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[VERTIGO] Fábulas

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 1:58 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (Devir Livraria) - Edição especial

Autores: Bill Willingham (texto), Mark Buckingham (desenhos) e Steve Leialoha (arte-final).

Preço: R$ 38,50

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Maio de 2006

Sinopse: As Fábulas não-antropomórficas, isoladas em uma fazenda, começam a planejar uma revolução para retomar seu antigo reino e recuperar a liberdade.

Positivo/Negativo: Fábulas é uma das poucas séries bem-sucedidas do selo Vertigo, de Karen Berger, na sua fase pós-Sandman. Nos Estados Unidos, atinge na edição de junho seu número 50 - e ganha uma mini spin-off, Jack of Fables.

O sucesso, principalmente de seus encadernados, não é mero acaso. De fato, a idéia de situar protagonistas e coadjuvantes de contos de fada como exilados que convivem na realidade dos dias atuais não é totalmente original, mas a concepção do argumento é intrigante e foi bem armada - principalmente porque os personagens adotam uma postura contemporânea.

As Fábulas têm, por exemplo, uma corporação ou atuam em empregos convencionais e vestem roupas modernas, mas sem contradizer suas origens tradicionais.

Outra força de Fábulas é Buckingham, que tem se dado muito bem em HQs Vertigo que contam histórias densas com um clima leve e sutilmente divertido, como as séries da Morte, de Neil Gaiman.

O desenhista tem uma habilidade surpreendente de mesclar realidade com o mundo sobrenatural e mostrar que tudo faz parte do mesmo universo. E acaba sendo muito melhor para a série que o antecessor, Lan Medina.

Em A Revolução dos Bichos, todos esses elementos, já apresentados no primeiro álbum da série, estão lá. E, ao mesmo tempo, é mostrado outro lado obscuro do exílio: a fazenda, um ambiente encantado que é visto por parte de seus habitantes como uma prisão.

A impressão que fica, porém, é que nem tudo foi explicado ainda. Afinal, por que os humanos tentaram impedir os animais de reconquistar o que de fato lhes pertence?

Infelizmente, a Devir reduziu o tamanho em relação à edição anterior, que tinha formato americano, para 16,5 cm x 24 cm, supostamente econômico e alterando o padrão da coleção já no segundo volume. Mas a diferença de preço que deveria ser percebida passou batida: o primeiro álbum, de 2004, saía por R$ 39,00. O atual, com redução, sai por bastante similares R$ 38,50.

Apesar de inflação e de haver outras negociações à parte, é notável que o dólar, que é um bom parâmetro para o mercado editorial, pois dele dependem negociações de direitos e material para impressão, tenha caído de uma média de R$ 2,80 (em setembro de 2004 - e mais ainda, se considerarmos que os orçamentos foram realizados antes disso) para R$ 2,31 (em 14 de junho de 2006 - ou menos ainda, pelo mesmo motivo).

Trocando o economês por bugalhos: não dá pra entender por que o preço não caiu.

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[VERTIGO] Fábulas Empty Re: [VERTIGO] Fábulas

Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:06 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - LENDAS NO EXÍLIO (Devir) - Edição especial

Autores: Bill Willingham (texto) e Lan Medina (arte).

Preço: R$ 39,00

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Setembro de 2004

Sinopse: O mundo dos contos de fada já era. Depois que o misterioso Adversário colocou os protagonistas das fábulas pra correr, todos se abrigaram num bairro luxuoso de Nova York, onde tentam viver em perfeita harmonia com os humanos.

Os tempos, definitivamente, são outros. Branca de Neve se divorciou do Príncipe Encantado (o pegou na cama com sua irmã, Rosa Vermelha) e atualmente é diretora de operações da cidade das fábulas. O Lobo Mau agora tem uma aparência humana e responde pelo departamento de segurança. João (aquele do pé de feijão) tornou-se um vagabundo aproveitador. A Bela quer se separar do marido, porque ele está voltando a ter a aparência de uma Fera. E por aí afora.

A vida segue normalmente (se é que isso é possível), até que o misterioso desaparecimento de Rosa Vermelha choca toda a comunidade. Seu apartamento foi encontrado com sangue por todos os lados, o corpo desapareceu e na parede estava escrito "Não mais felizes para sempre". São vários os suspeitos, mas a solução deste mistério, investigado pelo Lobo Mau, reserva um desfecho inesperado.

Positivo/Negativo: Desde que o Universo HQ anunciou que Fábulas seria publicado no Brasil pela Devir, a expectativa era grande. Afinal, a série vinha credenciada como um dos sucessos do selo Vertigo, da DC Comics, nos Estados Unidos e com alguns prêmios no currículo. E o leitor não se decepciona. Pelo contrário.

Pra começar, a idéia de mudar completamente a personalidade de personagens que povoaram a infância de várias gerações em fábulas pueris é divertidíssima - Shrek que o diga! Mas não se trata apenas de desvirtuar obras consagradas. Bill Willingham brinca com conceitos que pareciam estar escondidos nas histórias e nunca foram abordados. Durante a leitura, é inevitável não pensar algo como "hmmm... sempre achei isso".

O que Willingham faz é transformar personagens "intocáveis" em humanos bastante falíveis. E o resultado é excelente.

A história desse primeiro e premiado arco, intitulado Lendas no Exílio (ganhador do Eisner Award de melhor história em capítulos de 2002), tem como foco principal o desaparecimento de Rosa Vermelha.

No entanto, durante o desenrolar da trama, o roteirista vai apresentando habilmente vários personagens e suas características atuais. Rosa Vermelha, por exemplo, além de ter sido o pivô da separação da irmã, mantinha um relacionamento com João e o Barba Azul ao mesmo tempo.

Dessa forma, o autor não apenas prende a atenção do leitor, como deixa claro que tem nas mãos um vasto material para produzir boas histórias.

Com personagens que, aparentemente, não se prestariam a isso, Willingham constrói uma ótima história de investigação, algo que Jeph Loeb não conseguiu na decepcionante saga Silêncio, na qual Batman não passa nem perto de merecer o título de "melhor detetive do mundo".

No final, tudo é desvendado como nos bons quadrinhos de décadas atrás. E com os mesmo recursos gráficos: durante a trama, tudo foi mostrado para o leitor e, quando o Lobo Mau revela os fatos, as cenas são recordadas numa coloração diferente, para caracterizar o passado.

Os desenhos de Lan Medina contribuem bastante para tornar Fábulas uma leitura agradável. Seu traço anatomicamente perfeito lembra feras como José Luis García-López e Neal Adams, e isso se encaixa perfeitamente com o estilo da história. Além disso, merecem destaque a diagramação de suas páginas e os cuidadosos requadros feitos em algumas cenas, num visual totalmente "contos de fadas".

O leitor mais atento notará uma mudança no desenho no capítulo três. Isso ocorreu devido à entrada do arte-finalista Craig Hamilton no lugar de Steve Leialoha, responsável pelos episódios 1, 2, 4 e 5. Sem dúvida, o traço de Medina combina mais com o segundo.

A edição da Devir está muito bem cuidada. Há apenas dois ínfimos problemas: no início do álbum, nos vidros dos escritórios dos personagens é possível ver o texto em espanhol (possivelmente da filial ibérica da editora) por baixo das letras em português; e na capa, a palavra "Fábulas" é um adesivo colado sobre a lateral do ônibus. Por isso, o acento não poderia estar sobre o braço da Branca de Neve.

Pra deixar a história ainda mais "amarrada", no final do livro há o interessante texto Um lobo na comunidade, de Bill Willingham, que junta as possíveis pontas que ficaram soltas na história e conta como o personagem adquiriu a forma humana.

Fábulas - Lendas no Exílio é, sem dúvida, um dos melhores lançamentos de 2004. Fica a torcida para que a Devir publique logo os novos arcos por aqui. Nos Estados Unidos, a revista está no número 29. Ou seja, literalmente, há muitas histórias para contar.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:13 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - O LIVRO DO AMOR (Devir Livraria) - Edição especial

Autores: Saco de Ossos - Bill Willingham (texto) e Bryan Talbot (arte);

Uma Operação Afiada - Bill Willingham (texto), Lan Medina (desenhos) e Craig Hamilton (arte-final);

O Livro do Amor - Bill Willingham (texto), Mark Buckingham (desenhos) e Steve Leialoha (arte-final);

As Noivas de Cevada - Bill Willingham (texto) e Linda Medley (arte).

Preço: R$ 43,00

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Outubro de 2006

Sinopse: Neste volume, há dois arcos e duas histórias solo de Fábulas.

Saco de Ossos - João trapaceia o diabo, ganha um saco mágico, captura a Morte e, de repente, ninguém mais morre.

Uma Operação Afiada - Um jornalista descobre que seres imortais estão vivendo em Nova York.

O Livro do Amor - Cachinhos dourados e Barba-Azul armam um plano para matar Branca de Neve e o Lobo.

As Noivas de Cevada - Lobo explica a Papa-Moscas por que é uma tradição roubar grãos de cevada.

Positivo/Negativo: O terceiro volume de Fábulas encerra com chave de ouro a fase em que a Devir tomou conta da publicação - que, daqui pra frente, fica por conta da Pixel, que comprou os direitos de publicação do selo Vertigo.

O mix de tamanhos e de artistas revela bem a estratégia de Willingham - um roteirista de altos e baixos que tem em Fábulas, seu projeto mais autoral, o melhor desempenho.

Em histórias curtas, ele aproveita para explorar fábulas quase desconhecidas dos leitores. Nas longas, se desenvolve a trama-mestre, em que os seres vivem em Nova York, atuam numa corporação e têm seus desafetos.

É uma fórmula comum em séries norte-americanas, que já foi usada por, entre outros, Neil Gaiman em Sandman. Enquanto os contos de 22 páginas servem para atrair novos leitores (ainda mais quando publicados separadamente), as histórias em partes usam seus ganchos para viciar o leitor.

E Fábulas vicia! Até porque a série continua com todos os seus méritos: é charmosa, divertida e prioriza o valor da leitura. É daqueles títulos muito bem elaborados, mas em que o trabalho fica todo com os criadores - e ao leitor cabe relaxar e curtir.

Comparando com outros títulos da Vertigo, não tem os malabarismos ideológicos de Os Invisíveis, de Grant Morrison, e não chega perto dos arroubos litero-mitológicos do Sandman de Neil Gaiman. E, por isso mesmo, tem potencial para conquistar novos leitores de arrastão, embora, verdade seja dita, o preço possa parecer um pouco proibitivo para aventuras de novatos.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:18 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - 1001 NOITES # 1 (Pixel Media) - Minissérie em três edições

Autores: Bill Willingham (texto), Charles Vess, Michael Wm. Kaluta e John Bolton (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Julho de 2007

Sinopse: Depois de derrotar as Fábulas européias, o Adversário tem planos de ameaçar rumar ao Oriente.

Branca de Neve procura o Sultão para alertá-lo, mas ela é uma mulher com decote e batom viajando sozinha. Ou seja: não chega nem perto de impor respeito.

Quando se dá conta, Neve está numa armadilha - e pode morrer antes da aurora.

Positivo/Negativo: Sandman tem muito a ver com Nirvana: ambos surgiram no fim dos anos 80, se tornaram ícones da cultura pop no começo dos 90, acabaram em seguida e, desde então, os fãs tateiam em busca de um sucessor.

Assim como os Strokes foram o "novo Nirvana" por um mês, Fábulas tem carregado a sina de ser o "novo Sandman" do selo Vertigo.

Bobagem, claro.

Para começo de conversa, Fábulas se calca em remakes de déjà vu. E isso nem chega a ser um problema, pois a idéia central da série é justamente requentar personagens de fábulas antigas, como Lobo Mau, Branca de Neve etc.

Não é nenhuma novidade, para falar a verdade. Livros infantis têm feito isso há bastante tempo (dia desses, na comunidade do Universo HQ no Orkut, um leitor lembrou de Monteiro Lobato). No cinema, não há como não lembrar de Shrek. Até mesmo Sandman usou contos de fadas como matéria-prima para suas histórias.

No entanto, às vezes, a própria DC parece gostar da idéia de ter nas mãos um novo Sandman para vender. É a impressão que especiais como 1001 Noites dá.

Originalmente, 1001 Nights of Snowfall é um álbum de luxo, com capa dura, em que Willingham escreve uma história que se fragmenta em várias - cada uma desenhada por um artista diferente. Lembra, não só por conta da palavra "Noite" do título, o especial Sandman - Noites Sem Fim (Conrad).

Vários dos artistas que fizeram 1001 Noites passaram por Sandman: Vess e Bolton, que estão no primeiro volume da edição brasileira, estão entre eles.

Com certeza, não é mera coincidência. Nem mesmo é uma saída lá muito esperta: Fábulas não agüenta o tranco da comparação com Sandman - simplesmente porque não se propõe a ser Sandman.

Por aqui, a Pixel decidiu dividir o especial em três partes. É uma alternativa com pé no chão, que combina um bom acabamento gráfico com um preço final atrativo.

A série tem arte fabulosa. O primeiro número traz três artistas de fôlego para trabalhar um enredo que arremessa as fábulas ocidentais na cultura do oriente - ou, para simplificar: Branca de Neve vira Sherazade.

A trama de abertura, um conto ilustrado, explica o fio condutor da minissérie: Neve assume de fato as vestes de contadora de histórias para o Sultão. Em seguida, já como uma HQ tradicional, ela conta sua primeira fábula, uma trama de política, sexo e vingança.

Eis o problema de colocar Fábulas lado a lado com Sandman: de longe, a série de Gaiman é mais envolvente. Mas isso não quer dizer que a série de Willingham não seja profundamente encantadora. Ela só perde na comparação. Sozinha, Fábulas é um trabalho respeitável, que merece os elogios que vem recebendo.

Ainda assim, é preciso fazer um punhado de ressalvas à edição brasileira. A tradução e a revisão somam erros demais, em especial na história de abertura. São detalhes, sim, mas são tantos que chega a incomodar. Faltam vírgulas, acumulam-se erros de digitação, concordância e paralelismo.

Há também rimas recorrentes de "Sultão" com várias palavras terminadas em "ão". E mais: os nomes dos autores estão errados nos dados de publicação. Sem falar que a história acaba na terceira capa.

No fim das contas, não sobra página da primeira parte de 1001 Noites sem erros. E ainda há outros espalhados pela revista.

Os erros contrastam com outra informação: a edição norte-americana de Fábulas - 1001 Noites acaba de ganhar uma série de prêmios Eisner. São eles: melhor antologia, melhor história curta (para uma HQ que consta do segundo número), melhor pintor / artista multimídia (para Jill Thompson, que estará na terceira edição, dividido com os demais trabalhos da artista no ano), melhor capista (para James Jean, da série regular, que ilustra o segundo número) e melhor letreiramento (Todd Klein, pelo trabalho original em inglês, prêmio dividido com outros trabalhos do ano).

Fábulas - 1001 Noites pode dispensar capa dura e grandes acabamentos gráficos em troca de um preço mais baixo. Mas cuidar do texto não é luxo: é o mínimo que autores, leitores e os quadrinhos merecem.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:19 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - 1001 NOITES # 2 (Pixel Media) - Minissérie em três edições

Autores: Bill Willingham (texto), Mark Buckingham, James Jean, Mark Wheatley, Derek Kirk Kim e Tara McPherson (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Julho de 2007

Sinopse: Branca de Neve está sob domínio do Sultão Shahryar, que há três anos deflora - e mata - uma nova esposa virgem por noite. Mas a embaixadora das Fábulas encontrou uma forma de escapar: como Sherazade, conta histórias para adiar a chegada do destino.

Nesta edição, estão quatro histórias e meia (a última, Diáspora, continua na próxima edição)

Positivo/Negativo: Um dos pontos fortes de Fábulas é o tom da narrativa de Bill Willingham. Ele escreve com a crueza que o gênero, sempre carregado de altas doses de moralismo, exige.

Mesmo na série regular (que teve três volumes lançados pela Devir), em que os personagens estavam em Nova York, Willingham manteve o ar de contos de fada.

A diferença é que, em 1001 Noites, Willingham abre mão do ambiente urbano. No especial (que virou minissérie no Brasil), Neve conta histórias sobre as origens dos personagens, revelando fatos de antes de se tornarem exilados em Nova York.

Os contos mostram momentos relacionados à gênese dos personagens. E Willingham se revela um extraordinário criador de fábulas.

Cada uma das histórias é desenhada por um artista diferente. Nesta edição há duas peculiaridades. A primeira é Mark Buckingham (Morte, X-Men), cujo traço está irreconhecível em uma belíssima HQ aquarelada e protagonizada por animais.

James Jean, celebrado capista da série regular de Fábulas, ilustra outra das histórias, Um Olhar de Sapo (recentemente premiada com o Eisner de melhor história curta de 2006). Contudo, sua opção por tons de cinza não chega a ser encantadora.

Quem acaba chamando atenção é a artista Tara McPherson, uma artista de Nova York com passagem pelo selo Vertigo, mas cujo trabalho também pode ser visto em revistas, anúncios de marcas famosas, pôsteres de bandas e antologias de ilustração contemporânea (como a cultuada Illustration Now!, da Taschen). Seu trabalho em Diáspora é charmoso, engraçado e tem um estilo único e surpreendente.

Pena que uma minissérie dessas, com tantos artistas bacanas, não traga informações sobre os criadores. Pequenas biografias são mais do que um serviço bacana para o leitor. Elas dão aval à própria publicação, diferenciando-a do feijão com arroz do dia-a-dia.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:20 pm

Fonte UHQ:
Título: FÁBULAS - 1001 NOITES # 3 (Pixel Media) - Minissérie em três edições

Autores: Bill Willingham (texto), Charles Vess, Esao Andrews, Tara McPherson, Brian Bolland e Jill Thompson (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Agosto de 2007

Sinopse: Depois de mais quatro histórias, Branca de Neve, ainda sob domínio do Sultão Shahryar, tem que se livrar de sua prisão.

Positivo/Negativo: Diz a lenda que as fábulas teriam surgido na Grécia, há mais de 2500 anos. Teriam sido criadas por Esopo, que hoje, ironicamente, é considerado pelos estudiosos um personagem imaginário.

As histórias morais gregas tinham, entre si, alguns pontos em comum: eram protagonizadas por animais, carregavam lições de moral e acabavam com um desfecho bombástico, a tal chave de ouro.

A seu modo, Fábulas - 1001 Noites acaba com chave de ouro. Depois de três edições, o inspirado roteirista Bill Willingham concluiu uma obra impressionante, auxiliado por artistas de mancheia. Alguns são até mesmo raros de se encontrar nas HQs hoje: Tara McPherson, Charles Vess e, especialmente, Brian Bolland, para ficar só nos exemplos desta edição.

Originalmente um especial em capa dura, transformado agora em minissérie em três partes pela Pixel, Fábulas - 1001 Noites não é só uma coletânea de bons contos em HQ, como indica o prêmio Eisner, que deu ao álbum prêmios como o de melhor antologia e o de melhor pintor / artista multimídia (para Jill Thompson, pela longa história deste volume). É também um complemento essencial e substancial para a série regular, capaz de fascinar leitores dos tempos da Devir, mas também os recém-chegados.

Já o trabalho da Pixel, que começou com o pé esquerdo, se não acaba com chave de ouro, melhora significativamente. Os erros de português e digitação que incomodaram no começo praticamente sumiram (faltou o crédito de Charles Vess na capa). E, no fim das contas, até os mais que bem-vindos resumos biográficos dos autores foram incluídos na obra, junto com um texto bacana sobre Willingham.

É esse o tratamento que um trabalho como Fábulas merece - nem mais, mas certamente nem menos.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:22 pm

Fonte UHQ:
FÁBULAS - A MARCHA DOS SOLDADOS DE MADEIRA
Por Rodrigo Galhano


Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Bill Willingham (roteiro) e Mark Buckingham, Steve Leialoha, Craig Hamilton, P. Craig Russel e Daniel Vozzo (arte) - Originalmente em Fables # 19 a # 21, # 23 a # 27 e Fables - The Last Castle.

Preço: R$ 32,90

Número de páginas: 240

Data de lançamento: Janeiro de 2010




Sinopse

O Último Castelo - A última luta entre as fábulas e o exército do Adversário nas terras natais, antes de elas precisarem fugir para o nosso mundo.

A Marcha dos soldados de madeira - Enfim, a batalha entre os agentes do Adversário e as fábulas, desta vez, em nosso mundo, em Nova York.

Positivo/Negativo

Pra começar, vale uma explicação: o arco O Último Castelo foi publicado na terceira edição da finada Pixel Magazine, em 2007. Já as quatro primeiras partes de A marcha dos soldados de madeira saíram na também extinta Fábulas Pixel, e estava sem conclusão até agora.

A Panini, além de continuar a história de onde a Pixel parou, trouxe esperança para os leitores - não só de Fábulas, mas de toda a linha Vertigo, já que está lançando vários materiais do selo.

As duas histórias que compõem o álbum são ótimas. O roteiro de Bill Willingham é coeso e prende a atenção do início ao fim, deixando o leitor com aquele saudável desejo de conferir logo o próximo capítulo.

É elogiável a forma como o autor conseguiu reutilizar personagens clássicos, como Chapeuzinho Vermelho, Lobo Mau, Príncipe Encantado, Branca de Neve, Bela, Fera e tantos outros, respeitando suas origens e, ao mesmo tempo, os reinventando.

Todos fazem parte de um mundo coeso e interligado, passando longe das bagunças típicas dos crossovers de super-heróis.

No que diz respeito à arte, o time de desenhistas, ilustradores e arte-finalistas desta edição é de primeiro nível. Cada página é uma pequena obra de arte e merece olhares mais atentos. E isso foi ressaltado pela qualidade gráfica do álbum.

Para ajudar o leitor que por acaso comece a ler a série por A marcha dos soldados de madeira, a Panini inseriu valiosos resumos das tramas ocorridas até então, publicadas pela Devir, em formato álbum, e também pela Pixel.

Vale também frisar que no hotsite que a Panini criou para Fábulas há muita informação interessante, principalmente para os leitores novatos na série.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:24 pm

Fonte UHQ:
FÁBULAS - OS VENTOS DA MUDANÇA
Por Lielson Zeni


Editora: (Panini Comics) - Edição especial

Autores: Cinderela libertina - Bill Willingham (roteiro), Tony Akins (desenhos), Jimmy Palmiotti (arte-final) e Daniel Vozzo (cores);

Histórias de guerra - Bill Willingham (roteiro), Tony Akins (desenhos), Jimmy Palmiotti (arte-final) e Daniel Vozzo (cores);

Os ventos da mudança - Bill Willingham (roteiro), Mark Buckingham (desenhos), Steve Leialoha (arte-final) e Daniel Vozzo (cores) - HQs originalmente publicadas em Fables - Volume 5 - The mean seasons.

Preço: R$ 24,90

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Junho de 2010




Sinopse

Cinderela libertina - Alguém pretende trair a cidade das fábulas.

Histórias de guerra - Uma aventura de guerra de Bigby Lobo.

Os ventos da mudança - Um personagem volta ao mundo das fábulas, outros deixam a cidade, Branca de Neve dá à luz, o resultado das eleições. As coisas estão mudando.

Positivo/Negativo

Fábulas é uma série que coleciona prêmios Eisner. A capa da edição indica o impressionante número de 25 conquistas. Também se comenta entre alguns leitores e a crítica que esta série seria a sucessora de Sandman.

Não é pra tanto. Fábulas é menos que isso. O que não quer dizer que seja uma série ruim ou média, pelo contrário, é muito boa. Mas que nenhum leitor tente encontrar nela um substituto para a obra de Neil Gaiman.

A longevidade da série (aliada à sua grande qualidade, claro) justifica a quantidade de prêmios. Mas é fundamental que o leitor abaixe um pouco suas expectativas, pois pode perder um dos melhores trabalhos publicados mensalmente nos Estados Unidos.

A série é lançada mês a mês lá e, como é comum naquele mercado, posteriormente encadernada. A Panini teve a sensata opção de publicar no Brasil somente os encadernados. A editora traz o resumo do arco anterior, as belas capas originais de James Jean (responsáveis por boa parte dos prêmios recebidos) e uma apresentação dos principais personagens pra situar o leitor.

Ao ler Fábulas em blocos, o leitor do encadernado perde a emoção de alguns ganchos espertamente criados pelo roteirista Bill Willingham, mas ganha uma visão do todo e percebe quanto o escritor tem noção de para onde quer que a série vá.

Neste quinto volume, o leitor conhece um pouco mais sobre Bigby Lobo e seus métodos de trabalho. As últimas quatro histórias reformulam bastante coisa na cidade das fábulas, largando ganchos aos montes para os passos futuros.

E Willingham tem boas sacadas para essa caminhada. E elas aparecem o tempo todo na trama. Que o leitor confira nesta edição o parto da Branca de Neve e os seus desdobramentos, como exemplo.

O roteirista mergulha na tradição dos contos de fadas, uma fonte praticamente inesgotável de temas, ideias e relações para a criação de histórias. Willingham sabe como narrar usando esse material.

Assim como a dupla de arte habitual da série, Mark Buckingham e Steve Leialoha, sabe apresentar as sutilezas necessárias e as expressões faciais e corporais dos personagens, sem descaracterizar os mitos.

Os artistas "convidados" que desenham as três primeiras histórias, Tony Akins e Jimmy Palmiotti, têm outro estilo, um pouco mais clássico, mas não ficam a dever na hora de pôr os personagens em ação.

Esses traços dão vida com competência à fábrica de ideias de Willingham, que parece tender ao infinito. Nos Estados Unidos, a série já alcançou 99 edições (e continua a ser publicada) e teve outros 50 números da revista derivada Jack of fables, com as aventuras solo de João das Lorotas, sem contar as edições especiais.

É essa imensidão que o leitor encontra em Fábulas. A comparação com outras obras é injusta para ambos os lados. Que o leitor chegue a esta série sem procurar nada além dela mesma. Porque é exatamente isso que encontra.

Fábulas é imperdível.

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Última edição por Kid Krypton em Qui Jul 28, 2011 2:25 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:25 pm

Fonte UHQ:
FÁBULAS - TERRAS NATAIS
Por Lielson Zeni


Editora: (Panini Comics) - Edição especial

Autores: João, seja ágil - Bill Willingham (roteiro) e David Hahn (arte);

Interlúdio: enquanto isso - Bill Willingham (roteiro), Lan Medina (desenhos) e Dan Green (arte-final);

Terras natais - Bill Willingham (roteiro), Mark Buckingham (desenhos) e Steve Leialoha (arte-final) - Histórias originalmente publicadas em Fables - Volume 6 - Homelands.

Preço: R$ 24,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Outubro de 2010




Sinopse

João, seja ágil - João das Lorotas chega a Hollywood e vai tentar enriquecer por lá.

Interlúdio: enquanto isso - Mogli, o menino lobo, está na Cidade das Fábulas. Esta história se passa no meio do arco Terras natais.

Terras natais - Azul foi até as Terras Natais para matar o adversário. Mas a revelação da identidade da maior ameaça às fábulas vai surpreendê-lo.

Positivo/Negativo

Mantendo a promessa de não deixar os leitores na mão e publicar seguidamente os títulos Vertigo, a Panini põe no mercado mais um volume de Fábulas.

Se a editora teve problemas para continuar outras séries anteriormente, como Os maiores clássicos do Thor, Biblioteca Histórica Quarteto Fantástico, o mangá Seton, entre outras, com a linha adulta da DC as coisas vão bem - exceção feita a Os perdedores, material que parece ter sido descontinuado.

A Panini faz um trabalho muito bom ao situar o leitor logo nas primeiras páginas, com um descritivo dos principais personagens e um resumo dos volumes anteriores. E a edição traz no miolo as belas capas desenhadas por James Jean para a série mensal.

O álbum começa com duas histórias do João das Lorotas e suas picaretagens. Nelas, o leitor entende como o personagem ganhou uma revista própria que durou 50 edições e apenas porque o escritor Bill Willingham quis encerrar a série antes que ela perdesse qualidade.

A quantidade de boas ideias de Willingham garante a diversão do leitor tanto nas histórias de João das Lorotas quanto no interlúdio, que dá uma pausa no principal arco deste encadernado, Terras natais. Nas cinco tramas que compõem este arco, o leitor acompanha muitas batalhas e revelações, dentre elas, a identidade do Adversário, o grande vilão da série.

Quem garante a ação é Azul, que, armado de artefatos mágicos que fariam jogadores de RPG babar, atravessa mundos e enfrenta os mais diversos inimigos para tentar matar o Adversário.

Além de muita movimentação nas partes iniciais - muito bem apresentada pelo traço de Mark Buckingham -, há várias revelações e alterações nos procedimentos éticos de alguns personagens.

E a discussão que Willingham traz em paralelo à aventura, que narra a alteração de personalidade gerada pelo poder, é interessantíssima e vale bons momentos de reflexão para o leitor.

Quando Terras Natais termina, o leitor, ansioso, quer saber o que os vários ganchos soltos por esta edição vão puxar. Por isso, que venha logo o sétimo volume.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:26 pm

Fonte UHQ:
FÁBULAS - NOITES (E DIAS) DA ARÁBIA
Por Lielson Zeni


Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores Noites (e dias) da Arábia - Bill Willingham (roteiro), Mark Buckingham (desenhos), Steve Leialoha e Andrew Pepoy (arte-final);

A balada de Rodney e June - Bill Willingham (roteiro), Jim Fern (desenhos), Jimmy Palmiotti (arte-final) - Histórias originalmente publicadas em Fables - Volume7 - Arabian nights (and days).

Preço: R$ 17,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Janeiro de 2011




Sinopse

Noites (e dias) das Arábias - Os emissários das Terras Árabes chegam a Nova York para negociar com os habitantes das Cidades das Fábulas.

A balada de Rodney e June - Podem um homem e uma mulher de madeira se apaixonar? Conheça os nós dessa história de amor.

Positivo/Negativo

A série Fábulas vai de vento em popa, com céu azul e mar calmo. O capitão desta publicação poderia ser, imagine, o grande marujo Simbad, que tem um papel muito importante na trama deste encadernado.

A navegação é favorável porque o financiador dessa excursão pelas fábulas é o competentíssimo roteirista Bill Willingham. Em nenhuma outra empreitada ele se saiu tão bem quanto em Fábulas.

A quantidade de ideias, reviravoltas e tramas paralelas em andamento não permitem ao leitor a passividade: quando se dá conta, já embarcou nessa viagem.

A estrutura Panini desse navio é boa: contém uma página dupla para situar o leitor sobre quem é quem na série, traz todas as exaustivamente premiadas capas criadas por James Jean e, melhor de tudo, tem sido regular.

A editora tem publicado continuamente a série, em bom papel e com uma impressão de qualidade. O barco continua no rumo.

Mas esse passeio pelo mar das histórias revela as duas belas paisagens nessa sétima parte de sua rota. O lápis de Mark Buckingham não decepciona e entrega boas cenas. O mesmo vale para a arte de Jim Fern. Ambos os marujos cumprem suas tarefas com esmero.

Interessante é pensar em comparar a ficção com a realidade histórica. Negociações entre Oriente e Ocidente, sendo que os orientais têm uma poderosa arma de destruição massiva e muito dinheiro.

Há algum agito no mar para aqueles viajantes que quiserem cobrar de Willingham uma visão não estereotipada das fábulas árabes, que projetam uma cultura apresentada, em muitos aspectos, como se fosse um erro de comportamento.

Mas para o leitor menos preocupado com o mundo e mais interessado em singrar esse mar de histórias, há uma surpresa, uma reviravolta.

De repente, ele não se descobre navegando, mas voando em um tapete mágico, indo cada vez mais alto na arte da narração.

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Mensagem por Kid Krypton Qui Jul 28, 2011 2:27 pm

Fonte UHQ:
FÁBULAS - LOBOS
Por Liber Paz


Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Bill Willingham (roteiro), Mark Buckingham e Shawn McManus (arte), Steve Leialoha e Andrew Pepoy(arte-final), Daniel Vozzo e Lee Loughride (cores) - Histórias originalmente publicadas nos Estados Unidos, nas edições # 48 a # 51 da série Fables, de junho a setembro de 2006.

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 160

Data de lançamento Junho de 2011




Sinopse

Lobos - É apresentada a conclusão da busca de Mogli por Bigby Lobo.

Felizes para sempre - Bigby Lobo é enviado em uma missão solo para um confronto direto com o próprio Adversário. Se tiver sucesso, sua recompensa será um final feliz para si mesmo e sua família.

Grandes e pequenos - Cinderela enfrenta as agruras de uma missão de negociação política, na qual uma simples dor de ouvido pode impedir a assinatura de um documento muito importante para a relação entre a Cidade das Fábulas e o Reino das Nuvens.

Positivo/Negativo

Fábulas é uma série em que o conflito principal é a vida desses personagens de contos de fada em nosso mundo, após terem fugido do terrível Adversário, que conquistou suas Terras Natais.

Ao longo das histórias apresentadas até aqui, vários personagens se revezaram como protagonistas. Se nos primeiros episódios Branca de Neve e Bigby Lobo pareciam ser os astros principais, aos poucos João do Pé de Feijão, Cinderela, Azul, Príncipe Encantado e a Bela e a Fera começaram a ter papéis de destaque cada vez maior.

No começo, as dificuldades em se manter escondidos dos olhos dos seres humanos normais e as relações das fábulas entre si davam o tom da trama. Depois, a figura do Adversário começou a ganhar mais e mais espaço, tornando-se praticamente o tema principal da série.

Fábulas, então, caracterizou-se como a história de um povo isolado de sua terra natal por uma força invasora e da transformação da atitude política de seus habitantes diante dessa situação.

Após terem uma "ninhada", Bigby Lobo e Branca de Neve afastaram-se da Cidade das Fábulas. O primeiro simplesmente desapareceu no mundo, enquanto a moça dedicou-se a cuidar de seus filhotes, isolada na Fazenda, o local onde vivem as fábulas que não conseguem se disfarçar como seres humanos.

Nesta oitava coletânea da série lançada no Brasil, o leitor acompanha o desenlace da situação entre Bigby e Branca de Neve.

Após o ataque dos Soldados de Madeira e a posse do Príncipe Encantado como prefeito, a Cidade das Fábulas passou a ter uma postura mais agressiva em relação ao Adversário. Teve início uma série de contatos políticos com outros reinos encantados, estabelecimento de alianças e planejamento de ações de retaliação.

A série pode funcionar apenas como mero entretenimento, mas a teia de relações construída por Bill Willingham merece uma análise mais cuidadosa.

Não se trata apenas de mero escapismo. Além das peripécias e aventuras dos personagens, os roteiros apresentam postura e inclinações políticas muito bem definidas.

Ao se defrontar com o Adversário, Bigby Lobo cita o exemplo de Israel, "um país minúsculo cercado por países muito maiores que ele e que se dedicam à sua definitiva e completa destruição". Para proteger seus interesses, o governo israelense emprega práticas que envolvem inclusive violência militar. "Sou o maior fã dos caras" diz o ex-xerife.

A partir de agora, a Cidade das Fábulas passa a adotar a política de duras represálias de Israel. Isso implica que qualquer agressão por parte das forças do Adversário será revidada de maneira muito mais brutal.

Vale destacar ainda a ameaça proferida por Bigby para o Adversário: "Você tem um império enorme pra proteger. Resguarde os dez milhões de alvos mais prováveis e ainda haverá cem milhões de alvos prontinhos e desprotegidos que podemos atingir". Esse discurso mostra que a Cidade das Fábulas considera o terrorismo como tática de guerra.

Assim, Fábulas assume uma posição política muito clara e não isenta de incoerências. Tal posição já era corroborada em histórias anteriores.

Em Terras Natais, a incursão de Azul contra as forças do Adversário é espetacular e empolgante, mas, ao mesmo tempo, representa a invasão e agressão a outro território. Apesar de diversos contextos narrativos justificarem a ação, ainda assim, trata-se de uma invasão pela qual Willingham constrói habilmente no leitor uma simpatia compulsória.

Já em Noites (e dias) da Arábia há uma delegação de cultura diferente, liderada por Simbad, com a proposta de estabelecer relações diplomáticas com a Cidade das Fábulas.

Ao descobrir que as fábulas árabes trazem consigo uma "arma de destruição em massa" (o D'Jinn), a reação de Príncipe Encantado e seus amigos é rápida: todos são presos em calabouços e a ameaça é neutralizada. Simbad, mesmo demonstrando ter boa índole, é tratado a ferros por seus "anfitriões", em caráter "preventivo".

Ao fim, tudo termina bem e é selada a aliança entre as fábulas árabes e nova-iorquinas, desde que as primeiras abram mão da escravidão.

Novamente, a escravidão é vista pela ótica ocidental, que prevalece e procura corrigir os "erros" das outras civilizações sem se preocupar com aspectos ou contextos culturais ou sociais. Ou seja, sigam nossos costumes, que são melhores que os seus, e sejam bem-vindos.

Por falar em costumes, é interessante destacar o casamento de Bigby Lobo com Branca de Neve, que nesta edição. O matrimônio é um ritual ligado à religião e à cultura. Portanto, é curioso ver que essas fábulas, seres tão extraordinários, que vieram de um mundo tão diferente, celebrem sua união exatamente do mesmo modo dos humanos. Há um juiz de paz, convidados, evocação literal das bênçãos de Deus e a lua de mel.

De fato, talvez as fábulas sejam muito mais "mundanas" do que parecem.

O casamento foi publicado na comemorativa edição americana de número 50, que teve mais páginas e uma atenção especial de Willingham. A história é dedicada à esposa do escritor e possui como extra o roteiro original apresentado na íntegra.

Fábulas - Lobos apresenta um roteiro bem escrito, situações interessantes, conclusões para antigas tramas e pontas para novas histórias. A arte é competente e o material mantém o nível da série, embora as "molduras" ilustradas de Buckingham façam muita falta.

Entretanto, é interessante não considerar o álbum como mero entretenimento e observar a trabalhada relação de personagens e política que permeia todo o trabalho, ao longo de todas as edições.

É válido, honesto e instigante que a série traga claramente em si certas opiniões e posturas políticas. Para o leitor, talvez seja interessante contrapor a opinião de Bigby Lobo a respeito de Israel e a "diplomacia" da Cidade das Fábulas com o texto de outras obras, como Notas sobre Gaza, de Joe Sacco.

Afinal, entretenimento não precisa necessariamente ser dissociado de senso crítico e reflexão
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