no chão, lanças eram apoiadas sobre a terra, escudos relaxavam frente ao seu usuário. O silêncio só não era completo pelos gritos e choros dos feridos e pelo barulho, vindo da batalha particular. Ninguém conseguia tirar a atenção dos dois adversários que lutavam bravamente.
Meister, não parecia fazer um estremo esforço contra Robison, porém este, como seu cajado, estava no limite de suas forças. Ele não cessava de criar seres de gelo fortes o suficientes para combater cada um dos ataques do Imperador.
Ele precisava de algo mais ofensivo, ou logo estaria sem forças e perdido.
Então suas lembranças voltaram ao dia da queda das Imortais, o dia em que todas as mulheres mais importantes de Nairë caíram sobre o ataque cruel do monstro a sua frente. Todas, inclusive a única mulher que despertou paixão em Robison.
Meister continuava a destroçar cada uma das criaturas de Robison. E ele sabia que o velho mago não teria mais muitos recursos além daquele e desfaz as cinco hélices energéticas e funde as duas espadas em uma, única e enorme.
Augustus pela segunda vez viu ódio no olhar de seu mestre. Suas armas desaparecem em meio a suas mãos, não adiantaria lutar, só podia observar.
Um último e grande ataque, Sr. Robison estende uma das mãos aos céus assim que a chuva forte, antes anunciada começa a cair, e da ponta do cajado um vortex cresce, um raio cai e uma grande Quimera de gelo surge dele. O animal avança de uma única vez para cima de Meister que pela primeira vez se vê assustado e pensa, se o seu plano não falhou.
Schwarzes começa a batalhar com o grande animal, sozinho, sem qualquer artifício místico pois não tinha dado tempo. Porém o rei de Nairë não contava apenas com sua magia direta. Energiza a espada que se torna quente como uma fornalha na ponta e avança para o animal.
Robison se apoia no cajado, controlando mentalmente o animal e observa o movimento do adversário.
-Tolo!
A Quimera estica seu pescoço e de uma única vez engole Meister inteiro. Todos olharam com espanto, pavor e alivio, que não durou nada. O velho urra de dor ao sentir o seu animal se contorcer, o estômago da Quimera começa a brilhar em um único corte ele se abre e o animal explode libertando Meister.
- Nunca me subestime velho idiota! Não pense que me permiti entrar nessa besta sem me precaver!
- Olhe para si mesmo, Meister! – Robison gargalha ao apontar ao seu adversário que estava tendo seus braços e mãos presos por tentáculos de água fria, vindos dos destroços do animal – A quimera é um ser incrível, concorda? Praticamente imortal... e aliado aos poderes que a Deusa me concedeu...
Meister Schwarzes se encontra admirado, porém contido. Era o momento de atacar e tenta descarregar sua energia ao redor para se libertar. Peças de metal voam por todos os lados e seu corpo é finalmente jogado ao chão sem forças. Enquanto Sr. Robison se aproxima.
- Não imaginei você sendo tão burro! Eletricidade e água em nada combinam...
- Quem disse que estava tentando me soltar? – ele sorri – Apenas queria “chamar a atenção”!
Sr. Robison sorri da tentativa inútil de piada de seu adversário e põe o cajado no pescoço de Meister.
... e ele começa a brilhar!
“Porém Nália e Engine tem uma surpresa ao chegar.
Meister está no chão, com o cajado de Sr. Robison apertando contra o seu pescoço, e sendo energizado.
Os dois maiores magos de Nairë estavam em um momento decisivo e finalmente alguém derrubara o Imperador de Nairë.
Todos param e observam a cena. Meister não muda seu semblante, apenas revela um sorriso enquanto o cajado de Robison ganhava a intensidade de um Sol.
- Você vai pagar pelo que fez a Mirella e as Imortais, seu maldito!
- Não antes de você, Robison!”
Continuação do cap 6
Um raio corta o campo de batalha, sua cor azul é de indiscritível beleza. Sr. Robison não teve sequer tempo de defender o ataque. O tiro tinha sido certeiro e perfeito, um buraco no meio do seu peito fora aberto e seus olhos, rapidamente começavam a se tornar brancos, mas ainda assim ele teve tempo de erguer e encarar sua executora.
- Mirella? – seu corpo foi tombando ao chão, primeiro ficando de joelhos a frente de Meister, que sorria por ter mais um plano bem sucedido
- Só para contar... – Schwarzes sussurra de forma que Robison seja o único a escutar – meu criador ainda está vivo! – o velho dirige o olhar para ele sem acreditar em nada e murmura em num ultimo esforço e mantendo o pensamento voltado a sacerdotiza.
– Pela Deusa, me perdoe... – e finalmente seu corpo cai ao chão, deixando uma única lágrima escorrer e se misturar ao pó da terra do Cemitério.
Safira tinha o olhar gélido, frio, precisou matar um pedaço de sua alma para cumprir a promessa que fez quando criança, suas lembranças, enquanto via Meister Schwarzes correr perigo foram claras. A forma como ele sempre cuidou dela, a protegeu. Hoje, foi preciso que ela cuidasse e protegesse a única pessoa que já se importou com ela. Ou assim pensa e acredita.
Ao ver Meister com o cajado sobre o pescoço não pode deixar de lembrar de quando estava com medo ao ser derrubada no chão pelos cães, naquele dia chuvoso, como hoje, e aqueles dentes, o calor da morte a sua frente, o brilho dos olhos daquele animal, se não fosse Schwarzes afastando aquela fera com um tiro, ela estaria morta. Hoje, ele estaria morto. A feiticeira nunca permitiria algo assim acontecesse. Porém, agora ela vendeu parte de sua alma, acabara de virar uma verdadeira assassina. Será que o preço foi pago de forma suficiente? A troca foi equivalente? Safira acha que nunca vai descobrir essa resposta. E por dentro chora como jamais chorou, mesmo mantendo os olhos gélidos, como duas jóias intactas. Enquanto dá um leve sorriso de alivio a Meister que se levanta e caminha até ela. Satisfeito, pois seu plano correu exatamente como queria.
“É nesse instante que Sr. Robison é perfurado por um raio de cor azul intenso. Meister apenas sorri ao ver que o seu oponente finalmente foi abatido, e seu pedido oculto atendido. O corpo do líder da resistência vai tombando levemente em direção ao chão. Nália grita e tenta correr na direção, porém Engine agarra seu braço impedindo que continue a correr.”
- Deixe ir ajudar o Papa, Engine... – ela bate com as mãos no peito do jovem – eu preciso usar uma magia de cura nele... – os olhos dela não paravam de chorar, o violeta de seus olhos estava ainda mais vivo - ...ele precisa viver!
- Não vai adiantar de nada, Nália. Veja... – ele aponta para alguns soldados que se aglomeravam ao redor de Robison – pelo menos assim a guerra finalmente termina, nosso lar estará em paz! – e abraça com força a fada segurando suas asas, impedindo, assim, qualquer magia.
- Mas... – seus olhos eram fixos no corpo inerte de Robison – não posso deixar papa morrer! Só eu posso salva-lo! – seus pequenos e frágeis dedos esticam querendo alcança-lo.
- Ele já está morto, Nália.- Engine fala de forma seca e fria, ela nunca entende como o homem que ama pode ser tão insensível.
“O monarca ainda no chão se apoia e olha para trás. Para o mesmo local aonde todo o exercito e Engine olhavam.
Nália é a ultima a dirigir o olhar para a fonte de tamanha luz azulada.
Era lindo, porém tinha um olhar totalmente frio e gelado. Nada nunca a incomodara tanto.”
Continua...
- Mirella? – seu corpo foi tombando ao chão, primeiro ficando de joelhos a frente de Meister, que sorria por ter mais um plano bem sucedido
- Só para contar... – Schwarzes sussurra de forma que Robison seja o único a escutar – meu criador ainda está vivo! – o velho dirige o olhar para ele sem acreditar em nada e murmura em num ultimo esforço e mantendo o pensamento voltado a sacerdotiza.
– Pela Deusa, me perdoe... – e finalmente seu corpo cai ao chão, deixando uma única lágrima escorrer e se misturar ao pó da terra do Cemitério.
Safira tinha o olhar gélido, frio, precisou matar um pedaço de sua alma para cumprir a promessa que fez quando criança, suas lembranças, enquanto via Meister Schwarzes correr perigo foram claras. A forma como ele sempre cuidou dela, a protegeu. Hoje, foi preciso que ela cuidasse e protegesse a única pessoa que já se importou com ela. Ou assim pensa e acredita.
Ao ver Meister com o cajado sobre o pescoço não pode deixar de lembrar de quando estava com medo ao ser derrubada no chão pelos cães, naquele dia chuvoso, como hoje, e aqueles dentes, o calor da morte a sua frente, o brilho dos olhos daquele animal, se não fosse Schwarzes afastando aquela fera com um tiro, ela estaria morta. Hoje, ele estaria morto. A feiticeira nunca permitiria algo assim acontecesse. Porém, agora ela vendeu parte de sua alma, acabara de virar uma verdadeira assassina. Será que o preço foi pago de forma suficiente? A troca foi equivalente? Safira acha que nunca vai descobrir essa resposta. E por dentro chora como jamais chorou, mesmo mantendo os olhos gélidos, como duas jóias intactas. Enquanto dá um leve sorriso de alivio a Meister que se levanta e caminha até ela. Satisfeito, pois seu plano correu exatamente como queria.
“É nesse instante que Sr. Robison é perfurado por um raio de cor azul intenso. Meister apenas sorri ao ver que o seu oponente finalmente foi abatido, e seu pedido oculto atendido. O corpo do líder da resistência vai tombando levemente em direção ao chão. Nália grita e tenta correr na direção, porém Engine agarra seu braço impedindo que continue a correr.”
- Deixe ir ajudar o Papa, Engine... – ela bate com as mãos no peito do jovem – eu preciso usar uma magia de cura nele... – os olhos dela não paravam de chorar, o violeta de seus olhos estava ainda mais vivo - ...ele precisa viver!
- Não vai adiantar de nada, Nália. Veja... – ele aponta para alguns soldados que se aglomeravam ao redor de Robison – pelo menos assim a guerra finalmente termina, nosso lar estará em paz! – e abraça com força a fada segurando suas asas, impedindo, assim, qualquer magia.
- Mas... – seus olhos eram fixos no corpo inerte de Robison – não posso deixar papa morrer! Só eu posso salva-lo! – seus pequenos e frágeis dedos esticam querendo alcança-lo.
- Ele já está morto, Nália.- Engine fala de forma seca e fria, ela nunca entende como o homem que ama pode ser tão insensível.
“O monarca ainda no chão se apoia e olha para trás. Para o mesmo local aonde todo o exercito e Engine olhavam.
Nália é a ultima a dirigir o olhar para a fonte de tamanha luz azulada.
Era lindo, porém tinha um olhar totalmente frio e gelado. Nada nunca a incomodara tanto.”
Continua...
capitulo 7
Anteriormente: Nália foi levada pelos fatos de seu pesadelo ao centro do furacão. A guerra no cemitério continuou e Safira, decobriu de uma forma horrível que o “lado de fora” não é tão bonito como pensava ou sonhava. Enquanto Meister e Robison travavam finalmente sua ultima luta. Algumas poucas lições de guerra foram ensinadas, e finalmente foi cumprida a promessa feita anos atrás, finalmente o pesadelo de Nália chegou a um fim. O pior deles.
The Priest of Nairë
Capitulo 7:
O chão desértico e rachado do cemitério das linhas, estava molhado, encharcado de lama, a mesma que estava se misturando aos dedos delicados de Nália que não conseguiu sair dali. Os soldados de Meister, assim como os revolucionários já tinham partido, e o corpo de Sr. Robison foi levado em uma comitiva, para realização dos ritos fúnebres. Porém a pequena fada estava ajoelhada, em meio a lama, passando os dedos pelo chão tentando entender o porque...
Primeiro sua mãe, agora a única pessoa que se preocupou com ela.
Mas Nália não conseguia pensar em chorar, simplesmente se prendia em pensamentos e na dor de não ter conseguido impedir mais uma de suas premonições. “E quem era aquela bruxa que matou seu pai?”
- Nália!
Segura um punhado de lama nas mãos ao escutar a voz de Engine e olha para trás de forma feroz. O maquinista dá um passo para trás. Não tinha uma garotinha indefesa ali, Nália aparentemente cresceu em horas e da pior forma.
- Vai embora! – volta a olhar para a lama e cerrar os dentes
- Nália, eles estão procurando por você. – Engine para ao seu lado, coloca a mão no bolso e olha para o horizonte, ao longe o vulcão, fronteira do Império, aparentava uma coloração estranha, mas ele não se incomodou com isso – Estão velando o corpo dele.
- Não importa... – a voz da fada saiu baixa, em meio a um sussurro enquanto suas mãos sujas escondem as lágrimas que caem - ... eu não vou... não mereço ir...
- Não poderia ter feito nada para impedir isso, pequena. Já conversamos. Seu pai estava condenado.
- Eu o matei... – o tom da voz seca e embargada da meia-fada fez o mecânico abaixar a cabeça e entender parte da conseqüência de seus atos – Nós o matamos, Engine. – ela se levanta, toda suja de lama e num piscar volta a sua forma minúscula e fica de frente ao mecânico – Nós ainda vamos pagar caro pelo que fizemos!
- Eu já disse a você que não temos culpa, não fizemos nada, Nália! Não matamos aquele velho! Deixe de ser estúpida!
- Aquele velho era meu pai! E abaixe o seu tom de voz quando falar comigo! – os olhos violetas de Nália saltavam e brilhavam dando a Engine uma pequena porção de medo – Você disse exatamente o que fizemos: Não fizemos absolutamente nada! Mas eu ainda tenho uma chance... e uma vingança a cumprir!
E um rastro multicolor corta o cemitério deixando Engine sozinho e tentando entender os planos da fada.
No castelo de Meister, os dois guardas mantinham a segurança da princesa permaneciam imóveis e com o olhar firme e forte, um deles porém, as vezes deixava o olhar escaparem com uma porção de pena para o pequeno animal parado a porta, que tentava arrastar as patinhas querendo entrar.
Mister Black Nice Rabit talvez seja o único que realmente sabe o que ocorreu a feiticeira, e talvez o único a conseguir ajuda-la. Mas desde que voltou ao castelo, Safira se trancou e não se permitiu a uma única palavra. Fez do seu quarto uma segunda prisão. A prisão dentro da prisão. Dentro dele, a feiticeira chorava, soluçava. Abraçando as próprias pernas, prendendo contra o corpo, rosto enterrado no joelho, as lágrimas misturavam aos fios de cabelo castanho da jovem. Ninguém via seu estado real, mas qualquer um que passasse em frente ao seu quarto notaria o ambiente carregado e triste.
Parado no fim do corredor, Meister Schwarzes, observa, ao lado de um de seus conselheiros, a porta do quarto de Safira.
- Ela não fez absolutamente nada?
- Não, meu senhor, Milady Safira se recusa a qualquer contato. Desde que o senhor a trouxe de volta ao castelo a primeira providência dela foi se transportar ao seu quarto.
- Comeu alguma coisa?
- Não senhor! – aponta para uma bandeja ao lado da porta do quarto – Nem tocou na comida. Para ser sincero a única vez que a porta abriu foi para ela retirar o coelho do quarto.
- Coelho?
- Sim, aquele coelho que vem mantendo como mascote.
- Ah, sim... – ele começa a caminhar em direção a porta – Safira nunca conseguiu se adaptar a animal nenhum...
- Sim, majestade, porém ela se dá bem com este animal, se me permite a indiscrição, é um ótimo estimulo. Milady é muito solitária.
Meister apenas olha para o seu conselheiro que engole a seco, ele para em frente a porta, olha para baixo encarando o pequeno animal que simplesmente ignora a presença do soberano de Nairë e continua tentando entrar.
- Safira... – a voz de Meister chegava a ser comparada como uma melodia suave, os dois guardas por mais que estranhassem essa mudança no tom, já se acostumaram, ninguém nunca entenderia porque ou como ela era a única a conseguir “acalmar” a imponência do seu Imperador – Safira? – ninguém respondia – Será que aconteceu alguma coisa? – ele olha para o guarda – A chave mestra, está com você?
- Não! – os semblantes de todos se assustam ao escutar a voz firme porém embargada da feiticeira – Me perdoe, senhor, porém peço, imploro para que me permita ficar sozinha...
A voz de Safira tinha um tom melancólico e sofrido, e claramente vinha de trás da porta. Os dedos da jovem escorregavam pela madeira assim como seu corpo que se permitiu sentar ao lado da porta no chão.
- Certeza que não precisa conversar, minha jóia?
- Preciso ficar um pouco sozinha, senhor... se não se importar... – ela tentava esquecer as imagens que viu, principalmente A imagem e olhou firme para suas mãos ainda vendo o sangue nelas.
- Sim, minha querida, mais tarde então voltarei para ver como está!
O silêncio foi a resposta de Meister que respirou fundo engolindo o orgulho e caminhou em direção a escadaria principal.
Safira suspira aliviada do outro lado da porta e abre devagar, liberando uma pequena fresta, seus olhos azuis percorrem o chão em procura a bandeja de comida e se assusta ao ver o pequeno coelho sentado, fitando-a, com os mesmos olhos doces que encantaram da primeira vez. A mão estica e ela pega uma maça e faz um sinal para que ele entre. Em seguida fecha a porta e permite que ele sente em seu colo.
No fim do corredor Meister observa a cena e semicerra os olhos.
O enterro de Robison foi reservado. Por mais que uma grande parte de pessoas quisessem participar, alguns, por medo, outros apenas pela ausência de uma informação precisa do local não compareceram. A beira do lago sagrado de Lithium, os poucos que ainda estavam prestigiando o líder da revolução observavam a jangada de madeira queimar em meio as águas do lago. Duas mulheres, com vestes que lembravam sacerdotisas seguravam taças, contendo um incenso fino e delicado, que queimava junto a lascas de carvalho e faziam uma prece. Esse, era o ritual antigo pelo qual Robison lutava. O enterro de um protegido pela Deusa, um guerreiro das Imortais. Um velho sacerdote cego, põe a mão sobre o ombro de Augustus dando-lhe o sinal, este, com os olhos vermelhos e marejados assente com a cabeça e recria seu arco e flecha de energia.
- Que as puras e calmas águas o levem em paz ao descanso eterno da Deusa, irmão e amigo Robson de Siguard! – assim que o sacerdote pronuncia a ultima frase, Augustus dispara uma flecha certeira na jangada que com o impulso se parte em duas e finalmente afunda levando o corpo de Robson para o fundo do lago.
As pessoas vão se dispersando aos poucos, Augustus é o único a permanecer no local até que a ultima chama sobre o espelho do lago se apague. Ele levanta o seus olhos, seca as poucas lágrimas que restam e se aproxima do cavalo amarrado em uma das arvores. Seus olhos ainda buscam ver se ela esteve ali, nem que um pouco distante. Mas nada dava indícios disso. Ele sobe no cavalo e com um único sinal o animal parte em direção a cidade-capital.
Do topo de uma arvore, Nália, vestindo uma capa negra se despede de Sr. Robison no silêncio, seus pensamentos logo se perdem ao observar um brilho vindo da ilha sagrada e depois de balançar a cabeça segue na direção oposta.
The Priest of Nairë
Capitulo 7:
O chão desértico e rachado do cemitério das linhas, estava molhado, encharcado de lama, a mesma que estava se misturando aos dedos delicados de Nália que não conseguiu sair dali. Os soldados de Meister, assim como os revolucionários já tinham partido, e o corpo de Sr. Robison foi levado em uma comitiva, para realização dos ritos fúnebres. Porém a pequena fada estava ajoelhada, em meio a lama, passando os dedos pelo chão tentando entender o porque...
Primeiro sua mãe, agora a única pessoa que se preocupou com ela.
Mas Nália não conseguia pensar em chorar, simplesmente se prendia em pensamentos e na dor de não ter conseguido impedir mais uma de suas premonições. “E quem era aquela bruxa que matou seu pai?”
- Nália!
Segura um punhado de lama nas mãos ao escutar a voz de Engine e olha para trás de forma feroz. O maquinista dá um passo para trás. Não tinha uma garotinha indefesa ali, Nália aparentemente cresceu em horas e da pior forma.
- Vai embora! – volta a olhar para a lama e cerrar os dentes
- Nália, eles estão procurando por você. – Engine para ao seu lado, coloca a mão no bolso e olha para o horizonte, ao longe o vulcão, fronteira do Império, aparentava uma coloração estranha, mas ele não se incomodou com isso – Estão velando o corpo dele.
- Não importa... – a voz da fada saiu baixa, em meio a um sussurro enquanto suas mãos sujas escondem as lágrimas que caem - ... eu não vou... não mereço ir...
- Não poderia ter feito nada para impedir isso, pequena. Já conversamos. Seu pai estava condenado.
- Eu o matei... – o tom da voz seca e embargada da meia-fada fez o mecânico abaixar a cabeça e entender parte da conseqüência de seus atos – Nós o matamos, Engine. – ela se levanta, toda suja de lama e num piscar volta a sua forma minúscula e fica de frente ao mecânico – Nós ainda vamos pagar caro pelo que fizemos!
- Eu já disse a você que não temos culpa, não fizemos nada, Nália! Não matamos aquele velho! Deixe de ser estúpida!
- Aquele velho era meu pai! E abaixe o seu tom de voz quando falar comigo! – os olhos violetas de Nália saltavam e brilhavam dando a Engine uma pequena porção de medo – Você disse exatamente o que fizemos: Não fizemos absolutamente nada! Mas eu ainda tenho uma chance... e uma vingança a cumprir!
E um rastro multicolor corta o cemitério deixando Engine sozinho e tentando entender os planos da fada.
No castelo de Meister, os dois guardas mantinham a segurança da princesa permaneciam imóveis e com o olhar firme e forte, um deles porém, as vezes deixava o olhar escaparem com uma porção de pena para o pequeno animal parado a porta, que tentava arrastar as patinhas querendo entrar.
Mister Black Nice Rabit talvez seja o único que realmente sabe o que ocorreu a feiticeira, e talvez o único a conseguir ajuda-la. Mas desde que voltou ao castelo, Safira se trancou e não se permitiu a uma única palavra. Fez do seu quarto uma segunda prisão. A prisão dentro da prisão. Dentro dele, a feiticeira chorava, soluçava. Abraçando as próprias pernas, prendendo contra o corpo, rosto enterrado no joelho, as lágrimas misturavam aos fios de cabelo castanho da jovem. Ninguém via seu estado real, mas qualquer um que passasse em frente ao seu quarto notaria o ambiente carregado e triste.
Parado no fim do corredor, Meister Schwarzes, observa, ao lado de um de seus conselheiros, a porta do quarto de Safira.
- Ela não fez absolutamente nada?
- Não, meu senhor, Milady Safira se recusa a qualquer contato. Desde que o senhor a trouxe de volta ao castelo a primeira providência dela foi se transportar ao seu quarto.
- Comeu alguma coisa?
- Não senhor! – aponta para uma bandeja ao lado da porta do quarto – Nem tocou na comida. Para ser sincero a única vez que a porta abriu foi para ela retirar o coelho do quarto.
- Coelho?
- Sim, aquele coelho que vem mantendo como mascote.
- Ah, sim... – ele começa a caminhar em direção a porta – Safira nunca conseguiu se adaptar a animal nenhum...
- Sim, majestade, porém ela se dá bem com este animal, se me permite a indiscrição, é um ótimo estimulo. Milady é muito solitária.
Meister apenas olha para o seu conselheiro que engole a seco, ele para em frente a porta, olha para baixo encarando o pequeno animal que simplesmente ignora a presença do soberano de Nairë e continua tentando entrar.
- Safira... – a voz de Meister chegava a ser comparada como uma melodia suave, os dois guardas por mais que estranhassem essa mudança no tom, já se acostumaram, ninguém nunca entenderia porque ou como ela era a única a conseguir “acalmar” a imponência do seu Imperador – Safira? – ninguém respondia – Será que aconteceu alguma coisa? – ele olha para o guarda – A chave mestra, está com você?
- Não! – os semblantes de todos se assustam ao escutar a voz firme porém embargada da feiticeira – Me perdoe, senhor, porém peço, imploro para que me permita ficar sozinha...
A voz de Safira tinha um tom melancólico e sofrido, e claramente vinha de trás da porta. Os dedos da jovem escorregavam pela madeira assim como seu corpo que se permitiu sentar ao lado da porta no chão.
- Certeza que não precisa conversar, minha jóia?
- Preciso ficar um pouco sozinha, senhor... se não se importar... – ela tentava esquecer as imagens que viu, principalmente A imagem e olhou firme para suas mãos ainda vendo o sangue nelas.
- Sim, minha querida, mais tarde então voltarei para ver como está!
O silêncio foi a resposta de Meister que respirou fundo engolindo o orgulho e caminhou em direção a escadaria principal.
Safira suspira aliviada do outro lado da porta e abre devagar, liberando uma pequena fresta, seus olhos azuis percorrem o chão em procura a bandeja de comida e se assusta ao ver o pequeno coelho sentado, fitando-a, com os mesmos olhos doces que encantaram da primeira vez. A mão estica e ela pega uma maça e faz um sinal para que ele entre. Em seguida fecha a porta e permite que ele sente em seu colo.
No fim do corredor Meister observa a cena e semicerra os olhos.
O enterro de Robison foi reservado. Por mais que uma grande parte de pessoas quisessem participar, alguns, por medo, outros apenas pela ausência de uma informação precisa do local não compareceram. A beira do lago sagrado de Lithium, os poucos que ainda estavam prestigiando o líder da revolução observavam a jangada de madeira queimar em meio as águas do lago. Duas mulheres, com vestes que lembravam sacerdotisas seguravam taças, contendo um incenso fino e delicado, que queimava junto a lascas de carvalho e faziam uma prece. Esse, era o ritual antigo pelo qual Robison lutava. O enterro de um protegido pela Deusa, um guerreiro das Imortais. Um velho sacerdote cego, põe a mão sobre o ombro de Augustus dando-lhe o sinal, este, com os olhos vermelhos e marejados assente com a cabeça e recria seu arco e flecha de energia.
- Que as puras e calmas águas o levem em paz ao descanso eterno da Deusa, irmão e amigo Robson de Siguard! – assim que o sacerdote pronuncia a ultima frase, Augustus dispara uma flecha certeira na jangada que com o impulso se parte em duas e finalmente afunda levando o corpo de Robson para o fundo do lago.
As pessoas vão se dispersando aos poucos, Augustus é o único a permanecer no local até que a ultima chama sobre o espelho do lago se apague. Ele levanta o seus olhos, seca as poucas lágrimas que restam e se aproxima do cavalo amarrado em uma das arvores. Seus olhos ainda buscam ver se ela esteve ali, nem que um pouco distante. Mas nada dava indícios disso. Ele sobe no cavalo e com um único sinal o animal parte em direção a cidade-capital.
Do topo de uma arvore, Nália, vestindo uma capa negra se despede de Sr. Robison no silêncio, seus pensamentos logo se perdem ao observar um brilho vindo da ilha sagrada e depois de balançar a cabeça segue na direção oposta.
continuação do cap 7
Safira finalmente repousa no chão do quarto, uma das mãos acariciando a cabeça do coelho enquanto ele lambe seus dedos sujos de maça. Mesmo de olhos fechados ela sorri com o carinho do animal, mas seu semblante volta a fechar e uma nova lágrima escorre dos olhos.
- Chorar não vai adiantar nada, gata! – Mister Nice já transformara e estava um pouco maior e passando a pata pelos cabelos dela que se encolhia ainda mais no próprio corpo – O que está feito, está feito...
Os olhos dela abrem devagar, tristes, sem vida enquanto ela volta a sentar no chão e encara o coelho.
Ficaram assim por um tempo. Black Nice Rabbit queria falar um pouco mais, porém viu que o que a menina precisava não era de um sermão, mas de carinho. Ele estende os braços e ela o puxa para abraçar bem forte.
- Oh, gata! Calma! – rindo enquanto esfregava o focinho no pescoço dela – Sou fofinho mas não sou pelúcia!
Ela solta do abraço, ainda o segurando e sorri de forma sincera – Você tem razão! Não é justo, né? – coloca ele apoiado no chão e acariciando as orelhas, patinhas, escorregando até o pescoço passa o dedo deslizando pela coleira cravejada, e fechando os olhos e sorrindo um brilho a desfaz – Assim como não é justo eu te manter mais assim!
Os dedos dela deslizam por ele e caem sobre os joelhos da jovem que sorri para ele e de forma firme diz:
- Está livre, fofinho! Pode voltar para sua casa na hora que quiser!
O coelho negro arregala os olhos, se assusta com a idéia – Como assim? Eu posso ir!?
- Sim, pode... – ela toca a ponta do focinho dele com o dedo – tínhamos um acordo que não é mais necessário! – Se levanta e caminha até a janela – Não vou fazer mais maldade nenhuma. Sei que não quer ficar, que era infeliz... então, pode usufruir da sua liberdade!
- E você? – o coelho mal acreditava no que tinha acontecido – Não queria sair do castelo? – ele dizia para si mesmo ‘coelho imbecil, vai embora antes que ela mude de ideia!’ – Não era seu sonho? – ele volta a forma de coelho e se esfrega nas pernas dela tentando acariciar ao ver que seus olhos ficaram marejados.
- Não, não tenho mais sonho nenhum! Eu queria sair. Sai, vi o que não queria... Pensei que o mundo era mais bonito e mais seguro. Mas não é! – seus braços apertavam um contra o outro e seus dedos apertavam ainda com mais força – E fiz algo horrivel... meu lugar é aqui mesmo! Na verdade meu lugar era no calabouço! Meister sempre esteve certo ao me manter presa... ele queria me dar segurança...
- Gata, vou te falar uma coisa: nem tudo é como aparenta, sabia? Você fez algo ruim? Fez, mas o que teria ocorrido se não fizesse?
- Meister estaria morto?
- Não gata – quem se importa com ele? – Você poderia estar morta! Não pensa nisso, tá legal? É passado e disso eu entendo! – pisca para ela e voa sentando na janela encarando-a – E ai? Vai querer ou não que eu te mostre o lado bom do mundo lá fora?
Nas estreitas ruas da Cidade-capital, uma porta abre de forma desajeitada e dela sai um homem trocando as pernas totalmente bêbado. Ele segura firme na parede do estabelecimento enquanto tenta dar mais um gole na garrafa cheia de rum.
- Calma ai senhor! – uma ágil mão retira a garrafa da mão do velho e beberrão – Por acaso pagou por esta garrafa?
O velho levanta o olhar triste e devidamente decepcionado para o lado e vendo perfeitamente duas garrafas, mas também dois Augustus, faz uma cara feia – se é que é possível ficar mais – e faz um gesto negativo com a cabeça.
- Imaginei que seria essa a resposta! – ele entrega a garrafa para um dos seus funcionários – Ponha novamente na prateleira, ou misture com algo para que ninguém perceba! E você... o quanto bebeu sem pagar?
- Apenas essa garafa senhor?
Augustos olha de forma severa – Certo, então caia o fora daqui e volte quando puder pagar pelo que bebe!
O velho caminha trocando as pernas e some virando a esquina. O jovem continua olhando com um olhar firme quando é surpreendido por duas mulheres cada uma de um lado abraçando.
- O chefinho voltou? – a mulher que se esfregava a sua direita brincava com os dedos passeando pelo braço e subindo até o ombro do jovem – Senti saudade!
- Deve estar bem cansado, né ? – a morena sussurra ao pé do ouvido dele mordiscando logo em seguida – Posso preparar um banho quentinho para meu chefinho?
O arqueiro sorri e acaricia cada uma de leve e sorri respondendo para as duas – Queridas, eu realmente adoraria ficar um tempo com vocês, mas infelizmente... – vai caminhando em direção a Taverna – Não creio que seja o momento adequado!
- Ahhhhhh.... – as duas jovens fazem uma cara triste e ele rouba um leve beijo de cada uma.
- Porque não vão treinar para a apresentação de hoje a noite? – dá um tapa na bunda de cada uma – Vamos meninas, o show não pode parar!
Assim que entra na caverna observando as duas “moças” correrem para os fundos do estabelecimento, o jovem arqueiro tem uma desagradável surpresa – O que faz aqui, Engine?
- Observando como fica de “luto” pelo seu tutor... – o mecânico permanece apoiado no balcão de braços cruzados – Por isso prefiro ser solitário.
- Engine, você saiu do Cemitério só para me torrar a paciência ou devo a mais alguma coisa a sua “agradável” presença?
- Vou ficar na cidade por enquanto, Augustus e infelizmente esse é o único lugar que posso ficar em paz! – estala os dedos e uma garçonete vestindo pouquíssimas roupas volta trazendo um copo de um drinque de cor alaranjada – Graças a interferência de vocês o Cemitério vai precisar de um tempo para se reestruturar!
- Eu sou um comerciante mas não uma barata. Não aturo nem muito os bêbados de costume, não é você que irei. Se perturbar muito te retiro a pontapés!
- Mesmo se eu tiver dicas para um serviço?
- Serviço? – ele arqueia a sobrancelha
- É Augustus, SER-VI-ÇO! Algo que sei que gosta de fazer, sabe? Ganhando um pouco de lascas de ouro! Ou me enganei?
- E desde quando precisa dos meus serviços? – Augustus passa para o outro lado do balcão e começa a preparar um coquetel – Até porque, pelo modo que falou o serviço não é para você.
- Precisamente, não me humilharia a fazer tal coisa. – toma um gole do drinque
- Certo, e do que se trata então? Para quem é o serviço? E porque está me passando ele?
- Do que se trata pelo que entendi é uma incursão no castelo, os detalhes eu passo se aceitar... – ele fala num tão um pouco mais baixo e se apoiando no balcão – Para quem eu ainda preciso ficar quieto sobre... – e sorri de forma maliciosa – E por que? simples, como disse: vou precisar ficar na cidade! E pensei...
- Nos quartos da Taverna! – o arqueiro se afasta e olha de forma pensativa – Uma incursão dentro do castelo é algo perigoso demais... não sei se meu pessoal conseguiria...
- Não é preciso mais que UM homem, cavalheiros! – sentado em uma mesa no fundo da taverna em meio as sombras, um par de olhos azuis brilha enquanto as mãos jogam cartas de forma calma sem que ninguém tivesse notado sua presença antes– Claro, se esse homem em questão for EU!
Continua...
- Chorar não vai adiantar nada, gata! – Mister Nice já transformara e estava um pouco maior e passando a pata pelos cabelos dela que se encolhia ainda mais no próprio corpo – O que está feito, está feito...
Os olhos dela abrem devagar, tristes, sem vida enquanto ela volta a sentar no chão e encara o coelho.
Ficaram assim por um tempo. Black Nice Rabbit queria falar um pouco mais, porém viu que o que a menina precisava não era de um sermão, mas de carinho. Ele estende os braços e ela o puxa para abraçar bem forte.
- Oh, gata! Calma! – rindo enquanto esfregava o focinho no pescoço dela – Sou fofinho mas não sou pelúcia!
Ela solta do abraço, ainda o segurando e sorri de forma sincera – Você tem razão! Não é justo, né? – coloca ele apoiado no chão e acariciando as orelhas, patinhas, escorregando até o pescoço passa o dedo deslizando pela coleira cravejada, e fechando os olhos e sorrindo um brilho a desfaz – Assim como não é justo eu te manter mais assim!
Os dedos dela deslizam por ele e caem sobre os joelhos da jovem que sorri para ele e de forma firme diz:
- Está livre, fofinho! Pode voltar para sua casa na hora que quiser!
O coelho negro arregala os olhos, se assusta com a idéia – Como assim? Eu posso ir!?
- Sim, pode... – ela toca a ponta do focinho dele com o dedo – tínhamos um acordo que não é mais necessário! – Se levanta e caminha até a janela – Não vou fazer mais maldade nenhuma. Sei que não quer ficar, que era infeliz... então, pode usufruir da sua liberdade!
- E você? – o coelho mal acreditava no que tinha acontecido – Não queria sair do castelo? – ele dizia para si mesmo ‘coelho imbecil, vai embora antes que ela mude de ideia!’ – Não era seu sonho? – ele volta a forma de coelho e se esfrega nas pernas dela tentando acariciar ao ver que seus olhos ficaram marejados.
- Não, não tenho mais sonho nenhum! Eu queria sair. Sai, vi o que não queria... Pensei que o mundo era mais bonito e mais seguro. Mas não é! – seus braços apertavam um contra o outro e seus dedos apertavam ainda com mais força – E fiz algo horrivel... meu lugar é aqui mesmo! Na verdade meu lugar era no calabouço! Meister sempre esteve certo ao me manter presa... ele queria me dar segurança...
- Gata, vou te falar uma coisa: nem tudo é como aparenta, sabia? Você fez algo ruim? Fez, mas o que teria ocorrido se não fizesse?
- Meister estaria morto?
- Não gata – quem se importa com ele? – Você poderia estar morta! Não pensa nisso, tá legal? É passado e disso eu entendo! – pisca para ela e voa sentando na janela encarando-a – E ai? Vai querer ou não que eu te mostre o lado bom do mundo lá fora?
Nas estreitas ruas da Cidade-capital, uma porta abre de forma desajeitada e dela sai um homem trocando as pernas totalmente bêbado. Ele segura firme na parede do estabelecimento enquanto tenta dar mais um gole na garrafa cheia de rum.
- Calma ai senhor! – uma ágil mão retira a garrafa da mão do velho e beberrão – Por acaso pagou por esta garrafa?
O velho levanta o olhar triste e devidamente decepcionado para o lado e vendo perfeitamente duas garrafas, mas também dois Augustus, faz uma cara feia – se é que é possível ficar mais – e faz um gesto negativo com a cabeça.
- Imaginei que seria essa a resposta! – ele entrega a garrafa para um dos seus funcionários – Ponha novamente na prateleira, ou misture com algo para que ninguém perceba! E você... o quanto bebeu sem pagar?
- Apenas essa garafa senhor?
Augustos olha de forma severa – Certo, então caia o fora daqui e volte quando puder pagar pelo que bebe!
O velho caminha trocando as pernas e some virando a esquina. O jovem continua olhando com um olhar firme quando é surpreendido por duas mulheres cada uma de um lado abraçando.
- O chefinho voltou? – a mulher que se esfregava a sua direita brincava com os dedos passeando pelo braço e subindo até o ombro do jovem – Senti saudade!
- Deve estar bem cansado, né ? – a morena sussurra ao pé do ouvido dele mordiscando logo em seguida – Posso preparar um banho quentinho para meu chefinho?
O arqueiro sorri e acaricia cada uma de leve e sorri respondendo para as duas – Queridas, eu realmente adoraria ficar um tempo com vocês, mas infelizmente... – vai caminhando em direção a Taverna – Não creio que seja o momento adequado!
- Ahhhhhh.... – as duas jovens fazem uma cara triste e ele rouba um leve beijo de cada uma.
- Porque não vão treinar para a apresentação de hoje a noite? – dá um tapa na bunda de cada uma – Vamos meninas, o show não pode parar!
Assim que entra na caverna observando as duas “moças” correrem para os fundos do estabelecimento, o jovem arqueiro tem uma desagradável surpresa – O que faz aqui, Engine?
- Observando como fica de “luto” pelo seu tutor... – o mecânico permanece apoiado no balcão de braços cruzados – Por isso prefiro ser solitário.
- Engine, você saiu do Cemitério só para me torrar a paciência ou devo a mais alguma coisa a sua “agradável” presença?
- Vou ficar na cidade por enquanto, Augustus e infelizmente esse é o único lugar que posso ficar em paz! – estala os dedos e uma garçonete vestindo pouquíssimas roupas volta trazendo um copo de um drinque de cor alaranjada – Graças a interferência de vocês o Cemitério vai precisar de um tempo para se reestruturar!
- Eu sou um comerciante mas não uma barata. Não aturo nem muito os bêbados de costume, não é você que irei. Se perturbar muito te retiro a pontapés!
- Mesmo se eu tiver dicas para um serviço?
- Serviço? – ele arqueia a sobrancelha
- É Augustus, SER-VI-ÇO! Algo que sei que gosta de fazer, sabe? Ganhando um pouco de lascas de ouro! Ou me enganei?
- E desde quando precisa dos meus serviços? – Augustus passa para o outro lado do balcão e começa a preparar um coquetel – Até porque, pelo modo que falou o serviço não é para você.
- Precisamente, não me humilharia a fazer tal coisa. – toma um gole do drinque
- Certo, e do que se trata então? Para quem é o serviço? E porque está me passando ele?
- Do que se trata pelo que entendi é uma incursão no castelo, os detalhes eu passo se aceitar... – ele fala num tão um pouco mais baixo e se apoiando no balcão – Para quem eu ainda preciso ficar quieto sobre... – e sorri de forma maliciosa – E por que? simples, como disse: vou precisar ficar na cidade! E pensei...
- Nos quartos da Taverna! – o arqueiro se afasta e olha de forma pensativa – Uma incursão dentro do castelo é algo perigoso demais... não sei se meu pessoal conseguiria...
- Não é preciso mais que UM homem, cavalheiros! – sentado em uma mesa no fundo da taverna em meio as sombras, um par de olhos azuis brilha enquanto as mãos jogam cartas de forma calma sem que ninguém tivesse notado sua presença antes– Claro, se esse homem em questão for EU!
Continua...
Capitulo 8
Anteriormente: A pequena fada não aceitou muito bem a morte de seu “pai” e agora não se sabe qual o caminho que ela vai tomar, mas uma coisa é certa: ela jurou vingança. Já Safira, se recolheu em seu quarto e não permitiu conversar com ninguém, até, que os olhos de um certo coelho negro a convenceram que a ajuda aparecer. E em uma taverna muito peculiar, seu dono, Augustos recebe duas visitas,uma que ele simplesmente queria ter se livrado e uma outra que ele nem sabia que tinha. E no meio de toda essa confusão uma oferta aparentemente estranha surgiu.
The Priest of Nairë
Capitulo 8:
A noite começa a cair em Nairë, Engine caminhava já por um dia inteiro em direção as montanhas norte. E por mais que caminhasse, parecia que mais longe estava, finalmente entrou por um desfiladeiro e sabia que logo acharia a trilha que procurava.
E não foi diferente, finalmente viu a entrada de uma caverna, localizada entre duas grandes rochas, Engine não pensou duas vezes e caminhou em sua direção. Parou na entrada e sentiu o vento frio, mórbido, cortar a sua pele. Abraçou com força o próprio corpo e pôs um pé dentro da caverna.
_ Aonde pensa que vai, jovem rapaz? _ um par de olhos amarelos cintilantes surge em meio à escuridão da caverna e se aproxima_ não pense nem em ir muito longe... _ O par de caninos salientes junto com o restante dos dentes aparece em meio a um sorriso enquanto Engine dá um último passo para trás_ Notou que já caiu à noite? Nada me impediria de te caçar até os confins de Nairë ou além.
_Eu...eu... me...me...
_ Ora rapaz... – então finalmente no luar aparece um homem de pele escura como a noite, vestindo roupas de guardião e mostrando os preciosos caninos típicos de um vampiro _ Não se sinta acanhado. É apenas meu dever manter os mortais longe de nossa cidade, diga, o que deseja em Vahliör?
_ M-e... me... mandarão mostrar isso para quem me recebesse._ o mecânico tenta se acalmar, porém as mãos trêmulas se perdem em meio a mochila quando ele retira um pergaminho e uma corrente_ Tome... vim em nome de Milady Treselle.
_ Milady? Mas ela... _ o guarda toma os objetos da mão do rapaz examina minuciosamente _ Então é um convidado do castelo? Pois bem... Cripta? _ ele assovia e uma enorme gata surge ao seu lado _ Cuide da entrada até eu voltar, sim?
A gata assente com a cabeça e começa a se transformar e vira uma grande fera e se põe de prontidão sobre uma das rochas.
_Venha comigo mortal, vou leva-lo a fortaleza Vahliör!
Eles começam a caminhar por corredores escuros, iluminados apenas por tochas, as sombras inebriantes, davam uma sensação de calma e paz e o ambiente já não era mais tão gélido.
O guardião não disse mais nada, se tornou mudo como um cadáver, e Engine pensava como caiu ali, e mais ainda nos acontecimentos que levaram a essa situação...
No dia anterior...
_ Do que se trata pelo que entendi é uma incursão no castelo, os detalhes eu passo se aceitar... _ Engine fala num tão um pouco mais baixo e se apoiando no balcão _ Para quem eu ainda preciso ficar quieto sobre... _ e sorri de forma maliciosa _ E por que? simples, como disse: vou precisar ficar na cidade! E pensei...
- Nos quartos da Taverna! – o arqueiro se afasta e olha de forma pensativa – Uma incursão dentro do castelo é algo perigoso demais... não sei se meu pessoal conseguiria...
- Não é preciso mais que UM homem, cavalheiros! – sentado em uma mesa no fundo da taverna em meio as sombras, um par de olhos azuis brilha enquanto as mãos jogam cartas de forma calma sem que ninguém tivesse notado sua presença antes – Claro, se esse homem em questão for EU!
Os dois homens olham em direção a voz e se assustam com a forma calma com a qual ele continua jogando cartas. Vendo que os dois se incomodaram, ele sorri e inclina o corpo para frente se levantando e finalmente pondo o rosto ao alcance da luz.
- Não acredito que meu mestre sente medo de uma sombra?
- 22?! – Augutos sorri e finalmente respira aliviado – pensei que teria problemas com algum “baderneiro” ...
- Se eu fosse um baderneiro...nesse caso creio que vocês teriam o problema, correto, mestre? – o rapaz se mostra finalmente por completo, alto, cabelos curtos e negros, olhos azuis – Mas finalmente, do que trata a incursão no Castelo? O pagamento é alto? – olha para Engine de forma firme e esperando uma resposta positiva.
- Sim, a recompensa é deveras alta... – ele retira um papel do bolso e entrega ao misterioso homem que analisa o papel e levanta uma das sobrancelhas.
- Apenas para fazer o que está escrito nesse papel? Quem quer que seja que pediu isso é um louco...
Augustos e Engine olham para o semblante de 22, enquanto este olha sério para o papel.
- Eu topo! – o jovem abre um sorriso magnético para os dois.
- 22, não acha que deveria ao menos saber para quem vai trabalhar?
- Por essa grana? Mestre, deveria me conhecer – dá uma risada estranha e olha para Engine - apenas entrar no castelo e fazer isso, correto?
- Exato.
- E como receberei meu pagamento?
- Assim! – Engine joga uma medalha de prata que 22 pega ainda no ar.
- Entendi... – o olhar de 22 brilha conforme ele examina as inscrições na medalha – Diga a meu empregador que o serviço já pode ser considerado feito.
- Quanto tempo?
- Dois dias e te entrego a “mercadoria”
Os dois continuavam a caminhar, Engine já não tinha idéia se estava subindo ou descendo por dentro da montanha. Passaram por verdadeiros abismos aonde o caminho era feito apenas por uma estreita ponte em pedra, caminhos empresados entre estalactites e parecia que seria ainda mais longa a jornada. Seus pés estavam latejando e os olhos, pesavam conforme o tempo passava.
Naquela madrugada...
Engine não conseguiu dormir, manteve os olhos bem fechados. O quarto da estalagem não era um dos mais confortáveis. Definitivamente Augutos não ia com sua cara! A cama era dura, parecia que tinha pregos espetando sua carne, o lençol deveras fino, não protegia de sequer um sopro, e a janela rangia o tempo todo mesmo fechada.
No entanto sua acompanhante parecia dormir tranqüilamente.
Ele passa os dedos pelos cabelos de Nália que tinha o corpo aninhado ao seu. A jovem fada o procurou naquela mesma noite e simplesmente ninguém conseguiria reconhece-la. Sempre tão recatada, comportada. A meia-fada entrou pela janela do quarto e sem dizer muito avançou sobre o mecânico. Engine mal teve tempo para uma resposta ou qualquer outra coisa do tipo. Sabia que ela não estava “sã”.
Mas ele era homem e não pode deixar de aproveitar o momento. Não com uma mulher como ela.
A noite tinha sido prazerosa. Engine pensava se as “donzelas” da Taverna eram tão satisfatórias quanto a fada. Cria que sim, já que estas, sabiam todos os truques para enlouquecer um homem.
“Ainda preciso tentar uma delas, qualquer dia...”
Seu pensamento mal concretizou quando escutou as batidas na sua janela. Saiu da cama com cuidado para não acordar Nália e abriu uma fresta. Não acreditava que novamente aquele animal o incomodava, nunca trazia boas notícias.
Olha para o corvo e sente que o desprezo é mútuo. Abre a bolsa que o animal carrega e retira a pequena caixa de cristal negro.
Ao toca-la entra em transe. Recebe as instruções devidas e descobre que deve sair ainda naquela noite e seguir o corvo o máximo que puder. Dentro da bolsa estariam dois itens que deveria entregar ao chegar na entrada de Vahliör.
No final da mensagem a doce voz feminina agradece por permitir que seu mascote permaneça com ela.
Engine fecha os olhos e aperta as mãos com raiva. Podia jurar que o corvo o olhava com satisfação e alegria. Pegou os itens e guardou na sua bolsa. Sabia que não poderia sair pela porta sem ser notado. Resolve ir pela janela. Coloca suas roupas, pendura suas botas no ombro para não fazer barulho e tenta sair pela janela.
Meio sem jeito e fazendo o mínimo barulho possível, mas com alguns arranhões, o mecânico consegue sair da Taverna e segue seu rumo seguindo o corvo.
Da fresta de outra janela, Augustos o observa partir.
The Priest of Nairë
Capitulo 8:
A noite começa a cair em Nairë, Engine caminhava já por um dia inteiro em direção as montanhas norte. E por mais que caminhasse, parecia que mais longe estava, finalmente entrou por um desfiladeiro e sabia que logo acharia a trilha que procurava.
E não foi diferente, finalmente viu a entrada de uma caverna, localizada entre duas grandes rochas, Engine não pensou duas vezes e caminhou em sua direção. Parou na entrada e sentiu o vento frio, mórbido, cortar a sua pele. Abraçou com força o próprio corpo e pôs um pé dentro da caverna.
_ Aonde pensa que vai, jovem rapaz? _ um par de olhos amarelos cintilantes surge em meio à escuridão da caverna e se aproxima_ não pense nem em ir muito longe... _ O par de caninos salientes junto com o restante dos dentes aparece em meio a um sorriso enquanto Engine dá um último passo para trás_ Notou que já caiu à noite? Nada me impediria de te caçar até os confins de Nairë ou além.
_Eu...eu... me...me...
_ Ora rapaz... – então finalmente no luar aparece um homem de pele escura como a noite, vestindo roupas de guardião e mostrando os preciosos caninos típicos de um vampiro _ Não se sinta acanhado. É apenas meu dever manter os mortais longe de nossa cidade, diga, o que deseja em Vahliör?
_ M-e... me... mandarão mostrar isso para quem me recebesse._ o mecânico tenta se acalmar, porém as mãos trêmulas se perdem em meio a mochila quando ele retira um pergaminho e uma corrente_ Tome... vim em nome de Milady Treselle.
_ Milady? Mas ela... _ o guarda toma os objetos da mão do rapaz examina minuciosamente _ Então é um convidado do castelo? Pois bem... Cripta? _ ele assovia e uma enorme gata surge ao seu lado _ Cuide da entrada até eu voltar, sim?
A gata assente com a cabeça e começa a se transformar e vira uma grande fera e se põe de prontidão sobre uma das rochas.
_Venha comigo mortal, vou leva-lo a fortaleza Vahliör!
Eles começam a caminhar por corredores escuros, iluminados apenas por tochas, as sombras inebriantes, davam uma sensação de calma e paz e o ambiente já não era mais tão gélido.
O guardião não disse mais nada, se tornou mudo como um cadáver, e Engine pensava como caiu ali, e mais ainda nos acontecimentos que levaram a essa situação...
No dia anterior...
_ Do que se trata pelo que entendi é uma incursão no castelo, os detalhes eu passo se aceitar... _ Engine fala num tão um pouco mais baixo e se apoiando no balcão _ Para quem eu ainda preciso ficar quieto sobre... _ e sorri de forma maliciosa _ E por que? simples, como disse: vou precisar ficar na cidade! E pensei...
- Nos quartos da Taverna! – o arqueiro se afasta e olha de forma pensativa – Uma incursão dentro do castelo é algo perigoso demais... não sei se meu pessoal conseguiria...
- Não é preciso mais que UM homem, cavalheiros! – sentado em uma mesa no fundo da taverna em meio as sombras, um par de olhos azuis brilha enquanto as mãos jogam cartas de forma calma sem que ninguém tivesse notado sua presença antes – Claro, se esse homem em questão for EU!
Os dois homens olham em direção a voz e se assustam com a forma calma com a qual ele continua jogando cartas. Vendo que os dois se incomodaram, ele sorri e inclina o corpo para frente se levantando e finalmente pondo o rosto ao alcance da luz.
- Não acredito que meu mestre sente medo de uma sombra?
- 22?! – Augutos sorri e finalmente respira aliviado – pensei que teria problemas com algum “baderneiro” ...
- Se eu fosse um baderneiro...nesse caso creio que vocês teriam o problema, correto, mestre? – o rapaz se mostra finalmente por completo, alto, cabelos curtos e negros, olhos azuis – Mas finalmente, do que trata a incursão no Castelo? O pagamento é alto? – olha para Engine de forma firme e esperando uma resposta positiva.
- Sim, a recompensa é deveras alta... – ele retira um papel do bolso e entrega ao misterioso homem que analisa o papel e levanta uma das sobrancelhas.
- Apenas para fazer o que está escrito nesse papel? Quem quer que seja que pediu isso é um louco...
Augustos e Engine olham para o semblante de 22, enquanto este olha sério para o papel.
- Eu topo! – o jovem abre um sorriso magnético para os dois.
- 22, não acha que deveria ao menos saber para quem vai trabalhar?
- Por essa grana? Mestre, deveria me conhecer – dá uma risada estranha e olha para Engine - apenas entrar no castelo e fazer isso, correto?
- Exato.
- E como receberei meu pagamento?
- Assim! – Engine joga uma medalha de prata que 22 pega ainda no ar.
- Entendi... – o olhar de 22 brilha conforme ele examina as inscrições na medalha – Diga a meu empregador que o serviço já pode ser considerado feito.
- Quanto tempo?
- Dois dias e te entrego a “mercadoria”
Os dois continuavam a caminhar, Engine já não tinha idéia se estava subindo ou descendo por dentro da montanha. Passaram por verdadeiros abismos aonde o caminho era feito apenas por uma estreita ponte em pedra, caminhos empresados entre estalactites e parecia que seria ainda mais longa a jornada. Seus pés estavam latejando e os olhos, pesavam conforme o tempo passava.
Naquela madrugada...
Engine não conseguiu dormir, manteve os olhos bem fechados. O quarto da estalagem não era um dos mais confortáveis. Definitivamente Augutos não ia com sua cara! A cama era dura, parecia que tinha pregos espetando sua carne, o lençol deveras fino, não protegia de sequer um sopro, e a janela rangia o tempo todo mesmo fechada.
No entanto sua acompanhante parecia dormir tranqüilamente.
Ele passa os dedos pelos cabelos de Nália que tinha o corpo aninhado ao seu. A jovem fada o procurou naquela mesma noite e simplesmente ninguém conseguiria reconhece-la. Sempre tão recatada, comportada. A meia-fada entrou pela janela do quarto e sem dizer muito avançou sobre o mecânico. Engine mal teve tempo para uma resposta ou qualquer outra coisa do tipo. Sabia que ela não estava “sã”.
Mas ele era homem e não pode deixar de aproveitar o momento. Não com uma mulher como ela.
A noite tinha sido prazerosa. Engine pensava se as “donzelas” da Taverna eram tão satisfatórias quanto a fada. Cria que sim, já que estas, sabiam todos os truques para enlouquecer um homem.
“Ainda preciso tentar uma delas, qualquer dia...”
Seu pensamento mal concretizou quando escutou as batidas na sua janela. Saiu da cama com cuidado para não acordar Nália e abriu uma fresta. Não acreditava que novamente aquele animal o incomodava, nunca trazia boas notícias.
Olha para o corvo e sente que o desprezo é mútuo. Abre a bolsa que o animal carrega e retira a pequena caixa de cristal negro.
Ao toca-la entra em transe. Recebe as instruções devidas e descobre que deve sair ainda naquela noite e seguir o corvo o máximo que puder. Dentro da bolsa estariam dois itens que deveria entregar ao chegar na entrada de Vahliör.
No final da mensagem a doce voz feminina agradece por permitir que seu mascote permaneça com ela.
Engine fecha os olhos e aperta as mãos com raiva. Podia jurar que o corvo o olhava com satisfação e alegria. Pegou os itens e guardou na sua bolsa. Sabia que não poderia sair pela porta sem ser notado. Resolve ir pela janela. Coloca suas roupas, pendura suas botas no ombro para não fazer barulho e tenta sair pela janela.
Meio sem jeito e fazendo o mínimo barulho possível, mas com alguns arranhões, o mecânico consegue sair da Taverna e segue seu rumo seguindo o corvo.
Da fresta de outra janela, Augustos o observa partir.
continuação do cap 8
A caminhada que parecia não ter fim finalmente mostra seu sentido. Após escalarem um paredão rochoso Engine finalmente avista um verdadeiro vale entre as montanhas, o Centro de Vahliör. Uma fortaleza das trevas encaixada como uma joia no meio das montanhas mais altas da cordilheira não permitindo que esta, seja iluminada pelos raios solares. A fortaleza que permanecia em meio às sombras é movimentada. Vampiros voavam cortando seu céu, outros caminhando, Vahliör era uma cidade, não apenas uma fortaleza, uma cidade perdida dentro do império, a Cidade dos Vampiros.
No centro, esculpida de forma monumental um castelo feito de rocha negra era o centro de comando. Decorado com diversas gárgulas, vitrais, parecia uma catedral tirada de um dos livros de contos antigos cheios de imaginação.
Engine foi levado para dentro do castelo, seu interior, ainda mais bonito, mas não menos sombrio e assustador. Fazia o mecânico manter a espinha congelada. O seu mórbido acompanhante claramente o zombava com o olhar, brincando com o pavor de seu convidado.
Quando chegam a corredores ainda mais sombrios, iluminados apenas por poucas tochas, o guardião para de caminhar e olha para Engine.
_ Daqui em diante você irá sozinho, mortal. Siga as tochas e encontrará a sala aonde Milady Treselle o espera.
Antes que pudesse obter qualquer resposta o guardião se transforma em sombras e some tão rápido quanto um pensamento. O homem engole a seco, agora estava sozinho em um castelo cheio de vampiros.
O caminho já se tornará mais ameno quando escuta um barulho, como se fosse alguém caindo vindo do corredor a frente. Caminha como se nada escutasse, suas pernas eram tremulas, porém ao longe pode escutar uma voz um tanto fraca.
_ Rapaz, rapazinho? Poderia vir me ajudar?
Engine não resistiu e olhou para o lado. No meio do corredor uma senhora de cabelos brancos com algumas mexas, que um dia já foram vermelhas estava tentando se levantar.
_ Por favor, não negue ajuda a uma senhora... não é fácil quando já se tem essa idade...
Ele se aproxima, com um pouco de desconfiança e ajuda a senhora a se levantar, as grandes e enormes unhas dela apertam o seu braço em determinado momento a ponto de fazerem sangrar. Ela sorri e passa o dedo sujo nos lábios e fala com uma voz doce. _ Perdão meu jovem, você sabe como somos desastrados, não? _ ela se arruma e ainda segurando o pulso dele pergunta _ O que um rapaz bonito como você faz por aqui?
_ Estou a procura dos aposentos de Lady Treselle, poderia me ajudar? _ Engine não sabia se devia ou não temer a velha, porém era sua única ajuda naquele lugar. E maldita falta de sorte, como detestava velhos.
_ Lady Treselle? Sim, rapaz... apenas siga em frente, a quinta porta a esquerda, mas creio que ela deu uma pequena saída. Não duvido que se importa de esperar, não é?
_Não... _ele sai caminhando na direção indicada _ Preciso resolver essa palhaçada o mais rápido possível e sair daqui... _ fala baixinho porém a senhora que já caminhava na direção oposta consegue escutar e murmura:
_ Homenzinho tolo!
_ Disse alguma coisa? _ ele vira pensando ter escutado um alerta
_Nada belo rapaz, continue, precisa resolver suas pendências, não? _ a senhora acena dando adeus e continua.
A simpática velhinha observa Engine entrar na porta indicada e sorrindo continua a caminhar, porém uma outra porta entreaberta chama sua atenção e observa.
Um dos serviçais do castelo estava na sala do tesouro tentando roubar algumas peças. A velha apenas deixa o seu sorriso transparecer e nele, seus caninos crescerem enquanto entra devagar no recinto.
_ Olá...
Peças diversas de ouro caem pelo chão quando o homem toma um grande susto e tentando se recompor. _ Não é o que a senhora está pensando...
_ Ah... o que é isso! _ ela começa a caminhar devagar e a pegar algumas das peças e se aproximando _ Pode deixar que não vou contar a ninguém não! _ ela sorri enquanto entrega um castiçal de ouro ao homem _ Eu mesma já me apropriei de algumas peças destas.... são bonitas, né?
O homem sorri com a cordialidade da mulher e concorda com a cabeça _ Não sei porque mantém tudo isso escondido assim! São uns burros! Isso na terra dos mortais vale muito!
_Pois é... concordo com você e digo mais... _ a velhinha empurrava com a mão delicadamente o homem para perto de um grande lençol que cobria algo _ Eles tem coisas aqui mais valiosas que o ouro, sabia?
_Sério? O que por exemplo?
_Sim, artefatos mágicos, olha só esse como é interessante! – ela puxa o lençol e por baixo dele se revela um espelho enorme com uma moldura linda em ouro branco _ O que de diferente você vê nele?
_ Não, mas, não é possível? Somos vampiros! Não temos reflexo!
A mão da senhora segura de forma firme o pescoço dele e aperta. O homem não consegue ficar calmo perante o pavor, ainda mais quando vê o verdadeiro reflexo da velha no espelho.
_ Mas não é possível, você...
_ Posso ser quem eu quiser, seu insolente! Pelo menos vai servir para recuperar minhas forças!
O medo do vampiro é tamanho ainda mais quando seus olhos se voltam para a mulher ao lado e ele continua a ver a velhinha, como poderia ter caído em um truque destes, seus olhos já começam a lacrimejar.
_ Você não pode usar meu sangue, senhora, minha alma ficaria presa a sua...é...con...
_Será? _ a outra mão segura firme o rosto dele para que olhe para o espelho e sussurra no ouvido dele _ A maior magia dele não é mostrar o nosso reflexo, muito menos nossa verdadeira aparência e sim... _ passa a língua de uma forma calma no pescoço dele como sentindo o gosto do alimento _ Prender a alma de um vampiro que olhar atentamente para ele.
Então o homem nos seus últimos segundos recapitula e nota que em momento algum a velha olhou diretamente para o espelho. Conforme ele sente as presas dela cravando no seu pescoço sua alma é solta do seu corpo e tragada pelo espelho.
A mulher aproveita sua primeira refeição decente em séculos depois de sua hibernação, o corpo do vampiro cai desfalecido no chão aos seus pés e se desfaz em seguida em pó. As roupas da senhora idosa que estava no seu lugar já estão largas e começam a cair, ela retira o resto, ficando totalmente nua. A tentação de se vislumbrar num espelho é enorme, porém a vampira pega o lençol a seus pés e cobre novamente o artefato, limpa o canto da sua boca que escorria ainda um pouco de sangue e sorri, passa a mão pelo seu corpo agora novamente intacto, pele sedosa e firme, como seus tempos áureos, os dedos se perdendo nos cabelos lisos e negros, com mechas vermelhas.
Ela caminha pela sala e abre então um guarda roupa antigo, pega um de seus antigos vestidos e se veste.
_ Me esqueci do homenzinho tolo! _ passa a língua em um dos dentes e vai em busca de Engine.
Continua...
No centro, esculpida de forma monumental um castelo feito de rocha negra era o centro de comando. Decorado com diversas gárgulas, vitrais, parecia uma catedral tirada de um dos livros de contos antigos cheios de imaginação.
Engine foi levado para dentro do castelo, seu interior, ainda mais bonito, mas não menos sombrio e assustador. Fazia o mecânico manter a espinha congelada. O seu mórbido acompanhante claramente o zombava com o olhar, brincando com o pavor de seu convidado.
Quando chegam a corredores ainda mais sombrios, iluminados apenas por poucas tochas, o guardião para de caminhar e olha para Engine.
_ Daqui em diante você irá sozinho, mortal. Siga as tochas e encontrará a sala aonde Milady Treselle o espera.
Antes que pudesse obter qualquer resposta o guardião se transforma em sombras e some tão rápido quanto um pensamento. O homem engole a seco, agora estava sozinho em um castelo cheio de vampiros.
O caminho já se tornará mais ameno quando escuta um barulho, como se fosse alguém caindo vindo do corredor a frente. Caminha como se nada escutasse, suas pernas eram tremulas, porém ao longe pode escutar uma voz um tanto fraca.
_ Rapaz, rapazinho? Poderia vir me ajudar?
Engine não resistiu e olhou para o lado. No meio do corredor uma senhora de cabelos brancos com algumas mexas, que um dia já foram vermelhas estava tentando se levantar.
_ Por favor, não negue ajuda a uma senhora... não é fácil quando já se tem essa idade...
Ele se aproxima, com um pouco de desconfiança e ajuda a senhora a se levantar, as grandes e enormes unhas dela apertam o seu braço em determinado momento a ponto de fazerem sangrar. Ela sorri e passa o dedo sujo nos lábios e fala com uma voz doce. _ Perdão meu jovem, você sabe como somos desastrados, não? _ ela se arruma e ainda segurando o pulso dele pergunta _ O que um rapaz bonito como você faz por aqui?
_ Estou a procura dos aposentos de Lady Treselle, poderia me ajudar? _ Engine não sabia se devia ou não temer a velha, porém era sua única ajuda naquele lugar. E maldita falta de sorte, como detestava velhos.
_ Lady Treselle? Sim, rapaz... apenas siga em frente, a quinta porta a esquerda, mas creio que ela deu uma pequena saída. Não duvido que se importa de esperar, não é?
_Não... _ele sai caminhando na direção indicada _ Preciso resolver essa palhaçada o mais rápido possível e sair daqui... _ fala baixinho porém a senhora que já caminhava na direção oposta consegue escutar e murmura:
_ Homenzinho tolo!
_ Disse alguma coisa? _ ele vira pensando ter escutado um alerta
_Nada belo rapaz, continue, precisa resolver suas pendências, não? _ a senhora acena dando adeus e continua.
A simpática velhinha observa Engine entrar na porta indicada e sorrindo continua a caminhar, porém uma outra porta entreaberta chama sua atenção e observa.
Um dos serviçais do castelo estava na sala do tesouro tentando roubar algumas peças. A velha apenas deixa o seu sorriso transparecer e nele, seus caninos crescerem enquanto entra devagar no recinto.
_ Olá...
Peças diversas de ouro caem pelo chão quando o homem toma um grande susto e tentando se recompor. _ Não é o que a senhora está pensando...
_ Ah... o que é isso! _ ela começa a caminhar devagar e a pegar algumas das peças e se aproximando _ Pode deixar que não vou contar a ninguém não! _ ela sorri enquanto entrega um castiçal de ouro ao homem _ Eu mesma já me apropriei de algumas peças destas.... são bonitas, né?
O homem sorri com a cordialidade da mulher e concorda com a cabeça _ Não sei porque mantém tudo isso escondido assim! São uns burros! Isso na terra dos mortais vale muito!
_Pois é... concordo com você e digo mais... _ a velhinha empurrava com a mão delicadamente o homem para perto de um grande lençol que cobria algo _ Eles tem coisas aqui mais valiosas que o ouro, sabia?
_Sério? O que por exemplo?
_Sim, artefatos mágicos, olha só esse como é interessante! – ela puxa o lençol e por baixo dele se revela um espelho enorme com uma moldura linda em ouro branco _ O que de diferente você vê nele?
_ Não, mas, não é possível? Somos vampiros! Não temos reflexo!
A mão da senhora segura de forma firme o pescoço dele e aperta. O homem não consegue ficar calmo perante o pavor, ainda mais quando vê o verdadeiro reflexo da velha no espelho.
_ Mas não é possível, você...
_ Posso ser quem eu quiser, seu insolente! Pelo menos vai servir para recuperar minhas forças!
O medo do vampiro é tamanho ainda mais quando seus olhos se voltam para a mulher ao lado e ele continua a ver a velhinha, como poderia ter caído em um truque destes, seus olhos já começam a lacrimejar.
_ Você não pode usar meu sangue, senhora, minha alma ficaria presa a sua...é...con...
_Será? _ a outra mão segura firme o rosto dele para que olhe para o espelho e sussurra no ouvido dele _ A maior magia dele não é mostrar o nosso reflexo, muito menos nossa verdadeira aparência e sim... _ passa a língua de uma forma calma no pescoço dele como sentindo o gosto do alimento _ Prender a alma de um vampiro que olhar atentamente para ele.
Então o homem nos seus últimos segundos recapitula e nota que em momento algum a velha olhou diretamente para o espelho. Conforme ele sente as presas dela cravando no seu pescoço sua alma é solta do seu corpo e tragada pelo espelho.
A mulher aproveita sua primeira refeição decente em séculos depois de sua hibernação, o corpo do vampiro cai desfalecido no chão aos seus pés e se desfaz em seguida em pó. As roupas da senhora idosa que estava no seu lugar já estão largas e começam a cair, ela retira o resto, ficando totalmente nua. A tentação de se vislumbrar num espelho é enorme, porém a vampira pega o lençol a seus pés e cobre novamente o artefato, limpa o canto da sua boca que escorria ainda um pouco de sangue e sorri, passa a mão pelo seu corpo agora novamente intacto, pele sedosa e firme, como seus tempos áureos, os dedos se perdendo nos cabelos lisos e negros, com mechas vermelhas.
Ela caminha pela sala e abre então um guarda roupa antigo, pega um de seus antigos vestidos e se veste.
_ Me esqueci do homenzinho tolo! _ passa a língua em um dos dentes e vai em busca de Engine.
Continua...
Capitulo 9
Anteriormente: Engine recebe um convite para ir ao Cidade dos Vampiros e seu encontro com Treselle, a rainha deles, parece iminente. O que será que ela pretende com o jovem mecânico? Diversas lembranças são mostradas enquanto o jovem caminha em direção a cidade das trevas e Treselle parece mais do que ansiosa por encontrar o rapaz, com quem fez um “acordo”.
The Priest of Nairë
“E a alguns foi dado o poder de juiz e executor, sobre todas as leis mágicas. São eles que nos protegerão, são eles que nos executarão. Não há júri e não a defesa. Apenas as leis que devem ser seguidas a risca, sem desviar uma única linha.
Hoje, existem poucos com tal poder, apenas 4 em todo nosso mundo. Guardiões da lei. Cada um de uma determinada raça. Filhos e herdeiros dos patronos das leis, filhos das trevas e da luz que comandam e decidem o que é certo e errado. Decidem se as leis estão sendo seguidas ou não.
A nós, seres vivos, nos resta apenas torcer para não cometermos tais erros. E não ter a mão do julgamento deles, sobre nossas cabeças.
(...)
Não são os imortais os que mais pagam pelos seus erros, estes, quase não comentem crimes mágicos, mais sim os mortais, principalmente aqueles da raça humana, escória de Nairë que por sua estupidez comentem os mais graves crimes mágicos. Infelizmente não se pode sequer culpa-los, é da natureza dessa raça ser falha, duvidar e não confiar em outros seres, principalmente os mágicos.
Nesses momentos, é que os próprios assinam sua sentença de morte.
A regra que nunca deve ser quebrada: Jamais use magia sem conhecimento, jamais use um ser mágico em benefício próprio, muito menos se ele não souber.”
Sir Robson de Siguard
Capitulo 9:
Em uma sala totalmente decorada em púrpura, Engine caminha vagarosamente passando os dedos por alguns livros que estão perfeitamente colocados na estante e observando os diversos quadros da dona do castelo. Quanto mais ele olhava, mais encantado por Treselle ficava. A beleza da mulher era simplesmente hipnótica, mesmo que por uma “foto”, porém, em alguns momentos o homem recordava da sua verdadeira natureza e sentia o corpo arrepiar.
Os olhos permanecem fixos, em um quadro aonde ela está acompanhada por um outro homem, muito bem vestido, como muito bem afeiçoado. A forma como estavam abraçados a pose de Treselle no quadro despertou a imaginação do mecânico que chegou a ver seu rosto no lugar do verdadeiro acompanhante.
_ Não é qualquer homem que pode tomar esse posto! _ interrompendo o devaneio de Engine, a bela Treselle está parada na porta em uma pose extremamente provocante_ Não é qualquer um que agüenta ser meu homem...
A forma como Treselle caminhava chamava a atenção de Engine. Ela parecia dançar, de forma bem suave, o odor do ambiente conforme ela se aproximava ficava ainda mais intenso, cheiro de vinho, paixão. A rainha para em frente a ele olhando de forma séria seus olhos enquanto este se perdia ao tentar observar um único detalhe da vampira. Os dedos delicados da rainha passam pelo queixo do mortal erguendo a cabeça e fazendo-o encarar nos olhos.
_Treselle é apenas artefato para ser admirado, jamais... _ a unha dela corre pelo rosto dele arranhando de uma forma que o mecânico simplesmente nem se importasse _ ... jamais tocado! _ em seguida ela empurra o corpo dele e o mesmo tenta se equilibrar enquanto volta a sã consciência.
_ Me perdoe senhora, mas creio que você pro...
_O que disse, mortal?_ Treselle que já caminhava para o belo sofá talhado em madeira escura e almofadas de veludo vermelho sangue olha para trás deixando o mecânico perturbado quando nota seus olhos em meio as mechas vermelhas de seus cabelos_ Não ousa insinuar que a Rainha dos Vampiros tem alguma culpa, ousa?
_ Não senhora... _ Engine se recompõe limpando a sujeira de sua roupa e sentindo um pouco da ardência do corte que ela fez _ Mas, o que fez a senhora me chamar? Achei que tudo estava correndo bem.
_Engine, meu caro..._ a mulher deita de lado no sofá apoiando a cabeça sobre o braço de forma bem confortável e nem um pouco preocupada _ Primeiro: eu chamo você quando EU quiser. E segundo: preciso entregar o prometido, ou vai insinuar que também não cumpro meus tratos?
Ele respira aliviado e dizendo baixo: _ Não senhora, não pensei nada disto. Sei que é correta em seus acordos.
_ Bom ouvir isso! _ ela sorri enquanto estala os dedos chamando um de seus serviçais_ Tragam o animal!
Alguns segundos depois 4 servos do castelo entram na sala carregando uma grande gaiola, com diversas plantas. Simulando uma floresta. Dentro dela estava Rott, quieto, comendo um pedaço de fruta. Eles deixam a gaiola ao lado de Treselle e com a permissão dela se retiram do ambiente.
_Bem, como vê. Minha parte do acordo está feita. O seu mascote está são e salvo sobre meus cuidados. E aqui... _ ela joga uma bolsa de ouro aos seus pés_ o resto do prometido.
Engine abaixa a cabeça.
_Sim, a senhora cumpriu o acordo. Pode ficar com o animal.
_Como?_ ela se assusta _ Vai deixar seu único bem para mim? Pensei que esse animal era a única coisa de valiosa que possuia! Pretende larga-lo para os Vampiros? Tem idéia da loucura que comete?
_Sim, é isso mesmo que pretendo. Já tenho o que quero.
_ Porque não desistiu do acordo desde o início então? Apenas pelo ouro teria feito?
_Se soltar o animal sei que não sobreviverei para ver a luz novamente. Que antes de por meus pés fora da sua cidade. Estarei morto.
Ela semicerra os olhos e se levanta, ficando sentada.
_Está novamente duvidando de minha honra, homenzinho!
_Não confio em seres mágicos.
Ignorando a ultima frase ela indaga de forma irônica.
_E como deixando-o comigo garante sua vida? Está achando que esse animal é uma espécie de guardião? _ ela começa a gargalhar _ Anda escutando muita historia dos tempos antigos! Hahahahahaha
_ Ao que consta para a maioria das crianças em Nairë, os Vampiros são apenas “contos antigos”... _ Engine sorri de forma desafiadora _ Resumindo: Sei que você não pode matar um animal como ele em seus domínios e eu não posso morrer enquanto ele estiver vivo!
FLAP!FLAP! FLAP! FLAP!
As palmas que Treselle bate ecoam pelo ambiente, até mesmo Rott para de comer sua fruta e observa a conversa.
_Belo blefe, jovem mortal, be-lo blefe! Acha mesmo que eu vou acreditar que possui sangue imortal nas veias? Ou no mínimo mágico? Ou por acaso se casou com um ser místico? Sim, uma cerimonia rápida com a meia-fada! Sim, deve ter sido isso! Hahahahaha Que pode ter o direito de ter um guardião? Hahahaha Humanos são deveras divertidos, me esqueci deste detalhe!
_Treselle, minha rainha... _ nesta altura Engine se mantinha o mais concentrado possível para não se distrair com qualquer ponto da mulher _ Sabe muito bem que não é apenas o casamento que me dá esse direito!
Os olhos da rainha arregalam enquanto ela morde a ponta dos lábios deixando uma gota de sangue escorrer. Porém em seguida sua língua passa pelo local “limpando” e volta ao seu estado calmo.
_Então se aproveitou da inocência dela para garantir sua imortalidade? Ela sabe do ritual?
_Apenas preciso sobreviver... _ ele sorri de forma cordial _ E não senhora, ela não aceita sequer a própria imortalidade.
_Quando isso ocorreu? Quando se deitou com a jovem “fada”?
_Na noite que seu mensageiro apareceu.
_Apenas nessa noite? _ o sorriso da vampira aumentava _ Nenhuma antes, ou depois?
_Uma noite apenas basta, doce rainha, ou não acredita mais nisso?
Ela se levanta, sem demonstrar mais nenhuma expressão no rosto. Abre a gaiola e pega Rott nas mãos.
_Claro que acredito, meu pai estava lá quando a lei foi criada..._começa acariciar Rott que fecha os olhos com satisfação_ Então, pensa que não pode morrer, certo? Alias, pensa que não merece morrer?
_Como assim?_ Engine dá um pequeno passo para trás.
_Como disse, homenzinho tolo. Meu pai estava na criação da regra e creio que se soubesse tanto quanto eu, não teria vacilado para conquistar o direito de possuir um guardião. Primeiro: para você possuir um guardião, precisa ter a lealdade de um animal com “classe” para isso.
_Mas o Rott...
_Rott, tem sangue de guardiões, mas não é! Primeiro erro mágico cometido. E... _os dentes de Treselle brilham_ ...ele não é leal a você!
_Mentira!
_Veja por si só! Guardiões pressentem quando o seu “dono” está em perigo e o protegem! _ ela abaixa pondo o animal no chão_ E além do mais, ele é leal a mim, agora!
O rato-canguru fica brincando perto dos pés de Treselle, o mecânico chama pelo animal mas nada ocorre. Uma gota de suor escorre pela sua face.
_Em segundo: Nunca... _Treselle caminha em direção a Engine_ Jamais..._ela chega perto e fala baixinho _ tente usar de um semi-imortal para fins “próprios” e conte a um imortal executor. Muito menos se não souber como fazer o devido ritual...
A rainha sorri e puxa um dos livros da estante abrindo um alçapão atrás de Engine que está totalmente atordoado.
_Imortal executor? _ ele soa frio, enquanto Treselle mostra o anel herdado pelo pai que lhe concede o poder de juiz e executora _ Uma guardiã?!
_Tolo, simplesmente um completo mortal idiota! Usa do amor de um ser semi –imortal para fins próprios, uma fada, jamais tocada! Você tenta realizar um ritual sagrado para benefício próprio, sem que a mesma tenha conhecimento!
O empurrão é único, feito de uma forma precisa Engine sequer tem tempo de segurar em qualquer coisa
_ Sua maldição é sua mente tola, e sua língua! Pense nos seus erros, homenzinho tolo! Nunca deveria ter deitado com um ser destes em noites de lua cheia, não se seu desejo é a imortalidade, não se não o ama-lo..._ ele vai escutando suas palavras enquanto cai em um lugar úmido e sujo, totalmente escuro _ Aproveite seu tempo de vida! Os meus meninos estão com fome a tempos... já que nenhum mortal tem sido idiota o suficiente para ser executado a séculos!
Engine se vê em um cômodo pequeno, alguma coisa gosmenta cai sobre sua cabeça, na pouca claridade que lhe resta observa que é fezes de morcego, quando olha para cima, afim de ver o ultimo sorriso da bela rainha, se depara com diversos olhos brilhantes abertos e voando em sua direção. O grito é único e vai sendo abafado com o barulho das asas. Morcegos carnívoros começam a devorar o homem, pedaço por pedaço, as próximas horas de Engine, as últimas serão bem longas e dolorosas.
_ Mais um julgamento feito.
Quando o alçapão termina de fechar, Treselle pega o pequeno animal e acaricia.
_Que homenzinho tolo, não é? Não matamos a sua espécie porque são criaturas divinas, não apenas no meu reino... mas protegidas por aqueles que não temos como dominar...
Ela chama seus serviçais.
_Levem o animal para o seu habitat natural. Deixem-no animal livre! É o melhor que podemos fazer. O antigo “dono” por incompetência não pode mais fazer nada por ele.
Voltando a sentar no seu sofá, pegando um amuleto escondido entre as almofadas.
_Agora é esperar que o resto do serviço seja feito. E assim, começar a virada em cima desse reino. É hora das Sombras novamente repousarem sobre Nairë. _ ela alisa a foto com diversas pessoas, mas um rosto em especial _ Justo rei... pobre rei...
continua...
The Priest of Nairë
“E a alguns foi dado o poder de juiz e executor, sobre todas as leis mágicas. São eles que nos protegerão, são eles que nos executarão. Não há júri e não a defesa. Apenas as leis que devem ser seguidas a risca, sem desviar uma única linha.
Hoje, existem poucos com tal poder, apenas 4 em todo nosso mundo. Guardiões da lei. Cada um de uma determinada raça. Filhos e herdeiros dos patronos das leis, filhos das trevas e da luz que comandam e decidem o que é certo e errado. Decidem se as leis estão sendo seguidas ou não.
A nós, seres vivos, nos resta apenas torcer para não cometermos tais erros. E não ter a mão do julgamento deles, sobre nossas cabeças.
(...)
Não são os imortais os que mais pagam pelos seus erros, estes, quase não comentem crimes mágicos, mais sim os mortais, principalmente aqueles da raça humana, escória de Nairë que por sua estupidez comentem os mais graves crimes mágicos. Infelizmente não se pode sequer culpa-los, é da natureza dessa raça ser falha, duvidar e não confiar em outros seres, principalmente os mágicos.
Nesses momentos, é que os próprios assinam sua sentença de morte.
A regra que nunca deve ser quebrada: Jamais use magia sem conhecimento, jamais use um ser mágico em benefício próprio, muito menos se ele não souber.”
Sir Robson de Siguard
Capitulo 9:
Em uma sala totalmente decorada em púrpura, Engine caminha vagarosamente passando os dedos por alguns livros que estão perfeitamente colocados na estante e observando os diversos quadros da dona do castelo. Quanto mais ele olhava, mais encantado por Treselle ficava. A beleza da mulher era simplesmente hipnótica, mesmo que por uma “foto”, porém, em alguns momentos o homem recordava da sua verdadeira natureza e sentia o corpo arrepiar.
Os olhos permanecem fixos, em um quadro aonde ela está acompanhada por um outro homem, muito bem vestido, como muito bem afeiçoado. A forma como estavam abraçados a pose de Treselle no quadro despertou a imaginação do mecânico que chegou a ver seu rosto no lugar do verdadeiro acompanhante.
_ Não é qualquer homem que pode tomar esse posto! _ interrompendo o devaneio de Engine, a bela Treselle está parada na porta em uma pose extremamente provocante_ Não é qualquer um que agüenta ser meu homem...
A forma como Treselle caminhava chamava a atenção de Engine. Ela parecia dançar, de forma bem suave, o odor do ambiente conforme ela se aproximava ficava ainda mais intenso, cheiro de vinho, paixão. A rainha para em frente a ele olhando de forma séria seus olhos enquanto este se perdia ao tentar observar um único detalhe da vampira. Os dedos delicados da rainha passam pelo queixo do mortal erguendo a cabeça e fazendo-o encarar nos olhos.
_Treselle é apenas artefato para ser admirado, jamais... _ a unha dela corre pelo rosto dele arranhando de uma forma que o mecânico simplesmente nem se importasse _ ... jamais tocado! _ em seguida ela empurra o corpo dele e o mesmo tenta se equilibrar enquanto volta a sã consciência.
_ Me perdoe senhora, mas creio que você pro...
_O que disse, mortal?_ Treselle que já caminhava para o belo sofá talhado em madeira escura e almofadas de veludo vermelho sangue olha para trás deixando o mecânico perturbado quando nota seus olhos em meio as mechas vermelhas de seus cabelos_ Não ousa insinuar que a Rainha dos Vampiros tem alguma culpa, ousa?
_ Não senhora... _ Engine se recompõe limpando a sujeira de sua roupa e sentindo um pouco da ardência do corte que ela fez _ Mas, o que fez a senhora me chamar? Achei que tudo estava correndo bem.
_Engine, meu caro..._ a mulher deita de lado no sofá apoiando a cabeça sobre o braço de forma bem confortável e nem um pouco preocupada _ Primeiro: eu chamo você quando EU quiser. E segundo: preciso entregar o prometido, ou vai insinuar que também não cumpro meus tratos?
Ele respira aliviado e dizendo baixo: _ Não senhora, não pensei nada disto. Sei que é correta em seus acordos.
_ Bom ouvir isso! _ ela sorri enquanto estala os dedos chamando um de seus serviçais_ Tragam o animal!
Alguns segundos depois 4 servos do castelo entram na sala carregando uma grande gaiola, com diversas plantas. Simulando uma floresta. Dentro dela estava Rott, quieto, comendo um pedaço de fruta. Eles deixam a gaiola ao lado de Treselle e com a permissão dela se retiram do ambiente.
_Bem, como vê. Minha parte do acordo está feita. O seu mascote está são e salvo sobre meus cuidados. E aqui... _ ela joga uma bolsa de ouro aos seus pés_ o resto do prometido.
Engine abaixa a cabeça.
_Sim, a senhora cumpriu o acordo. Pode ficar com o animal.
_Como?_ ela se assusta _ Vai deixar seu único bem para mim? Pensei que esse animal era a única coisa de valiosa que possuia! Pretende larga-lo para os Vampiros? Tem idéia da loucura que comete?
_Sim, é isso mesmo que pretendo. Já tenho o que quero.
_ Porque não desistiu do acordo desde o início então? Apenas pelo ouro teria feito?
_Se soltar o animal sei que não sobreviverei para ver a luz novamente. Que antes de por meus pés fora da sua cidade. Estarei morto.
Ela semicerra os olhos e se levanta, ficando sentada.
_Está novamente duvidando de minha honra, homenzinho!
_Não confio em seres mágicos.
Ignorando a ultima frase ela indaga de forma irônica.
_E como deixando-o comigo garante sua vida? Está achando que esse animal é uma espécie de guardião? _ ela começa a gargalhar _ Anda escutando muita historia dos tempos antigos! Hahahahahaha
_ Ao que consta para a maioria das crianças em Nairë, os Vampiros são apenas “contos antigos”... _ Engine sorri de forma desafiadora _ Resumindo: Sei que você não pode matar um animal como ele em seus domínios e eu não posso morrer enquanto ele estiver vivo!
FLAP!FLAP! FLAP! FLAP!
As palmas que Treselle bate ecoam pelo ambiente, até mesmo Rott para de comer sua fruta e observa a conversa.
_Belo blefe, jovem mortal, be-lo blefe! Acha mesmo que eu vou acreditar que possui sangue imortal nas veias? Ou no mínimo mágico? Ou por acaso se casou com um ser místico? Sim, uma cerimonia rápida com a meia-fada! Sim, deve ter sido isso! Hahahahaha Que pode ter o direito de ter um guardião? Hahahaha Humanos são deveras divertidos, me esqueci deste detalhe!
_Treselle, minha rainha... _ nesta altura Engine se mantinha o mais concentrado possível para não se distrair com qualquer ponto da mulher _ Sabe muito bem que não é apenas o casamento que me dá esse direito!
Os olhos da rainha arregalam enquanto ela morde a ponta dos lábios deixando uma gota de sangue escorrer. Porém em seguida sua língua passa pelo local “limpando” e volta ao seu estado calmo.
_Então se aproveitou da inocência dela para garantir sua imortalidade? Ela sabe do ritual?
_Apenas preciso sobreviver... _ ele sorri de forma cordial _ E não senhora, ela não aceita sequer a própria imortalidade.
_Quando isso ocorreu? Quando se deitou com a jovem “fada”?
_Na noite que seu mensageiro apareceu.
_Apenas nessa noite? _ o sorriso da vampira aumentava _ Nenhuma antes, ou depois?
_Uma noite apenas basta, doce rainha, ou não acredita mais nisso?
Ela se levanta, sem demonstrar mais nenhuma expressão no rosto. Abre a gaiola e pega Rott nas mãos.
_Claro que acredito, meu pai estava lá quando a lei foi criada..._começa acariciar Rott que fecha os olhos com satisfação_ Então, pensa que não pode morrer, certo? Alias, pensa que não merece morrer?
_Como assim?_ Engine dá um pequeno passo para trás.
_Como disse, homenzinho tolo. Meu pai estava na criação da regra e creio que se soubesse tanto quanto eu, não teria vacilado para conquistar o direito de possuir um guardião. Primeiro: para você possuir um guardião, precisa ter a lealdade de um animal com “classe” para isso.
_Mas o Rott...
_Rott, tem sangue de guardiões, mas não é! Primeiro erro mágico cometido. E... _os dentes de Treselle brilham_ ...ele não é leal a você!
_Mentira!
_Veja por si só! Guardiões pressentem quando o seu “dono” está em perigo e o protegem! _ ela abaixa pondo o animal no chão_ E além do mais, ele é leal a mim, agora!
O rato-canguru fica brincando perto dos pés de Treselle, o mecânico chama pelo animal mas nada ocorre. Uma gota de suor escorre pela sua face.
_Em segundo: Nunca... _Treselle caminha em direção a Engine_ Jamais..._ela chega perto e fala baixinho _ tente usar de um semi-imortal para fins “próprios” e conte a um imortal executor. Muito menos se não souber como fazer o devido ritual...
A rainha sorri e puxa um dos livros da estante abrindo um alçapão atrás de Engine que está totalmente atordoado.
_Imortal executor? _ ele soa frio, enquanto Treselle mostra o anel herdado pelo pai que lhe concede o poder de juiz e executora _ Uma guardiã?!
_Tolo, simplesmente um completo mortal idiota! Usa do amor de um ser semi –imortal para fins próprios, uma fada, jamais tocada! Você tenta realizar um ritual sagrado para benefício próprio, sem que a mesma tenha conhecimento!
O empurrão é único, feito de uma forma precisa Engine sequer tem tempo de segurar em qualquer coisa
_ Sua maldição é sua mente tola, e sua língua! Pense nos seus erros, homenzinho tolo! Nunca deveria ter deitado com um ser destes em noites de lua cheia, não se seu desejo é a imortalidade, não se não o ama-lo..._ ele vai escutando suas palavras enquanto cai em um lugar úmido e sujo, totalmente escuro _ Aproveite seu tempo de vida! Os meus meninos estão com fome a tempos... já que nenhum mortal tem sido idiota o suficiente para ser executado a séculos!
Engine se vê em um cômodo pequeno, alguma coisa gosmenta cai sobre sua cabeça, na pouca claridade que lhe resta observa que é fezes de morcego, quando olha para cima, afim de ver o ultimo sorriso da bela rainha, se depara com diversos olhos brilhantes abertos e voando em sua direção. O grito é único e vai sendo abafado com o barulho das asas. Morcegos carnívoros começam a devorar o homem, pedaço por pedaço, as próximas horas de Engine, as últimas serão bem longas e dolorosas.
_ Mais um julgamento feito.
Quando o alçapão termina de fechar, Treselle pega o pequeno animal e acaricia.
_Que homenzinho tolo, não é? Não matamos a sua espécie porque são criaturas divinas, não apenas no meu reino... mas protegidas por aqueles que não temos como dominar...
Ela chama seus serviçais.
_Levem o animal para o seu habitat natural. Deixem-no animal livre! É o melhor que podemos fazer. O antigo “dono” por incompetência não pode mais fazer nada por ele.
Voltando a sentar no seu sofá, pegando um amuleto escondido entre as almofadas.
_Agora é esperar que o resto do serviço seja feito. E assim, começar a virada em cima desse reino. É hora das Sombras novamente repousarem sobre Nairë. _ ela alisa a foto com diversas pessoas, mas um rosto em especial _ Justo rei... pobre rei...
continua...
Capitulo 10
Anteriormente: Mister Black Nice Rabbit, diz a Safira que finalmente vai cumprir seu acordo, mesmo ela tendo “liberado” ele. Augustus fica intrigado coma saida repentina de Engine no meio da noite, enquanto 22 desaparece novamente para por seu plano em ação, afinal, ele precisa entrar na fortaleza de Nairë para cumprir sua missão.
The Priest of Nairë
Capitulo 10:
Em uma certa Taverna na Cidade Capital...
Não se sabia ao certo quantas pernas haviam em baixo dos lençóis bagunçados, Augustus acorda com um sorriso de satisfação ao passar a mão ao seu lado e sentir as costas nuas de uma mulher de cabelos dourados como o sol, seu rosto vira um pouco para o outro lado e se depara com o rosto angelical e delicado de uma bela morena, ao seu lado uma mulata escultural abraçava o corpo dela.
Ele não sabia se tinha estado no céu, mas a sua noite anterior realmente fora um paraíso com aquelas 3 mulheres. Não que ele até não tenha dado conta de 3 (ou mais) antes, mas estas sabiam como satisfazer um homem.
E Augustus Cassalis estava realmente satisfeito!
A loira, na qual a mão repousava em suas costas se move ficando de lado e pondo a perna sobre seu corpo, as unhas acariciavam o peito dele arranhando devagar, fazendo o caçador apenas fechar os olhos e sentir. Os dedos subiam e desciam seu abdome diversas vezes até que a mão só começou a descer, descer...
_Mister Cassalis?
Alguém bate na porta despertando todos dentro do quarto.
_ Maldição, ninguém sabe que não deve me despertar, quando passo a noite acompanhado?
_Perdão, mister, mas ontem mesmo me pediu para acorda-lo assim que ela fosse embora!
A voz do outro lado da porta deixava Augustus ainda mais nervoso, mas seu funcionário estava realmente certo, ele mesmo ao se retirar solicitou tal favor.
_Ok, obrigado! _ ele levanta da cama seguido pelas três jovens e uma delas pergunta com a voz mais sedutora possível.
_O senhor já sabe o resultado?
_Sim, sei sim..._fala sério enquanto põe as calças rapidamente e olha para as morenas_ Vocês duas estão aprovadas! Começam ainda essa noite!_ olha para a loira_ Agora ainda quero mais um teste com você, gracinha!
Ele pisca para a loira, que morde os lábios e sorri ao observar o dono da taverna sair ainda sem blusa do quarto e se dirigir ao quarto aonde Engine dormira noite passada.
Castelo da Cidade Capital...
_Tem certeza que o feitiço é assim? _ Safira que está ajoelhada terminando o risco do circulo mágico em seu quarto olha desconfiada para o coelho_ Que tipo de magia é essa que vai usar?
_Gata, relaxa e deixa comigo, ok? Te prometi que iria dar um rolé, não foi? _o coelho sentado sobre uma pilha de livros e folheando com agilidade alguns outros nem olha para a princesa _ Pergunte menos e faça mais!
_Não acha que tá muito abusado não, coelho? _ os olhos azuis de Safira chegam a brilhar, mas o coelho a olha com desdém e sorri _ Ainda vou queimar esse seu pompom felpudo de uma forma que nunca vai esquecer!
_Não precisa agir com violência, gata! _ ele senta da forma mais comportada e arregala os olhos com medo de novamente ser queimado _ O circulo tá perfeito, agora você precisa se aprontar! Não quero usando nada feminino...
_Certo, você já me explicou isso... _ Safira ainda de joelhos no chão do quarto retira a presilha do cabelo fazendo seus cachos caírem sobre seus ombros e costas de forma delicada _ Se agir como uma mulher vou continuar como uma, certo?
_ Quase... _ Mister Nice pula para a poltrona em frente ao circulo místico e com um passe de mágica para o tempo em volta do castelo _ ...não precisa deixar de ser mulher, até porque não conseguiria. Só não pode estar usando roupas femininas!
_Entendi! _ já de pé Safira se abaixa soltando as fivelas de seus sapatos e quase que brincando quando eles estão soltos jogam um para cada lado soltando um risinho maroto _ To começando a achar essa idéia divertida!
Com o livro de feitiços nas mãos e fingindo não olhar nada enquanto a princesa começa a tirar a primeira saia ele sussurra:
_ Não tanto quanto eu...
_ O que disse, não escutei?
_ Nada, gata, pode continuar, não temos mesmo muito tempo!
Ela nem repara que parado o tempo já está... e começa a puxar as cordas de seu corselete enquanto por cima do livro o olhos do coelho não largam de reparar a silhueta dela.
_Minha nossa senhora!
_Já tá preparando o feitiço?
_Deusa do céu!
“Só pode estar preparando o feitiço...” _ ela pensa ingenuamente.
De costas para o coelho que está com o coração acelerado ao ver o corselete cair no chão e observando as costas nuas dela, Safira desliza as mãos pelo corpo pronta para retirar a saia quando escuta barulhinhos estranhos vindos de trás dela.
Ao ficar de frente com as mãos tapando os seios, repara que o coelho está apertando com força o livro de feitiços contra o corpo e batendo freneticamente a patinha direita na poltrona.
_Mister Nice, você está bem? _ ela se aproxima preocupada
_Hmmm hmmm... _ os olhinhos dele chegavam a brilhar enquanto ela estendia uma das mãos para sentir a temperatura dele
_Você está pelando, acho que precisamos ver algo para você!_ ela volta ao local aonde esta a blusa e se abaixa para pegar de volta quando escuta um gritinho
_ Não!_ ele cora ainda mais ao ver a cara assustada dela olhando para ele _ eu vou ficar bem, pode continuar!
_Tá bom!
Ela sorri e começa a retirar segunda saia devagar, a cada movimento o coelho ficava ainda mais agitado, algumas folhas do livro começavam a ficar amassadas, rasgadas, ele reparava em cada detalhe, o cabeço dela caído nos ombros, colo, tapando partes do corpo desnudo dela.
Quando retira a ultima peça de roupa, brinca de forma inocente girando por cima do corpo e jogando longe, em seguida ela escuta um barulho alto, porém abafado e olha assustada para o coelho:
_Mister Nice?! _ ela corre para perto dele_ Mister Nice, acorda!
Ao redor do castelo, um mendigo passeia sem que ninguém desse uma real atenção. Ele apalpa a muralha, dá leves batidinhas e coloca o ouvido junto a pedra, em uns momentos sorri em outros ele balança a cabeça e continua a andar, o capuz cobrindo o rosto, a pele cheia de fuligem a sua loucura só chama a atenção de um grupo de guardas que passa por ele.
_Vejam, um louco!
_Acho que está tentando falar com a parede...
_Não, ele tá tentando cantar a parede _ a gargalhada é grande entre eles _ Veja como alisa a parede como se fosse uma mulher!
A risada é alta e o mendigo se abaixa pegando uma pedrinha no chão e aparentemente feliz por ter achado o que queria, senta a beira do muro e começa a admirar seu novo brinquedo.
_Ó, ele agora tá admirando um pedrinha, vejam! Está pegando algumas outras perto dele.
Com uma pontaria perfeita o mendigo acerta o capacete reluzente de um dos guardas que logo é encarnado pelos outros
_ Acho que não gostou de você mexer com a mulher dele, Sandro... O que você vai fazer? Sandro, volte aqui!
O guarda que atendia por “Sandro” se aproxima do mendigo e rapidamente o pega pelo colarinho olhando bem nos olhos dele.
_O que você pensa que está fazendo? Sabem quem eu sou?
O olhar do mendigo era perdido, ele esticou a mão e começou a brincar com uma mexa do cabelo e com a outra brincava com a primeira pedrinha.
_Sandro, ele é um mendigo louco! Deixe esse miserável em paz!
O guarda respira fundo e solta o homem que volta novamente a se sentar perto do muro e brincar com sua pedrinha. Conforme eles se afastam o “Louco” ergue a cabeça novamente mostrando seu par de olhos azuis e um sorriso grande, claramente pensou em algo e depois de uns minutos começou a pegar mais pedrinhas perto do que seria uma falha na muralha do castelo.
_Achei você.
Um faixo com as cores do arco-íris e rápido como uma flecha corta a superfície do Lago Lithium, em direção a Ilha das Imortais.
Instantes depois Nália sobrevoa a ilha, agora desabitada em busca de um lugar específico. O poço de Moh, localizado numa depressão ao leste da ilha e cercado por um jardim de Papoulas, o poço servia como oráculo para as sacerdotisas. Nália sobrevoa o local tomando cuidado para não sentir o efeito das plantas, ainda mais em sua forma diminuta. Ela olha por cima a profundidade do poço e se assusta com a escuridão. Mas não tem outra alternativa, não se quiser atingir seu objetivo, ela fecha os olhos e mergulha.
As trevas dentro do poço de Moh são tão densas que nem seu brilho natural iluminava um palmo a sua frente.
Minutos depois uma luz surge no fundo do poço, uma claridade enebriante e quente vindo da esquerda mostra que Nália está perto do fundo, ela respira aliviada, estaria a quantos metros em baixo da terra? Ela não queria saber!
Ao pousar ela cresce a sua forma humana e caminha pelos estreitos corredores, o calor e a luz aumentava conforme se distanciava da entrada. Tochas começavam a aparecer no corredor e seu calor era estranho, chegava a arrepiar como se fosse algo frio, morto.
No fim, uma sala, toda esculpida em pedra com um altar no meio e duas portas, uma a esquerda e uma a direita. Finalmente ela chegou aonde queria.
_As lendárias portas de Moh...
Nália retira duas sacolas pequenas de dentro da sua roupa e despeja os conteúdos na bacia do altar, baixinho ela começa a cantarolar uma canção de sua raça.
Os olhinhos do coelho negro começam a piscar conforme uma bela cenoura passa em frente ao seu nariz. O focinho mexe, remexe como quem tenta adivinhar o odor e ele abre um sorriso e tenta dar uma dentada em vão.
_Ouch!
_Finalmente acordou! _ conforme seus olhos abrem ele depara com os olhos de Safira, então percebe que está em seu colo e fecha os olhinhos novamente _Ei! Trate de acordar! Já tem horas que pensei que estivesse morto!
Ela puxa o rabinho dele para que ele pule longe
_Ai! _ esfrega a pata no rabo tentando melhorar _ Nessas horas preferia estar! _ então olha para ela _ Que diabos é isso?!
Safira dá uma volta e sorri
_ Sei que estava dormindo mas o feitiço deu certo! _ vestida com roupas masculinas e realmente aparentando ser um homem tirando os olhos que continuavam com o mesmo brilho de antes _ Até a liga saiu!
_Eu-eu-eu tava no colo de um homem??!!! _ Mister Nice começa a ficar tonto novamente
_Nem pense em desmaiar agora! _ Safira se aproxima e rapidamente ele acorda e se afasta
_Fica longe e mim!
_Porque?
_Tenho alergia a homens!
_Para da falar besteira, Mister Nice!
_To falando sério! _ ele se põe em posição de ataque_ Se der mais um passo vou usar força bruta com você!
Safira cai na gargalhada pondo o corpo para frente e apoiando as mãos no joelho.
_Tá, para de brincadeira, coelho! Você não tem como lutar comigo!
_Não gata... ops, quer dizer... Não, eu SEI do que to falando, seus poderes vem do seu lado feminino! Quando se transformou em homem não tinha como continuar a ter poderes, tanto que sua liga caiu, certo?
_Certo! Mas então, e agora?
_Agora que vamos precisar de um disfarce para mim, em seguida saimos! Damos um rolé e depois voltamos e desfazemos essa desgraça que ocorreu com você!
_Eu vou voltar a ser mulher?
_Pela misericórdia da Deusa sim! _ ele quase berra e se recompoe falando baixinho _ Desperdiçar aquilo é um sacrilégio...
_ O que?
_ O que acha de um Macaco?
_Bagunceiro!
_Pulga?
_Coça!
_Um lagarto?
_Nojento!
_Cobra?
_Peçonhento!
_Porco?
_Sujo!
_Isso não vai dar certo! Que animais gosta, “principe”?
_Ah, Tigres, águias, leões, cachorros...
_Cachorro?
_Sim, cachorro!
_Certo, chegamos a um consenso então! _ com um passe simples de mágica Mister Black Nice Rabitt se transforma em um cachorro _Pronto, agora precisamos sair assim que os sóis se porem!
_Porque?
_ Além de perder a beleza perdeu a inteligência... tadinha!
_Você está abusando, coelho!
Ele para o tempo novamente e sorri.
_Desculpe, não sou educado com homens! Vamos descer enquanto esses idiotas não percebem! _ olha para os guardas na porta de seu quarto _ Você terá apenas 24 horas nessa forma se a Deusa for boa comigo!
A seguir: A Herança dos Deuses – Prelúdio
The Priest of Nairë
Capitulo 10:
Em uma certa Taverna na Cidade Capital...
Não se sabia ao certo quantas pernas haviam em baixo dos lençóis bagunçados, Augustus acorda com um sorriso de satisfação ao passar a mão ao seu lado e sentir as costas nuas de uma mulher de cabelos dourados como o sol, seu rosto vira um pouco para o outro lado e se depara com o rosto angelical e delicado de uma bela morena, ao seu lado uma mulata escultural abraçava o corpo dela.
Ele não sabia se tinha estado no céu, mas a sua noite anterior realmente fora um paraíso com aquelas 3 mulheres. Não que ele até não tenha dado conta de 3 (ou mais) antes, mas estas sabiam como satisfazer um homem.
E Augustus Cassalis estava realmente satisfeito!
A loira, na qual a mão repousava em suas costas se move ficando de lado e pondo a perna sobre seu corpo, as unhas acariciavam o peito dele arranhando devagar, fazendo o caçador apenas fechar os olhos e sentir. Os dedos subiam e desciam seu abdome diversas vezes até que a mão só começou a descer, descer...
_Mister Cassalis?
Alguém bate na porta despertando todos dentro do quarto.
_ Maldição, ninguém sabe que não deve me despertar, quando passo a noite acompanhado?
_Perdão, mister, mas ontem mesmo me pediu para acorda-lo assim que ela fosse embora!
A voz do outro lado da porta deixava Augustus ainda mais nervoso, mas seu funcionário estava realmente certo, ele mesmo ao se retirar solicitou tal favor.
_Ok, obrigado! _ ele levanta da cama seguido pelas três jovens e uma delas pergunta com a voz mais sedutora possível.
_O senhor já sabe o resultado?
_Sim, sei sim..._fala sério enquanto põe as calças rapidamente e olha para as morenas_ Vocês duas estão aprovadas! Começam ainda essa noite!_ olha para a loira_ Agora ainda quero mais um teste com você, gracinha!
Ele pisca para a loira, que morde os lábios e sorri ao observar o dono da taverna sair ainda sem blusa do quarto e se dirigir ao quarto aonde Engine dormira noite passada.
Castelo da Cidade Capital...
_Tem certeza que o feitiço é assim? _ Safira que está ajoelhada terminando o risco do circulo mágico em seu quarto olha desconfiada para o coelho_ Que tipo de magia é essa que vai usar?
_Gata, relaxa e deixa comigo, ok? Te prometi que iria dar um rolé, não foi? _o coelho sentado sobre uma pilha de livros e folheando com agilidade alguns outros nem olha para a princesa _ Pergunte menos e faça mais!
_Não acha que tá muito abusado não, coelho? _ os olhos azuis de Safira chegam a brilhar, mas o coelho a olha com desdém e sorri _ Ainda vou queimar esse seu pompom felpudo de uma forma que nunca vai esquecer!
_Não precisa agir com violência, gata! _ ele senta da forma mais comportada e arregala os olhos com medo de novamente ser queimado _ O circulo tá perfeito, agora você precisa se aprontar! Não quero usando nada feminino...
_Certo, você já me explicou isso... _ Safira ainda de joelhos no chão do quarto retira a presilha do cabelo fazendo seus cachos caírem sobre seus ombros e costas de forma delicada _ Se agir como uma mulher vou continuar como uma, certo?
_ Quase... _ Mister Nice pula para a poltrona em frente ao circulo místico e com um passe de mágica para o tempo em volta do castelo _ ...não precisa deixar de ser mulher, até porque não conseguiria. Só não pode estar usando roupas femininas!
_Entendi! _ já de pé Safira se abaixa soltando as fivelas de seus sapatos e quase que brincando quando eles estão soltos jogam um para cada lado soltando um risinho maroto _ To começando a achar essa idéia divertida!
Com o livro de feitiços nas mãos e fingindo não olhar nada enquanto a princesa começa a tirar a primeira saia ele sussurra:
_ Não tanto quanto eu...
_ O que disse, não escutei?
_ Nada, gata, pode continuar, não temos mesmo muito tempo!
Ela nem repara que parado o tempo já está... e começa a puxar as cordas de seu corselete enquanto por cima do livro o olhos do coelho não largam de reparar a silhueta dela.
_Minha nossa senhora!
_Já tá preparando o feitiço?
_Deusa do céu!
“Só pode estar preparando o feitiço...” _ ela pensa ingenuamente.
De costas para o coelho que está com o coração acelerado ao ver o corselete cair no chão e observando as costas nuas dela, Safira desliza as mãos pelo corpo pronta para retirar a saia quando escuta barulhinhos estranhos vindos de trás dela.
Ao ficar de frente com as mãos tapando os seios, repara que o coelho está apertando com força o livro de feitiços contra o corpo e batendo freneticamente a patinha direita na poltrona.
_Mister Nice, você está bem? _ ela se aproxima preocupada
_Hmmm hmmm... _ os olhinhos dele chegavam a brilhar enquanto ela estendia uma das mãos para sentir a temperatura dele
_Você está pelando, acho que precisamos ver algo para você!_ ela volta ao local aonde esta a blusa e se abaixa para pegar de volta quando escuta um gritinho
_ Não!_ ele cora ainda mais ao ver a cara assustada dela olhando para ele _ eu vou ficar bem, pode continuar!
_Tá bom!
Ela sorri e começa a retirar segunda saia devagar, a cada movimento o coelho ficava ainda mais agitado, algumas folhas do livro começavam a ficar amassadas, rasgadas, ele reparava em cada detalhe, o cabeço dela caído nos ombros, colo, tapando partes do corpo desnudo dela.
Quando retira a ultima peça de roupa, brinca de forma inocente girando por cima do corpo e jogando longe, em seguida ela escuta um barulho alto, porém abafado e olha assustada para o coelho:
_Mister Nice?! _ ela corre para perto dele_ Mister Nice, acorda!
Ao redor do castelo, um mendigo passeia sem que ninguém desse uma real atenção. Ele apalpa a muralha, dá leves batidinhas e coloca o ouvido junto a pedra, em uns momentos sorri em outros ele balança a cabeça e continua a andar, o capuz cobrindo o rosto, a pele cheia de fuligem a sua loucura só chama a atenção de um grupo de guardas que passa por ele.
_Vejam, um louco!
_Acho que está tentando falar com a parede...
_Não, ele tá tentando cantar a parede _ a gargalhada é grande entre eles _ Veja como alisa a parede como se fosse uma mulher!
A risada é alta e o mendigo se abaixa pegando uma pedrinha no chão e aparentemente feliz por ter achado o que queria, senta a beira do muro e começa a admirar seu novo brinquedo.
_Ó, ele agora tá admirando um pedrinha, vejam! Está pegando algumas outras perto dele.
Com uma pontaria perfeita o mendigo acerta o capacete reluzente de um dos guardas que logo é encarnado pelos outros
_ Acho que não gostou de você mexer com a mulher dele, Sandro... O que você vai fazer? Sandro, volte aqui!
O guarda que atendia por “Sandro” se aproxima do mendigo e rapidamente o pega pelo colarinho olhando bem nos olhos dele.
_O que você pensa que está fazendo? Sabem quem eu sou?
O olhar do mendigo era perdido, ele esticou a mão e começou a brincar com uma mexa do cabelo e com a outra brincava com a primeira pedrinha.
_Sandro, ele é um mendigo louco! Deixe esse miserável em paz!
O guarda respira fundo e solta o homem que volta novamente a se sentar perto do muro e brincar com sua pedrinha. Conforme eles se afastam o “Louco” ergue a cabeça novamente mostrando seu par de olhos azuis e um sorriso grande, claramente pensou em algo e depois de uns minutos começou a pegar mais pedrinhas perto do que seria uma falha na muralha do castelo.
_Achei você.
Um faixo com as cores do arco-íris e rápido como uma flecha corta a superfície do Lago Lithium, em direção a Ilha das Imortais.
Instantes depois Nália sobrevoa a ilha, agora desabitada em busca de um lugar específico. O poço de Moh, localizado numa depressão ao leste da ilha e cercado por um jardim de Papoulas, o poço servia como oráculo para as sacerdotisas. Nália sobrevoa o local tomando cuidado para não sentir o efeito das plantas, ainda mais em sua forma diminuta. Ela olha por cima a profundidade do poço e se assusta com a escuridão. Mas não tem outra alternativa, não se quiser atingir seu objetivo, ela fecha os olhos e mergulha.
As trevas dentro do poço de Moh são tão densas que nem seu brilho natural iluminava um palmo a sua frente.
Minutos depois uma luz surge no fundo do poço, uma claridade enebriante e quente vindo da esquerda mostra que Nália está perto do fundo, ela respira aliviada, estaria a quantos metros em baixo da terra? Ela não queria saber!
Ao pousar ela cresce a sua forma humana e caminha pelos estreitos corredores, o calor e a luz aumentava conforme se distanciava da entrada. Tochas começavam a aparecer no corredor e seu calor era estranho, chegava a arrepiar como se fosse algo frio, morto.
No fim, uma sala, toda esculpida em pedra com um altar no meio e duas portas, uma a esquerda e uma a direita. Finalmente ela chegou aonde queria.
_As lendárias portas de Moh...
Nália retira duas sacolas pequenas de dentro da sua roupa e despeja os conteúdos na bacia do altar, baixinho ela começa a cantarolar uma canção de sua raça.
Os olhinhos do coelho negro começam a piscar conforme uma bela cenoura passa em frente ao seu nariz. O focinho mexe, remexe como quem tenta adivinhar o odor e ele abre um sorriso e tenta dar uma dentada em vão.
_Ouch!
_Finalmente acordou! _ conforme seus olhos abrem ele depara com os olhos de Safira, então percebe que está em seu colo e fecha os olhinhos novamente _Ei! Trate de acordar! Já tem horas que pensei que estivesse morto!
Ela puxa o rabinho dele para que ele pule longe
_Ai! _ esfrega a pata no rabo tentando melhorar _ Nessas horas preferia estar! _ então olha para ela _ Que diabos é isso?!
Safira dá uma volta e sorri
_ Sei que estava dormindo mas o feitiço deu certo! _ vestida com roupas masculinas e realmente aparentando ser um homem tirando os olhos que continuavam com o mesmo brilho de antes _ Até a liga saiu!
_Eu-eu-eu tava no colo de um homem??!!! _ Mister Nice começa a ficar tonto novamente
_Nem pense em desmaiar agora! _ Safira se aproxima e rapidamente ele acorda e se afasta
_Fica longe e mim!
_Porque?
_Tenho alergia a homens!
_Para da falar besteira, Mister Nice!
_To falando sério! _ ele se põe em posição de ataque_ Se der mais um passo vou usar força bruta com você!
Safira cai na gargalhada pondo o corpo para frente e apoiando as mãos no joelho.
_Tá, para de brincadeira, coelho! Você não tem como lutar comigo!
_Não gata... ops, quer dizer... Não, eu SEI do que to falando, seus poderes vem do seu lado feminino! Quando se transformou em homem não tinha como continuar a ter poderes, tanto que sua liga caiu, certo?
_Certo! Mas então, e agora?
_Agora que vamos precisar de um disfarce para mim, em seguida saimos! Damos um rolé e depois voltamos e desfazemos essa desgraça que ocorreu com você!
_Eu vou voltar a ser mulher?
_Pela misericórdia da Deusa sim! _ ele quase berra e se recompoe falando baixinho _ Desperdiçar aquilo é um sacrilégio...
_ O que?
_ O que acha de um Macaco?
_Bagunceiro!
_Pulga?
_Coça!
_Um lagarto?
_Nojento!
_Cobra?
_Peçonhento!
_Porco?
_Sujo!
_Isso não vai dar certo! Que animais gosta, “principe”?
_Ah, Tigres, águias, leões, cachorros...
_Cachorro?
_Sim, cachorro!
_Certo, chegamos a um consenso então! _ com um passe simples de mágica Mister Black Nice Rabitt se transforma em um cachorro _Pronto, agora precisamos sair assim que os sóis se porem!
_Porque?
_ Além de perder a beleza perdeu a inteligência... tadinha!
_Você está abusando, coelho!
Ele para o tempo novamente e sorri.
_Desculpe, não sou educado com homens! Vamos descer enquanto esses idiotas não percebem! _ olha para os guardas na porta de seu quarto _ Você terá apenas 24 horas nessa forma se a Deusa for boa comigo!
A seguir: A Herança dos Deuses – Prelúdio
Prelúdio
The Priest of Nairë
Prelúdio: A Herança dos Deuses
Os passos firmes de Meister Schwarzes abrem caminho nos corredores de acesso as celas do calabouço. Os servos do castelo que faziam a limpeza dos corredores correm para abrir espaço. Quando ele estava com aquele olhar nada podia ficar no caminho. Um de seus conselheiros tenta acompanhar os passos firmes e rápidos de seu chefe. Porém não era tão simples.
_ Como está atualmente a situação?
_ Soberano, não se sabe como mas ela está conseguindo derrubar todos os nossos soldados de elite.
Meister olha de forma apavorante para o conselheiro pedindo uma explicação plausível.
_ Não sei como ela faz isso, senhor, apenas faz!
_Alguma espécie de poder? _ eles já viraram o corredor de acesso a cela em questão e um dos chefes da guarda corre para saudar seu líder.
_Nosso soberano líder..._o chefe da guarda faz reverência.
_Não é momento de bajulações. Relate os fatos!
_Majestade, atualmente estamos com 15 homens vivos dentro da cela. Mas... _ eles ouvem berros e gritos de dor _ não creio que vá ser suficiente! Infelizmente são os últimos do meu batalhão. Já solicitei reforços!
Ao terminar de falar um soldado voa gritando e bate na parede do corredor e desmaia.
_ Desculpe senhor, 14 homens!
_Preciso ver com meus próprios olhos... _ Meister Schwarzes se aproxima da cela e fica assustado com a cena.
A dama que ele acolheu em meio a batalha, dona de olhos e cabelos exóticos estava dominando a todos os homens que tentavam se aproximar dela, sem arma alguma. Usando apenas as mãos, era algo assombroso.
_Como isso começou?
_Pelo que me informaram foi quando tentaram por as pulseiras de contenção, majestade. Parece que eles tentaram tocar nela mas quando ela percebeu começou..._ele para de falar, respira fundo e continua_ Virou uma besta feroz que ninguém se aproxima! Fica gritando que nenhum filho de Nion* irá toca-la.
Meister ouvia a tudo impressionado com a agilidade da mulher. Ela saltava e deferia socos em pontos certeiros. Imobilizava com uma facilidade incrível. No momento que observava, ela usou um dos soldados que estava caindo para escalar nas suas costas e salta por cima dos outros dois soldados que vinham ainda no ar crava seus pés no ombro de cada um deslocando-os enquanto com o impulso dá um mortal e cai intacta no chão.
_Nenhum homem pode encostar nela?
_Não majestade. E depois da fúria dela não conseguimos por uma mulher aqui, pois ela ameaçou mata-las porque não eram dignas. Eram servas de Nion. Ela é um demônio! Precisamos de um meio de dete-la! Restam apenas 11 homens..._um outro com o pescoço quebrado cai aos seus pés _ correção, 10... _ o chefe da guarda põe a mão no rosto não acreditando que seus soldados estavam naquele estado _ Senhor, ela precisa ser detida!
Schwarzes nada fala, apenas dá mais um passo para dentro da cela e com os pulsos energizados levanta no ar e batem palmas. No mesmo instante a sala toda explode em meio a um raio que caiu no meio dela. A luz e a poeira levantada no momento é incrível e intensa. O soberano pensou ter resolvido o problema quando nota que apenas um vulto começa a surgir em meio a poeira que se dissipava. Um vulto feminino.
_Como...
Ela não fala nada, apenas o encara. Chuta o corpo do soldado que está aos seus pés desacordado e vai para o canto da cela. Com as mãos o rei pede que retirem os soldados desacordados do cômodo. Quando termina o trabalho ele olha para o chefe da guarda:
_ Me deixe a sós com ela.
_Senhor...
Não houve tempo de concluir a frase pois o olhar de seu soberano falou mais alto. O homem acata a ordem e se retira.
_ Pelo visto houve um pequeno mal entendido, não é?
Ela permanece parada, olhando para a fresta de ventilação e admirando o céu.
_ Reginleif? _ ela desvia levemente o olhar para Schwarzes _ Esse é seu nome, não é? Muito bonito... não tanto como você._ele sorri para ela estendendo a mão para que se aproxime_ Podemos conversar?
_ Não vou aceitar ordens de um filho de Nion!
_Não estou dando uma ordem e sim uma sugestão, bela dama. _então ele dá o passo e se aproxima dela_ Apenas desejo desfazer esse mau entendido.
_O que o filho de Nion quer de mim?
_Quero saber porque toda essa raiva... _ a cada frase ele se aproximava mais vendo que ela ficava mais calma
_Não aceito ordens, apenas da Deusa-mãe!
_Entendo, uma sacerdotisa... mas vc possui uma força incrível...e bem..._ele para bem a frente dela que o olha de lado _ não é comum uma sacerdotisa ser forte, pelo menos nunca vi por...
_Não sou sacerdotisa, sou apenas uma serva dela: A melhor!
_Entendo. E o que planeja fazer? Digo: Qual é seu objetivo? Não creio que estava naquele inferno aonde te encontrei atoa, estava?
Reginleif pela primeira vez olha para o chão, claramente mostrou uma falha, uma fraqueza da qual Meister Schwarzes ia ter que aprender a lidar para supera-la.
_Perdão.
_Perdão?
_Sim, perdão da Deusa-mãe. Estou em busca disso, ser digna de voltar para casa.
_Então você realmente não é de Nairë, de onde é?
_Não importa. Só preciso voltar para casa. Preciso me fazer digna.
A ultima frase incomodou o soberano de uma forma maravilhosa. Ele achou o que precisava para usar aquele dom para si.
_O que precisa fazer para ser “digna”, Reginleif?
_Ser a melhor guerreira. Domar novamente meus dons e ser capaz de sobrepujar a todos!
Ele sorri e conclui
_E se mostrar o caminho que deve seguir? Meu exercito é o maior de toda essa parte do mundo. Nairë está em expansão, é um império que vai ser o dono desse mundo. Você pode ser a melhor entre eles!
_Seu império não me importa. Ele não se compara ao lugar de onde eu vim.
_Mas pode ser a melhor guerreira do mundo. Uma verdadeira amazona.
_Eu SOU a melhor... _ os olhos dela brilham enquanto fala isso _ e vou provar a Deusa-mãe que sou digna de sua misericórdia.
_Então caminhara ao meu lado? _ Schwarzes abre um sorriso que logo é cortado quando vê as mãos de Reginleif segurarem seu pescoço e o imprensar contra a parede começando a sufoca-lo.
_Vou seguir o filho de Nion enquanto for útil. Depois, pagará caro por me fazer ser serva dele! Sou serva apenas dos Deuses!
O olhar de Meister é assustado, ele nunca tinha visto alguém assim, que ele não pudesse dominar pela força ou pela lábia. Seus pés tentavam tocar o chão mas, de nada adiantava, ela o ergueu. Não tinha idéia de como, mas conseguiu.
_Reginleif... arrcc..acho....cof... que sempre... vai... _ ela sorri ao ver ao ver a sua dificuldade em falar e o larga no chão se afastando_ ...haver um meio de conciliar os dois lados! Posso dar a você o que desejar...
_Eu desejo voltar...
_Nairë é o melhor e maior império desse mundo. Não tem lugar melhor do que este.
_Tem..._ela olha para ele sobre os ombros com um sorriso diabólico _ e eu vou voltar para lá! Apenas me mostre como posso ser aqui a melhor guerreira. Esse é seu trabalho!
Meister Schwarzes se irrita, já estava recebendo mais ordens do que recebeu em toda a sua vida, ele não ia aturar ser mais humilhado do que já foi.
_Eu sou o SENHOR dessa Terra e exijo respeito! Você nunca conseguirá sair dessa terra e ir a lugar nenhum se não for a minha vontade!
O olhar de Reginleif é frio perante a explosão de Meister.
_Está me ouvindo?
_Sim, estou.
_Então se prepare, vou leva-la para a academia militar. Seu treinamento começará hoje e vai cumprir as minhas ordens... alias, só tem que se reportar a mim, diretamente e somente a mim!
_Sim, filho de Nion.
Ele olha firme para ela que continua fria, quase robótica na frente dele. Obviamente estranhou o comportamento dela, mas relevou, antes isso que ser contrariado, ou acabar como um dos outros soldados. Então caminha em direção a porta da cela e quando escuta Reginleif falar.
_Meister Schwarzes?
_Sim.
_Sabe quem eu sou?
_Quem, Reginleif?
_Eu sou a Herança dos Deuses**! E tenho uma mensagem para você: A Herança que os Deuses te enviaram é a ruína. A sua ruína! E eu serei o instrumento dessa herança.
Meister sai da cela com a certeza que precisava ignorar o que aquela mulher dizia. Ele precisava apenas usar o seu poder.
“Herança dos Deuses” _ ele ria de si mesmo enquanto caminhava.
A Seguir: Capitulo 11
Glossário:
*Nion – seria o primeiro homem na historia de Nairë, é o mesmo que falar “filho de Adão”.
** Herança dos Deuses – Reginleif, na mitologia nórdica é o nome de uma Valquíria.
Prelúdio: A Herança dos Deuses
Os passos firmes de Meister Schwarzes abrem caminho nos corredores de acesso as celas do calabouço. Os servos do castelo que faziam a limpeza dos corredores correm para abrir espaço. Quando ele estava com aquele olhar nada podia ficar no caminho. Um de seus conselheiros tenta acompanhar os passos firmes e rápidos de seu chefe. Porém não era tão simples.
_ Como está atualmente a situação?
_ Soberano, não se sabe como mas ela está conseguindo derrubar todos os nossos soldados de elite.
Meister olha de forma apavorante para o conselheiro pedindo uma explicação plausível.
_ Não sei como ela faz isso, senhor, apenas faz!
_Alguma espécie de poder? _ eles já viraram o corredor de acesso a cela em questão e um dos chefes da guarda corre para saudar seu líder.
_Nosso soberano líder..._o chefe da guarda faz reverência.
_Não é momento de bajulações. Relate os fatos!
_Majestade, atualmente estamos com 15 homens vivos dentro da cela. Mas... _ eles ouvem berros e gritos de dor _ não creio que vá ser suficiente! Infelizmente são os últimos do meu batalhão. Já solicitei reforços!
Ao terminar de falar um soldado voa gritando e bate na parede do corredor e desmaia.
_ Desculpe senhor, 14 homens!
_Preciso ver com meus próprios olhos... _ Meister Schwarzes se aproxima da cela e fica assustado com a cena.
A dama que ele acolheu em meio a batalha, dona de olhos e cabelos exóticos estava dominando a todos os homens que tentavam se aproximar dela, sem arma alguma. Usando apenas as mãos, era algo assombroso.
_Como isso começou?
_Pelo que me informaram foi quando tentaram por as pulseiras de contenção, majestade. Parece que eles tentaram tocar nela mas quando ela percebeu começou..._ele para de falar, respira fundo e continua_ Virou uma besta feroz que ninguém se aproxima! Fica gritando que nenhum filho de Nion* irá toca-la.
Meister ouvia a tudo impressionado com a agilidade da mulher. Ela saltava e deferia socos em pontos certeiros. Imobilizava com uma facilidade incrível. No momento que observava, ela usou um dos soldados que estava caindo para escalar nas suas costas e salta por cima dos outros dois soldados que vinham ainda no ar crava seus pés no ombro de cada um deslocando-os enquanto com o impulso dá um mortal e cai intacta no chão.
_Nenhum homem pode encostar nela?
_Não majestade. E depois da fúria dela não conseguimos por uma mulher aqui, pois ela ameaçou mata-las porque não eram dignas. Eram servas de Nion. Ela é um demônio! Precisamos de um meio de dete-la! Restam apenas 11 homens..._um outro com o pescoço quebrado cai aos seus pés _ correção, 10... _ o chefe da guarda põe a mão no rosto não acreditando que seus soldados estavam naquele estado _ Senhor, ela precisa ser detida!
Schwarzes nada fala, apenas dá mais um passo para dentro da cela e com os pulsos energizados levanta no ar e batem palmas. No mesmo instante a sala toda explode em meio a um raio que caiu no meio dela. A luz e a poeira levantada no momento é incrível e intensa. O soberano pensou ter resolvido o problema quando nota que apenas um vulto começa a surgir em meio a poeira que se dissipava. Um vulto feminino.
_Como...
Ela não fala nada, apenas o encara. Chuta o corpo do soldado que está aos seus pés desacordado e vai para o canto da cela. Com as mãos o rei pede que retirem os soldados desacordados do cômodo. Quando termina o trabalho ele olha para o chefe da guarda:
_ Me deixe a sós com ela.
_Senhor...
Não houve tempo de concluir a frase pois o olhar de seu soberano falou mais alto. O homem acata a ordem e se retira.
_ Pelo visto houve um pequeno mal entendido, não é?
Ela permanece parada, olhando para a fresta de ventilação e admirando o céu.
_ Reginleif? _ ela desvia levemente o olhar para Schwarzes _ Esse é seu nome, não é? Muito bonito... não tanto como você._ele sorri para ela estendendo a mão para que se aproxime_ Podemos conversar?
_ Não vou aceitar ordens de um filho de Nion!
_Não estou dando uma ordem e sim uma sugestão, bela dama. _então ele dá o passo e se aproxima dela_ Apenas desejo desfazer esse mau entendido.
_O que o filho de Nion quer de mim?
_Quero saber porque toda essa raiva... _ a cada frase ele se aproximava mais vendo que ela ficava mais calma
_Não aceito ordens, apenas da Deusa-mãe!
_Entendo, uma sacerdotisa... mas vc possui uma força incrível...e bem..._ele para bem a frente dela que o olha de lado _ não é comum uma sacerdotisa ser forte, pelo menos nunca vi por...
_Não sou sacerdotisa, sou apenas uma serva dela: A melhor!
_Entendo. E o que planeja fazer? Digo: Qual é seu objetivo? Não creio que estava naquele inferno aonde te encontrei atoa, estava?
Reginleif pela primeira vez olha para o chão, claramente mostrou uma falha, uma fraqueza da qual Meister Schwarzes ia ter que aprender a lidar para supera-la.
_Perdão.
_Perdão?
_Sim, perdão da Deusa-mãe. Estou em busca disso, ser digna de voltar para casa.
_Então você realmente não é de Nairë, de onde é?
_Não importa. Só preciso voltar para casa. Preciso me fazer digna.
A ultima frase incomodou o soberano de uma forma maravilhosa. Ele achou o que precisava para usar aquele dom para si.
_O que precisa fazer para ser “digna”, Reginleif?
_Ser a melhor guerreira. Domar novamente meus dons e ser capaz de sobrepujar a todos!
Ele sorri e conclui
_E se mostrar o caminho que deve seguir? Meu exercito é o maior de toda essa parte do mundo. Nairë está em expansão, é um império que vai ser o dono desse mundo. Você pode ser a melhor entre eles!
_Seu império não me importa. Ele não se compara ao lugar de onde eu vim.
_Mas pode ser a melhor guerreira do mundo. Uma verdadeira amazona.
_Eu SOU a melhor... _ os olhos dela brilham enquanto fala isso _ e vou provar a Deusa-mãe que sou digna de sua misericórdia.
_Então caminhara ao meu lado? _ Schwarzes abre um sorriso que logo é cortado quando vê as mãos de Reginleif segurarem seu pescoço e o imprensar contra a parede começando a sufoca-lo.
_Vou seguir o filho de Nion enquanto for útil. Depois, pagará caro por me fazer ser serva dele! Sou serva apenas dos Deuses!
O olhar de Meister é assustado, ele nunca tinha visto alguém assim, que ele não pudesse dominar pela força ou pela lábia. Seus pés tentavam tocar o chão mas, de nada adiantava, ela o ergueu. Não tinha idéia de como, mas conseguiu.
_Reginleif... arrcc..acho....cof... que sempre... vai... _ ela sorri ao ver ao ver a sua dificuldade em falar e o larga no chão se afastando_ ...haver um meio de conciliar os dois lados! Posso dar a você o que desejar...
_Eu desejo voltar...
_Nairë é o melhor e maior império desse mundo. Não tem lugar melhor do que este.
_Tem..._ela olha para ele sobre os ombros com um sorriso diabólico _ e eu vou voltar para lá! Apenas me mostre como posso ser aqui a melhor guerreira. Esse é seu trabalho!
Meister Schwarzes se irrita, já estava recebendo mais ordens do que recebeu em toda a sua vida, ele não ia aturar ser mais humilhado do que já foi.
_Eu sou o SENHOR dessa Terra e exijo respeito! Você nunca conseguirá sair dessa terra e ir a lugar nenhum se não for a minha vontade!
O olhar de Reginleif é frio perante a explosão de Meister.
_Está me ouvindo?
_Sim, estou.
_Então se prepare, vou leva-la para a academia militar. Seu treinamento começará hoje e vai cumprir as minhas ordens... alias, só tem que se reportar a mim, diretamente e somente a mim!
_Sim, filho de Nion.
Ele olha firme para ela que continua fria, quase robótica na frente dele. Obviamente estranhou o comportamento dela, mas relevou, antes isso que ser contrariado, ou acabar como um dos outros soldados. Então caminha em direção a porta da cela e quando escuta Reginleif falar.
_Meister Schwarzes?
_Sim.
_Sabe quem eu sou?
_Quem, Reginleif?
_Eu sou a Herança dos Deuses**! E tenho uma mensagem para você: A Herança que os Deuses te enviaram é a ruína. A sua ruína! E eu serei o instrumento dessa herança.
Meister sai da cela com a certeza que precisava ignorar o que aquela mulher dizia. Ele precisava apenas usar o seu poder.
“Herança dos Deuses” _ ele ria de si mesmo enquanto caminhava.
A Seguir: Capitulo 11
Glossário:
*Nion – seria o primeiro homem na historia de Nairë, é o mesmo que falar “filho de Adão”.
** Herança dos Deuses – Reginleif, na mitologia nórdica é o nome de uma Valquíria.
Capitulo 11
Anteriormente: Safira e Mister Black Nice Rabbit fazem um ritual aonde a jovem princesa se transforma em homem por 24 horas. Assim, livre do feitiço que a prende no Castelo ela se prepara para fugir por algumas horas do castelo e finalmente conhecer o lado bom do mundo lá fora. Mas para isso, para que ninguém suspeite deles, Mister Nice também se transforma, e vira um simpático cachorro que acompanhará um jovem rapaz.
Enquanto isso, 22 que já rodeou o castelo a fim de descobrir como entrar prepara sua investida para ganhar sua recompensa.
The Priest of Nairë
Capítulo 11:
Já eram altas horas da noite quando um mendigo maluco, e aparentemente bêbado, já que carregava duas garrafas na mão, caminha cambaleando pelas ruas próximas a muralha do castelo.
Um dos guardas de vigília observa a distância e ri, lembrando que se tratava do mesmo mendigo que “enfrentou” seu colega naquele mesmo dia.
O mendigo se aproxima da muralha, começa a andar apoiando nela, trocando as pernas e bebendo mais e mais. Até que ele encontra um punhado de pedras no chão e começa a rir, encostado na parede deixa escorregar o corpo e sentar ao lado do montinho.
Ao longe as badaladas do relógio central começam a anunciar que já é a madrugada do novo dia. O guarda de vigília olha para a cabine ainda distante e já se prepara para a troca de turno. Ele olha para os lados e vê que tirando o mendigo não há uma viva alma por perto. E caminha para longe da muralha.
Brincando com as pedrinhas, o mendigo continua distraído com a sua bebida. Ao ponto que começa inclusive a colocar mais e mais pedrinhas dentro de uma das garrafas. Ele começa a cantar alto uma melodia que apenas quem freqüenta tavernas conhece. Retira de uma pequena sacolinha pendurada na sua cintura pequenas bolinhas pretas e junta com as pedras dentro da garrafa, sem que o guarda em cima do muro perceba. Ele balança, chacoalha a garrafa e começa a dançar com as duas garrafas na mão. Então começa a despejar o álcool da outra garrafa na que tem pedras e chacoalha com ainda mais fervor, ele roda estando um pouco mais distante do muro e lança a garrafa em direção a ele e corre.
Com o impacto ocorre uma explosão. Um grande buraco aparece no muro. Os guardas começam a correr em direção a muralha e o mendigo corre novamente para dentro da cidade desaparecendo.
Não muito longe daquela parte do castelo, uma outra dupla caminha pelas sombras.
_ Cuidado com o meu pé!
_Desculpe, príncipe, mas não estou acostumado com essa forma! _ o tom irônico na voz de Mister Nice fez a jovem princesa, transformada em homem, olhar furiosa_ Nem adianta, não tenho medo desses olhos azuis em homens!
Mister Black Nice vira o rosto e fareja algo.
_Comida! _ ele corre em direção a um fardo cheio de carne perto da entrada para a cozinha
_Mister Nice espere! _ o “príncipe” sai correndo e se atira em cima do cachorro caindo sobre ele _ Que negócio é esse? Você não gosta de carne!
_Acho que fui afetado pela transformação! _ ele começa a estapear o focinho com as patas _ Você gosta de verduras, ver-du-ras!
_Pára com isso e vamos logo!
_Até iria se saísse de cima de mim!
_Ops! Desculpe _ Safira sai de cima dele e começa a tentar limpar as roupas _ Porque ficou tão grosso, hein?
_Não gosto de homens! Já disse!
_Mas você disse que homens não são maus!
_E realmente não. Alguns pelo menos não são, mas não curto essa “aproximação” se é que me entende... _ e voltam a caminhar buscando a entrada da muralha do castelo.
_Porque não?
Ele para, bufa, respira fundo e olha de forma ameaçadora para seu acompanhante.
_Porque eu sou macho, machos não gostam de homens, capice? Pelo menos não como machos como eu!
Safira arregala seus olhos e ao vê-lo dando as costas para ela e continuando a caminhar o segue.
_Ok, senhor “macho”, tem idéia de como vamos sair do castelo?
_Passando pelos portões, claro!
_Certo. E como pretende convencer os guardas a nos deixarem passar, gênio? Será: “Boa noite seu guarda, sabe como é, eu sou um cachorro falante e esse homem, sabe, ele é igual a princesa Safira, nunca saiu do castelo, coincidência, não? Será que você poderia nos deixar sair depois de uma partidinha de xadrez, ou uma xícara de café?”
_Er...
Mister Nice para e fica pensativo, olha para Safira e com uma cara de interrogação diz:
_Não tinha pensado nisso...
_Certo, vamos fazer da minha maneira então “gênio”! Siga-me!_ eles correm em direção as sombras da fachada do castelo. E Safira permanece ali pensativa por uns minutos. Enquanto isso pega uma corda que viu perto dos fardos e amarra o pescoço do cachorro-coelho
_Ei, o que é isso?
_Todo cachorro tem coleira, ué! Você que é tão experiente deveria saber. Assim se nos virem suspeitarão menos.
Eles correm em direção a uns barris, e ficam observando.
_Está perto das badaladas, não é?
_Sim, pelo tempo deve ser.
_Certo, sempre por esse horário vem um dos fornecedores do castelo. O horário é à noite porque é mais fácil de evitar “estranhos” entrando no castelo. Vamos esperar ele aqui. Quando entrarem para abastecer o castelo nos esconderemos na carroça e saímos!
_Não é que é inteligente?
_Coelho... – ela puxa com força a corda apertando o pescoço dele
_Desculpe... Olhe, parece que nossa carona chegou!
De repente eles escutam um grande estrondo e pedras da muralha voando, o barulho e a poeira assustam os cavalos da carroça que saem em disparada e a mesma se arrebenta contra as paredes do castelo.
_E agora? O que foi isso?
_Esquece príncipe, só me segue! _ Mister Nice corre em direção a fenda aberta no muro _ vamos antes que a cavalaria chegue!
Então os dois saem correndo para fora do castelo.
Enquanto os guardas vasculham a área da explosão e procuram algum intruso, no lado oposto do castelo um homem vestido totalmente de preto, só deixando os olhos de fora dispara uma flecha com uma ponta um pouco diferente em direção ao muro. Ao bater com o topo, ela abre e agarra, prendendo e servindo de apoio para que ele escale.
“Pensei que ia ter um pouco mais de dificuldade”
Ao chegar ao topo ainda na muralha dois guardas de vigia o vêem. Mas antes que pudessem soar algum sinal de alerta ele atira duas adagas que os atingem perfeitamente no olho de um e na garganta de outro. Ele sorri, ajeita seu capuz e corre pelas sombras em direção ao castelo da cidade-capital.
Por um bom tempo ele se escondeu. Os soldados de Meister procuravam em vão por algum intruso, e por quem matara dois guardas do palácio. Mas não conseguiram encontrar ninguém. 22 era especialista em camuflagem e além disso, assim que começou a clarear deram conta de que a Princesa Safira não se encontrava no seu aposento. A atenção deles se voltou a esse pequeno “incidente” ao qual Meister não poderia saber de forma alguma. Ele percebeu que seria o melhor horário para entrar. Os guardas estavam mais ocupados em arrumar uma desculpa para o ocorrido ao Imperador, do que na real causa daquilo.
Ele larga suas roupas pretas em um lugar escondido e caminha com roupas comuns a servos do palácio.
Ainda do lado de fora do castelo ele começar a observar como poderia entrar. Então, vê as janelas das masmorras. Frestas pequenas ao pé das paredes do castelo. Observa cela por cela até que arregala os olhos ao ver quem estava em uma delas.
“Não é possível que vai ser tão fácil assim!”
No canto da cela, dormindo, estava o seu alvo, o ex-monarca de Nairë, Maxwell McMagnus. 22 não pensa duas vezes e sai correndo. Para por em prática o seu plano o mais rápido possível.
Safira e Mister Nice acordam em um beco da cidade, não tinha nada para ser visto por uma “donzela” nas altas horas da noite e Mister Nice sabia aonde ela poderia se esconder com segurança. Logo saem para fazer as descobertas da menina. Ela fica encantada com o comercio fervente das ruas principais. Eram frutas, panos, cerâmicas, e ferramentas que ela nunca tinha visto, ou imaginaria ver em toda a sua vida.
A manhã estava sendo muito divertida entre eles. Mister Nice, corria de mercadores que ficavam irados com um fato inédito. Um cachorro que comia verduras. Enquanto Safira tinha problemas para convencer os outros de que era um homem comum.
_Olha só Black, esse perfume é maravilhoso!
O dono da banca olhava transtornado para a dupla, que homem era aquele que simplesmente só olhava perfumes e panos claramente femininos?
Tudo era perfeito, e maravilhosamente novo para a princesa de Nairë. Ela se divertia com homens que brigavam por nada, ou apenas lutavam por diversão. Crianças que, diferente dela, brincavam livremente pelas ruas, se sujavam em poças de lama, se escondiam das outras ou caminhavam resmungando porque tinham que ir a aula.
Tudo era diferente demais da sua vida.
Mas o que mais a machucou foi ver uma criança sentada, escorada na parede, seus olhos eram perdidos, seu corpo era fraco e franzino. Ela se aproximou e afagou os cabelos da pequena menina.
_ O que você tem?
_Fome...
Ela arregala os olhos e pergunta com uma voz mais calma ainda.
_ A quanto tempo você não come?
A criança olha para ela com um olhar vazio e suspira quase de forma inaldível.
_Uma semana acho.
Safira desvia o olhar com raiva, como uma criança podia passar mais de uma semana sem comer? Mas por mais que não conhecesse o mundo, ela sabia que aquela era uma criança pobre. Várias vezes escutou os servos do castelo comentarem que a população pobre do reino aumentara muito nos últimos anos, e que cada vez mais pessoas passavam fome. Safira nunca sentiu fome.
_ O que você queria comer?
_Qualquer coisa...
_Não... eu quero que você feche os olhos e imagine algo que possa ser bem gostoso! Algo que você quer comer muito! _ a princesa sorria para a menina que não entendia o que aquele rapaz com jeito estranho queria, mas fechou os olhos e fez assim mesmo.
Logo um sorriso leve abriu no semblante daquela criança que suspira, ainda de olhos fechados.
_Gostaria muito de comer uma banana, alias, comeria um cacho inteirinho!
Safira se levanta e estende a mão para a menina para que levante com ela.
_Vem comigo!
Os três caminham um pouco e Safira pediu para que ela levasse-os a um local bem seguro, mais deserto. A menina assim as leva, assim que chegam a um poço seco, Safira pega a menina nos braços e põe sentada em cima do murinho do poço.
_Fique aqui! Me espere que eu já volto! _ e sai correndo _ Vem Black!
O cachorro segue ela em direção ao mercado.
_ O que pretende fazer “príncipe”? Você não tem dinheiro...
_Primeiro, me chame de Prince, esse vai ser meu nome enquanto eu for homem e segundo, quem disse que eu vou comprar algo?
_Como assim?
_Fique quieto, veja e me siga em tudo!
O corredor dos calabouços de Nairë estava mais silencioso que o normal. Em meio a meia-luz do ambiente era fácil achar três corpos jogados no chão. Um com o pescoço quebrado, outro com a garganta perfurada e um, estranhamente retorcido.
Tudo feito da forma mais silenciosa possível, talvez, apenas na troca de turno dariam conta da falta de pessoal.
Maxwell McMagnus ainda dormia quando escuta a porta da cela abrir e dá um salto. Pensou que estaria vindo mais uma seção de surras, quando se depara com um homem comum, de olhos azuis bem claros.
_Bom dia, majestade, pelo visto teve uma boa noite de sono. Espero que esteja pronto, pois temos um longo caminho pela frente.
_Aonde você vai me levar? _ Maxwell dá dois passos para trás achando que este era mais um truque de Maister.
_Senhor, peço para que tenha calma, não é nenhum ardil, ou truque, apenas fui contratado para tirá-lo daqui e leva-lo em segurança.
_Me levar? Para onde? Afinal de contas, quem é você?
_Meu nome não importa, alias, meu nome não é algo importante. Mas para onde eu devo levar a majestade é muito mais interessante. _ 22 abre um sorriso para Maxwell que o olha intrigado e antes que este pergunte novamente diz _ Devo levar o senhor para a presença da Rainha Treselle.
Maxwell olha se perguntando como ele poderia piorar a sua situação.
Enquanto isso, 22 que já rodeou o castelo a fim de descobrir como entrar prepara sua investida para ganhar sua recompensa.
The Priest of Nairë
Capítulo 11:
Já eram altas horas da noite quando um mendigo maluco, e aparentemente bêbado, já que carregava duas garrafas na mão, caminha cambaleando pelas ruas próximas a muralha do castelo.
Um dos guardas de vigília observa a distância e ri, lembrando que se tratava do mesmo mendigo que “enfrentou” seu colega naquele mesmo dia.
O mendigo se aproxima da muralha, começa a andar apoiando nela, trocando as pernas e bebendo mais e mais. Até que ele encontra um punhado de pedras no chão e começa a rir, encostado na parede deixa escorregar o corpo e sentar ao lado do montinho.
Ao longe as badaladas do relógio central começam a anunciar que já é a madrugada do novo dia. O guarda de vigília olha para a cabine ainda distante e já se prepara para a troca de turno. Ele olha para os lados e vê que tirando o mendigo não há uma viva alma por perto. E caminha para longe da muralha.
Brincando com as pedrinhas, o mendigo continua distraído com a sua bebida. Ao ponto que começa inclusive a colocar mais e mais pedrinhas dentro de uma das garrafas. Ele começa a cantar alto uma melodia que apenas quem freqüenta tavernas conhece. Retira de uma pequena sacolinha pendurada na sua cintura pequenas bolinhas pretas e junta com as pedras dentro da garrafa, sem que o guarda em cima do muro perceba. Ele balança, chacoalha a garrafa e começa a dançar com as duas garrafas na mão. Então começa a despejar o álcool da outra garrafa na que tem pedras e chacoalha com ainda mais fervor, ele roda estando um pouco mais distante do muro e lança a garrafa em direção a ele e corre.
Com o impacto ocorre uma explosão. Um grande buraco aparece no muro. Os guardas começam a correr em direção a muralha e o mendigo corre novamente para dentro da cidade desaparecendo.
Não muito longe daquela parte do castelo, uma outra dupla caminha pelas sombras.
_ Cuidado com o meu pé!
_Desculpe, príncipe, mas não estou acostumado com essa forma! _ o tom irônico na voz de Mister Nice fez a jovem princesa, transformada em homem, olhar furiosa_ Nem adianta, não tenho medo desses olhos azuis em homens!
Mister Black Nice vira o rosto e fareja algo.
_Comida! _ ele corre em direção a um fardo cheio de carne perto da entrada para a cozinha
_Mister Nice espere! _ o “príncipe” sai correndo e se atira em cima do cachorro caindo sobre ele _ Que negócio é esse? Você não gosta de carne!
_Acho que fui afetado pela transformação! _ ele começa a estapear o focinho com as patas _ Você gosta de verduras, ver-du-ras!
_Pára com isso e vamos logo!
_Até iria se saísse de cima de mim!
_Ops! Desculpe _ Safira sai de cima dele e começa a tentar limpar as roupas _ Porque ficou tão grosso, hein?
_Não gosto de homens! Já disse!
_Mas você disse que homens não são maus!
_E realmente não. Alguns pelo menos não são, mas não curto essa “aproximação” se é que me entende... _ e voltam a caminhar buscando a entrada da muralha do castelo.
_Porque não?
Ele para, bufa, respira fundo e olha de forma ameaçadora para seu acompanhante.
_Porque eu sou macho, machos não gostam de homens, capice? Pelo menos não como machos como eu!
Safira arregala seus olhos e ao vê-lo dando as costas para ela e continuando a caminhar o segue.
_Ok, senhor “macho”, tem idéia de como vamos sair do castelo?
_Passando pelos portões, claro!
_Certo. E como pretende convencer os guardas a nos deixarem passar, gênio? Será: “Boa noite seu guarda, sabe como é, eu sou um cachorro falante e esse homem, sabe, ele é igual a princesa Safira, nunca saiu do castelo, coincidência, não? Será que você poderia nos deixar sair depois de uma partidinha de xadrez, ou uma xícara de café?”
_Er...
Mister Nice para e fica pensativo, olha para Safira e com uma cara de interrogação diz:
_Não tinha pensado nisso...
_Certo, vamos fazer da minha maneira então “gênio”! Siga-me!_ eles correm em direção as sombras da fachada do castelo. E Safira permanece ali pensativa por uns minutos. Enquanto isso pega uma corda que viu perto dos fardos e amarra o pescoço do cachorro-coelho
_Ei, o que é isso?
_Todo cachorro tem coleira, ué! Você que é tão experiente deveria saber. Assim se nos virem suspeitarão menos.
Eles correm em direção a uns barris, e ficam observando.
_Está perto das badaladas, não é?
_Sim, pelo tempo deve ser.
_Certo, sempre por esse horário vem um dos fornecedores do castelo. O horário é à noite porque é mais fácil de evitar “estranhos” entrando no castelo. Vamos esperar ele aqui. Quando entrarem para abastecer o castelo nos esconderemos na carroça e saímos!
_Não é que é inteligente?
_Coelho... – ela puxa com força a corda apertando o pescoço dele
_Desculpe... Olhe, parece que nossa carona chegou!
De repente eles escutam um grande estrondo e pedras da muralha voando, o barulho e a poeira assustam os cavalos da carroça que saem em disparada e a mesma se arrebenta contra as paredes do castelo.
_E agora? O que foi isso?
_Esquece príncipe, só me segue! _ Mister Nice corre em direção a fenda aberta no muro _ vamos antes que a cavalaria chegue!
Então os dois saem correndo para fora do castelo.
Enquanto os guardas vasculham a área da explosão e procuram algum intruso, no lado oposto do castelo um homem vestido totalmente de preto, só deixando os olhos de fora dispara uma flecha com uma ponta um pouco diferente em direção ao muro. Ao bater com o topo, ela abre e agarra, prendendo e servindo de apoio para que ele escale.
“Pensei que ia ter um pouco mais de dificuldade”
Ao chegar ao topo ainda na muralha dois guardas de vigia o vêem. Mas antes que pudessem soar algum sinal de alerta ele atira duas adagas que os atingem perfeitamente no olho de um e na garganta de outro. Ele sorri, ajeita seu capuz e corre pelas sombras em direção ao castelo da cidade-capital.
Por um bom tempo ele se escondeu. Os soldados de Meister procuravam em vão por algum intruso, e por quem matara dois guardas do palácio. Mas não conseguiram encontrar ninguém. 22 era especialista em camuflagem e além disso, assim que começou a clarear deram conta de que a Princesa Safira não se encontrava no seu aposento. A atenção deles se voltou a esse pequeno “incidente” ao qual Meister não poderia saber de forma alguma. Ele percebeu que seria o melhor horário para entrar. Os guardas estavam mais ocupados em arrumar uma desculpa para o ocorrido ao Imperador, do que na real causa daquilo.
Ele larga suas roupas pretas em um lugar escondido e caminha com roupas comuns a servos do palácio.
Ainda do lado de fora do castelo ele começar a observar como poderia entrar. Então, vê as janelas das masmorras. Frestas pequenas ao pé das paredes do castelo. Observa cela por cela até que arregala os olhos ao ver quem estava em uma delas.
“Não é possível que vai ser tão fácil assim!”
No canto da cela, dormindo, estava o seu alvo, o ex-monarca de Nairë, Maxwell McMagnus. 22 não pensa duas vezes e sai correndo. Para por em prática o seu plano o mais rápido possível.
Safira e Mister Nice acordam em um beco da cidade, não tinha nada para ser visto por uma “donzela” nas altas horas da noite e Mister Nice sabia aonde ela poderia se esconder com segurança. Logo saem para fazer as descobertas da menina. Ela fica encantada com o comercio fervente das ruas principais. Eram frutas, panos, cerâmicas, e ferramentas que ela nunca tinha visto, ou imaginaria ver em toda a sua vida.
A manhã estava sendo muito divertida entre eles. Mister Nice, corria de mercadores que ficavam irados com um fato inédito. Um cachorro que comia verduras. Enquanto Safira tinha problemas para convencer os outros de que era um homem comum.
_Olha só Black, esse perfume é maravilhoso!
O dono da banca olhava transtornado para a dupla, que homem era aquele que simplesmente só olhava perfumes e panos claramente femininos?
Tudo era perfeito, e maravilhosamente novo para a princesa de Nairë. Ela se divertia com homens que brigavam por nada, ou apenas lutavam por diversão. Crianças que, diferente dela, brincavam livremente pelas ruas, se sujavam em poças de lama, se escondiam das outras ou caminhavam resmungando porque tinham que ir a aula.
Tudo era diferente demais da sua vida.
Mas o que mais a machucou foi ver uma criança sentada, escorada na parede, seus olhos eram perdidos, seu corpo era fraco e franzino. Ela se aproximou e afagou os cabelos da pequena menina.
_ O que você tem?
_Fome...
Ela arregala os olhos e pergunta com uma voz mais calma ainda.
_ A quanto tempo você não come?
A criança olha para ela com um olhar vazio e suspira quase de forma inaldível.
_Uma semana acho.
Safira desvia o olhar com raiva, como uma criança podia passar mais de uma semana sem comer? Mas por mais que não conhecesse o mundo, ela sabia que aquela era uma criança pobre. Várias vezes escutou os servos do castelo comentarem que a população pobre do reino aumentara muito nos últimos anos, e que cada vez mais pessoas passavam fome. Safira nunca sentiu fome.
_ O que você queria comer?
_Qualquer coisa...
_Não... eu quero que você feche os olhos e imagine algo que possa ser bem gostoso! Algo que você quer comer muito! _ a princesa sorria para a menina que não entendia o que aquele rapaz com jeito estranho queria, mas fechou os olhos e fez assim mesmo.
Logo um sorriso leve abriu no semblante daquela criança que suspira, ainda de olhos fechados.
_Gostaria muito de comer uma banana, alias, comeria um cacho inteirinho!
Safira se levanta e estende a mão para a menina para que levante com ela.
_Vem comigo!
Os três caminham um pouco e Safira pediu para que ela levasse-os a um local bem seguro, mais deserto. A menina assim as leva, assim que chegam a um poço seco, Safira pega a menina nos braços e põe sentada em cima do murinho do poço.
_Fique aqui! Me espere que eu já volto! _ e sai correndo _ Vem Black!
O cachorro segue ela em direção ao mercado.
_ O que pretende fazer “príncipe”? Você não tem dinheiro...
_Primeiro, me chame de Prince, esse vai ser meu nome enquanto eu for homem e segundo, quem disse que eu vou comprar algo?
_Como assim?
_Fique quieto, veja e me siga em tudo!
O corredor dos calabouços de Nairë estava mais silencioso que o normal. Em meio a meia-luz do ambiente era fácil achar três corpos jogados no chão. Um com o pescoço quebrado, outro com a garganta perfurada e um, estranhamente retorcido.
Tudo feito da forma mais silenciosa possível, talvez, apenas na troca de turno dariam conta da falta de pessoal.
Maxwell McMagnus ainda dormia quando escuta a porta da cela abrir e dá um salto. Pensou que estaria vindo mais uma seção de surras, quando se depara com um homem comum, de olhos azuis bem claros.
_Bom dia, majestade, pelo visto teve uma boa noite de sono. Espero que esteja pronto, pois temos um longo caminho pela frente.
_Aonde você vai me levar? _ Maxwell dá dois passos para trás achando que este era mais um truque de Maister.
_Senhor, peço para que tenha calma, não é nenhum ardil, ou truque, apenas fui contratado para tirá-lo daqui e leva-lo em segurança.
_Me levar? Para onde? Afinal de contas, quem é você?
_Meu nome não importa, alias, meu nome não é algo importante. Mas para onde eu devo levar a majestade é muito mais interessante. _ 22 abre um sorriso para Maxwell que o olha intrigado e antes que este pergunte novamente diz _ Devo levar o senhor para a presença da Rainha Treselle.
Maxwell olha se perguntando como ele poderia piorar a sua situação.
Continuação do cap 11
_Black, corre!
Ao ouvir o comando o cachorro começa a correr o máximo que pode, e reclama para si mesmo porque com essa forma não possui a mesma velocidade de antes. O “Prince” corria de uma forma que Mister Black Nice nunca imaginaria ver. Com três cachos de banana no colo a dupla fugia de um dos mercadores que corria furiosos atrás dele.
_Ficou louca? Ou louco! Ahhhh! Que droga me deixou confuso! Quer que vamos parar na prisão?
_Seria engraçado... _ Safira corria rindo pelas ruas de Nairë, agora sendo perseguidos por guardas que alertados pelo comerciante estavam atrás de uma dupla de ladrões, ou melhor: um ladrão e seu mascote!
_Parem em nome do Imperador!
Safira olhou de relance pra trás.
_Nunca parei quando o próprio me mandava!_ e continuou a correr, eles se esgueiravam entre becos e ruas mais movimentadas, ao passar por uma banca de tecidos ela puxa dois panos e continua a correr.
_Não basta roubar comida agora precisa de outras coisas também! _ o cachorro ficava cada vez mais furioso.
_ Para de reclamar e continua me seguindo! _ ela começa a andar mais devagar, já que pensou ter despistado _ estamos chegando...
Ela amarra um dos panos fazendo-o como manto e escondendo parte de sua roupa.
_Vai ficar mais fácil de agora em diante.
Os dois caminham até encontrar a menina novamente e esta, ao ver os cachos de banana pega com felicidade e corre para dentro de uma das casas ao redor do poço.
Os dois olham um para o outro assustados, não imaginavam que aquela menina morava por ali.
_Venha mãe... foi esse moço e seu cachorro que nos deu isso!
Então a mãe da menina aparece na porta segurando um outro bebê. Com um olhar de agradecimento e um sorriso simples, porém sincero ela agradece em meio a umas poucas lágrimas.
_Não tinha idéia do que faria com minhas crianças...que a Deusa te abençoe.
A menina pega uma banana e começa a comer com muita vontade. Parecia um pedaço de carne suculenta. A mãe senta a beira da porta e as duas se abraçam. A mãe afaga o cabelo da menina com carinho e Safira apenas observa aquilo.
“Eu nunca tive alguém que me fizesse isso... Isso é ter mãe?”
_Quer uma moço? _ |Safira acorda assustada de seu devaneio quando a menina puxa seu manto e oferece uma banana.
_Não, vocês vão precisar delas!
_Aceite, por favor! _ a mãe se aproxima e põe a banana na mão da Safira _ temos pouco, mas é o mínimo que podemos fazer para agradecer a vocês pelo que nos fez!
_Obrigada... _ enquanto ela sorri sente que a banana de sua mão é puxada _ Ei!
O cachorro olha de forma tímida, já com metade da banana na boca e começa a rir. Era um cachorro com apetite de coelho.
Eles começam a conversar ali mesmo no poço quando escutam um homem dizendo para os guardas um pouco distantes.
_Acho que os vi sim, entraram naquela praça!
Os dois olham assustados e começam a correr novamente quando vêem os guardas.
_Obrigada pela banana! _ Safira grita ao correr e virar a esquina dando em outra rua.
_O que vamos fazer agora?
_Não sei, quem conhece a cidade é voc...._Ela é interrompida ao bater de frente com um homem e cair sentada no chão _ Ai!
_Venham os dois! _ o homem puxa os dois porta adentro. Os olhos dos dois tentam rapidamente se acostumar ao ambiente escuro, aos poucos eles vão reparando estarem dentro de uma Taverna. _pelo visto andaram arrumando encrenca por ai, certo?
_Er... parece que sim. _ “Prince” coça a cabeça enquanto o cachorro apenas assente dizendo que sim. _Obrigado.
_Qualquer pessoa que esteja contra aqueles tiranos lá fora é bem vindo aqui. Quem são vocês?
_Meu nome é Prince.
_e você? _ ele se abaixa e olha para Mister Nice nos olhos _ pode me dizer seu nome?
Mister Nice continua quieto como um bom cachorro.
_Eu sei que você é místico, se bem que nunca vi um cachorro assim. Mas apenas um animal místico falaria. Vamos, diga seu nome!
_Ele se chama Mister Nice... _ Prince afaga a cabeça do cachorro que o olha contrariado._ ele é apenas tímido, se acostuma. E o seu nome?
_ Meu nome? É Augustus Cassalis e este lugar onde estão é meu humilde lar. A Taverna do Fim do Mundo.
A seguir: Encontro de reis!
Ao ouvir o comando o cachorro começa a correr o máximo que pode, e reclama para si mesmo porque com essa forma não possui a mesma velocidade de antes. O “Prince” corria de uma forma que Mister Black Nice nunca imaginaria ver. Com três cachos de banana no colo a dupla fugia de um dos mercadores que corria furiosos atrás dele.
_Ficou louca? Ou louco! Ahhhh! Que droga me deixou confuso! Quer que vamos parar na prisão?
_Seria engraçado... _ Safira corria rindo pelas ruas de Nairë, agora sendo perseguidos por guardas que alertados pelo comerciante estavam atrás de uma dupla de ladrões, ou melhor: um ladrão e seu mascote!
_Parem em nome do Imperador!
Safira olhou de relance pra trás.
_Nunca parei quando o próprio me mandava!_ e continuou a correr, eles se esgueiravam entre becos e ruas mais movimentadas, ao passar por uma banca de tecidos ela puxa dois panos e continua a correr.
_Não basta roubar comida agora precisa de outras coisas também! _ o cachorro ficava cada vez mais furioso.
_ Para de reclamar e continua me seguindo! _ ela começa a andar mais devagar, já que pensou ter despistado _ estamos chegando...
Ela amarra um dos panos fazendo-o como manto e escondendo parte de sua roupa.
_Vai ficar mais fácil de agora em diante.
Os dois caminham até encontrar a menina novamente e esta, ao ver os cachos de banana pega com felicidade e corre para dentro de uma das casas ao redor do poço.
Os dois olham um para o outro assustados, não imaginavam que aquela menina morava por ali.
_Venha mãe... foi esse moço e seu cachorro que nos deu isso!
Então a mãe da menina aparece na porta segurando um outro bebê. Com um olhar de agradecimento e um sorriso simples, porém sincero ela agradece em meio a umas poucas lágrimas.
_Não tinha idéia do que faria com minhas crianças...que a Deusa te abençoe.
A menina pega uma banana e começa a comer com muita vontade. Parecia um pedaço de carne suculenta. A mãe senta a beira da porta e as duas se abraçam. A mãe afaga o cabelo da menina com carinho e Safira apenas observa aquilo.
“Eu nunca tive alguém que me fizesse isso... Isso é ter mãe?”
_Quer uma moço? _ |Safira acorda assustada de seu devaneio quando a menina puxa seu manto e oferece uma banana.
_Não, vocês vão precisar delas!
_Aceite, por favor! _ a mãe se aproxima e põe a banana na mão da Safira _ temos pouco, mas é o mínimo que podemos fazer para agradecer a vocês pelo que nos fez!
_Obrigada... _ enquanto ela sorri sente que a banana de sua mão é puxada _ Ei!
O cachorro olha de forma tímida, já com metade da banana na boca e começa a rir. Era um cachorro com apetite de coelho.
Eles começam a conversar ali mesmo no poço quando escutam um homem dizendo para os guardas um pouco distantes.
_Acho que os vi sim, entraram naquela praça!
Os dois olham assustados e começam a correr novamente quando vêem os guardas.
_Obrigada pela banana! _ Safira grita ao correr e virar a esquina dando em outra rua.
_O que vamos fazer agora?
_Não sei, quem conhece a cidade é voc...._Ela é interrompida ao bater de frente com um homem e cair sentada no chão _ Ai!
_Venham os dois! _ o homem puxa os dois porta adentro. Os olhos dos dois tentam rapidamente se acostumar ao ambiente escuro, aos poucos eles vão reparando estarem dentro de uma Taverna. _pelo visto andaram arrumando encrenca por ai, certo?
_Er... parece que sim. _ “Prince” coça a cabeça enquanto o cachorro apenas assente dizendo que sim. _Obrigado.
_Qualquer pessoa que esteja contra aqueles tiranos lá fora é bem vindo aqui. Quem são vocês?
_Meu nome é Prince.
_e você? _ ele se abaixa e olha para Mister Nice nos olhos _ pode me dizer seu nome?
Mister Nice continua quieto como um bom cachorro.
_Eu sei que você é místico, se bem que nunca vi um cachorro assim. Mas apenas um animal místico falaria. Vamos, diga seu nome!
_Ele se chama Mister Nice... _ Prince afaga a cabeça do cachorro que o olha contrariado._ ele é apenas tímido, se acostuma. E o seu nome?
_ Meu nome? É Augustus Cassalis e este lugar onde estão é meu humilde lar. A Taverna do Fim do Mundo.
A seguir: Encontro de reis!
Capitulo 12
Anteriormente: Nália desce as profundezas do poço de Moh para fazer um ritual que provavelmente mudará sua vida. Safira e Mister Nice, ou melhor “Prince” e Black estão se aventurando do lado de fora do Castelo da cidade-capital e Safira na pele do pequeno príncipe já teve algumas lições valiosas de vida, agora, ela acaba de se encontrar com Augustus Cassalis. Como será o resultado disso?
Enquanto isso, 22 ao lado de Maxwell estão prestes a sair do castelo e se encontrar com a Rainha dos Vampiros, Treselle, que acabou de acordar de um sono de aproximadamente 20 anos.
The Priest of Nairë
Capítulo 12:
(Agradecimento especial ao Blackheart, meu marido, que me ajudou a digitar algumas cenas quando estive com tendinite )
Poucos sabiam até o momento do retorno da Rainha dos Vampiros, para todos os habitantes da cidade das sombras, o reino ainda era comandado pelos velhos conselheiros que sempre em tempos de crise ou na falta de seu verdadeiro governante assumiam o trono.
Treselle acompanhada de um destes anciões e o guarda responsável pelos presos, descia as escadas tortuosas que levavam ao ponto mais profundo da cidade e do castelo, suas masmorras. Em suas mãos uma caixinha pequena de jóias e um manto púrpura pendurado no braço.
_Como pode deixar algo assim acontecer, Maundrell? É incrível como em um tempo de crise tenha permitido uma atrocidade destas!
_Majestade, não é como imagina... _o ancião tentava dizer porém...
_Nem me venha com desculpas, quero saber onde está Alejandro e quero saber agora!
_Minha senhora, ele mesmo...
_Não! Pense só! Ele é um humano como acha que ele pode sobreviver em um lugar destes?
Ela aponta para as celas ao redor deles no primeiro nível e o ancião engole a seco ao ver as mais diversas criaturas malignas capturadas, muitas mortas, outras quase, os inimigos dos Vampiros quando presos, e geralmente condenados, eram levados aqueles aposentos aonde apodreciam ou enlouqueciam até morrer.
_Como acha que ele está? Alguém ao menos verificou seu estado de saúde?
_Senhora, de tempos em tempos eu venho pessoalmente verificar todos os presos _ o guarda segurava a tocha de forma firme, porém tremia por dentro _ O relatório de todos está no meu arquivo.
A Rainha apenas revela um olhar de desaprovação e o vampiro engole a seco.
Eles voltaram a descer escadas, precisavam chegar ao próximo nível. A escuridão e a umidade do local aumentavam consideradamente, o cheiro de carne podre era quase palpável, Treselle que já tinha passado por muito como rainha daquele povo. Não concordava com essa tradição desde a época do seu pai, porém, entendia os motivos e os mantinha.
Só que desta vez alguém passou dos limites e ela ia fazer alguém pagar por isso!
O nível inferior era escuridão total, nem uma tocha, ou vela iluminava o ambiente. Aos pés da escada a única luz era a proveniente da tocha carregada pelo guarda liberando o caminho deles.
_É aqui, minha senhora... _ ele fala baixinho
Treselle não pensou duas vezes e tomou a tocha das mãos do guarda e ignorando a presença dele e de Maundrell caminhou sozinha pelo corredor.
_Quantos prisioneiros há neste nível, Maundrell?
_Vivo? _ Treselle o olha para Maundrell irritada _ Digamos que apenas ele.
_Qual cela?
_A última! _ O guarda aponta para o fim do corredor escuro uma porta metálica totalmente suja, enferrujada, com três cadeados diferentes, mais uma catraca e um trinco protegiam a porta.
_Quem é o responsável por isso? Ele não precisava ser trancado como um criminoso! _ ela olha para os dois enquanto o guarda tentava abrir a cela com as mãos terrivelmente tremulas _Ah! Esquece, abra isso agora! Já esperei tempo demais!
A porta abre com muita dificuldade, mesmo com a força descomunal de dois vampiros ela teve que ser empurrada com o máximo deles. Ao abrir a cela, Treselle não esperou por ninguém com a tocha ainda na mão adentra o cômodo e se espanta ao ver o estado de abandono do local. Piso úmido, as paredes de pedras cobertas de fungos, sem iluminação, cheiro de carne podre e o chão recoberto por larvas. Nenhum ser vivo sobreviveria a aquilo e a situação parecia assim por anos. Treselle com um nó na garganta movimenta o braço com a tocha buscando qualquer coisa viva naquele calabouço e em canto ela vê encostado na parede um esqueleto humano em decomposição coberto por larvas.
Engolindo o choro ela se aproxima dos restos e sem voltar-se para trás faz um gesto para que o guarda e o ancião se retirem. A vampira se abaixa, e abraça o esqueleto e finalmente se permite chorar. Ela toca os ossos de seu amado e quando suas mãos chegam nas costelas percebe uma curta batida de coração. Treselle se espanta, se afasta ainda segurando o corpo, olha para região do tórax do esqueleto e vê que o coração se mantinha miraculosamente intacto e ainda batendo de forma lenta.
A rainha vê a cena, lembra-se da maldição lançada contra o seu homem e cai em uma crise de riso histérica enxugando suas lágrimas. Maundrell e o guarda escutam as risadas e se olham em meio a um leve comentário: “Nossa rainha está louca!”. Eles levemente colocam a cabeça na lateral da porta de aço e vêem a Vampira Real desdobrando o manto que trazia e vestindo o esqueleto, em seguida abrindo a caixa de jóias que carregava e colocando o anel no dedo dele.
Treselle se põe de pé e ainda de costas para a porta diz:
_ Maundrell, mande este mentecapto levar Alejandro para os meus aposentos e que ele permaneça lá até eu voltar.
Mauldrell olha para o guarda que retribui o olhar com um olhar assustado. E se dirige até o esqueleto enquanto Treselle se mistura as sombras desaparecendo.
Maxwell acompanhou 22 por todo o dia, o ritmo era intenso, fazia tempo que não cavalgava com tanto vigor, alias, pensou consigo mesmo: Fazia tempo que não cavalgava de modo algum! E soltou uma leve risada enquanto cortavam a floresta de Nairë. 22 falava pouco, era um homem que Maxwell julgava ser extremamente misterioso e perigoso. A fuga foi realmente simples tendo ele ao seu lado. Nenhum guarda do castelo sequer os reconheceu ou por muitas vezes sequer notou que estavam presentes. Ele não sabia que espécie de homem era 22, mas tinha certeza que era o tipo de homem para se ter como aliado, nunca como inimigo.
Eles atravessaram parte do deserto, ao longe o velho monarca viu os destroços do que ele apenas tinha escutado falar: a destruição do Cemitério das Linhas. Um lugar que já era morto conseguiu ficar ainda mais. O cheiro de morte era carregado pelo vento e pela primeira vez depois que saíram da cidade capital 22 falou:
_A marca desse lugar ainda vai levar muito tempo para sair. Esse é o verdadeiro legado de Meister: Destruição da esperança...
¬_Não houve sobreviventes?
_Poucos, muito poucos... por isso mesmo que essa será uma marca que não será apagada. Uma mancha real para quem sobreviveu, e para quem perdeu alguém aqui...
_Quem liderou os rebeldes? _ 22 notou que na pergunta do rei havia certo receio para a com resposta, mas não fez cerimônia, afinal não o conhecia.
_Sir Robinson, ao que escutei lutou bravamente, até ser assassin...
_Não precisa falar mais nada... por favor. _virou o rosto para que o vento batesse de frente, não permitindo qualquer emoção_ Não sei o que Milady Treselle deseja de mim, mas quero terminar o quanto antes com isso.
22 que cavalgava um pouco mais a frente parou um pouco o cavalo e deixou o rei passar, balançou a cabeça e perguntou:
_O senhor era amigo de Sir Robinson?
Maxwell cavalga ainda mais rápido apertando as esporas do cavalo e olha apenas uma vez mais para 22 de uma forma firme como ele não tinha visto até então.
_Mais que um amigo, meu caro, ele era meu irmão!
E cavalgaram em silencio até o vale onde se encontra a entrada para a cidade das trevas.
Já se passaram algumas luas enquanto Nália permanecia dentro do fosso de Moh. O ritual que ela realizava era complexo e desgastante, porém a pequena fada não desistiu nem diminuiu o ritmo. A fome e o sono não chegavam perto dela.
O mantra que entoava era antigo, possivelmente ninguém além dela recorda de canção tão antiga do reino das fadas, ele enchia o ambiente como se houvesse um coro angelical e fúnebre. Ao pensar nisso sua cabeça abaixou. Como estaria sua terra natal nesse momento? O castelo do sol, os campos floridos, a cachoeira, o lago de diamante, sua casa... Fora proibida de entrar lá novamente pela Rainha, sua avó, que expulsou sua mãe e ela ainda pequena do reino. Sem qualquer motivo real, pelo menos assim ela pensava.
O que levou a novamente entrar em um leve devaneio lembrando de quando sua mãe morreu, em seus braços e como foi amparada por um jovem senhor, que desde então a assumiu como filha. E agora esse homem também está morto! Seu pai está morto! Uma lágrima escorre pela face e secando com um dos dedos grita:
_Agora isso vai mudar! Vou tirar tudo de todos que tiraram algo de mim!
No mesmo instante que fala isso ela joga uma taça contendo o seu próprio sangue dentro de uma bacia em cima do altar. Uma chama verde intensa sobe formando uma labareda. No meio dela surge um rosto, não um rosto simples, na verdade algo muito difuso porém era claro os olhos malévolos e os dentes caninos que a olhavam com sede, sede de sangue.
No quarto cor de púrpura, deitado na cama estava o que poderia ser os restos de Alejandro, aquele a qual a Rainha amava. A porta do cômodo estava guardada por dois súditos, que deveriam sentir qualquer outra presença, afinal, Alejandro nunca foi bem visto pelos outros vampiros, afinal era um humano. Não um humano comum, visto a forma que seu corpo tinha tomado naquele momento. Mas para a maioria dos Vampiros nobres, ele era uma verdadeira ameaça.
As sombras do castelo ficam mais pesadas e ao perceber a ameaça os guardas se colocaram de prontidão, mas logo puderam relaxar quando delas surge o busto de Treselle avisando para que ficassem calmos, e sem dizer mais nada ela passa pela porta e assim que entra no quarto iluminado, com velas e quente como um ambiente favorável a raça humana ela se aproxima do leito, acaricia o rosto do seu amado e mais uma vez tenta não chorar ao ver seu estado.
_Meu doce, por favor, olhe para mim...
Ao escutar a voz da rainha Alejandro vira sua cabeça como se olhasse para ela, seu estado mostrava o motivo de um humano ter sobrevivido por todo esse tempo. Ele assumira a forma de um Linch, um dragão morto-vivo, cuja a forma natural de um dragão estava ainda sendo restaurada.
_Minha rainha... _ a voz que saia do esqueleto ainda era fraca, mas mostrava um terno carinho_ Pensei que houvesse partido.
Ela sorri e ajeita a capa que o faz permanecer naquela forma.
_Sua maldição foi o que lhe salvou, Alejandro. Por favor, precisa se recuperar logo, preciso de você!
Os olhos que já começavam a criar as escamas dada a recuperação fecham como aquele que recebe um carinho terno.
_Ah! Eu trouxe isso para que ajude na sua recuperação! _ das sombras ela ergue o soldado responsável pelo calabouço desacordado _ Não está morto, apenas fresco e mais fácil para que devore e absorva a energia para você!
_Minha amada, sabe que não como vampiros, ainda mais...
_Ainda mais nada, Alejandro! Foi por culpa dele que permaneceu nesse estado deplorável! Ele merece isso! E nada melhor que carne fresca para recuperar suas forças.
_Posso estar morrendo de fome, mas não vou comer nada que seja racional, sabe disso.
Os dois trocam um olhar firme, a rainha odeia ser contrariada daquela forma, então ela suspira afundando o guarda dentro das sombras e puxa outra coisa.
_Creio que isso então vai satisfazê-lo, não?
_Um leitão?!_ o dragão mostra felicidade e sem pensar duas vezes arruma forças para pegar o animal com os então frágeis braços _ trouxe meu animal favorito?
Treselle sorri _ Algo me dizia que nem mesmo quando deveria perderia sua razão. Ou teria vontade de se vingar...
Ela acaricia a cabeça do dragão quando um guarda bate na porta do aposento e ela o atende.
_Milady, creio que seus convidados chegaram!
A Rainha se aproxima da janela e observa seus convidados chegarem.
De baixo do castelo da cidade dos Vampiros, Maxwell admira Treselle e pensa no que ela realmente deseja dele. O que quer que seja, ele sente que não será agradável rever mais uma pessoa que traiu.
Enquanto isso, 22 ao lado de Maxwell estão prestes a sair do castelo e se encontrar com a Rainha dos Vampiros, Treselle, que acabou de acordar de um sono de aproximadamente 20 anos.
The Priest of Nairë
Capítulo 12:
(Agradecimento especial ao Blackheart, meu marido, que me ajudou a digitar algumas cenas quando estive com tendinite )
Poucos sabiam até o momento do retorno da Rainha dos Vampiros, para todos os habitantes da cidade das sombras, o reino ainda era comandado pelos velhos conselheiros que sempre em tempos de crise ou na falta de seu verdadeiro governante assumiam o trono.
Treselle acompanhada de um destes anciões e o guarda responsável pelos presos, descia as escadas tortuosas que levavam ao ponto mais profundo da cidade e do castelo, suas masmorras. Em suas mãos uma caixinha pequena de jóias e um manto púrpura pendurado no braço.
_Como pode deixar algo assim acontecer, Maundrell? É incrível como em um tempo de crise tenha permitido uma atrocidade destas!
_Majestade, não é como imagina... _o ancião tentava dizer porém...
_Nem me venha com desculpas, quero saber onde está Alejandro e quero saber agora!
_Minha senhora, ele mesmo...
_Não! Pense só! Ele é um humano como acha que ele pode sobreviver em um lugar destes?
Ela aponta para as celas ao redor deles no primeiro nível e o ancião engole a seco ao ver as mais diversas criaturas malignas capturadas, muitas mortas, outras quase, os inimigos dos Vampiros quando presos, e geralmente condenados, eram levados aqueles aposentos aonde apodreciam ou enlouqueciam até morrer.
_Como acha que ele está? Alguém ao menos verificou seu estado de saúde?
_Senhora, de tempos em tempos eu venho pessoalmente verificar todos os presos _ o guarda segurava a tocha de forma firme, porém tremia por dentro _ O relatório de todos está no meu arquivo.
A Rainha apenas revela um olhar de desaprovação e o vampiro engole a seco.
Eles voltaram a descer escadas, precisavam chegar ao próximo nível. A escuridão e a umidade do local aumentavam consideradamente, o cheiro de carne podre era quase palpável, Treselle que já tinha passado por muito como rainha daquele povo. Não concordava com essa tradição desde a época do seu pai, porém, entendia os motivos e os mantinha.
Só que desta vez alguém passou dos limites e ela ia fazer alguém pagar por isso!
O nível inferior era escuridão total, nem uma tocha, ou vela iluminava o ambiente. Aos pés da escada a única luz era a proveniente da tocha carregada pelo guarda liberando o caminho deles.
_É aqui, minha senhora... _ ele fala baixinho
Treselle não pensou duas vezes e tomou a tocha das mãos do guarda e ignorando a presença dele e de Maundrell caminhou sozinha pelo corredor.
_Quantos prisioneiros há neste nível, Maundrell?
_Vivo? _ Treselle o olha para Maundrell irritada _ Digamos que apenas ele.
_Qual cela?
_A última! _ O guarda aponta para o fim do corredor escuro uma porta metálica totalmente suja, enferrujada, com três cadeados diferentes, mais uma catraca e um trinco protegiam a porta.
_Quem é o responsável por isso? Ele não precisava ser trancado como um criminoso! _ ela olha para os dois enquanto o guarda tentava abrir a cela com as mãos terrivelmente tremulas _Ah! Esquece, abra isso agora! Já esperei tempo demais!
A porta abre com muita dificuldade, mesmo com a força descomunal de dois vampiros ela teve que ser empurrada com o máximo deles. Ao abrir a cela, Treselle não esperou por ninguém com a tocha ainda na mão adentra o cômodo e se espanta ao ver o estado de abandono do local. Piso úmido, as paredes de pedras cobertas de fungos, sem iluminação, cheiro de carne podre e o chão recoberto por larvas. Nenhum ser vivo sobreviveria a aquilo e a situação parecia assim por anos. Treselle com um nó na garganta movimenta o braço com a tocha buscando qualquer coisa viva naquele calabouço e em canto ela vê encostado na parede um esqueleto humano em decomposição coberto por larvas.
Engolindo o choro ela se aproxima dos restos e sem voltar-se para trás faz um gesto para que o guarda e o ancião se retirem. A vampira se abaixa, e abraça o esqueleto e finalmente se permite chorar. Ela toca os ossos de seu amado e quando suas mãos chegam nas costelas percebe uma curta batida de coração. Treselle se espanta, se afasta ainda segurando o corpo, olha para região do tórax do esqueleto e vê que o coração se mantinha miraculosamente intacto e ainda batendo de forma lenta.
A rainha vê a cena, lembra-se da maldição lançada contra o seu homem e cai em uma crise de riso histérica enxugando suas lágrimas. Maundrell e o guarda escutam as risadas e se olham em meio a um leve comentário: “Nossa rainha está louca!”. Eles levemente colocam a cabeça na lateral da porta de aço e vêem a Vampira Real desdobrando o manto que trazia e vestindo o esqueleto, em seguida abrindo a caixa de jóias que carregava e colocando o anel no dedo dele.
Treselle se põe de pé e ainda de costas para a porta diz:
_ Maundrell, mande este mentecapto levar Alejandro para os meus aposentos e que ele permaneça lá até eu voltar.
Mauldrell olha para o guarda que retribui o olhar com um olhar assustado. E se dirige até o esqueleto enquanto Treselle se mistura as sombras desaparecendo.
Maxwell acompanhou 22 por todo o dia, o ritmo era intenso, fazia tempo que não cavalgava com tanto vigor, alias, pensou consigo mesmo: Fazia tempo que não cavalgava de modo algum! E soltou uma leve risada enquanto cortavam a floresta de Nairë. 22 falava pouco, era um homem que Maxwell julgava ser extremamente misterioso e perigoso. A fuga foi realmente simples tendo ele ao seu lado. Nenhum guarda do castelo sequer os reconheceu ou por muitas vezes sequer notou que estavam presentes. Ele não sabia que espécie de homem era 22, mas tinha certeza que era o tipo de homem para se ter como aliado, nunca como inimigo.
Eles atravessaram parte do deserto, ao longe o velho monarca viu os destroços do que ele apenas tinha escutado falar: a destruição do Cemitério das Linhas. Um lugar que já era morto conseguiu ficar ainda mais. O cheiro de morte era carregado pelo vento e pela primeira vez depois que saíram da cidade capital 22 falou:
_A marca desse lugar ainda vai levar muito tempo para sair. Esse é o verdadeiro legado de Meister: Destruição da esperança...
¬_Não houve sobreviventes?
_Poucos, muito poucos... por isso mesmo que essa será uma marca que não será apagada. Uma mancha real para quem sobreviveu, e para quem perdeu alguém aqui...
_Quem liderou os rebeldes? _ 22 notou que na pergunta do rei havia certo receio para a com resposta, mas não fez cerimônia, afinal não o conhecia.
_Sir Robinson, ao que escutei lutou bravamente, até ser assassin...
_Não precisa falar mais nada... por favor. _virou o rosto para que o vento batesse de frente, não permitindo qualquer emoção_ Não sei o que Milady Treselle deseja de mim, mas quero terminar o quanto antes com isso.
22 que cavalgava um pouco mais a frente parou um pouco o cavalo e deixou o rei passar, balançou a cabeça e perguntou:
_O senhor era amigo de Sir Robinson?
Maxwell cavalga ainda mais rápido apertando as esporas do cavalo e olha apenas uma vez mais para 22 de uma forma firme como ele não tinha visto até então.
_Mais que um amigo, meu caro, ele era meu irmão!
E cavalgaram em silencio até o vale onde se encontra a entrada para a cidade das trevas.
Já se passaram algumas luas enquanto Nália permanecia dentro do fosso de Moh. O ritual que ela realizava era complexo e desgastante, porém a pequena fada não desistiu nem diminuiu o ritmo. A fome e o sono não chegavam perto dela.
O mantra que entoava era antigo, possivelmente ninguém além dela recorda de canção tão antiga do reino das fadas, ele enchia o ambiente como se houvesse um coro angelical e fúnebre. Ao pensar nisso sua cabeça abaixou. Como estaria sua terra natal nesse momento? O castelo do sol, os campos floridos, a cachoeira, o lago de diamante, sua casa... Fora proibida de entrar lá novamente pela Rainha, sua avó, que expulsou sua mãe e ela ainda pequena do reino. Sem qualquer motivo real, pelo menos assim ela pensava.
O que levou a novamente entrar em um leve devaneio lembrando de quando sua mãe morreu, em seus braços e como foi amparada por um jovem senhor, que desde então a assumiu como filha. E agora esse homem também está morto! Seu pai está morto! Uma lágrima escorre pela face e secando com um dos dedos grita:
_Agora isso vai mudar! Vou tirar tudo de todos que tiraram algo de mim!
No mesmo instante que fala isso ela joga uma taça contendo o seu próprio sangue dentro de uma bacia em cima do altar. Uma chama verde intensa sobe formando uma labareda. No meio dela surge um rosto, não um rosto simples, na verdade algo muito difuso porém era claro os olhos malévolos e os dentes caninos que a olhavam com sede, sede de sangue.
No quarto cor de púrpura, deitado na cama estava o que poderia ser os restos de Alejandro, aquele a qual a Rainha amava. A porta do cômodo estava guardada por dois súditos, que deveriam sentir qualquer outra presença, afinal, Alejandro nunca foi bem visto pelos outros vampiros, afinal era um humano. Não um humano comum, visto a forma que seu corpo tinha tomado naquele momento. Mas para a maioria dos Vampiros nobres, ele era uma verdadeira ameaça.
As sombras do castelo ficam mais pesadas e ao perceber a ameaça os guardas se colocaram de prontidão, mas logo puderam relaxar quando delas surge o busto de Treselle avisando para que ficassem calmos, e sem dizer mais nada ela passa pela porta e assim que entra no quarto iluminado, com velas e quente como um ambiente favorável a raça humana ela se aproxima do leito, acaricia o rosto do seu amado e mais uma vez tenta não chorar ao ver seu estado.
_Meu doce, por favor, olhe para mim...
Ao escutar a voz da rainha Alejandro vira sua cabeça como se olhasse para ela, seu estado mostrava o motivo de um humano ter sobrevivido por todo esse tempo. Ele assumira a forma de um Linch, um dragão morto-vivo, cuja a forma natural de um dragão estava ainda sendo restaurada.
_Minha rainha... _ a voz que saia do esqueleto ainda era fraca, mas mostrava um terno carinho_ Pensei que houvesse partido.
Ela sorri e ajeita a capa que o faz permanecer naquela forma.
_Sua maldição foi o que lhe salvou, Alejandro. Por favor, precisa se recuperar logo, preciso de você!
Os olhos que já começavam a criar as escamas dada a recuperação fecham como aquele que recebe um carinho terno.
_Ah! Eu trouxe isso para que ajude na sua recuperação! _ das sombras ela ergue o soldado responsável pelo calabouço desacordado _ Não está morto, apenas fresco e mais fácil para que devore e absorva a energia para você!
_Minha amada, sabe que não como vampiros, ainda mais...
_Ainda mais nada, Alejandro! Foi por culpa dele que permaneceu nesse estado deplorável! Ele merece isso! E nada melhor que carne fresca para recuperar suas forças.
_Posso estar morrendo de fome, mas não vou comer nada que seja racional, sabe disso.
Os dois trocam um olhar firme, a rainha odeia ser contrariada daquela forma, então ela suspira afundando o guarda dentro das sombras e puxa outra coisa.
_Creio que isso então vai satisfazê-lo, não?
_Um leitão?!_ o dragão mostra felicidade e sem pensar duas vezes arruma forças para pegar o animal com os então frágeis braços _ trouxe meu animal favorito?
Treselle sorri _ Algo me dizia que nem mesmo quando deveria perderia sua razão. Ou teria vontade de se vingar...
Ela acaricia a cabeça do dragão quando um guarda bate na porta do aposento e ela o atende.
_Milady, creio que seus convidados chegaram!
A Rainha se aproxima da janela e observa seus convidados chegarem.
De baixo do castelo da cidade dos Vampiros, Maxwell admira Treselle e pensa no que ela realmente deseja dele. O que quer que seja, ele sente que não será agradável rever mais uma pessoa que traiu.
Continuação do cap 12
Um homem puxa “Prince” e o cachorro porta adentro. Os olhos dos dois tentam rapidamente se acostumar ao ambiente escuro, aos poucos eles vão reparando estarem dentro de uma Taverna. _pelo visto andaram arrumando encrenca por ai, certo?
_Er... parece que sim. _ “Prince” coça a cabeça enquanto o cachorro apenas assente dizendo que sim. _Obrigado.
_Qualquer pessoa que esteja contra aqueles tiranos lá fora é bem vindo aqui. Quem são vocês?
_Meu nome é Prince.
_E você? _ ele se abaixa e olha para Mister Nice nos olhos _ Pode me dizer seu nome?
Mister Nice continua quieto como um bom cachorro.
_Eu sei que você é místico, se bem que nunca vi um cachorro assim. Mas apenas um animal místico falaria. Vamos, diga seu nome!
_Ele se chama Mister Nice... _ Prince afaga a cabeça do cachorro que o olha contrariado._ ele é apenas tímido, se acostuma. E o seu nome?
_ Meu nome? É Augustus Cassalis e este lugar onde estão é meu humilde lar. A Taverna do Fim do Mundo.
_ Taverna do fim do mundo? – diz Mr. Nice levantando levemente a sombrancelha. – Eu já estive no fim do mundo e certamente não é aqui.
_Nunca me contrarie adorável animal! Não eu que sou...
_Ah! Sei você é o tão famoso Augustus Cassalis! _ Mister Nice ironicamente faz reverência para o dono da taverna e zomba _ Sou seu eterno escravo!
_Posso saber qual é o problema desse cachorro? _ Augustus levanta a sobrancelha _ele parece estar um pouco mau-humorado, não?
_Ele anda um pouco irritado, de acordo com ele é “alergia a homens” sabe lá o que isso significa, mas é o que tem ocorrido com ele.
_Epa! Agora estou me lembrando. Mister Nice... _ o caçador faz uma pausa pensativo_ Sim, agora me lembro! Eu conheço um Mister Nice, mas não assim, alias... ele é um coelho. Um pouco mau-educado com os homens mesmo. De acordo com Sir. Robinson ele possui algo que se auto-denomina alergia mesmo. Acho que o único que conseguia mesmo se aproximar sem que ele ficasse mau-humorado era ele mesmo.
Augustus abaixa tentando examinar o cachorro vendo se ele não tem nada que lembrasse o coelho enquanto “Prince” começa a indagar.
_Sir. Robinson? Quem é esse?
_De onde você veio, rapaz? Não conhece o irmão de Maxwell o grande sacerdote da ciência mágica, Sir Robinson de Siguard? _ Augustus acaricia a cabeça do contrariado coelho _ De onde veio então?
_Ah...er...bem... na verdade, eu estive por muito tempo longe... sabe... _ Prince coça a cabeça recebendo um olhar de reprovação do cachorro.
_Entendo, pelo visto apenas nasceu aqui e foi criado longe, certo... Ah! Sim... lembrei..._volta novamente os olhos para o cachorro _ Você é Mister Black Nice Rabbit, correto? O coelho do tempo!
_Coelho do tempo? _ Prince indaga curioso e olha para o cachorro que sorri de volta e faz uma leve reverência, cheio de satisfação e orgulho.
_Pelo visto fui reconhecido em pleno disfarce. E vejo que minha fama de grande mago do tempo se espalha pelo reino. _ o coelho fala todo orgulhoso de si.
_Bem, o que me fez lembrar foi exatamente o atrevimento, o jeito estabanado de correr e o disfarce mágico mais mal feito que já vi! _ o dono da taverna se levanta e pega uma caneca de bebida que uma das garçonetes carregava _ Alias, me admiro ter demorado tanto para descobrir. Estou muito lento hoje mesmo!
Mister Nice fecha a cara e fica de costas para os dois emburrado _ Era só o que me faltava! Não suporto mais ser desrespeitado como mago!
Augustus convida Prince para sentar-se a mesa mais próxima e senta a sua frente enquanto Prince continua.
_Como eu disse, sou “nova” por aqui... _ Augustus obviamente se espantava com o modo daquele rapaz de falar, já que falava como uma moça, porém, ele nunca o julgaria por nada e continua a lhe prestar atenção _ ... E gostaria de saber mais sobre esse tal de Sir. Robinson e claro, estou muito curiosa para entender como vocês são aqui.
_A coisa é bem mais simples do que parece. É só você olhar o estado do povo. Como eu mesmo observei você ajudando aquela família, o nosso “imperador” infelizmente não pensa muito na população de Nairë. E desde que seu governo começou a aproximadamente 20 anos o nosso povo vem sofrendo com sua tirania, com a fome, miséria, doenças, entre outros males. Mas nem sempre foi assim, sabe... Na verdade, nunca tinha sido assim antes, não antes que Maxwell entregasse o reino nas mãos dele. Nosso país era justo e bom.
Augustus oferece uma caneca de bebida para Prince que a principio recusa.
_Por favor, cortesia da casa... como eu dizia, Nós tínhamos tudo em uma perfeita harmonia, um equilíbrio quase divino. Uma terra de magia governada por um Rei humano, assessorado por uma sacerdotisa dos tempos imemoriais, uma rainha de uma cidade de trevas e um humano, que possuía os maiores conhecimentos sobre a magia humana e ciência. Esse humano era o irmão de Maxwell, Robinson.
Prince ouvia tudo atentamente sem notar que Mister Nice estava se distraindo com outras coisas, alias, as únicas que ele poderia gostar ali dentro, as meninas de Augustus que brincavam com o animal lhe fazendo carinho.
_Entendo, mas o que aconteceu com todos eles? _Prince olha para o cachorro e fecha a cara e olha novamente para Augustus pensando _ “Ele vai ver só...”_ toma rapidamente um gole da bebida amarga que Augustus lhe ofereceu e faz careta.
_Mirella a sacerdotisa de Nairë foi morta, acusada de traição ao reino, Treselle, a Rainha da cidade das trevas foi exilada, proibida de pisar nas terras de Nairë novamente e Robinson, bem, este foi morto recentemente na batalha do cemitério, ele era a nossa máxima esperança de libertação.
Ao ouvir sobre aquela batalha Safira aperta os braços contra o corpo, lembra de tudo o que ocorreu e lembra da sensação de matar alguém _ Entendo, muitas pessoas quase morreram ali... não gosto de guerras...
Ao escutar ela assim, Mister Nice olha para ela e se aproxima deixando as outras meninas e passa a cabeça nas pernas de Prince.
_Ninguém gosta. Veja, o coelho mau-humorado até que sabe ser educado._ Augustus caçoa de Mister Nice _ Mas o pior ao meu ver foi como Robinson morreu. Meister não teve piedade alguma, alias, acho que pior que Meister é aquela bruxa que ele guarda com ele! Aquele demônio o matou pelas costas!
_Demonio?! _ A sobrancelha de “Prince” levanta e Mister Nice dá um passo para trás _ Quem você está chamando de demônio?
_Você nunca viu! Aquela criatura é terrível, ela é cruel, fria, não teve o mínimo de humanidade. Surgiu do nada como um belo bibelô e atirou aquele raio nas costas dele! Traiçoeira! Nunca vi coisa mais demoni... _ Augustus não termina de falar quando Prince derruba a mesa e ele ao chão, e se põe em pé sobre a mesa com olhar ameaçador segurando a caneca de bebida que joga em cima dele.
_Vou fazer você engolir suas palavras, infeliz!
Continua...
_Er... parece que sim. _ “Prince” coça a cabeça enquanto o cachorro apenas assente dizendo que sim. _Obrigado.
_Qualquer pessoa que esteja contra aqueles tiranos lá fora é bem vindo aqui. Quem são vocês?
_Meu nome é Prince.
_E você? _ ele se abaixa e olha para Mister Nice nos olhos _ Pode me dizer seu nome?
Mister Nice continua quieto como um bom cachorro.
_Eu sei que você é místico, se bem que nunca vi um cachorro assim. Mas apenas um animal místico falaria. Vamos, diga seu nome!
_Ele se chama Mister Nice... _ Prince afaga a cabeça do cachorro que o olha contrariado._ ele é apenas tímido, se acostuma. E o seu nome?
_ Meu nome? É Augustus Cassalis e este lugar onde estão é meu humilde lar. A Taverna do Fim do Mundo.
_ Taverna do fim do mundo? – diz Mr. Nice levantando levemente a sombrancelha. – Eu já estive no fim do mundo e certamente não é aqui.
_Nunca me contrarie adorável animal! Não eu que sou...
_Ah! Sei você é o tão famoso Augustus Cassalis! _ Mister Nice ironicamente faz reverência para o dono da taverna e zomba _ Sou seu eterno escravo!
_Posso saber qual é o problema desse cachorro? _ Augustus levanta a sobrancelha _ele parece estar um pouco mau-humorado, não?
_Ele anda um pouco irritado, de acordo com ele é “alergia a homens” sabe lá o que isso significa, mas é o que tem ocorrido com ele.
_Epa! Agora estou me lembrando. Mister Nice... _ o caçador faz uma pausa pensativo_ Sim, agora me lembro! Eu conheço um Mister Nice, mas não assim, alias... ele é um coelho. Um pouco mau-educado com os homens mesmo. De acordo com Sir. Robinson ele possui algo que se auto-denomina alergia mesmo. Acho que o único que conseguia mesmo se aproximar sem que ele ficasse mau-humorado era ele mesmo.
Augustus abaixa tentando examinar o cachorro vendo se ele não tem nada que lembrasse o coelho enquanto “Prince” começa a indagar.
_Sir. Robinson? Quem é esse?
_De onde você veio, rapaz? Não conhece o irmão de Maxwell o grande sacerdote da ciência mágica, Sir Robinson de Siguard? _ Augustus acaricia a cabeça do contrariado coelho _ De onde veio então?
_Ah...er...bem... na verdade, eu estive por muito tempo longe... sabe... _ Prince coça a cabeça recebendo um olhar de reprovação do cachorro.
_Entendo, pelo visto apenas nasceu aqui e foi criado longe, certo... Ah! Sim... lembrei..._volta novamente os olhos para o cachorro _ Você é Mister Black Nice Rabbit, correto? O coelho do tempo!
_Coelho do tempo? _ Prince indaga curioso e olha para o cachorro que sorri de volta e faz uma leve reverência, cheio de satisfação e orgulho.
_Pelo visto fui reconhecido em pleno disfarce. E vejo que minha fama de grande mago do tempo se espalha pelo reino. _ o coelho fala todo orgulhoso de si.
_Bem, o que me fez lembrar foi exatamente o atrevimento, o jeito estabanado de correr e o disfarce mágico mais mal feito que já vi! _ o dono da taverna se levanta e pega uma caneca de bebida que uma das garçonetes carregava _ Alias, me admiro ter demorado tanto para descobrir. Estou muito lento hoje mesmo!
Mister Nice fecha a cara e fica de costas para os dois emburrado _ Era só o que me faltava! Não suporto mais ser desrespeitado como mago!
Augustus convida Prince para sentar-se a mesa mais próxima e senta a sua frente enquanto Prince continua.
_Como eu disse, sou “nova” por aqui... _ Augustus obviamente se espantava com o modo daquele rapaz de falar, já que falava como uma moça, porém, ele nunca o julgaria por nada e continua a lhe prestar atenção _ ... E gostaria de saber mais sobre esse tal de Sir. Robinson e claro, estou muito curiosa para entender como vocês são aqui.
_A coisa é bem mais simples do que parece. É só você olhar o estado do povo. Como eu mesmo observei você ajudando aquela família, o nosso “imperador” infelizmente não pensa muito na população de Nairë. E desde que seu governo começou a aproximadamente 20 anos o nosso povo vem sofrendo com sua tirania, com a fome, miséria, doenças, entre outros males. Mas nem sempre foi assim, sabe... Na verdade, nunca tinha sido assim antes, não antes que Maxwell entregasse o reino nas mãos dele. Nosso país era justo e bom.
Augustus oferece uma caneca de bebida para Prince que a principio recusa.
_Por favor, cortesia da casa... como eu dizia, Nós tínhamos tudo em uma perfeita harmonia, um equilíbrio quase divino. Uma terra de magia governada por um Rei humano, assessorado por uma sacerdotisa dos tempos imemoriais, uma rainha de uma cidade de trevas e um humano, que possuía os maiores conhecimentos sobre a magia humana e ciência. Esse humano era o irmão de Maxwell, Robinson.
Prince ouvia tudo atentamente sem notar que Mister Nice estava se distraindo com outras coisas, alias, as únicas que ele poderia gostar ali dentro, as meninas de Augustus que brincavam com o animal lhe fazendo carinho.
_Entendo, mas o que aconteceu com todos eles? _Prince olha para o cachorro e fecha a cara e olha novamente para Augustus pensando _ “Ele vai ver só...”_ toma rapidamente um gole da bebida amarga que Augustus lhe ofereceu e faz careta.
_Mirella a sacerdotisa de Nairë foi morta, acusada de traição ao reino, Treselle, a Rainha da cidade das trevas foi exilada, proibida de pisar nas terras de Nairë novamente e Robinson, bem, este foi morto recentemente na batalha do cemitério, ele era a nossa máxima esperança de libertação.
Ao ouvir sobre aquela batalha Safira aperta os braços contra o corpo, lembra de tudo o que ocorreu e lembra da sensação de matar alguém _ Entendo, muitas pessoas quase morreram ali... não gosto de guerras...
Ao escutar ela assim, Mister Nice olha para ela e se aproxima deixando as outras meninas e passa a cabeça nas pernas de Prince.
_Ninguém gosta. Veja, o coelho mau-humorado até que sabe ser educado._ Augustus caçoa de Mister Nice _ Mas o pior ao meu ver foi como Robinson morreu. Meister não teve piedade alguma, alias, acho que pior que Meister é aquela bruxa que ele guarda com ele! Aquele demônio o matou pelas costas!
_Demonio?! _ A sobrancelha de “Prince” levanta e Mister Nice dá um passo para trás _ Quem você está chamando de demônio?
_Você nunca viu! Aquela criatura é terrível, ela é cruel, fria, não teve o mínimo de humanidade. Surgiu do nada como um belo bibelô e atirou aquele raio nas costas dele! Traiçoeira! Nunca vi coisa mais demoni... _ Augustus não termina de falar quando Prince derruba a mesa e ele ao chão, e se põe em pé sobre a mesa com olhar ameaçador segurando a caneca de bebida que joga em cima dele.
_Vou fazer você engolir suas palavras, infeliz!
Continua...
Capitulo 13
Anteriormente:
_Mirella a sacerdotisa de Nairë foi morta, acusada de traição ao reino, Treselle, a Rainha da cidade das trevas foi exilada, proibida de pisar nas terras de Nairë novamente e Robinson, bem, este foi morto recentemente na batalha do cemitério das linhas, ele era a nossa máxima esperança de libertação.
Ao ouvir sobre aquela batalha Safira aperta os braços contra o corpo, lembra de tudo o que ocorreu e lembra da sensação de matar alguém _ Entendo, muitas pessoas quase morreram ali... não gosto de guerras...
Ao escutar ela assim, Mister Nice olha para ela e se aproxima deixando as outras meninas e passa a cabeça nas pernas de Prince.
_Ninguém gosta. Veja, o coelho mau-humorado até que sabe ser educado._ Augustus caçoa de Mister Nice _ Mas o pior ao meu ver foi como Robinson morreu. Meister não teve piedade alguma, alias, acho que pior que Meister é aquela bruxa que ele guarda com ele! Aquele demônio o matou pelas costas!
_Demonio?! _ A sobrancelha de “Prince” levanta e Mister Nice dá um passo para trás _ Quem você está chamando de demônio?
_Você nunca viu! Aquela criatura é terrível, ela é cruel, fria, não teve o mínimo de humanidade. Surgiu do nada como um belo bibelô e atirou aquele raio nas costas dele! Traiçoeira! Nunca vi coisa mais demoni... _ Augustus não termina de falar quando Prince derruba a mesa e ele ao chão, e se põe em pé sobre a mesa com olhar ameaçador segurando a caneca de bebida que joga em cima dele.
_Vou fazer você engolir suas palavras, infeliz!
Capítulo 13:
Augustus assustado olha para Prince, e enquanto enxuga o líquido que escorria pelo seu rosto pergunta.
_Cara, tu já entrou aqui bêbado? Se pensa que essa é uma taverna qualquer, eu...
Ele não termina de falar quando Prince joga a caneca na cabeça dele. _ Definitivamente é um maluco! Olha só quando eu... _ E agora um prato voava em cima de Augustus_ você pensa que... _ o candelabro que estava em cima da mesa ao lado.
E por fim Augustus não conseguia proferir palavra alguma, já que a cada início de frase Prince tacava um novo objeto. Todos na taverna se afastavam deles, inclusive o coelho que estava bem acomodado no meio das “meninas” de Augustus.
_Vou fazer você pagar por todos os prejuízos! _ Augustus avança para cima de Prince que agora já desceu da mesa que estava e se escondia atrás de uma outra._ Volta aqui, sua peste!
E por alguns minutos ficou assim, Prince correndo e tacando objetos em Augustus que corria como um louco tentando avaliar os prejuízos de sua taverna.
Então, vendo que o bar já ia ser destruído de qualquer forma, o caçador pára no meio do bar, sobe em uma mesa grande que cabia no mínimo umas 12 pessoas e se posiciona. Com uma agilidade impressionante um arco de energia aparece em suas mãos. Dois homens que bebiam no balcão ao lado de Mister Nice e as meninas comentam:
_Agora o moleque ta ferrado...
_Pago 20 a favor do moleque!
_Tá bêbado? Eu pago 50 no Augustus!
E então começa uma mesa de apostas no bar. Mister Nice cresce o olho e logo já ia fazer sua oferta quando escuta.
_Mister Nice, Me ajudaaaaaaaaaaa...
Prince corria agora saltando por entre os móveis tentando se safar das flechas de energia do caçador.
_Ai caramba! Ela ta ferrada!
No entanto o “cachorro” se volta para os carinhos de uma das meninas novamente.
_Isso é tão boooomm...
Ao terminar a frase um copo de vidro bate na sua testa, assustando a ele e as meninas.
_Para de ficar vadiando e me ajuda! PELOAMORDADEUSA!
_Me perdoem meninas... _ ele começa a fazer uma magia e volta ao seu estado natural, de coelho _mas o dever e chama! O que quer que eu faça, Prince?
_Retarda esse imbecil! Ai! _ Prince pula quando recebe a explosão de uma flecha perto da canela.
_Pedido feito é pedido aceito! _ no mesmo instante as flechas de Augustus começam a “correr” mais lentas, o caçador não entende nada e olha para o coelho.
_Coelho do tempo, né? Você vai ficar ótimo num ensopado!
Augustus mira agora em direção ao coelho. Prepara a flecha e então... ela não dispara. Se “desfaz” quando ele solta o arco de energia.
_Mas o que aconteceu?
Mister Nice sorri _ Simples: eu paralisei o tempo da flecha!
_Mas ela desapareceu!
_Desapareceu não... olha ela ai! _ ele estala o dedo e a flecha aparece onde estava explodindo e jogando Augustus longe.
Prince se aproxima de Mister Nice.
_Eu acho q as coisas não vão melhorar agora...
_Quem começou a confusão foi você!
_Mas você viu o que ele falou?
_Não, eu vi foi uma pessoa mimada se estressando atoa!
_Ora seu coelho...
_Er... posso interromper? _ eles olham para o lado e vêem Augustus Cassalis de pé com o arco pronto para disparar _ A brincadeira acabou? O mocinho estressado já destruiu o meu estabelecimento o suficiente?
_Você ainda não viu nada! _ Prince corre subindo em cima da cadeira, mesa e por fim salta se pendurando no candelabro central, joga o corpo para frente e saltando ficando agora atrás de Augustus e sobre o balcão de bebidas. Pega duas garrafas e atinge de forma certeira a cabeça do caçador _ Ainda não terminei de acabar com você, seu infeliz!
O homem cambaleia duas vezes, balança a cabeça e olha para trás com ódio. _ Você tem idéia do que fez? Essas são as garrafas mais caras do estabelecimento!
_Põe na minha conta! _ e quebra mais duas _ põe estas também... _ e mais duas _ e essas... – e mais duas – e mais essas...
Augustus não conseguia raciocinar direito quando finalmente segurou o punho de Prince puxando-o para o solo
_Olha aqui, seu moleque atrevido! _ segura pelos ombros e então olha nos olhos de Prince_ Você não vai pensando que vai sair ileso dessa bagunça que arrumou, não sei o que você tem contra mim...
_E-eu... eu não tenho nada! _ os olhos de Prince brilhavam de um modo que Augustus se assustou e o soltou _ Eu só posso ter admiração por um homem tão lindo, forte, perfeito como você!
Cassalis fica confuso, vai dando um passo após o outro para trás. _ Você ta bem? _ começa a pensar no que poderia ter ocorrido. _ Parece o efeito que as mulheres tem a minha outra habilidade...mas você é um homem?
_ Você... você é tudo para mim! Por favor, não me abandone, não me deixe... vem cá, meu gostosão!
E Prince começa a correr atrás de Augustus que corre do moleque esquisito. Enquanto Mister Nice senta numa mesa e fica de cara emburrada.
_Era só o que me faltava, Safira se apaixonando por esse idiota!
_Rapaz, olha... eu..._ Augustus olhava para tras e parecia que quando mais corria mais Prince se aproximava _ eu... não tenho nada contra as pessoas assim... mas... eu não sou não... calma ai! Meu negócio é mulher!
_Casa comigo? Vamos ter nossa casinha... nossos filhos...
_Como você pretende ter filhos?! _ Augustus tropeça numa cadeira jogada no chão e cai _ Ai... acho que agora me ferrei!
Com isso Prince chega perto de Augustus, engatinha sobre ele que tremia no chão.
_Agora você é só meu!
Mister Nice que não estava olhando antes arregala os olhos perante a cena quando se lembra e grita:
_Prince, se prepara!
Prince não escuta nada, já que seus olhos só olhavam para Augustus. Mas esse grita desesperado.
_Me ajuda sua bola de pêlo negra!!! Quem tem que se preparar sou eu!
E quando Prince se aproximava de Augustus para dar um beijo, ele começa a brilhar, e o brilho vai subindo dos pés a cabeça de Prince que retorna a forma original e revela ser Safira.
_Ai graças a Deusa é uma mulher..._Cassalis suspira aliviado quando novamente repara qual mulher _ Não, essa bruxa não!
_Bruxa?! _ os olhos de Safira faíscam de ódio_ Vou mostrar para você quem é a bruuuuuuuuxxxxxxx....
E por fim Safira desaparece em meio a outro brilho imenso.
Maxwell e 22 foram levados a um grande aposento, luxuoso, repleto de ouro e tapeçaria fina. Ao fundo uma porta levava a uma grande biblioteca, e de lá podia ser visto as sombras de uma lareira crepitando. Uma brisa suave toca a face dos dois homens que em seguida escutam uma voz doce.
_Podem entrar...Venham...
22 olha para Maxwell, como se perguntasse se era realmente seguro. Este retorna o olhar com confiança, por mais que seu coração não dissesse isso. Por segundos deixou-se cair em um devaneio lembrando da última vez que viu a Rainha dos Vampiros, e seu juramento, suas ultimas frases não saiam da sua cabeça.
“_Você vai pagar por essa traição, McMagnus! Vai pedir misericórdia quando eu voltar! Você quebrou o juramento... o juramento que nós estamos presos, ligados!”
Quando entra na biblioteca observa uma grande mesa a sua direita. Repleta de alimentos: frutas, verduras, carnes, doces, para todos os gostos, assim como bebidas.
_Creio que estão com fome.
Eles escutam novamente a voz doce e quando voltam para trás, Treselle está sentada de forma incrivelmente sensual em um divã.
_ A viagem deve ter sido longa para os dois, sirvam-se!
_Eu não vou comer nada.
_Maxwell, por favor... Pare com ataques de criancice. Nós dois sabemos que está morto de fome. Eles não o alimentavam direito. E eu mandei preparar esse banquete dos Deuses para vocês, para você! Não faça desfeita.
_Nós sabemos muito bem que essa comida pode estar envenenada, cara rainha... _ Maxwell responde com ironia, mas ainda com o semblante sério.
_Não, querido amigo. Eu não sou de enganar, apesar da fama de minha raça. E de até alguns familiares como meu irmão. Eu não gosto de agir de forma traiçoeira. Se quisesse matá-los, eu mesma o teria feito. Gosto do prazer da caça. Deveria saber, já que me conhece tão bem. _ ela se levanta e parte do seu corpo se envolve em sombras _ se realmente o quisesse morto, caro rei, você já o estaria. Além disso _ faz um gesto de desdém _ não posso matá-lo. Sabe que sigo as regras do meu juramento.
_ Eu sei, mas pensei que...
_Pensou que depois da sua traição eu jogaria tudo para o alto, correto? Não, não o perdoei pelo que fez. Perdi anos de minha imortalidade, perdi parte de minha força, me separou de Alejandro, meu reino foi posto em segundo plano, para entregar as nossas terras aquele mal encarnado. Não, Maxwell, eu não o perdoaria nunca pelo que me causou. Mas preciso recuperar todas as minhas forças e pelo juramento que nós fazemos parte. Eu preciso salvar estas terras. E você, vai se juntar a mim para fazê-lo. Já que é o único que pode acabar em definitivo com sua própria criação.
_ Ta querendo o que? Que eu acabe com Meister? Treselle, eu já não possuo mais nem o anel. Como acha que só eu posso destruí-lo?
_ Ele é criação sua, correto? Nasceu de sua ambição.
_Pode até ser, mas não tenho poder algum!
_No caso relativo ao Meister... _ Treselle se aproxima da mesa pega uma maça e fica brincando _ você tem todo o poder possível! Porque acha que durante todos estes anos, ele manteve você preso e não morto?
_Para me humilhar, é claro!
_Não meu caro amigo... _ joga a maça para 22 que espanta Treselle com sua habilidade e pega quase sem mexer o corpo _ ele não o matou porque se você morrer, ele morre!
_Então porque você não vai matá-lo? _ 22 se intromete na conversa mordendo a maça _ você estaria se livrando de dois problemas juntos, né?
Treselle se volta para ele e mostra um sorriso tão indecente quanto malévolo quando se volta para Maxwell com um semblante frio.
_Simplesmente porque não quero matá-lo, não posso e não vou. Agora sentem a mesa, comam a vontade que vou começar a falar das idéias que tive!
O castelo da cidade-capital estava em grande alvoroço. Isso, porque Meister estava realmente irritado com o desaparecimento de Safira, Maxwell e a destruição do muro de seu castelo.
_Quero todos vasculhando cada centímetro deste castelo. Não descansem até encontrar-la!
Um de seus conselheiros vem correndo em sua direção.
_Majestade, já procuramos por toda a Ala Leste e nada!
_Era só o que me faltava! _ o imperador chega perto da janela observando o estrago no muro _ Tanta catástrofe em um só dia! Já mandaram o grupo de busca atrás de Maxwell?
_ Sim, soberano! Inclusive alguns de nossos agentes escutaram de alguns aldeões de Télamon dizem ter visto alguém com a descrição que passamos cavalgando com um homem o qual não viram o rosto em direção a Floresta Leshy ou Vahliör, não souberam explicar ao certo.
_Se ele foi parar em qualquer um dos locais teremos um pouco de problemas. Vou tentar entrar em contato com o povo Felino. Pelo visto terei mais gastos ainda. Eles são mercenários, não fazem nada sem receber em troca! Ah sim! Mande um grupo de homens a Vahliör e verifique se ele tentou se refugiar na cidade dos vampiros.
_Compreendo majestade.
_ E os reparos do muro? _ ele massageia a testa como se estivesse com forte dor de cabeça _ Não podemos ficar tão vulneráveis assim!
_Eles estão trabalhando nisso, senhor! Estamos com todos os pedreiros, marceneiros e engenheiros trabalhando!
Nisso vindo do fundo do corredor, vem Reginleif caminhando em direção a Meister.
_Eu vou no grupo para Vahliör!
_Não, querida, acho que você deve ficar aqui e me ajudar a defender a cidade.
A valquíria dá de ombros e começa a andar pelo corredor de volta.
_Você vai perder muitos homens nessa jornada. Não diga que não avisei._para por um segundo_ E lembre-se, você não dá uma ordem sequer a mim, Schwarzes.
_Mirella a sacerdotisa de Nairë foi morta, acusada de traição ao reino, Treselle, a Rainha da cidade das trevas foi exilada, proibida de pisar nas terras de Nairë novamente e Robinson, bem, este foi morto recentemente na batalha do cemitério das linhas, ele era a nossa máxima esperança de libertação.
Ao ouvir sobre aquela batalha Safira aperta os braços contra o corpo, lembra de tudo o que ocorreu e lembra da sensação de matar alguém _ Entendo, muitas pessoas quase morreram ali... não gosto de guerras...
Ao escutar ela assim, Mister Nice olha para ela e se aproxima deixando as outras meninas e passa a cabeça nas pernas de Prince.
_Ninguém gosta. Veja, o coelho mau-humorado até que sabe ser educado._ Augustus caçoa de Mister Nice _ Mas o pior ao meu ver foi como Robinson morreu. Meister não teve piedade alguma, alias, acho que pior que Meister é aquela bruxa que ele guarda com ele! Aquele demônio o matou pelas costas!
_Demonio?! _ A sobrancelha de “Prince” levanta e Mister Nice dá um passo para trás _ Quem você está chamando de demônio?
_Você nunca viu! Aquela criatura é terrível, ela é cruel, fria, não teve o mínimo de humanidade. Surgiu do nada como um belo bibelô e atirou aquele raio nas costas dele! Traiçoeira! Nunca vi coisa mais demoni... _ Augustus não termina de falar quando Prince derruba a mesa e ele ao chão, e se põe em pé sobre a mesa com olhar ameaçador segurando a caneca de bebida que joga em cima dele.
_Vou fazer você engolir suas palavras, infeliz!
Capítulo 13:
Augustus assustado olha para Prince, e enquanto enxuga o líquido que escorria pelo seu rosto pergunta.
_Cara, tu já entrou aqui bêbado? Se pensa que essa é uma taverna qualquer, eu...
Ele não termina de falar quando Prince joga a caneca na cabeça dele. _ Definitivamente é um maluco! Olha só quando eu... _ E agora um prato voava em cima de Augustus_ você pensa que... _ o candelabro que estava em cima da mesa ao lado.
E por fim Augustus não conseguia proferir palavra alguma, já que a cada início de frase Prince tacava um novo objeto. Todos na taverna se afastavam deles, inclusive o coelho que estava bem acomodado no meio das “meninas” de Augustus.
_Vou fazer você pagar por todos os prejuízos! _ Augustus avança para cima de Prince que agora já desceu da mesa que estava e se escondia atrás de uma outra._ Volta aqui, sua peste!
E por alguns minutos ficou assim, Prince correndo e tacando objetos em Augustus que corria como um louco tentando avaliar os prejuízos de sua taverna.
Então, vendo que o bar já ia ser destruído de qualquer forma, o caçador pára no meio do bar, sobe em uma mesa grande que cabia no mínimo umas 12 pessoas e se posiciona. Com uma agilidade impressionante um arco de energia aparece em suas mãos. Dois homens que bebiam no balcão ao lado de Mister Nice e as meninas comentam:
_Agora o moleque ta ferrado...
_Pago 20 a favor do moleque!
_Tá bêbado? Eu pago 50 no Augustus!
E então começa uma mesa de apostas no bar. Mister Nice cresce o olho e logo já ia fazer sua oferta quando escuta.
_Mister Nice, Me ajudaaaaaaaaaaa...
Prince corria agora saltando por entre os móveis tentando se safar das flechas de energia do caçador.
_Ai caramba! Ela ta ferrada!
No entanto o “cachorro” se volta para os carinhos de uma das meninas novamente.
_Isso é tão boooomm...
Ao terminar a frase um copo de vidro bate na sua testa, assustando a ele e as meninas.
_Para de ficar vadiando e me ajuda! PELOAMORDADEUSA!
_Me perdoem meninas... _ ele começa a fazer uma magia e volta ao seu estado natural, de coelho _mas o dever e chama! O que quer que eu faça, Prince?
_Retarda esse imbecil! Ai! _ Prince pula quando recebe a explosão de uma flecha perto da canela.
_Pedido feito é pedido aceito! _ no mesmo instante as flechas de Augustus começam a “correr” mais lentas, o caçador não entende nada e olha para o coelho.
_Coelho do tempo, né? Você vai ficar ótimo num ensopado!
Augustus mira agora em direção ao coelho. Prepara a flecha e então... ela não dispara. Se “desfaz” quando ele solta o arco de energia.
_Mas o que aconteceu?
Mister Nice sorri _ Simples: eu paralisei o tempo da flecha!
_Mas ela desapareceu!
_Desapareceu não... olha ela ai! _ ele estala o dedo e a flecha aparece onde estava explodindo e jogando Augustus longe.
Prince se aproxima de Mister Nice.
_Eu acho q as coisas não vão melhorar agora...
_Quem começou a confusão foi você!
_Mas você viu o que ele falou?
_Não, eu vi foi uma pessoa mimada se estressando atoa!
_Ora seu coelho...
_Er... posso interromper? _ eles olham para o lado e vêem Augustus Cassalis de pé com o arco pronto para disparar _ A brincadeira acabou? O mocinho estressado já destruiu o meu estabelecimento o suficiente?
_Você ainda não viu nada! _ Prince corre subindo em cima da cadeira, mesa e por fim salta se pendurando no candelabro central, joga o corpo para frente e saltando ficando agora atrás de Augustus e sobre o balcão de bebidas. Pega duas garrafas e atinge de forma certeira a cabeça do caçador _ Ainda não terminei de acabar com você, seu infeliz!
O homem cambaleia duas vezes, balança a cabeça e olha para trás com ódio. _ Você tem idéia do que fez? Essas são as garrafas mais caras do estabelecimento!
_Põe na minha conta! _ e quebra mais duas _ põe estas também... _ e mais duas _ e essas... – e mais duas – e mais essas...
Augustus não conseguia raciocinar direito quando finalmente segurou o punho de Prince puxando-o para o solo
_Olha aqui, seu moleque atrevido! _ segura pelos ombros e então olha nos olhos de Prince_ Você não vai pensando que vai sair ileso dessa bagunça que arrumou, não sei o que você tem contra mim...
_E-eu... eu não tenho nada! _ os olhos de Prince brilhavam de um modo que Augustus se assustou e o soltou _ Eu só posso ter admiração por um homem tão lindo, forte, perfeito como você!
Cassalis fica confuso, vai dando um passo após o outro para trás. _ Você ta bem? _ começa a pensar no que poderia ter ocorrido. _ Parece o efeito que as mulheres tem a minha outra habilidade...mas você é um homem?
_ Você... você é tudo para mim! Por favor, não me abandone, não me deixe... vem cá, meu gostosão!
E Prince começa a correr atrás de Augustus que corre do moleque esquisito. Enquanto Mister Nice senta numa mesa e fica de cara emburrada.
_Era só o que me faltava, Safira se apaixonando por esse idiota!
_Rapaz, olha... eu..._ Augustus olhava para tras e parecia que quando mais corria mais Prince se aproximava _ eu... não tenho nada contra as pessoas assim... mas... eu não sou não... calma ai! Meu negócio é mulher!
_Casa comigo? Vamos ter nossa casinha... nossos filhos...
_Como você pretende ter filhos?! _ Augustus tropeça numa cadeira jogada no chão e cai _ Ai... acho que agora me ferrei!
Com isso Prince chega perto de Augustus, engatinha sobre ele que tremia no chão.
_Agora você é só meu!
Mister Nice que não estava olhando antes arregala os olhos perante a cena quando se lembra e grita:
_Prince, se prepara!
Prince não escuta nada, já que seus olhos só olhavam para Augustus. Mas esse grita desesperado.
_Me ajuda sua bola de pêlo negra!!! Quem tem que se preparar sou eu!
E quando Prince se aproximava de Augustus para dar um beijo, ele começa a brilhar, e o brilho vai subindo dos pés a cabeça de Prince que retorna a forma original e revela ser Safira.
_Ai graças a Deusa é uma mulher..._Cassalis suspira aliviado quando novamente repara qual mulher _ Não, essa bruxa não!
_Bruxa?! _ os olhos de Safira faíscam de ódio_ Vou mostrar para você quem é a bruuuuuuuuxxxxxxx....
E por fim Safira desaparece em meio a outro brilho imenso.
Maxwell e 22 foram levados a um grande aposento, luxuoso, repleto de ouro e tapeçaria fina. Ao fundo uma porta levava a uma grande biblioteca, e de lá podia ser visto as sombras de uma lareira crepitando. Uma brisa suave toca a face dos dois homens que em seguida escutam uma voz doce.
_Podem entrar...Venham...
22 olha para Maxwell, como se perguntasse se era realmente seguro. Este retorna o olhar com confiança, por mais que seu coração não dissesse isso. Por segundos deixou-se cair em um devaneio lembrando da última vez que viu a Rainha dos Vampiros, e seu juramento, suas ultimas frases não saiam da sua cabeça.
“_Você vai pagar por essa traição, McMagnus! Vai pedir misericórdia quando eu voltar! Você quebrou o juramento... o juramento que nós estamos presos, ligados!”
Quando entra na biblioteca observa uma grande mesa a sua direita. Repleta de alimentos: frutas, verduras, carnes, doces, para todos os gostos, assim como bebidas.
_Creio que estão com fome.
Eles escutam novamente a voz doce e quando voltam para trás, Treselle está sentada de forma incrivelmente sensual em um divã.
_ A viagem deve ter sido longa para os dois, sirvam-se!
_Eu não vou comer nada.
_Maxwell, por favor... Pare com ataques de criancice. Nós dois sabemos que está morto de fome. Eles não o alimentavam direito. E eu mandei preparar esse banquete dos Deuses para vocês, para você! Não faça desfeita.
_Nós sabemos muito bem que essa comida pode estar envenenada, cara rainha... _ Maxwell responde com ironia, mas ainda com o semblante sério.
_Não, querido amigo. Eu não sou de enganar, apesar da fama de minha raça. E de até alguns familiares como meu irmão. Eu não gosto de agir de forma traiçoeira. Se quisesse matá-los, eu mesma o teria feito. Gosto do prazer da caça. Deveria saber, já que me conhece tão bem. _ ela se levanta e parte do seu corpo se envolve em sombras _ se realmente o quisesse morto, caro rei, você já o estaria. Além disso _ faz um gesto de desdém _ não posso matá-lo. Sabe que sigo as regras do meu juramento.
_ Eu sei, mas pensei que...
_Pensou que depois da sua traição eu jogaria tudo para o alto, correto? Não, não o perdoei pelo que fez. Perdi anos de minha imortalidade, perdi parte de minha força, me separou de Alejandro, meu reino foi posto em segundo plano, para entregar as nossas terras aquele mal encarnado. Não, Maxwell, eu não o perdoaria nunca pelo que me causou. Mas preciso recuperar todas as minhas forças e pelo juramento que nós fazemos parte. Eu preciso salvar estas terras. E você, vai se juntar a mim para fazê-lo. Já que é o único que pode acabar em definitivo com sua própria criação.
_ Ta querendo o que? Que eu acabe com Meister? Treselle, eu já não possuo mais nem o anel. Como acha que só eu posso destruí-lo?
_ Ele é criação sua, correto? Nasceu de sua ambição.
_Pode até ser, mas não tenho poder algum!
_No caso relativo ao Meister... _ Treselle se aproxima da mesa pega uma maça e fica brincando _ você tem todo o poder possível! Porque acha que durante todos estes anos, ele manteve você preso e não morto?
_Para me humilhar, é claro!
_Não meu caro amigo... _ joga a maça para 22 que espanta Treselle com sua habilidade e pega quase sem mexer o corpo _ ele não o matou porque se você morrer, ele morre!
_Então porque você não vai matá-lo? _ 22 se intromete na conversa mordendo a maça _ você estaria se livrando de dois problemas juntos, né?
Treselle se volta para ele e mostra um sorriso tão indecente quanto malévolo quando se volta para Maxwell com um semblante frio.
_Simplesmente porque não quero matá-lo, não posso e não vou. Agora sentem a mesa, comam a vontade que vou começar a falar das idéias que tive!
O castelo da cidade-capital estava em grande alvoroço. Isso, porque Meister estava realmente irritado com o desaparecimento de Safira, Maxwell e a destruição do muro de seu castelo.
_Quero todos vasculhando cada centímetro deste castelo. Não descansem até encontrar-la!
Um de seus conselheiros vem correndo em sua direção.
_Majestade, já procuramos por toda a Ala Leste e nada!
_Era só o que me faltava! _ o imperador chega perto da janela observando o estrago no muro _ Tanta catástrofe em um só dia! Já mandaram o grupo de busca atrás de Maxwell?
_ Sim, soberano! Inclusive alguns de nossos agentes escutaram de alguns aldeões de Télamon dizem ter visto alguém com a descrição que passamos cavalgando com um homem o qual não viram o rosto em direção a Floresta Leshy ou Vahliör, não souberam explicar ao certo.
_Se ele foi parar em qualquer um dos locais teremos um pouco de problemas. Vou tentar entrar em contato com o povo Felino. Pelo visto terei mais gastos ainda. Eles são mercenários, não fazem nada sem receber em troca! Ah sim! Mande um grupo de homens a Vahliör e verifique se ele tentou se refugiar na cidade dos vampiros.
_Compreendo majestade.
_ E os reparos do muro? _ ele massageia a testa como se estivesse com forte dor de cabeça _ Não podemos ficar tão vulneráveis assim!
_Eles estão trabalhando nisso, senhor! Estamos com todos os pedreiros, marceneiros e engenheiros trabalhando!
Nisso vindo do fundo do corredor, vem Reginleif caminhando em direção a Meister.
_Eu vou no grupo para Vahliör!
_Não, querida, acho que você deve ficar aqui e me ajudar a defender a cidade.
A valquíria dá de ombros e começa a andar pelo corredor de volta.
_Você vai perder muitos homens nessa jornada. Não diga que não avisei._para por um segundo_ E lembre-se, você não dá uma ordem sequer a mim, Schwarzes.
Continuação do cap 13
A vista estava meio turva, talvez pela escuridão, talvez pela sensação de cansaço que tinha, mas a verdade era que Nália mal conseguia se levantar. Ela tira o cabelo do rosto e não se recorda totalmente de como foi cair no chão desacordada. Aos poucos se levanta. Apoiando na parede do salão e repara o quanto está longe de onde ela estava realizando o sacrifício. Limpa um pouco do pó de sua roupa e ao terminar de ajustar o cabelo repara que as pontas deles estavam em uma cor diferente, um púrpura. Ela corre em direção ao altar e então olha para a bacia aonde ela jogou seu próprio sangue.
_Pela Deusa o que é isso?
Ela dá dois passos para trás e depois volta, curiosa, e como se o que estava ali dentro a chamasse.
_Venha minha sacerdotisa, venha e me escute...
Nália se aproxima e novamente vê. Dentro da bacia havia um rosto. Uma mulher verde com olhos vermelhos. Um rosto intensamente carregado de ódio.
_sirva a mim, sirva ao ódio que você carrega. Vamos fazer a justiça, minha pequena criada.
Nália compreende o que deve ser feito agora. Ela conhecia bem o ritual. Pega um cálice e preenche com o líquido que estava dentro da bacia, fecha os olhos e bebe até a última gota.
Assim que termina joga o cálice longe e abre os olhos que brilhavam e uma gargalhada insana ecoou de dentro do poço.
_Finalmente!
Dentro de uma grande sala da Ala Oeste do castelo um brilho intenso surge dele sai Safira caindo no chão em cima de um grande tapete.
_Ai! _ ela olha para os lados, tosse um pouco devido a poeira do local e quando se levanta observa em qual cômodo está _ Não, aqui de novo não!
Era o cômodo onde havia brincado de esconde-esconde com o coelho, no centro dele ainda tinha o mesmo poço com líquido negro que levara ela à prisão de Maxwell tempos atrás.
_Isso é muito esquisito! _ então a princesa vai andando com cuidado para não chegar perto demais do poço quando para estagnada com algo que ainda não tinha visto no ambiente: um quadro de uma mulher postado entre duas estantes _ Como isso pode acontecer?
Safira fica gelada, a mulher era totalmente idêntica a ela, só que mais velha e os olhos castanhos. Na prateleira abaixo do quadro tinha um livro que chamou a atenção pelo nome. ”O cântico das imortais”.
_ Mister Nice vive falando dessas imortais, o que é isso?_ ela pega o livro e abre, mas no mesmo instante uma mão pousa sobre seu ombro.
Ela derruba o livro no chão e olha para trás.
_Graças a Deus você apareceu! _ era Meister Schwarzes que agora agarrava ela dando um abraço tão apertado que Safira mal conseguia respirar_ Por onde andou sua menina levada!
Os olhos do imperador estavam fixos no livro no chão.
”Cheguei a tempo...”
Continua..
_Pela Deusa o que é isso?
Ela dá dois passos para trás e depois volta, curiosa, e como se o que estava ali dentro a chamasse.
_Venha minha sacerdotisa, venha e me escute...
Nália se aproxima e novamente vê. Dentro da bacia havia um rosto. Uma mulher verde com olhos vermelhos. Um rosto intensamente carregado de ódio.
_sirva a mim, sirva ao ódio que você carrega. Vamos fazer a justiça, minha pequena criada.
Nália compreende o que deve ser feito agora. Ela conhecia bem o ritual. Pega um cálice e preenche com o líquido que estava dentro da bacia, fecha os olhos e bebe até a última gota.
Assim que termina joga o cálice longe e abre os olhos que brilhavam e uma gargalhada insana ecoou de dentro do poço.
_Finalmente!
Dentro de uma grande sala da Ala Oeste do castelo um brilho intenso surge dele sai Safira caindo no chão em cima de um grande tapete.
_Ai! _ ela olha para os lados, tosse um pouco devido a poeira do local e quando se levanta observa em qual cômodo está _ Não, aqui de novo não!
Era o cômodo onde havia brincado de esconde-esconde com o coelho, no centro dele ainda tinha o mesmo poço com líquido negro que levara ela à prisão de Maxwell tempos atrás.
_Isso é muito esquisito! _ então a princesa vai andando com cuidado para não chegar perto demais do poço quando para estagnada com algo que ainda não tinha visto no ambiente: um quadro de uma mulher postado entre duas estantes _ Como isso pode acontecer?
Safira fica gelada, a mulher era totalmente idêntica a ela, só que mais velha e os olhos castanhos. Na prateleira abaixo do quadro tinha um livro que chamou a atenção pelo nome. ”O cântico das imortais”.
_ Mister Nice vive falando dessas imortais, o que é isso?_ ela pega o livro e abre, mas no mesmo instante uma mão pousa sobre seu ombro.
Ela derruba o livro no chão e olha para trás.
_Graças a Deus você apareceu! _ era Meister Schwarzes que agora agarrava ela dando um abraço tão apertado que Safira mal conseguia respirar_ Por onde andou sua menina levada!
Os olhos do imperador estavam fixos no livro no chão.
”Cheguei a tempo...”
Continua..
Capítulo 14
Anteriormente:
Maxwell e 22 estão no castelo de Treselle aonde finalmente eles se juntam para traçar uma estratégia para trazer Nairë ao seu equilíbrio. Na taverna do fim do mundo, o encanto de Safira é quebrado no momento que ela acabaria com o dono do estabelecimento e desaparece deixando o prejuízo na conta. Enquanto isso, Nália parece finalmente ter conhecido o poder que ela despertou na cerimônia. Meister enlouquece ao ver seu reino totalmente desestruturado com os desaparecimentos de Maxwell e Safira, mas se recupera ao reencontrar a princesa de Nairë.
Capítulo 14:
A Taverna do Fim do Mundo...
As meninas de Augustus estão a todo o vapor, afinal, ainda naquela noite elas precisavam fazer uma apresentação. No andar de cima, no que pode ser considerar como a gerência do estabelecimento, Augustus, tenta avaliar os prejuízos que teve durante o dia. Junto dele, está Mister Black Nice Rabbit que foi “culpado” pelos estragos.
_Nem a pau que vou pagar isso!
_Mas é o valor justo, meu caro: 157 garrafas quebradas, 13 mesas empenadas e quebradas, 27 cadeiras estraçalhadas, os copos, talheres, meu lustre (que por sinal era herança de família) Nada mais justo!
_Mas eu não quebrei nada!
_Você e aquela maluca estavam juntos. Não tem como eu cobrar dela_até porque eu perderia a cabeça_ então só me resta cobrar de você, vamos, me pague!
_Olha... _Mister Nice sabe que não vai adiantar continuar com esse rumo a conversa_ eu não tenho dinheiro, se você reparou bem, eu sou um coelho. E coelhos, não tem dinheiro...
_Coelhos em geral não falam, você fala. Então...
_Não é esse o caso, meu estimado colega. O que eu posso fazer por você, é ajudar você a recuperar o seu prejuízo de forma fácil, afinal, sou um mago.
_Continue... _Augustos junta as mãos e se apóia na cadeira como um bom ouvinte.
No mesmo instante, Mister Nice faz surgir de dentro da manga de seu manto uma pequena bola transparente.
_O que acha de ter como sua propriedade essa linda esfera que prevê o futuro?
_Uma bola de cristal!?_ Augustos se enerva e já vai esticando o braço para formar seu arco e acertar o coelho_ Tá me achando com cara de idiota?! Me dê um motivo para não atirar em você agora!
Mister Black Nice Rabbit engole a seco.
Cidade-Capital
Na área de treinamento dos soldados do castelo, Reginleif treina com uma besta capturada pelo exercito perto de Vahliör. Era um dos Vampiros operários. Ele era um misto de humanóide com morcego, possuía uma força bruta incrível. Praticamente um gigante em tamanho, e pequeno em inteligência. Ótimo para testar e fazer tarefas que exigem muito esforço.
Caminhando pelo mezanino do ambiente, Meister observa parte do treinamento da Valquiria, com atenção. Ele ainda não entende porque, mas ela possui algo que o atrai á atende-la. Não sabe se é sua aparência, seu temperamento, mas ele sabe que há algo ali que ele precisa aprender a tirar proveito.
A fera avança para cima da guerreira que apenas o observa. Ela é fria, e como se calculasse cada passo do monstro ela gira seu chicote e lança-o para prender em uma viga no alto do ambiente e se lança para trás do monstro. Com um outro movimento simples da mão ela solta o chicote e com outro chicoteia a bunda do monstro. Ela queria irritá-lo primeiro. Ele urra de dor e se volta novamente para ela, alça as assas e se joga em cima dela. Ela rola o corpo no chão e novamente se põe de pé.
Olha para Meister:
_Isso não é o que eu te pedi como desafio!
_Os vampiros operários de Vahliör são temidos pela força bruta.
_Mas não é esse tipo de desafio que eles vão enfrentar...
_Será algo menor que isso, a raça está em decadência, desde que a Rainha deles foi morta.
_ ...
_ Vahliör deixou de ser uma ameaça real a Nairë tem anos, nenhuma das minhas tropas de assaltos vai ser atrapalhada por uma raça em decadência. Se fosse alguma missão contra a raça dos Felinos, concordo, alias, contra eles eu tomaria a frente da batalha.
_Não é bem isso que eu acho.
Meister arregala os olhos quando o Vampiro novamente parte para cima da guerreira e finalmente consegue segurá-la. Ele a joga para o alto a fim de com o tombo no chão ela desmaie e tenha uma refeição decente em semanas. Porém o susto que a besta tem é outro. Reginleif quando é lançada ao ar chicoteia a besta se prendendo no seu pescoço. O efeito é único, ela gira no ar voltando e dando uma voadora na nuca da fera que sufocada pelo chicote e baleada pela pancada, cai no chão desacordada.
_Leve essa besta para a cela! _ela grita para os soldados e se retira._ Isso de longe é um desafio, de longe é o que eles vão enfrentar!
Cidade Real de Vahliör
No centro de Vahliör a cidade das trevas o castelo corta o vale oculto entre as duas montanhas. Nele, Maxweel, 22 e Treselle continuam a conversar sobre seus planos para combater o tirano de Nairë.
_É óbvio que vai dar certo, Maxwell, já viu algum plano meu falhar?
_Minha amada, plano seu eu não sei, mas meu nunca falhou!_todos se assustam quando olham para entrada da sala e vêem Alejandro de pé, ele sorri para Treselle que logo vai ao seu encontro.
_Estúpido, deveria ter ficado e descansado mais! Você ainda não está forte o suficiente!
Alejandro ignora as palavras da esposa e cumprimenta Maxwell. _Magestade, quantos anos..._fazendo uma leve reverência.
_Não sou mais rei, amigo, não precisa destas formalidades.
_Não é assim que eu penso, um Rei sempre será Rei. Pois bem, continuem, não se preocupem com a minha presença.
Treselle começa a caminhar pelo cômodo_ Vamos rever os destinos: 22 voltará a cidade capital para ser nosso braço por lá e...
_Eu vou receber bem por isso, certo?
_Será o trabalho da sua vida!
_Ótimo_ o mercenário agora pega um cacho de uvas da mesa e continua a comer.
_Como eu dizia...22 irá para capital, você, Maxwell irá para Drogo, precisa se recuperar e lá é um bom campo de treinamento, mas vou logo avisando é uma cidade já perto das fronteiras, o que não deixa ter muitos recursos, vai ser tratado como guerreiro e não como rei.
_Como disse a Alejandro...Não sou rei, e nem quando era, procurava por isso. Treselle, eu preciso é fazer meu povo voltar a ter paz! Preciso me redimir com Nairë!
_Pelo visto os anos de prisão lhe fizeram bem, caro “amigo”. _ o olhar da Rainha foi cortante, Maxwell sentiu seu sangue gelar ao vê-los com a cor vermelho rubi. Ele até poderia sentir um daqueles tentáculos de sombras dela subirem pelo seu corpo e sensualmente passar pelo seu pescoço, como que desejando algo. Sorte, ele crê foi que Alejandro talvez sem querer, ou talvez para salva-lo mesmo interrompeu os dois.
_E eu, minha Rainha, o que devo fazer?
_Você vai ficar aqui em Vahliör, meu querido. Não vai lutar em lugar nenhum até eu ter certeza de sua segurança. Já te perdi duas vezes, não correrei o risco de perder pela terceira!
_Nem pensar Treselle!_ Alejandro se levanta_Eu não vou morrer, esqueceu? Você já me fez esse favor! Agora vai me impedir de lutar também? Sou um guerreiro!
_Se é assim... _Ela esfrega o seu anel e Alejandro volta a ser um dragão_ Você é meu Alejandro! Vai ficar em Vahliör, eu decidi assim! Para seu próprio bem...
O dragão apenas fecha a cara e de suas narinas sai uma fumaça mostrando claramente seu descontentamento com a situação.
_Eu vou para Poly Fey e Rhiannon. As cidades mais próximas de Nairë. Preciso ver como estão os meus exércitos nestas áreas, afinal, passei os últimos 21 anos hibernando.
_Então está tudo programado? Pois então vou sair neste momento mesmo.
_Sim, 22, pode se retirar. Precisa de alguma ajuda para regressar a cidade capital?
_Não, não gosto de favores. Busco apenas meu pagamento.
_Milady?_Entra um oficial da rainha_ Desculpe a intrusão. Nossos vigias avistaram um considerável exercito vindo da Cidade-Capital de Nairë nesta direção.
_Sim, deixem-os chegarem aos portões de Vahliör!
_Como? Mas... mas... senhora...
_Você me ouviu? Deixem chegarem no vale. Lá daremos uma recepção calorosa. Meister ainda não sabe que voltei a vida. Ele pensa que ainda estou hibernando. Pois vai descobrir que não pode mexer com Treselle. Vá, e mande a mensagem a todos os postos de vigilância, não deixe nenhum deles ser tocado até o vale.
Todos dentro da sala olham para a rainha e percebem que ela começa a se misturar nas sombras desaparecendo em seguida.
_Alejandro, mande Maundrel me encontrar na sala de guerra.
Castelo da Cidade-Capital
Com a noite se aproximando, Safira se recolhe na cama, abraçada ao travesseiro chorando. Novamente voltou a sua prisão e desta vez, estava sozinha.
E assim ia continuar. Como sempre sozinha.
Estes pensamentos amarguravam o coração da menina que via no brilho da lua azul a proximidade de seu aniversário e casamento. Tudo lhe trazia desgosto.
Seu choro durou toda à noite e parte da madrugada, até que adormeceu no travesseiro molhado.
Ao pé do ouvido escutou uma voz suave lhe chamando.
_Levante...
Então Safira abre os olhos e o vê.
Continua
Maxwell e 22 estão no castelo de Treselle aonde finalmente eles se juntam para traçar uma estratégia para trazer Nairë ao seu equilíbrio. Na taverna do fim do mundo, o encanto de Safira é quebrado no momento que ela acabaria com o dono do estabelecimento e desaparece deixando o prejuízo na conta. Enquanto isso, Nália parece finalmente ter conhecido o poder que ela despertou na cerimônia. Meister enlouquece ao ver seu reino totalmente desestruturado com os desaparecimentos de Maxwell e Safira, mas se recupera ao reencontrar a princesa de Nairë.
Capítulo 14:
A Taverna do Fim do Mundo...
As meninas de Augustus estão a todo o vapor, afinal, ainda naquela noite elas precisavam fazer uma apresentação. No andar de cima, no que pode ser considerar como a gerência do estabelecimento, Augustus, tenta avaliar os prejuízos que teve durante o dia. Junto dele, está Mister Black Nice Rabbit que foi “culpado” pelos estragos.
_Nem a pau que vou pagar isso!
_Mas é o valor justo, meu caro: 157 garrafas quebradas, 13 mesas empenadas e quebradas, 27 cadeiras estraçalhadas, os copos, talheres, meu lustre (que por sinal era herança de família) Nada mais justo!
_Mas eu não quebrei nada!
_Você e aquela maluca estavam juntos. Não tem como eu cobrar dela_até porque eu perderia a cabeça_ então só me resta cobrar de você, vamos, me pague!
_Olha... _Mister Nice sabe que não vai adiantar continuar com esse rumo a conversa_ eu não tenho dinheiro, se você reparou bem, eu sou um coelho. E coelhos, não tem dinheiro...
_Coelhos em geral não falam, você fala. Então...
_Não é esse o caso, meu estimado colega. O que eu posso fazer por você, é ajudar você a recuperar o seu prejuízo de forma fácil, afinal, sou um mago.
_Continue... _Augustos junta as mãos e se apóia na cadeira como um bom ouvinte.
No mesmo instante, Mister Nice faz surgir de dentro da manga de seu manto uma pequena bola transparente.
_O que acha de ter como sua propriedade essa linda esfera que prevê o futuro?
_Uma bola de cristal!?_ Augustos se enerva e já vai esticando o braço para formar seu arco e acertar o coelho_ Tá me achando com cara de idiota?! Me dê um motivo para não atirar em você agora!
Mister Black Nice Rabbit engole a seco.
Cidade-Capital
Na área de treinamento dos soldados do castelo, Reginleif treina com uma besta capturada pelo exercito perto de Vahliör. Era um dos Vampiros operários. Ele era um misto de humanóide com morcego, possuía uma força bruta incrível. Praticamente um gigante em tamanho, e pequeno em inteligência. Ótimo para testar e fazer tarefas que exigem muito esforço.
Caminhando pelo mezanino do ambiente, Meister observa parte do treinamento da Valquiria, com atenção. Ele ainda não entende porque, mas ela possui algo que o atrai á atende-la. Não sabe se é sua aparência, seu temperamento, mas ele sabe que há algo ali que ele precisa aprender a tirar proveito.
A fera avança para cima da guerreira que apenas o observa. Ela é fria, e como se calculasse cada passo do monstro ela gira seu chicote e lança-o para prender em uma viga no alto do ambiente e se lança para trás do monstro. Com um outro movimento simples da mão ela solta o chicote e com outro chicoteia a bunda do monstro. Ela queria irritá-lo primeiro. Ele urra de dor e se volta novamente para ela, alça as assas e se joga em cima dela. Ela rola o corpo no chão e novamente se põe de pé.
Olha para Meister:
_Isso não é o que eu te pedi como desafio!
_Os vampiros operários de Vahliör são temidos pela força bruta.
_Mas não é esse tipo de desafio que eles vão enfrentar...
_Será algo menor que isso, a raça está em decadência, desde que a Rainha deles foi morta.
_ ...
_ Vahliör deixou de ser uma ameaça real a Nairë tem anos, nenhuma das minhas tropas de assaltos vai ser atrapalhada por uma raça em decadência. Se fosse alguma missão contra a raça dos Felinos, concordo, alias, contra eles eu tomaria a frente da batalha.
_Não é bem isso que eu acho.
Meister arregala os olhos quando o Vampiro novamente parte para cima da guerreira e finalmente consegue segurá-la. Ele a joga para o alto a fim de com o tombo no chão ela desmaie e tenha uma refeição decente em semanas. Porém o susto que a besta tem é outro. Reginleif quando é lançada ao ar chicoteia a besta se prendendo no seu pescoço. O efeito é único, ela gira no ar voltando e dando uma voadora na nuca da fera que sufocada pelo chicote e baleada pela pancada, cai no chão desacordada.
_Leve essa besta para a cela! _ela grita para os soldados e se retira._ Isso de longe é um desafio, de longe é o que eles vão enfrentar!
Cidade Real de Vahliör
No centro de Vahliör a cidade das trevas o castelo corta o vale oculto entre as duas montanhas. Nele, Maxweel, 22 e Treselle continuam a conversar sobre seus planos para combater o tirano de Nairë.
_É óbvio que vai dar certo, Maxwell, já viu algum plano meu falhar?
_Minha amada, plano seu eu não sei, mas meu nunca falhou!_todos se assustam quando olham para entrada da sala e vêem Alejandro de pé, ele sorri para Treselle que logo vai ao seu encontro.
_Estúpido, deveria ter ficado e descansado mais! Você ainda não está forte o suficiente!
Alejandro ignora as palavras da esposa e cumprimenta Maxwell. _Magestade, quantos anos..._fazendo uma leve reverência.
_Não sou mais rei, amigo, não precisa destas formalidades.
_Não é assim que eu penso, um Rei sempre será Rei. Pois bem, continuem, não se preocupem com a minha presença.
Treselle começa a caminhar pelo cômodo_ Vamos rever os destinos: 22 voltará a cidade capital para ser nosso braço por lá e...
_Eu vou receber bem por isso, certo?
_Será o trabalho da sua vida!
_Ótimo_ o mercenário agora pega um cacho de uvas da mesa e continua a comer.
_Como eu dizia...22 irá para capital, você, Maxwell irá para Drogo, precisa se recuperar e lá é um bom campo de treinamento, mas vou logo avisando é uma cidade já perto das fronteiras, o que não deixa ter muitos recursos, vai ser tratado como guerreiro e não como rei.
_Como disse a Alejandro...Não sou rei, e nem quando era, procurava por isso. Treselle, eu preciso é fazer meu povo voltar a ter paz! Preciso me redimir com Nairë!
_Pelo visto os anos de prisão lhe fizeram bem, caro “amigo”. _ o olhar da Rainha foi cortante, Maxwell sentiu seu sangue gelar ao vê-los com a cor vermelho rubi. Ele até poderia sentir um daqueles tentáculos de sombras dela subirem pelo seu corpo e sensualmente passar pelo seu pescoço, como que desejando algo. Sorte, ele crê foi que Alejandro talvez sem querer, ou talvez para salva-lo mesmo interrompeu os dois.
_E eu, minha Rainha, o que devo fazer?
_Você vai ficar aqui em Vahliör, meu querido. Não vai lutar em lugar nenhum até eu ter certeza de sua segurança. Já te perdi duas vezes, não correrei o risco de perder pela terceira!
_Nem pensar Treselle!_ Alejandro se levanta_Eu não vou morrer, esqueceu? Você já me fez esse favor! Agora vai me impedir de lutar também? Sou um guerreiro!
_Se é assim... _Ela esfrega o seu anel e Alejandro volta a ser um dragão_ Você é meu Alejandro! Vai ficar em Vahliör, eu decidi assim! Para seu próprio bem...
O dragão apenas fecha a cara e de suas narinas sai uma fumaça mostrando claramente seu descontentamento com a situação.
_Eu vou para Poly Fey e Rhiannon. As cidades mais próximas de Nairë. Preciso ver como estão os meus exércitos nestas áreas, afinal, passei os últimos 21 anos hibernando.
_Então está tudo programado? Pois então vou sair neste momento mesmo.
_Sim, 22, pode se retirar. Precisa de alguma ajuda para regressar a cidade capital?
_Não, não gosto de favores. Busco apenas meu pagamento.
_Milady?_Entra um oficial da rainha_ Desculpe a intrusão. Nossos vigias avistaram um considerável exercito vindo da Cidade-Capital de Nairë nesta direção.
_Sim, deixem-os chegarem aos portões de Vahliör!
_Como? Mas... mas... senhora...
_Você me ouviu? Deixem chegarem no vale. Lá daremos uma recepção calorosa. Meister ainda não sabe que voltei a vida. Ele pensa que ainda estou hibernando. Pois vai descobrir que não pode mexer com Treselle. Vá, e mande a mensagem a todos os postos de vigilância, não deixe nenhum deles ser tocado até o vale.
Todos dentro da sala olham para a rainha e percebem que ela começa a se misturar nas sombras desaparecendo em seguida.
_Alejandro, mande Maundrel me encontrar na sala de guerra.
Castelo da Cidade-Capital
Com a noite se aproximando, Safira se recolhe na cama, abraçada ao travesseiro chorando. Novamente voltou a sua prisão e desta vez, estava sozinha.
E assim ia continuar. Como sempre sozinha.
Estes pensamentos amarguravam o coração da menina que via no brilho da lua azul a proximidade de seu aniversário e casamento. Tudo lhe trazia desgosto.
Seu choro durou toda à noite e parte da madrugada, até que adormeceu no travesseiro molhado.
Ao pé do ouvido escutou uma voz suave lhe chamando.
_Levante...
Então Safira abre os olhos e o vê.
Continua
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