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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Resgate Dom Mar 15, 2009 1:33 pm

Li as duas histórias e vc realmente tá indo pelo caminho daqueles filmes B que são super divertidos... Até o "típico" grupo de mercenários fodões vc criou...
meus parabéns cara... Continua assim viu?
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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Ocelot Dom Mar 15, 2009 6:11 pm

Resgate escreveu:Li as duas histórias e vc realmente tá indo pelo caminho daqueles filmes B que são super divertidos... Até o "típico" grupo de mercenários fodões vc criou...
meus parabéns cara... Continua assim viu?

=P
Vlw cara... Vindo de vc é um grande incentivo!
Os mercenários não podem faltar né cara... sempre nesses filmes ou jogos tem um grupo armado pro combate...
O terceiro capítulo já está quase pronto... srsrs
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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Ocelot Ter Mar 24, 2009 12:53 am

OS MORTOS


Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Culturapop
Hughes, Pitt e Archie

Capítulo 3:
Os Mercenários


Os três estavam diante do corpo empodrecido, o cheiro ardia as narinas. Archie, agaichando-se, flutuava uma das mãos sobre o corpo, de um lado ao outro, contemplando, sentindo tudo aquilo.
- O que está havendo? - Pensou alto.
Pitt não ousava questionar nada. Hughes observava arregalando os olhos. Um barulho vindo de fora quebrou o silêncio, eram grunhidos e passos. Algo se aproximava. Pitt, preocupado com o veículo, foi ver do que se tratava. Era um outro homem, tal como aquele que acabaram de matar: podre, fétido, de pé. Ele se aproximou das portas de vidro, enquanto outros surgiam dos becos e começavam a rodear o veículo. O mais próximo se esfregava no vidro, como se estivesse tentando morder alguma coisa, da sua boca escorriam fluidos esverdeados. Uma visão tenebrosa.
- Droga! Nosso veículo! Caras... CARAS!
Hughes e Archie foram até a entrada... Armados e lentos, absorvendo tudo ao redor.
Depois de uma visão panorâmica, de analisar tantos corpos de pé andando e se aproximando, Archie tinha que confirmar.
- Tá certo Hughes. Eu não sei em que termos esta missão se envolveu, mas Eu ESTOU PRONTO!
Todos retiram suas armas. Quem olhasse de longe, teria certeza de um confronto épico. A multidão de zumbis, se esbarrando, caindo, levantando, era cada vez maior, quase não se via mais o veículo.
- De onde estão surgindo tantos? - Pitt questiona.
- Não temos tantas balas. - Archie considera.
Hughes, olhando de um lado para o outro, decide.
- Certo! Vamos procurar alguma saída pelos fundos... Não estou certo do que estas... Estas... Sabe-se lá o que são essas coisas! Não estou certo do que eles podem fazer...
- Hughes... Você não assiste tv? São mortos vivos! Como nos filmes... Se eles te pegarem, você vira um deles...
- Me poupe Pitt... Algo aconteceu as essas pessoas... - O major durão queria negar, mas pela primeira vez na história, Pitt parecia certo. - Vamos ter que deixar o veículo!
- Caras... Isso não é uma coisa que eu concorde...
Os três guardaram suas armas e rodearam o local, depois de um tempo encontraram uma porta que dava para o depósito. Archie pegou suas pistolas e assegurou o caminho. Estava limpo. Hughes observou o lugar... fedia... como todos os outros lugares daquela cidade. O depósito dava para o outro quarteirão por meio de uma garagem, cujas portas estavam arrebentadas por um caminhão.
- Pitt... Tenho algo pra você!

Alguns minutos depois, um caminhão de entrega cruzava a cidade arrebentando corpos pelas ruas de Golden City. Dentro dele, os mercenários.
- Certo Chefe... Para onde vamos?
Hughes pega seu palmtop em um dos bolsos do colete, averiguando algum lugar no mapa.
- 3ª Avenida. Centro da Cidade. Departamento de Policia.
- Certo!
Archie suspirava a cada explosão de sangue e carne no parabrisa do caminhão, causada por impactos em alta velocidade contra zumbis desavisados.
- Ahh... Não é inspirador?
Pitt e Hughes o encaram com feição de nojo.
- Você é um sujeito doente Archibald... Muito doente. - Pitt considera.




Os samurais percorriam os becos e ruas da cidade, sempre pelas sombras, esquartejando qualquer corpo perambulante que parecesse uma ameaça. Depois que deixaram o prédio da velha academia, procuraram nas proximidades pelo irmão mais novo de Richard: Brian. Mas não havia nenhum sinal do garoto.
- Droga! Droga! Se ele for pego... Ele é só um garoto indefeso... - Richard esmurra a parede de um dos becos, chutando latas de lixo e esbravejando... Se sentindo culpado - Estúpido! Estúpido! Como pude deixar ele sozinho...
A silhueta de Hitaki, o mestre, se misturava com a neblina densa. A paz do garoto estava comprometida, o mestre compreendia sem reprimi-lo. Os dois, a esta altura, já estavam cobertos de sangue, as roupas umedecidas e densas. Tudo era muito pesado, mesmo para Hitaki.
Uma luz surge no fim da rua, rápida, barulhenta...
- Richard-san!
Atendendo ao chamado do mestre, e também pela curiosidade do que se tratava aquele barulho, Richard não hesitou correndo até onde estava seu mentor.
A luz logo revelou ser dos faróis de um caminhão.
- Sobreviventes...
O caminhão passa por eles em alta velocidade, despedaçando zumbis por todo o canto.
- Mestre... Talvez Brian esteja com eles...
- Richard-san. Ele poderia ter ido para casa, ou qualquer outro lugar. Não deixe sua fúria e culpa interferir no seu julgamento.
- Não para casa mestre... Não depois do que ele viu lá.
- Para onde mais ele iria? Um lugar seguro Richard-san, um lugar para alcamar o seu coração... Existe este lugar?
- Um lugar? - O jovem procura nos pormenores de suas lembranças.
- Algum lugar Richard-san... Um lugar que lhe seja familiar...
Richard tem um estalo.
- A ESCOLA! O prédia fica a algumas quadras daqui.
- Algumas quadras, nestas circunstâncias, não é tão fácil assim Richard-san. Melhor deixar sua espada desembanhada.
- MESTRE, ESTOU PRONTO! VAMOS ENCONTRAR O MEU IRMÃO!




O caminhão de entrega chegou arrebentando com os portões fechados a correntes, parando no pátio do departamento de polícia. Alguns zumbis com vestes de policiais logo se aproximaram. Archie observa quantos são e resolve descer primeiro.
- Archie... Atire na cabeça. - Hughes instrui.
O mercenário acena com a cabeça.
- Vocês querem brincar? - Retirou suas duas pistolas automáticas e descarregou, atirando com perfeição na cabeça dos mortos. Caminhando entre eles, esquivando-se, esticando os braços, rodopiando, fazendo de toda aquela farra de carne, balas e sangue uma dança majestosa. Todos eles iam caindo, mortos definitivamente. Ao terminar, Archie levanta suas duas pistolas para o alto, com fumaça nos canos, e sorri pelo canto da boca.
- Fantástico!
Sopra a fumaça, e dá o sinal.
- Está limpo.
Pitt e Hughes descem em seguida. A porta de entrada do departamento era grande, dupla, de madeira, e estava trancada. Caminhando em direção a porta, Hughes prepara as pernas.
- Certo rapazes! Eu gosto disso... Deixem comigo! - Pegando impulso, Hughes correu até a porta e a acertou com a planta dos pés bem na altura da fechadura, destroçando-a.
- Acesso permitido.
- Você ainda está em forma! - Pitt bajula.
- Baba-ovo. - Archie o provoca.




O velho padre abre as portas da velha igreja. Portas barulhentas de ferrugem. Desce as escadas tranquilamente, se vira, observa a casa sagrada e lamenta.
- Pai... Farei a tua vontade, mesmo que seja preciso abandonar o lugar sagrado.
Então o padre seguiu sua jornada pelas ruas escuras daquele bairro residencial. Caminhando entre os mortos sem nenhum temor, convicto de sua missão. Em uma das mãos, o terço. Na outra, a Magnun 44 cromada. Nos olhos... Ninguém. Era como se misturasse a própria escuridão do lugar consigo mesmo. Como se fizesse parte de tudo aquilo. Caminhava silenciosamente, com sua bata preta ficava quase que invisível. Os mortos não o incomodavam. Apenas seguia seu caminho, rumo ao sinal que julgava ser o sinal de Deus: A luz que piscava na janela.




O prédio tinha um grande salão para a recepção, um grande salão abandonado. Ainda havia alguma energia no local, provavelmente devido aos geradores, visto que a cidade estava sem luz. Algumas portas estava bloqueadas com madeira. Pitt se dirige ao computador na mesa mais próxima, tentanto encontrar alguma coisa.
- Droga caras... O computador está pedindo uma senha... Alguma coisa deve ter ativado sua segurança... Não sei... Não entendo bem essas merdas.
- Deixa isso Pitt. Eu tenho um palpite. - Hughes aponta para um mapa do prédio identificando cada setor do departamento de policia.
- Então... Para qual deles seguiremos? - Archie pergunta.
- Aqui! Não é sugestivo? - O chefe marca com o dedo o terceiro andar, com o nome "Força Especial - Apenas Agentes Autorizados."
Archie dá de ombros.




- Vamos descer!
Avisa o piloto. O helicóptero com a logomarca da Gene-tech pousa em um campo de pesquisas escondido nas colinas nos arredores de Golden City. Três homens armados com metralhadoras, equipados com colete, protetores e capacetes, com roupas pretas descem do helicóptero, escoltando um outro que desceria logo depois. Tratava-se de um homem com cabelos grisalhos penteado, óculos pequenos e redondos, anéis e relógio de ouro e um terno cinza, bem alinhado. Desceu já retirando do bolso um celular.
- Ah... Sou eu, chegamos...! Ah claro... Sim... Bem, de cima a cidade parecia um lixo... não se preocupe... senhor... Senhor... Me escute por favor! Em alguns minutos o T-003 estará em processo de ativação, garanto que em menos de duas horas teremos o resultado desejado. - Falava com segurança e determinação, como se estivesse por cima de qualquer situação. -
Certo... Quem?... Mas que... Mercenários...? Só me faltava essa... Claro senhor... Esse povo está ficando louco...! Tudo sobre controle. Ok. - Desligou o celular, e expressou negação movendo a cabeça. Um homem negro, careca, de terno preto vem ao encontro de Jason.
- Sr... Está tudo pronto. Nos acompanhe por favor...
- Vocês tem merda na cabeça?
O homem se surpreende.
- Perdão?
- Merda... Merda na cabeça...
- Senhor?
- Mercenários? O que a Gene-Tech estava pensando... Esses caras são loucos! Eles vão nos arruinar! São um bando de assassinos nem um pouco preocupados com sua aposentadoria!
- Senhor... Creio que deva tratar os assuntos administrativo com...
- ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS? Escreva isso... Se algo sair errado, as nossas famílias não terão um natal feliz... Estamos ferrados!




O prédio guardava nos seus reconditos antigos funcionários, que agora estavam mortos e famintos. Policiais, peritos, zeladores... Tudo quanto é tipo parecia ter sido infectado, e agora estavam pagando por isso... Pagando com suas cabeças pelas balas do trio.
Ao chegar na sala de atendimento, Hughes procura por algo em toda a bagunça, mas nada parecia convincente. Apenas papéis espalhados, computadores no chão, cadeiras e mesas quebradas, e é claro... sangue.
Archie procurava nos armários armas e munições, mas parecia que alguém precisou primeiro.
- Rapazes... Não há nada aqui... - Hughes procura novamente por um mapa do prédio, mas na recepção do terceiro andar não havia. Abriram algumas portas, removeram entulhos e corpos, mataram alguns mortos, até encontrar um corredor, que deduziram ser o corredor principal do andar. No corredor havia dois policiais caídos no chão. Archie se aproxima apontando a arma, verifica os corpos chutando-os levemente. Um corte no pescoço por onde ainda escorria o sangue.
- Hughes... Mais um pouco e pegaríamos eles vivos.
- Espera aí caras... Esses zumbis não matam assim... Eles... Meio que... Mordem. Isso foi feito por um vivo...
Hughes coça o rosto.
- Pit... Não sabemos muito sobre nosso inimigo ainda. Tenham cautela.
O corredor era extenso e não reto, tinha esquinas para a direita e esquerda. Seguiram a passos cautelosos. Archie de um lado, com as duas pistolas em mãos, Pit de outro. Hughes vigiava retaguarda. Seguiram nesta formação, até o corredor se dividir em dois. No lado esquerdo havia um outro policial, sentado, ferido. Archie sinaliza para Hughes, Hughes observa e percebe que o homem ainda estava vivo.
- Vamos...
Pit e Archie vigiavam os corredores, enquanto Hughes tentava estabelecer algum contato com o policial ferido.
- Hei... - Hughes se abaixa - Está me ouvindo?
O policial sussurrava algumas palavras, mas nada era específico.
- Hei! Está me ouvindo... O que aconteceu aqui? O que são essas coisas?
- Hmmn... Eles... Ahh... - O policial tentava conter um sangramento de uma ferida profunda no abdômen. - A dor... AHH! Queima...
- O que? - Hughes tenta ouvir.
- AHh... - O homem abre os olhos, e fita Hughes.
- Está me ouvindo? - Hughes tenta outra vez.
- Vá... Embora enquanto... Pode... Eles...
- Eles o que?
- ELES PLANEJAM... - Um tiro atravessa a cabeça do policial. O sangue espirra em Hughes, que rapidamente procura pelo atirador. Não havia ninguém ao redor. Pela trajetória da bala, Hughes aponta a direção.
- Veio de lá! Droga Pit! Como você não viu isso?!?
Pit fica desajustado. Archie e Hughes correm em direção a posição do suspeito, virando o corredor, a ultima porta se fecha, alguém acabara de entrar lá. Hughes prepara suas pernas e arromba a porta em alta velocidade, Archie o segue logo atrás. A porta dava para a biblioteca do prédio. O fugitivo, que parecia usar um sobretudo marrom, subiu na galeria, almejando a pequena prota nos fundos.
- Droga! Onde o Pit se meteu?
- Hughes! Ele vai fugir! - Archie dispara contra o suspeito, que em resposta atira também.
Ao subir a galeria, a visão do suspeito se tornou favorável a ele, e Archie e Hughes precisavam se esconder enquanto ele atirava, logo, não conseguiram nenhum contato visual.
- Archie... Vá para o ultimo corredor de estantes, chame a atenção dele. Vou correr para debaixo da galeria e subir antes que ele fuja.
- Ok
Archie se levanta atirando com tudo que tinha, obrigando o suspeito a se esconder atrás das estantes de livros, permanecendo quieto, enquanto Hughes corria para o outro extremo do salão. Depois de um certo tempo, o suspeito atira um objeto cilindrico.
- Filho da mãe! Hughes! GRANADA DE FUMAÇA!
Archie se esconde em uma lugar seguro, estava neutralizado pela fumaça. Hughes sobe até a galeria rapidamente, antes que a fumaça chegasse até lá. O fugitivo atira contra Hughes que se esquiva e prepara a deixa para fugir. O major não podia deixar aquele sujeito escapar, afinal, um homem soberbo como Hughes não deixaria sua reputação em cheque assim. O mercenário parte para cima do suspeito, mas ele já havia atravessado a porta. Hughes corre, arrebenta a porta, e lá estava o homem de sobretudo marrom... Para sua surpresa... Parado, de costas.
- Mas o que...?
Na frente do homem, estava Pit, com uma arma apontada para a cabeça do fugitivo.
Hughes suspira aliviado.
- PEGAMOS!
O homem coloca as mãos na cabeça, e sorri:
- Ok! Vocês venceram!









Obs.: Puxa... eu reescrevi esse capitulo muitas vezes.. escrevia, ficava ruim, apagava... finalmente... consegui fazer esse ... srsrs


Última edição por Ocelot em Ter Mar 24, 2009 12:57 am, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : .)
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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Resgate Ter Mar 24, 2009 10:25 am

Não ficou ruim cara... Um pouco confuso, mas ruim não ficou.
Continua insistindo que vc pode melhorar ainda mais...
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Mensagem por Ocelot Ter Mar 24, 2009 1:03 pm

Eu to satisfeito com esse episódio...

Sobre estar confuso... confesso que deu um duro danado pra dexar o que eu queria mais claro...
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Mensagem por Vampira Seg Abr 27, 2009 10:04 am

Desculpe a demora em voltar aqui...

mas é q as coisas andaram complicadinhas e eu sem tempo.
Bem, o que vemos aqui?
SImples.. Very Happy Eu ADOREI esse cap. Não achei confuso... pelo contrario... me deixou foi curiosa pela continuação.

Parabéns

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Mensagem por Ocelot Seg Abr 27, 2009 10:13 am

Vampira escreveu:Desculpe a demora em voltar aqui...

mas é q as coisas andaram complicadinhas e eu sem tempo.
Bem, o que vemos aqui?
SImples.. Very Happy Eu ADOREI esse cap. Não achei confuso... pelo contrario... me deixou foi curiosa pela continuação.

Parabéns


Vampira... seus comentários são sempre... essenciais! Smile
Já estava me perguntando... "Por onde anda o comentário da Vampira!?"
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Mensagem por Vampira Seg Abr 27, 2009 10:28 am

Hahaha obrigada... Embarassed

Mas é q apesar de sempre estar logada o tempo para ler as fics estava meio escasso...

Gosto de ler elas com atenção e isso tava dificil já q eu ficava "pulando" de um ponto ao outro do PC kkkk (trabalho é dose)

Mas obrigada e melhor ainda é que sua fic continua ótima.
Se der ainda leio a nova ainda hoje!

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Mensagem por Ocelot Seg Abr 27, 2009 10:37 am

Vampira escreveu:Hahaha obrigada... Embarassed

Mas é q apesar de sempre estar logada o tempo para ler as fics estava meio escasso...

Gosto de ler elas com atenção e isso tava dificil já q eu ficava "pulando" de um ponto ao outro do PC kkkk (trabalho é dose)

Mas obrigada e melhor ainda é que sua fic continua ótima.
Se der ainda leio a nova ainda hoje!

Smile
Thankz... =P
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Mensagem por Ocelot Dom maio 03, 2009 12:43 am

Os Mortos

Anteriormente...
Um time de três mercenários invadem uma cidade metropolitana chamada Golden City, que foi interditada devido a um terrível incidente: zumbis estão andando por toda a cidade. Diante disto, esses mercenário resolvem parar em um pequeno mercado, onde tiveram seu primeiro contato com os monstros. Pegaram um caminhão de entregas e foram até a delegacia central. Encontraram diversos policiais assassinados e tiveram um confronto com o suspeito, que foi detido por Pit.
No outro lado da cidade, um grupo de vizinhos sobreviventes se mantêm em uma casa com um amigo ferido, enviando um sinal de luz da janela do porão para outros sobreviventes. Um padre atende a este sinal, acreditando ser um chamado de Deus...
Uma empresa chamada Gene-tech pede autorização ao governador para pousar em Golden City. A presença de Gene-tech na cidade está relacionada a ativação do misterioso projeto T-003.
Dois samurais, mestre e aprendiz, procuram por Brian Belmont. O irmão mais novo do aprendiz.



Capítulo 4:
Escola do Terror

No fim da rua "Sgto Mozart" estava uma multidão. Uma multidão de corpos em pé. O núcleo da multidão era estraçalhado por dois vivos. Agora se vestiam não mais como samurais, mas como ninjas. As lâminas ainda se movimentavam na arte samurai. Bailavam entre todo aquele sangue, corpos e carne podre. Membros voavam pelos ares. O som das partes caindo no chão era molhado, mas rígido. Os samurais se movimentavam rapidamente, os pés e pernas em equílibrio perfeito com o tronco, os braços atingiam um ponto ao outro de forma suave... Mas destrutiva.
Um a um, os corpos que deveriam estar deitados, caíam.
Os dois pernaciam de pé.
- Richard-san... Mais uma multidão destas e não sei o que será de nós. - Hitaki tenta ser simpático.
Richard apenas acena com a cabeça, apontando para a escola no fim da rua.
- Certo Richard-san. Vamos buscar o seu irmão.
Caminharam pelos cantos das ruas, sem fazer qualquer barulho, tentando não provocar mais zumbis.
Ao chegar nos portões, a escola estava aos pedaços. Os portões escancarados, o playground destruído, vidros quebrados e madeiras nas janelas. A lua estava logo atrás do prédio. As nuvens deram um jeito de cobri-la.
- Mestre... Vamos entrar.
Atravessaram o gramado lentamente. Algo chama a atenção de Richard. Uma jaqueta amarela no chão.
- Alguém tentou agarrar o Brian. Ta vendo mestre? Esta é a jaqueta dele, eu o ensinei a fazer isto.
- Isto o que?
- Soltar a jaqueta quando alguém o agarrasse... Um esquivo... Eu ensinei ele muitas coisas...
- Então temos que ser rápidos Richard, se alguém tentou agarrar o pequeno Brian, ainda deve estar atrás dele.
- Certo!
Richard soltou a jaqueta. A entrada da escola estava bloqueada. Rodearam o local, e encontraram uma janela mais fácil de ser desbloqueada. Arrancaram as tábuas e entraram. A janela dava para a sala dos professores... Que estava uma bagunça.
- Richard-san...
- Sim?
- Aqui não tem sangue...
Richard não respondeu. Mas algo muito diferente estava naquele cenário. Havia sangue em todas as partes da cidade, nos postes, ruas, vales, praças, hospitais... Tudo... Mas não naquele lugar. Estava apenas bagunçado. Hitaki continuou olhando pelo lugar.
- Olha Hitaki-sama... - Richard passou a mão pelos armários amassados. - Parecem que foram golpeados por alguma coisa... Uma clava talvez.
- As portans e paredes também. Cheias de marcas deste tipo...
- Estranho.
- Existe algo mais estranho aqui Richard...
Os dois saíram da sala para um longo corredor de salas de aula. As portas das salas estavam abertas, de modo que dava para ver as janelas das classes, que estavam bloqueadas.
- Veja Richard... Todas as entradas estão bloqueadas... Por fora... Entende?
Richard deu alguns passos, olhou ao redor, e deduziu:
- Mestre... Não estavam bloqueando para que nada entrasse... mas para que não saísse.
- Isto Richard-san... Me dá calafrios...

-----

Júlia acendia e apagava a lanterna na janela do sótão insistentemente. Já estava pensando em desistir. Seu polegar doía, suas costas fisgavam, os olhos estavam pesados de sono, afinal, tinha sido um dia e tanto! Enfim... Desistiu. Não havia ninguém lá fora. Ninguém iria responder aos seus sinais de luz. Foi o que ela pensou, mas estava enganada. Em uma outra casa branca, alguns quarteirões dali, uma luz pisca, diretamente para Júlia. Assustada com muita adrenalina no sangue sentiu um lampejo de esperança, piscou a lanterna de volta. Acenou com a luz. O enderaçado do sinal acenou de volta. Ao olhar para as ruas, a esperança de Júlia ficou comprometida. O exército de zumbis que andavam de um lado ao outro esperando qualquer coisa viva que se movesse para devorar. "É impossível atravessar isso..." Pensou. Então a campainha da casa tocou...
- Mas que droga é isso?
Júlia tentou ver da janela, mas o telhado atrapalhava, então desceu. Se deparou com o Sr. Washington apontando o rifle de caça para a porta enquanto Clarisse se aprontava para abrir.
- EI! Vocês estão loucos?! - Júlia questiona.
- Não se preocupe Júlia... Aliás... Que tipo de zumbi aperta uma campainha? - O Sr. Washington respondeu.
- Estamos mesmos ferrados...
Alice, a criança, cuidava de Joe, passando o pano molhado na testa dele.
- Clarisse... - Washington acena com a cabeça dando forças...
- Ok.
Clarisse destrancou, tirou as trincas, girou a maçaneta e abriu lentamente. Era um homem...
- É... Um... Um padre? - Clarisse diz se afastando.
Washington toma a frente, puxando o padre para dentro, e fecha a porta rapidamente. Clarisse cuida de trancá-la, enquanto o Sr. Washington o mantia na mira.
- Quem é você?
- Ah... Como vê... Eu sou um padre...
- Eu perguntei QUEM É VOCÊ? Seu nome? De onde vem?
- Ah... Bem...
- Pelo amor de Deus Washington... Não está vendo... É um padre... Um homem religioso, tira essa coisa da cara dele! - Julia demonstra algum respeito.
- Não tem problema minha filha... Eu compreendo.
Sr. Washington hesita... E termina abaixando a arma.
- Ok... Certo... Me desculpe... Estamos... Muito tensos aqui. Me descuple mesmo. Eu sou Jhon Washington. Da vizinhança. - Apertou a mão do padre.
- Eu sou Clarisse.
- Júlia... - Acenou.
- Eu sou da igreja local...
- Mamãe... Eu nunca o vi na igreja... - Alice aprendeu a desconfiar de tudo e de todos.
Clarisse não reprimiu a filha.
O padre desconcertado, tenta se aproximar:
- Olha só... Mas quem é esta garotinha linda?
O padre se agaixa com um sorriso amarelo no rosto, Alice foge.
- Alice! - A mãe se sente envergonhada.
- Não tem problema, crianças são assim mesmo... É que eu não costumava celebrar as missas, era o outro padre... Que infelizmente faleceu... - Tenta justificar.
O padre deixou uma presença gélida na sala. Os sobreviventes se entreolhavam, se perguntando pelo olhar se fizeram a coisa certa ao deixar aquele padre entrar. Mas foi só por alguns segundos, depois se convenceram que era só um padre velho, e não poderia fazer mal algum. Pelo menos era o que eles pensavam. Futuramente, Washington se arrependeria amargamente de ter tirado o velho da mira de seu rifle.
- Certo... Qual o seu nome?
- Eu sou o padre Brown.
- E como encontrou a gente?
- Bem Sr. Washington, Deus me guiou até aqui...
- Deus?! - Washington não entende.
- Me deixa explicar... Deus me trouxe até aqui... Por um sinal... Um sinal de luz.
Júlia deu uma risada debochada, agora não demonstrou respeito algum.
- Olha aqui seu padre... O seu sinal era isso - mostrou a lanterna - e como pode ver, eu não sou Deus.
- Hum... - O padre dá um sorriso contido - Deus age de muitas maneiras minha filha.
- Ok! Já que tocaram neste assunto... Eu fiz contato... Com uma casa a alguns metros daqui. Uma casa branca. Piscaram pra mim.
- Sobreviventes?
- Provavelmente pessoas como nós Clarisse, encurraladas. - Responde Washington.
O padre olha ao redor e percebe a presença de Joe no sofá. Ferido.
- Ele... Ele está... Ferido?
O padre aponta, dizendo com uma voz fria e metálica.
- O que que tem? - Pergunta Clarissa.
- É só uma pergunta... Ele foi ferido pelas bestas? - Se direciona ao Sr. Washington.
- Ah... Não sabemos... Ele sempre foi nosso vizinho, só deu tempo de salvar ele. Quando chegamos a família já estava... bem... daquele jeito... Porque? Tem algum problema com isto?
O padre coloca a mão sobre o rosto, levanta o queixo, respira fundo e diz sorrindo:
- Nenhum, Sr. Washington... Nenhum.

-----

Richard e Hitaki procuraram por todas as salas. Estava tudo limpo. Nenhuma pista do garoto.
- Ele tem que estar aqui!
- Acalme-se Richard-san... Mantenha a calma.
Os corredores da escola eram frios e silenciosos. O silêncio era atordoador. Richard se abaixa, apoiando-se na espada.
- Eu estou tão cansado! Droga! Brian... Eu devia ter ficado de olho em você! Droga!
De repente um som distante atravessa o silêncio. Um grito. Mas não era o grito de um garoto. Richard se levantou rapidamente, gritando o nome do irmão de forma instintiva. Hitaki permaneceu alerta. O grito se repetiu, de forma angustiante. Richard correu em disparada para o local de origem do som. Hitaki tentou alertá-lo, para manter a cautela, afinal, não era a voz de um garoto, e sim de um homem, mas o desespero de Richard em encontrar Brian suprimiu seu pensamento crítico. Nada poderia parar Richard agora. A única opção de Hitaki era acompanhá-lo... Rumo ao auditório da escola vazia.

-----

Pit mirava contra a cabeça do suposto assassino.
- Pit... Como você deu a volta? Como elaborou essa armadilha? - Pergunta Archie.
- Há... Eu decorei a planta do lugar. Eu tenho uma certa habilidade com mapas... Porque acha que eu sou o motorista número um, cara?
Archie revista o homem, retirando todas suas armas. Remove o sobretudo e joga em algum lugar no chão. Hughes encarava o sujeito com seus grandes olhos arregalados.
- QUEM, AFINAL, É VOCÊ!?
O homem aparentando ser de meia idade sorri. Alguns fachos de cabelos grisalhos acima da orelha se distacavam em todo o resto superior totalmente preto. O queixo era bem definido, juntamente com os lábios grossos, marcados por um forte cicatriz vertical no lado esquerdo. Os olhos eram instigantes.
- Archie... Me dê uma arma!
Archie fornece a própria pistola semi-automática do sujeito. Hughes aponta para um dos joelhos.
- Certo fugitivo. Não vou falar de novo. Estou me lixando com você. E irei fazer o seguinte... Irei te perguntar, e se não me responder e me desrespeitar outra vez com seu sorrisinho porco irei atirar nos joelhos... E se você não sabe... Dói pra xuxu camarada! E se não me responder, irei fazer você sofrer como nunca imaginou e depois, se não resolver, irei te matar friamente como se mata um animal. Certo?
- Não Major Hughes. Não está certo.
Hughes se espanta.
- Não está nada certo. Você acha que pode invadir minha cidade, Sr. Hughes? Você pensa que consegue deter o que está por vir? Tudo isto está além da sua compreensão major. Você entrou em um mato sem cachorro, você e seus capangas... É hora de voltar para casa se ainda quer ver quem deseja ver e tomar chá de hortelã com ele, se ainda quer encontrar o pequeno Marty Sr. Hughes...
Hughes paralisa... Nunca viu alguém falar como aquele homem. Sua fala era rápida, uma voz radiofônica com um poderoso tom de confiança... E como ele sabia tudo aquilo? Como ele sabia do pequeno Marty? Como ele sabia seu nome... Aquele estranho era um completo mistério. Mas Hughes precisava manter a pose, mas de sua boca não saíam palavras.
- O que foi Hughes? Parece que um gato comeu sua língua...
Sem saber o que dizer, Hughes dá uma coronhada no sujeito que desmaia.
- Imobilizem ele... - Passa a mão na careca, impaciente - Preciso elaborar!

-----

O auditório era o único lugar que não tinham procurado. As portas estavam fechadas, mas o som continuava a passar por elas. O som agoniante de um homem gritando. Richard tentou arrombar a porta. Depois de algumas dolorosas tentativas, desiste. Hitaki assume... Se concentra... E... Blam! Com um golpe de pernas, a porta se abre.
O auditório era grande como um teatro. Um homem negro corria pelos corredores entre os assentos, sangrando e dizendo insistentemente...
- Oh Deus... Obrigado! Obrigado... Ele se foi... Ele se foi quando vocês entraram... Oh meu Deus...
Richard permanece imóveis, enquanto Hitaki caminha pelo local. O homem tinha ferimentos por todo o corpo, pequenas marcas, como picadas de insetos. Vestia uma farda policial, que já estava cheio de rasgos. O homem correu em direção a Richard, e de repente algo o derruba. Um outro homem cai com os pés sobre o policial. Um homem magro e estranho, apenas pele e osso. Cabelos grandes. Sem camisa, apenas com uma calça jeans surrada. Seus dedos eram mais longos que o normal. Levantou o policial lentamente pelo pescoço e com a outra mão atravessou o ventre do pobre homem, e logo depois o atirou nas poltronas. O homem magro encarou Richard com seus olhos negros como a noite. Richard sentiu medo. Aquele ser, diferentemente dos outros monstros na rua, estava bem vivo, mas transformado. Talvez ele já fôra um homem comum. Mas não agora. Agora ele se move rápido. Pulou rodopiando para trás e correu em direção a Richard com uma velocidade incrivel. Seu erro foi ter se concentrado apenas em Richard, que a esta altura, estava totalmente imóvel de medo. O caminho do monstro é interrompido pela lâmina do mestre. Hitaki se choca contra o estranho com sua espada.
- Yeta! - O mestre gira a espada de forma gloriosa, preparado para o confronto.
O inimigo se levanta devagar, com um corte horizontal na barriga, encara Hitaki, e avança tentando cravar seus longos dedos no velho samurai. Se esquivando, Hitaki gira da direita para a esquerda arrancando o braço direito do monstro. O sangue azul espirra para todos os lados. O mestre aproveita o momento, avança cortando a coxa direita do inimigo. Se movendo com dificuldade, o oponente ataca com a mão esquerda, que é dilacerada pelo fio da espada. Sem as duas mãos, se afasta. Hitaki finaliza com um golpe de três fases. As duas primeiras em diagonais opostas de baixo para cima, rasgando o peito do inimigo em forma de X... E a terceira consistia em um giro de braços acima da cabeça resultando em um corte horizontal, arrancando a cabeço do monstro, finalizando-o.
- Richard-san...
Richard continua em choque.
- Richard-SAN!
- Ah...
- Pegue seu irmão.
- S...Ssim.
RIchard correu até o palco. Encontrou Brian, chorando.
- Me perdoe Rick... Me perdoe por favor... Eu libertei ele Rick... Me perdoe...
- Calma Brian... Eu estou aqui. Calma... Está tudo acabado agora...
Richard abraça o pequeno Brian, não contendo as lágrimas.
Hitaki observa o sangue da criatura no chão. Um sangue azul. Guarda sua espada e espera pelos irmãos Belmont. Agora não havia mais ameaça.


Última edição por Ocelot em Dom maio 03, 2009 2:32 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Ocelot Dom maio 03, 2009 12:53 am

---
Prólogo para o primeiro arco: Vermelho Vivo

"Caro Sr. Spearlman,

Hoje está nevando... Nada faz sentido para mim, nem a neve. A sede continua. E parece crescer todos os dias. Não sei se posso me controlar... As vezes penso coisas horríveis. Preciso encontrar o doutor. Por favor Sr. Spearlman, vá para casa hoje. Fique com Hildergarde. Ela te ama muito.
Talvez amanhã você não tenha mais tempo.
Diga a Ilma que estou chegando.

Abraço...
Seu sobrinho,
Maltez."


- Esta carta foi a única coisa que encontraram na cena do crime Sr. Governador. Segundo testemunhas, Spearlman recebeu esta carta um dia antes do incidente acontecer. Maltez nunca foi encontrado.
- Talvez esteja morto, Cherry.
- Sr. Governador... Não finja de bobo... Maltez não pode morrer.
- Ah... Cherry... Me esqueci deste fato... Aliás... Isto não é muito comum. Mas vamos... Preciso de uma massagem.
- Como quiser Sr. Governador, a propósito... A Gene-tech ligou...
- E...?
- O T-003 já foi ativado hoje pela manhã.
O governador gargalha.
- Sucesso!

----
----



Nota do autor: O "Anteriormente..." ficou um pouco extenso devido a longa lista de personagens. E por causa disto mesmo julguei ser necessário um resumo destes.
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Mensagem por Resgate Dom maio 03, 2009 4:34 pm

esse capítulo ficou bem melhor e menos confuso...
No aguardo pelos próximos capítulos!
Parabéns e aquele abração!
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Mensagem por Ocelot Dom maio 03, 2009 4:53 pm

Grande amigo Resgate.. Como sempre o primeiro a comentar!

Resgate escreveu:esse capítulo ficou bem melhor e menos confuso...

tbm achei... Smile
cyclops cyclops


No aguardo pelos próximos capítulos!

Certo man... Smile



Parabéns e aquele abração!

Obrigado! Seu comentário é sempre uma honra!
Abraço tbm.
Smile cyclops
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Mensagem por Vampira Ter maio 05, 2009 1:19 pm

To pasma! Esse capitulo foi até então O melhor!
To curiosa inclusive sobre as inumeras deixas que ficaram!
Torcendo e esperando a continuação Very Happy

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Mensagem por Ocelot Ter maio 05, 2009 4:36 pm

Vampira escreveu:To pasma! Esse capitulo foi até então O melhor!

really?!
Que bom que gostou uai... esse capítulo foi o mais fácil de escrever... ele simplemente fluiu... principalmente a parte dos samurais... q eu gosto tanto.


To curiosa inclusive sobre as inumeras deixas que ficaram!
Torcendo e esperando a continuação Very Happy


Espero que consiga suprir suas espectativas... Cool

Obrigado pelos coments! Smile
Sua presença aki é sempre uma honra e muito necessária!
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Mensagem por Ocelot Sex Nov 20, 2009 10:55 pm

OS MORTOS

Capítulo 5

Vermelho Vivo ... Parte I



A Besta
I

Uma pequena fumaça ganhou o céu no pico da montanha. A madrugada estava entrando. Pela janela da chácara de madeira, ele observava o caos da cidade. Apertou o casaco para junto do corpo, ajustou o cachecol no pescoço, esfregou as mãos, tudo para afastar um pouco o frio daquele lugar. A lareira ainda chamuscava um fogo tímido. Pouco a pouco, o calor aquecia a sala. Do lado de fora, um companheiro acenava para que abrisse a porta.
O amigo trazia algum bocado de gravetos, e um machado na outra mão.
- Foi tudo que eu encontrei... Até procurei por boa lenha, mas está muito escuro lá fora.
- Não tem problema. Acho que é o suficiente para passar a noite.
- Certo... Temos comida aqui para uns dois ou três dias, não vamos precisar voltar a cidade tão cedo... O que é uma boa coisa. - Rosto amigável e sempre muito amistoso, Bill extendia os assuntos, enquanto ajeitava os gravetos em algum canto.
- Está um caos lá embaixo.
- A gente deu sorte de ter se encontrado... Já não há mais muitos vivos por aí.
- É.
- Me desculpe, mas como é mesmo o seu nome?
- Maltez...
- Não sei se já disse, estava tudo tão corrido, mas o meu nome é William. Pode me chamar de Bill.
- A chácara é sua?
- Sim.
- Tem mais alguém que saiba dela?
- Não, não. Sempre vim sozinho, mesmo antes dessa loucura toda. Não se preocupe. Ficaremos protegidos.
- Ótimo...
Introspecto, Maltez continuava a observar a cidade.


---

Extrema Unção ...
I


Os ponteiros do relógio aparentavam seguir devagar. A noite parecia não ter fim, e ainda era só o começo da madrugada. A saudosa casa de vizinhança, com uma miniatura como caixa de correio e cercas brancas, ainda abrigavam os seis sobreviventes. A rua que outrora estivera deserta, estava repleta de mortos-vivos.
Clarisse procurava algo para comer para a pequena Alice, sua filha. Enquanto Julia cuidava de Joe. Padre Brown observava o ferido. Algo tinha que ser feito.
- Joe está piorando. Precisamos de um médico... - Avisou Júlia.
- A cidade está repleta dessas... Coisas... Os hospitais não devem estar funcionando. - Washington respondeu.
- O que vamos fazer? E se... E se as coisas estão assim no mundo inteiro?
- Um médico não vai resolver. - O padre interviu na conversa.
- Como?
- Sr. Washington... Nós precisamos sobreviver... E não temos um médico...
- Me desculpe padre... Mas, onde quer chegar?
O padre caminhou pela sala, olhou pelas janelas, e prontificou sua resposta:
- Enquanto estamos trancados aqui, estamos protegidos por algum tempo. Vê as ruas?
- Eu... Eu não estou entendendo...
- As ruas estão cada vez mais cheias... Eles sabem que estamos aqui, não demorará muito para avançarem contra nós, empurrarem as portas, quebrarem as janelas...
O padre estava certo. O que deixava Washington cada vez mais desconfortável. Ele se sentia responsável pelo grupo.
- Ele tem razão... - Júlia concordou. - Estamos fritos! O que vamos fazer? Eu fiz contato com uma casa a alguns quarteirões daqui... Nós poderíamos tentar alguma coisa...
- É perigoso demais... Não temos sequer um carro...
- E tem mais, a comida está acabando, estamos sem água, energia elétrica... E vocês viram lá fora? Eles estão ficando ainda mais loucos... Jesus Cristo! Quando isso vai acabar? - Disse Clarisse saindo da cozinha com uma tigela de algum sereal.
- Vamos ficar bem mamãe? - Perguntou Alice.
A mãe hesitou em responder.
- Eu... Eu não...
- Sim! Ficaremos bem garotinha! Não se preocupe... - Washington precipitou. - Mas por enquanto... Vamos ficar calmos... E esperar...


Alice voltou para a cozinha ainda amedrontada com aquilo tudo. Não conseguia dormir, mesmo que quisesse.
O padre aproximou-se de Washington, e o chamou em um canto, dizendo calmamente:
- Sr. Washington... O que eu estava tentando dizer, e não me pareceu viável dizer na frente das mulheres... É que não encontraremos um médico para o Joe. Mesmo que saíssemos da casa, encontrássemos outras pessoas. Estarão tão abaladas quanto nós, e alguém ferido pode ser um peso. Já que precisamos sair daqui.
- Está me dizendo para nos livrarmos do Joe?
- É mais complicado do que isso...
- Pelo amor de Deus... Você é um padre, não pode ter compaixão?
Washington dizia quase sussurrando, para não causar maiores alardes.
- Me escute Sr. Washington...
- Francamente...
- Me escute... Estou dizendo que temos um perigo muito maior aqui dentro.
- Vai precisar ser mais claro.
- Não sabemos como Joe se feriu. Mas aquela infecção está avançando muito rápido, não é como um corte, ou um ferimento comum. Todos perceberam Washington, não há como negar.
- O que está insinuando?
- Devo dizer que mais cedo ou mais tarde, e acredite, já vi acontecer, e tenho plena convicção da minha missão divina de tomar as medidas necessárias, a qualquer momento Joe irá se levantar daquele lugar e não será como um humano normal... Ele estará como os diabos do lado de fora...
- O que está dizendo? Ele...
- Ele está sendo possuído.
- Dá pra ser menos religioso padre... Ele foi ferido, não se trata de nenhum ritual...
- Não importa como você queira chamar. Importa que ele está se tornando em um deles e colocará em risco todos nós. A menos que façamos alguma coisa.
Washington suava frio. Mesmo querendo negar tudo aquilo, sabia que padre estava certo. Situação extrema.
- O que... O que sugere?
- Atiramos nele. Na cabeça, mais precisamente.
- O QUE? Oh meu Deus! Está brincando? - Tentou conter o espanto.
- É necessário. Pelo menos morrerá ainda como um filho de Deus.
- Meu Deus...
- Washington... Vai ter que decidir, ou esperar e colocar em risco a vida de todos nós. Situações extremas requerem medidas extremas.
- Oh não... Deus! Não...
Washington estava atordoado. Um sentimento de profunda compaixão pelas pessoas o levava a querer protegê-las e atirar em um sobrevivente ferido não estava em seus planos. Nunca esteve nos planos de ninguém. Uma decisão precisava ser tomada.


---

II

- Então... É esperar a noite passar...
O amistoso Bill tentanva puxar algum assunto com o calado Maltez. Algums tigelas de sopa, um lugar aquecido, e tudo parecia estar em paz. Maltez continuava a observar a cidade. Bill imaginou que o companheiro estava em choque, perdeu alguns familiares, talvez... Ninguém é forte o suficiente para um ataque de mortos-vivos. Mas o que preocupava Maltez era muito além disso.
- Mais sopa?
Mesmo evitando respostas longas, Maltez ainda fazia o possível para não tornar o clima tenso.
- Não, obrigado. Não estou com fome.
- Está uma delícia. Tem certeza que não está com fome? - Bill se ajeitava na poltrona.
- Por enquanto...


---

A Fuga
Contra a Honra
I

- A cidade caiu.
Hitaki observava a antiga Golden City, que em apenas algumas horas se transformou em um completo caos. Fumaça, sangue, lixo, fogo e explosões por todo o lado. Era possível encontrar alguns sobreviventes correndo de um canto ao outro, mas não duravam muito. Lutar contra a multidão precisava certa perícia.
A cobertura de um velho prédio do subúrbio era o lugar mais seguro que encontraram. Richard e Brian dormiam no chão enquanto Hitaki ficava de guarda. As roupas estavam encharcadas de sangue e todo tipo de secreções que mortos vivos podem expelir pelos corpos putrefatos. Armas de fogo não fazem tanta sujeita quanto as espadas, mas era o que os mantinham vivos.
- Richard-san... Acorde.
- Ahn...? Oi? O que foi?
- Nós precisamos partir.
- Agora?
- Sim.
- Certo... Para onde?
- Longe daqui. Vamos deixar essa cidade. Acorde Brian... e vamos. Não há como lutar.


---

III

Bill terminara sua quarta tigela de sopa. Maltez ainda permanecia na janela. Olhando. No centro da colina, aquela pequena cabana abrigava os dois desconhecidos.
- Então... Maltez... Maltez certo?
- Sim.
- O que há na cidade que você tanto observa?
Maltez continuou em silêncio. Bill insistia, era um comunicador compulsivo.
- Então? O que fazia lá?
Maltez não se sentia incomodado, não sentia absolutamente nada a respeito de Bill.
- Ok... Não vamos falar do passado... Com esse caos todo, não é muito agradável mesmo.
Bill se acomodou novamente em sua macia e aconchegante poltrona. E o silêncio foi destruído pela voz de Maltez.
- Bill...
- Ah... Oi?
- O que você fazia lá?
- Aah... Na cidade?
- Não. - Bill não entendia a pergunta, Maltez prosseguiu. - Na Gene-tech.
- Gene-tech?
- Sim. Eu estava aqui pensando, sabe Bill? O que eu faria com você. Era só generosidade? Heroísmo? Ou algo mais? O que fazia na Gene-tech, Bill?
- Bem... Eu... Isso está estranho...
- Não jogue comigo Bill. Eu posso saber das coisas. E além do mais... Você estava perto dos escritórios da companhia quando nos encontramos... E por um golpe do destino, você, supostamente, salva a minha vida.
- Eu... Eu não estou entendendo Maltez... Você estava em apuros... Eu só quero ajudar. O que há com você?
Maltez se vira para Bill, deixando a janela pela primeira vez naquela noite.
- É Bill... Você não está entendendo mesmo.
- Me desculpe mas... Aonde quer chegar? Eu sou só um...
- Sabe de uma coisa Bill?
Algo estava diferente em Maltez. Confuso, quem silenciava agora era Bill.
- Você parecia uma boa pessoa Bill. Até começar a mentir.
- M...Men... Mentir? O que...
O medo emanava dos olhos de Maltez e entravam por debaixo da pele de Bill...
- Sabe o que mais? - Se aproximando lentamente, Maltez continuou dizendo. - Eu estou começando a ficar com fome agora.
A imagem monstruosa que entravam pelos olhos do amistoso Bill, fazia seus ossos estremeceram de temor.
Por toda aquela montanha, pelos vales e florestas, ouviu-se o grito atordoante vindo da cabana do Bill.

----

O Caso do Casulo-Borboleta
e a Larva Intrusa

Os três mosqueteiros-mercenários renegados observavam o prisioneiro desacordado que acabara de tentar matá-los. Acomodaram o sujeito em uma cadeira qualquer do escritório, ajuntaram outras três cadeiras e se sentaram de frentes para ele. Como estátuas de gesso, observavam o atlético Sr. Tentativa-de-extermínio, de queixo quadrado, cabelos meio grisalhos, rosto enigmático, e uma tatuagem que seguia para fora da gola da camisa pelo pescoço acima.
- Caras... E então? - Como sempre, Pitt tinha que perguntar.
Archie e Hughes ignoraram Pitt, para não perder o costume. Em seguida, cansando de observar, Archie se levantou, tendo em mãos o casaco do desmaiado. Saculejou-o. O virou do avesso. Hughes permanecia inerte. Pitt olhava para Archie com a mesma cara de desaprovação de sempre, para com tudo que o amigo sociopata pensasse em fazer.
Antes que Pitt começasse a arguí-lo, um pacote amaçado de cigarros cai no chão.
- Cigarros... Preciso fumar... - Disse Archie com um sorrisinho canalha no rosto. Ele adorava provocar Pitt.
Que por sua vez, embutiu uma cara de "Não-gostei-não-quero-nem-saber". Não é como se Archie estivesse fazendo algo reprovável. Para Pitt, qualquer coisa que Archie fizesse seria repróvável. Até mesmo ajudar uma velhinha a atravessar a rua. Talvez alguém ganhasse uma medalha por isso. Mas não seria o Archie. Pitt o conhecia muito bem, depois de tantas missões e assassinatos, e coisas reprováveis. Já estava acostumado a pensar que nenhum ato do psicopata companheiro não seria em vão. Se Archie ajudasse a uma velhinha atravessar a rua, provavelmente provocaria alguma situação para que um ônibus de estudantes juvenis atropelassem a coitada e ainda parecesse que ele tentou salvá-la. Archie era um sujeito estranho. E Pitt sabia disso, sabia como ninguém.
- Desde quando você fuma, Archie?
- Desde quando você mata zumbis, Pitt?
Pitt fez cara de nojo. Pitt fazia todo tipo de cara. Alegria, insatisfação, dúvida, nojo, impaciência, idiotice, feiura. Mas era impossível fazer uma cara bonita.
Hughes interviu o embate com sua inconfundível voz de metal.
- Hm... Vamos acordar o sujeito. Pitt, vá buscar alguma água, ou qualquer coisa para acordá-lo.
- Certo!
Pitt se prontificou. Servo fiel. Não era tão bom. Mas era fiel. Se dirigiu a porta, mas Archie o interviu.
- Espere...
Todos ficaram perplexos.
É preciso entender a perplexidade. Archie estava diferente. O tipo de sujeito que está na equipe para matar, torturar, arrancar qualquer coisa, dentes, dedos, unhas... Ele era a máquina de temor. A sua presença e atuação deixava o time medonho. Entretanto, só agia quando solicitado. Nunca questionava, nem argumentava coisa alguma. "Faça!". Hughes dizia, e ele fazia. Não importa o quão inescrupuloso seria. Ele ia, e fazia o trabalho da forma mais cruel possível. Archie não dava a mínima para os planos da missão, era como uma arma com um gatilho pronto para ser apertado. "O que, afinal, havia mudado para que Archie começasse a opinar sobre a missão?" Hughes se perguntava.
- Archie...?
- Major Hughes. Eu tenho algo melhor - Tragou de forma profunda o cigarro - Deixe comigo.
Definitivamente se divertindo com toda a cena, algo estava desperto em Archie: Interesse. Sociopatas não dão a mínima para nada.
Pitt se afastou do caminho do companheiro. Hughes deixou a cadeira. Os dois observavam Archie, que sorria docemente. Depois de duas ou três longas tragadas, retirou a bituca da boca, ergueu-o, e tomando a mão do prisioneiro, apagou o cigarro nela.
- AAAaaahh! - Em um suspiro-grunhido, o sujeito acordou. Ofegantemente.
Hughes sorriu meio de canto.
Pitt reprovou com a cabeça.
- Vocês não sabem como isso é eficiente... Há! - Finalizou Archie com uma risada rápida e curta feito um chute de botas em uma fruta que está para amadurecer.
O suposto inimigo preso a cadeira, ainda atordoado, tanto pela dor da coronhada de Hughes e pela ardência causada pelo infortúnio da sua mão ter se tornado um cinzeiro.
- Fantástico. - Hughes elogiou, agitando sua cabeça em movimentos sincronizados, rebeldes e diagonais da cabeça.
Archie solta outra daquelas risadas secas.
- Há!
O indivíduo murmura algumas palavras.
- Então, major... Quer que eu comece a torturá-lo agora ou vamos esperar ele se recusar a falar?
- Você está ficando divertido Archie. Mas tenho planos melhores... Caso não funcione, trate de usar aquela faca de carnes que ganhou no natal.
- Há! A tenho sempre comigo.
- Fantástico.
O alvo daquela pressão fitava-os com olhos frios.

----

IV


"Hello darkness, my old friend..."
A música de Simon & Garfunkel tocava na caminhonete do Bill.
- Música triste Bill. Mas apropriada.
- Por favor... - Entre lamúrias e lágrimas de dor e sofrimento, permeada com a angústia pelo vislumbre da morte lenta e dolorosa, Bill implorava - Por favor... Não me mate... Eu não fiz nada.
Maltez correspondia a cada atitude de Bill com a maior seriedade possível. Ainda que uma seriedade mórbida, Bill tinha a devida atenção. Não havia em Maltez qualquer sinal de sarcasmo e ironia. Tudo que a vítima fazia e dizia era digno de seu foco.
- Você fez Bill! Fez muito... Só não sabe ainda. Mas eu vou te mostrar...
Pálido, Bill tentava conter o sangramento. O braço esquerdo havia sido violentamente multilado na altura do antebraço.
- Tente conter este sangue Bill. Eu tenho problemas com sangue...
A doce voz de Maltez, de como quem acorda pela manhã, contribuía ainda mais para o momento de terror... Descendo a colina, na velha caminhonete, Maltez seguiu cantando:
"And in the naked light i saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share."
- Boa música... Eu gosto. Você gosta?
Bill chorava.

--

Continua em Vermelho Vivo Parte II
...
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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Resgate Sáb Nov 21, 2009 4:23 pm

Uia! Ótimo começo de arco cara! Cada cena, focada em um grupo de sobreviventes, ficou melhor numa grande progressão... Mal posso esperar prá ver esses grupos se cruzando pelas ruas cheias de zumbis!
Meus parabéns guri! Um abração e até mais!
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Mensagem por Ocelot Sáb Nov 21, 2009 10:45 pm

Resgate escreveu:Uia! Ótimo começo de arco cara! Cada cena, focada em um grupo de sobreviventes, ficou melhor numa grande progressão... Mal posso esperar prá ver esses grupos se cruzando pelas ruas cheias de zumbis!
Meus parabéns guri! Um abração e até mais!

Obrigado Resgate!

Que bom que ficou melhor... a gnt tem sempre q buscar melhorar né... =]

E eles irão se encontrar... em breve...

Obrigado novamente.. valeu!
=]
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Mensagem por Mr. Black Ter Dez 22, 2009 6:18 pm

Cara, eu não tinha lido essa sua fic não. MUITO BOA! Esse episódio 1 foi show, lembrou muito os filmes trash de terror e o padre com a magnum 44 foi um espetáculo a parte.

Mandou muito bem, Ocelot.
Volto em breve para comentar mais capítulos.
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Mensagem por Ocelot Ter Dez 22, 2009 6:22 pm

Ah valeu cara!!
=]

aguardando!
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Mensagem por Vampira Ter Dez 22, 2009 8:03 pm

Li esse ultimo capitulo e adorei! (já li a um tempinho... mas esqueci de comentar...)

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Mensagem por Ocelot Ter Dez 22, 2009 9:49 pm

srsrsrs
tranquilo...

obrigado!

=]
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Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3) - Página 2 Empty Re: Os Mortos #6 - Vermelho Vivo , pt II (pg. 3)

Mensagem por Black Raven Sáb Jan 09, 2010 3:56 pm

Olá, Ocelot!!
Tinha lido os 3 primeiros capitulos, e agora finalizei o último!!
O clima da sua fic é muito tenso... tá de parabéns, cara.... você soube trabalahr cada personagem muito bem...
Agora, eu to intrigado com esse personagem novo, o Maltez... ele é o T-003??
Abraço!
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Mensagem por Ocelot Seg Jan 11, 2010 11:03 pm

Black Raven escreveu:Olá, Ocelot!!
Tinha lido os 3 primeiros capitulos, e agora finalizei o último!!
O clima da sua fic é muito tenso... tá de parabéns, cara.... você soube trabalahr cada personagem muito bem...
Agora, eu to intrigado com esse personagem novo, o Maltez... ele é o T-003??
Abraço!

Oh Black Raven, muito obrigado pelo seu comentário cara!
Que bom ta gostando... eu gosto muito de tentar definir bem cada personagem... mas eu disse tentar... não sei se tenho conseguido... hehehe

Quanto ao T-003... aguarde. =D

Valeu cara!
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Mensagem por Ocelot Sex Jan 22, 2010 5:43 pm

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- Ei Bill. Está vendo a cidade?
No alto do morro, em uma rua larga, estava Maltez de pé, e Bill ajoelhado, clamando sua dor.
- A cidade Bill... A cidade... - Maltez apontava para a cidade cinzenta, quase negra, banhada de sangue. Corpos por todos os lados. A desordem e o caos, zumbis permeando toda a cena. - Isto é uma obra, Bill. Uma obra inacabada. Não há mais volta...
Maltez o ergueu pelo pescoço. A outra mão tomou uma forma monstruosa, dos dedos surgiram tentáculos, veias e carnes expostas... Com esta mão, Maltez o transpassou.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

OS MORTOS

Capítulo 6

Vermelho Vivo ... Parte II

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A Besta
V


1 SEMANA ANTES DO INCIDENTE:


O sentimento sublime de admiração e temor ao entrar em uma velha igreja sem qualquer apreço pela arquitetura moderna dos grandes templos, acalorados para arrebatar o maior número possível de pessoas, fiéis, incrédulos e jovens, contornava o coração do homem que entrava pelas grandes portas de madeira da quase catedral.
Bem ajustado, cabelo sedoso até os ombros, caminhava fazendo-se escutar pelos cantos da igreja. O confessionário estava logo a frente. Era Maltez, titubeando se queria mesmo fazer o que estava para ser feito. Entrar naquele claustrofóbico lugar de madeira, e encarar o velho padre Brown. Seus olhos percorreram pelas velhas, velas e romarias que ali preenchiam o clima letárgico do lugar, que simulava alguma elevação espiritual. Todas as estátuas olhavam para ele. Ajustou o casaco junto de si, como de costume, e entrou na masmorra, no lugar onde todos os homens são diminuídos perante a realidade de seus pecados. Todos os homens eram nada.
Entrou, esperou até o sacerdote estar pronto. Depois de alguns minutos esperando pacientemente, o padre Brown tomou o seu lugar. Maltez iniciou a confissão.
- Perdoe-me padre, porque eu pequei.
Para o padre Brown, aquela seria mais uma dentre muitas confissões comuns. O verbo "pequei" sempre se ligava a qualquer outra atitude insignificante que destruia a consciência das beatas com maus esposos. Atos como "comer o último pedaço do bolo de chocolate por gula", ou "desejar o rapaz da portaria" e até mesmos "invejar o colar da vizinha". Muitas mulheres se confessavam naquela paróquia, poucos homens. Mesmo assim, o fato de um jovem homem entrar por aquele confessionário não despertou no velho padre qualquer desconfiança de que seria algo condenável. Acostumado a tantas beatas, a confissão se tornara um ofício muito simples. Simples como o perdão divino.
- O que você?
Houve um tempo de silêncio. O padre Brown pensou ser apenas um constrangimento simples. Talvez o jovem iria dizer algo sobre ter adiantado as coisas com a namorada, ou ter bebido demais com os amigos. Quem iria saber? O padre tinha toda a paciência do mundo.
Maltez levantou a cabeça, suspirou fundo, e encarou o padre pela grade de madeira.
- Eu matei...
Tais palavras despertaram um interesse distante no padre. "Não pode ser alguém, ele matou um animal..." O peso daquele pecado, de tão chocante, nao havia sido assimilado pelo sacerdote.
- Eu matei...
Maltez mantinha os olhos fixos. O padre ainda olhava para o chão. Pode ser que seu inconsciente pastoral se negava a acreditar em um pecado de verdade.
- Eu matei!
Pela terceira vez Maltez se confessa. Como em um estalo ao se tomar um susto, de repente um sentimento estranho toma o lugar. Como se correse certo risco de vida, a boca seca, as mãos trêmulas. Aquilo era real. O padre estava diante de um assassino. Então se deu conta. O caso era sério. Ainda persistindo na idéia de que não era mais do que uma dor de cabeça, insistiu:
- ... Um animal? Você matou um animal?
- Não padre.
- O que você matou?
- A humanidade inteira.
Finalmente os olhos do padre encontraram os olhos de Maltez. Vermelhos e frios. Secos como o asfalto. Uma espada de esgrima transpassou o coração do padre, este era o sentimento. Como se um fino fio de metal costurasse as suas entranhas. Tentou molhar os lábios com a própria saliva, mas a boca estava seca demais para isso. Prendeu a respiração. As palavras de Maltez foram como anestesia.
- Deus existe?
A anestesia perdia o efeito pouco a pouco e o medo tomava o seu lugar.
- S-Sim... Mas... É claro...
- Eu não me lembro mais como é... Como é acreditar nEle. Dizem que é como morar em uma pequena cidade. Bonito...
- Você... V-Você não acredita?
- Não.
Apesar da boca trêmula, o padre continuou a dialogar.
- Então porque veio se confessar?
- Para que Ele soubesse... - Uma breve pausa se fez - Para que Ele, se Ele existir, é claro... Se tem algo incerto nesse mundo é quem está certo. Mas só quero que Ele saiba que o responsável pelo o que há de vir fui eu.
Os longos cabelos de Maltez caíram sobre a testa, fazendo sombra aos olhos, o deixando ainda mais mórbido. Mas o brilho daquelas esferas talhadas em seu rosto eram infernais.
- Eu destruí a vida. Avise ao Todo-poderoso a respeito. Eu espero... Espero que Ele possa me parar... Porque está ficando insuportável.
Atônito, o padre não sabia o que dizer. "Um lunático?" Correu pela sua mente. Entretanto, não era como os mendigos que vez ou outra vinham contando histórias absurdas sobre duendes, alienígenas, dentre outras esquisitices. Tão certo como a luz do sol, o rapaz falava a verdade. O padre Brown podia sentir a verdade escorrendo para dentro de suas veias. Ele estava encarando os olhos do diabo. Nenhuma palavra lhe saía da boca.
- Talvez... Engraçado... - Maltez esbolou um sorriso. - Talvez seja o plano divino. Um plano divino...
A imagem mórbida de Maltez entre as sombras do comfessionário, com seu rosto rasgado pelas grades, juntamente com os olhos vivos e secos era como uma experiência além do próprio corpo. De todos os pecadores do mundo, aquele não era comum. Não era humano, e como o padre podia sentir isso. Podia sim. Com todos os sentimentos do mundo.
Algum tempo se passou e os dois permaneceram em silêncio.
Por fim, Maltez se levantou subitamente, assustando o padre, que o acompanhou com os olhos. Saiu recitando para si mesmo "Plano Divino", deixando a velha igreja rapidamente. O padre foi se molhar com água benta.


Algumas horas depois, sem saber o que fazer, o padre resolveu ir a delegacia.

Era um dia cheio. Policiais levavam e traziam possíveis suspeitos de um lado ao outro. O departamento estava um caos. Ligações anônimas, denúncias, mães procurando seus filhos. Papéis por todo o lado. Agentes preguiçosos comendo rosquinhas. Café. E no meio disso tudo, havia um padre. Desesperado. Suando as mãos. Procurando cordialmente por alguém que pudesse atendê-lo.
"Por favor, sr...", "Alguém pode por favor...", "Policial, eu preciso... Em todas as tentativas, o padre Brown foi ignorado. Até que agarrou um policial pela gola da camisa, visivelmente alterado, esbravejando algumas palavras. Minutos depois, o padre estava na sala do Detetive Dike.
- É bom que tenha um grande motivo para agarrar um policial, padre. - Disse Dike suspirando.
- Detetive... Eu já vi muitas coisas nesta vida. Nem sempre fui padre. Mas eu posso te dizer, entre outras coisas, que o que estou prestes a dizer, não é nenhuma loucura. Algo está acontecendo...
- U-haa. Agora me diga uma novidade padre... Não tem tv na paróquia? É claro que algo está acontecendo. Não viu o departamento? Tem gente por todo lado. Pessoas desaparecidas. Homicídios. Corpos com sinais de canibalismo. Algo muito errado está acontecendo... É isso que veio dizer?
O padre abaixou a cabeça, se concentrando. Ele estava nervoso.
- Detetive Dike. E-eu vi os olhos do diabo.
Dike levantou as sobracelhas, mas não estava espantado. Mais um louco em sua sala. Já vira muitos destes, quando algo está deixando a cidade de pernas para o ar. Suspirou lentamente, passou a mão nos cabelos quase grisalhos. Coçou o grande queixo de barba mal feita. Apoiou os cotovelos na mesa e, por fim, soltou uma breve risada. Breve, cessando-a rapidamente, pois quase se sentiu envergonhando por rir de um padre.
- Ok padre... Quer fazer um retrato falado do... diabo?
O padre, percebendo a ironia, ficou ainda mais tenso.
- Detetive.. P-por favor... É sério. Eu sei. EU SEI! Era um jovem rapaz, ele está conectado com isto...
- Padre, padre... Conte sua história naquela sala ao lado, tudo bem? Tem um desenhista ali que não tem nada o que fazer, ele também é um agente, você conta sua história para ele. Faz um retrato falado do pobre rapaz rebelde que você dize ser o diabo e a gente vai investigar, ok?
Percebendo que o detetive não iria acreditar em sua história, não importando o que dissesse, o padre se retirou. Lentamente, lamentando-se e sussurrando para si mesmo. Antes de sair da porta, se virou dizendo:
- Detetive... Que Deus nos ajude se for tarde demais.
Dike meneou a cabeça, e soltou um "amém" debochado.


---

Os Caçadores de Dragões
I

Pitt Rat perdera a paciência. Ele detestava interrogatórios, seu negócio era com os carros, velocidade. Deixou o trabalho para os outros dois. Archie e Hughes encaravam o capturado, eles precisavam de alguma informação.
De um sono profundo, sentiu uma ardência angustiante na mão direita. Era Archie lhe queimando com a ponta de um cigarro, fazendo-a acordar. Ouviu os mercenários dizerem alguma coisa sobre tortura, tentou se mover, mas estava algemado a cadeira. "É justo". Pensou. Com um peso do tamanho do mundo sobre a cabeça, como se acabasse de fazer um exercício extremamente cansativo, começou a falar:
- Meu nome é Dike. Não se preocupem mais... Não serei um inimigo.
- O que você sabe a nosso respeito? - Perguntou Hughes.
- Sei que vocês pertecem a uma organização sorrateira... Peterson, Archibald e Hughes. Engraçado Hughes, que a única coisa que encontrei ao seu respeito foi uma ficha de adoção... Um garoto chamado Marty. Não haviam datas, nem especificações.
Hughes arrancou a arma outra vez e encostou ferozmente na cabeça de Dike.
- Repita esse nome outra vez... E eu estouro seus miolos...
- Acalme-se escoteiro! Eu nem sei de quem se trata... Claro. Eu poderia usar para chantageá-lo, fingir uma história de que iria perturbar o garoto. Mas como eu disse, não sou mais um inimigo.
- Como encontrou informações sobre nós?
- Eu sou um bom detetive. A sala no próximo corredor era minha. Dike Harrison, homicídios. Agora não significa mais nada.
- Por que matou aqueles homens?
- Porque eles não eram policiais... E sim, o contato de vocês. Bem... O contato da missão de vocês está morto.
Hughes retirou a arma da cabeça de Dike. Balançou a cabeça e o questionou:
- O que raios está acontecendo neste lugar? Você fode com a nossa missão e quer dizer que não é nenhum inimigo?
- Qual pergunta devo responder primeiro?
Archie arranca uma fata da cintura e encosta no rosto do detetive.
- Amigo... Nós não estamos brincando. Conte-nos o que está acontecendo... Ou a querida Sharon... Você conhece a Sharon? Presumo que não. Sharon, Dike. Dike, Sharon. Agora você conhece a minha querida faca distripeira. Como eu ia dizendo... Ou você nos conta ou a Sharon irá conhecer o seu interior. - Disse sorrindo e apertando a faca até fazer uma pequena ferida.
Dike ficou sério.
- Certo escoteiros. Eu não faço a mínima idéia do que está acontecendo. Tudo que sei que isso começou em uma chamada policial simples, alguém estava morto nos prédios da Gene-tech. Eles ficam fora da cidade. Enviamos três agentes. Horas depois, apenas um deles aparece. Ferido, mordido, agindo de forma estranha. Deixamos o sujeito em observação no hospital e montamos uma equipe para voltar ao prédio. Éramos seis homens. Seis! O lugar estava um caos. Deus do céu! Vimos coisas terríveis naquele lugar. Meus homens foram mortos um a um... Caçados! Até restar somente eu...
- Mortos? Mortos como? - Perguntou Hughes.
Dike fez uma pausa, apontou com a cabeça para o seu casaco.
- O que?
- No bolso esquerdo.
- O que tem lá?
- A besta.
Archie examinou o casaco. Havia um papel dobrado. Nele estava o desenho de um jovem homem.
- Este jovem caçou a minha equipe feito ratos naquele lugar... É o desenho da morte. Ele é, talvez, a chave para entendermos o que está acontecendo. Este bastardo multilou os meus homens... Eu sei do que ele é capaz...
- Só você sobreviveu? - Perguntou Hughes.
- Eu fugi. Estava desorientado, sem armas, munições. Era uma questão de sobrevivência. Quando escapei daquele lugar e voltei para a cidade, tudo estava desse jeito. Apodrecendo, sem vida.
- Parece ser apenas um... Garoto. - Disse Archie com o desenho nas mãos.
- Não se engane. Ele tem dentro toda a maldade do mundo. - Dike respirou fundo. - Eu preciso da ajuda de vocês. Precisamos capturá-lo.
Hughes coçou a careca e caminhou pela sala. Tudo estava confuso. Se metera em uma grande confusão. Era para ser apenas mais uma simples missão.
- Hughes... Quem quer que seja o Marty, isso vai afetá-lo, onde quer que ele esteja. Temos que parar isto. - Disse Dike.
Hughes o encarou. Embora quisesse atirar na cabeça de Dike por dizer aquele nome outra vez, o detetive estava certo. Aquela epidemia era algo além de qualquer desastre. Não havia como fugir daquilo tudo.
- Eu posso pagar.
As palavras de Dike soaram como música aos mercenários. Em um instante, os lampejos de altruísmo e ajuda humanitária contra a epidemia se dispersaram. "Se ele pode pagar, nós podemos fazer o serviço."
- Ótimo! - Archie disse.
- Você pode pagar? - Disse Hughes.
- Sim. Se faz diferença para vocês, para essa cidade não faz mais. O banco de Golden City está aberto para qualquer um, podem entrar e pegar tudo que conseguirem levar.
- Então não é seu.
- Não é de ninguém.
- Merda! - Hughes estava praguejando não pelo dinheiro da missão, mas por toda a situação a sua volta. Sabia que aquela epidemia traria consequências bem maiores e que seus desejos egoístas de arrecadar apenas um pouco mais precisavam ser deixados de lado. Embora estivesse procurando uma maneira de se livrar do fardo, Hughes estava diante do inferno e não poderia simplesmente deixar o campo de batalha. Não fazia seu estilo. Coçou a careca outra vez e pensou alto. - Era para ser apenas uma missão simples. Pagamento adiantado. Agora temos mortos andando por todos os lados e um... Um... Um garoto capaz de dizimar uma equipe inteira...
- Então Hughes? Tenho seu apoio? Só precisamos encontrar o rapaz... Pegamos ele e descobrimos como parar isso...
- Como tem tanta certeza que ele é a resposta para isso?
- EU SEI! Vocês não viram o que eu vi.
Sem querer se comprometer, Hughes pergunta:
- Como o encontramos?
- Antes de sair do prédio, a besta me encontrou. Eu olhei bem nos olhos dele. Eu sei o que eu senti. Tem um padre que também o viu, ele sabe das coisas. Só precisamos encontrá-lo.
- Moleza! - Finalizou Pitt.

---

Extrema Unção...
II

Quem vai matar o Joe?
Esta era a questão na casa do Sr. Washington, o único com uma arma ali.
Todos estavam atormentados pela situação. Joe estava infectado, e estava cada vez pior. Mais cedo ou mais tarde ele iria se tranformar em um zumbi. Na cozinha, o grupo discutia quem iria puxar o gatilho. Clarisse dizia ser loucura, que talvez Joe não se tornasse em um deles, que poderia ser apenas uma ferida qualquer. Alice, sua filha, encarava o rosto dos adultos com os olhos vermelhos. Ela tinha chorado demais. Júlia tentava parecer forte, mas ainda assim era feminina demais para puxar o gatilho e arrancar a vida de um homem.
Este era um trabalho para os homens da casa. Dentre o padre Brown e o Sr. Washington, o único que estava portando uma arma era o dono da casa. Era o que todos pensavam. Um longo e carregado rifle de caça.
- Se não vai fazer isso... Eu posso fazer. - Disse o padre.
- Não... Tudo bem. - Disse quase que automaticamente, pois não estava nada bem. Washington suava feito uma chaleira. Suas mãos tremiam descontrolodamente.
Ao fundo, ouviram Joe gemendo. Ele estava morrendo. E depois que morresse, iria despertar. Todos já estavam convencidos.
- Vamos...
- Eu fico aqui. - Clarice disse, colocando a filha no colo.
- Julia, fique aqui com ela. - Disse o padre.
Julia fez que sim, sem dizer nada. Os dois homens foram para a sala, fechando a porta da cozinha. Joe se contorcia no sofá.
- Vê Washington?
- O q-que?
- Ele está ficando possuído.
Washington tremia.
- Se não vai fazer... Deixa-me...
- NÃO! Eu posso fazê-lo. - Algo fazia Washington não querer soltar a arma por nada.
- Então, filho, faça-o.
Apontando o rifle para a cabeça de Joe, foi em direção a ele, temeroso, mordendo os lábios. Suas mãos estavam imóveis, ele tinha que apertar o gatilho, mas os dedos não obedeciam.
- Washington... Você tem que fazer... - A voz grave do padre era uma pressão ainda maior do que a própria situação. Washington estava ofegante. Mesmo tentando se controlar, estava começando a ter um ataque de pânico. O ar parecia não entrar pelas suas narinas. Ele perdera o controle.
- E-eu... Eu... N-não... Não posso mais... Não...
De repente, Joe o atacou. Ambos caíram no chão. Assustado com o ataque repentino de Joe, o padre deu alguns passos a frente, pensando, como que reflexamente, ajudar o pobre Washington. A arma disparou uma vez, acertando a parede. Washington gritava por ajuda. O padre apenas observava, friamente, com olhos atentos. Joe arrancava a carne do ombro de Washington com os dentes. O rapaz se transformou em um deles.
O instinto que fez o Padre Brown se aproximar de Washington para ajudá-lo rapidamente foi suprimido pelo bom, ou talvez mal, senso do velho, que se afastou lentamente. Júlia abriu a porta da cozinha para ver do que se tratava. Entre gritos e outros desesperos, o padre a ordenou que voltasse para a cozinha. Washington se desesperava com o zumbi Joe.
Se esforçando até o limite, Washington empurrou Joe de volta para o sofá. Sôfrego, se levantou rapidamente, empunhou o rifle e disparou um tiro bem na cabeça do Joe. Os miolos mortos espirraram na parede branca. Uma dor profunda tomou conta do seu ombro esquerdo, onde Joe havia mordido. Sentindo o braço, deixou a arma cair no chão.
- Droga! - Exclamou. - Ele me mordeu! - Sem se dar conta da gravidade da situação, Washington agiu normalmente. O padre, entretanto, o fitava com olhos frios.
- Você... Foi mordido.
- É... Droga... Me ajude aqui padre...
O padre não deu sequer um passo.
- Peça a uma das garotas para trazer um pano... Alguma coisa... Droga, que dor! - Washington insistiu.
- Você está infectado.
A frase dita gelou os músculos do pobre Washington. Percebeu que o padre não iria ajudá-lo. Aos poucos, se afastou desolado, dando as costas para o velho. Por baixo da batina preta, o padre retira uma arma. O seu caminho de justiça e redenção: a Magnun .44 Cromada.
Verificou o tambor, restara duas balas. Era mais do que o suficiente. Apontou para a cabeça de Washington, que permanecia imóvel apertando a ferida.
- Sinto muito Washington, mas é assim que as coisas tem que ser.
Washington olhou de relance por cima do ombro esquerdo. Respirou profundo, já não tendo argumentos. Sem esperar qualquer palavra, o padre Brown apertou o gatilho. Foi rápido e seco. Washington caiu.
- É a vontade divina. - Concluiu o padre.

------

A Fuga Contra a Honra
II

Os guerreiros samurais atravessavam a cidade pelos becos escuros de uma rua a outra. Agora não estavam mais atacando todos os mortos, mas apenas fugindo, empunhando a espada somente quanto necessário. Já haviam se distanciado do centro da cidade. Mais alguns bairros, e estariam fora. Percorrendo alguns becos, encontraram um lugar para descansar. Um beco iluminado por um latão de lixo em chamas. Ao redor estavam alguns restos de comida, roupas e lençóis. Parecia um abrigo de mendigos.
Hitaki pousou a mão sobre a espada embanhada, aguardando o pior.
- Fique atento! - Orientou.
Richard mantia Brian junto de si. Alguma presença maligna estava naquele local. Mas não tinham certeza quanto a isto.
- Alguém? - Perguntou Richard.
Alguns passos ecoaram pelo beco. De um canto escuro, da escuridão, surgiu um homem. Um homem morto. Rapidamente Hitaki desembanhou a espada decepando a cabeça do zumbi. Antes que a cabeça caísse no chão, outros aparecem. De um canto ao outro, o beco estava cercado.
Richard encostou Brian em uma parede, ficando a frente do garoto, tentando protegê-lo. A lâmina decepou braços, pernas, cabeças. Os zumbis estavam no chão. Mas ainda não era o bastante.
- Estamos cercados!
- Richard! - Gritou Brian.
O garoto havia corrido para um outro canto.
- Brian! - Richard estava ocupado com os zumbis a sua volta, se baixasse a guarda seria facilmente pego. Outros três zumbis estavam indo em direção ao garoto. - Mestre! Brian... Não posso ajudá-lo!
- Estou cercado aqui!
Enquanto os samurais decepavam alguns zumbis, Brian se via encurralado pelos três mortos. De repente, uma tábua acerta a cabeça de um deles, fazendo-a explodir. Os outros dois se voltaram para o portador da tábua. Um jovem rapaz extremamente sério.
- Garoto! Por aqui!
Brian escorregou por um canto e passou para trás do rapaz, que golpeou os outros zumbis até eles caírem. Hitaki e Richard finalizaram os outros. Ao ver o estranho com Brian, empunharam suas espadas. Não sabiam se aquele era um inimigo.
- Podem guardar as espadas. Estou limpo. Não sou um deles.
Hitaki o observou por algum tempo.
- Quem é você? - Richard desconfiou. - Brian! Venha pra cá...
O garoto correu até Richard.
- Ele... Ele me salvou. - Disse Brian.
- Eu sou Maltez. Vocês pareciam estar em apuros. O garoto está a salvo agora.
Os samurais guardaram as espadas, o jovem parecia ser amigável.
- Para onde estão indo? - Perguntou Maltez.
- Estamos saindo da cidade. - Richard disse, inocentemente. Hitaki o repreendeu com um olhar. Não se deve dar informações a estranhos.
- Posso acompanhá-los?
- Estamos com pressa. - Disse Hitaki.
- Não serei um peso. - Disse Maltez, lançando um estranho olhar para Brian. - Garanto que minha companhia será útil.


-----
II

A bordos de uma viatura, armados até os dentes, estavam Dike Harrison e os mercenários. Prontos para a caça. Se dirigiam para a velha igreja da cidade para encontrar o padre. Pela janela, Archie metralhava a cabeça dos mortos que perambulavam pelas ruas.
- Isto está ficando divertido! Muito divertido! - Disse gargalhando.
- Doente! - Disse Pitt.


....Continua....

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