Quando estava escrevendo fiquei pensando: “Conto ou não
conto spoilers do filme?” depois eu pensei: “Pô, esse filme é velho pra
caramba, acho que não vai ter problema.” Quem for contra saber sobre detalhes
do filme, o melhor é parar por aqui.

Ass. Mr. Black


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Trash, Tosco, Divertido... Um Clássico!


Em 1962, Tóquio no Japão foi o campo da maior batalha de
pesos pesados da história do cinema em um verdadeiro clássico dos crossovers.
King Kong contra Godzilla foi o primeiro filme em cores destes dois monstros
sagrados do cinema e, é claro, foi sucesso tanto no Japão quanto nos Estados
Unidos.


A produção
– Tudo começou quando Willis O'Brien, um dos responsáveis pelos efeitos visuais
do clássico filme de King Kong de 1933 tentou, em vão, viabilizar o projeto
“King Kong contra Frankenstein” em 1950. Como não conseguiu que nenhum estúdio
americano se interessasse pelo crossover ele partiu para o Japão onde apresentou
a idéia ao estúdio Toho. Willis apresentou vários projetos para “King Kong
contra Frankenstein”, no entanto nenhum de seus croquis foi aceito. Willis
esperava fazer um filme usado a técnica Stop-Motion, semelhante a usada em
1933, mas a Toho estava mais interessada na época em consolidar um outro monstro
recém saído do forno, tratava-se de Godzilla. Antes do crosssover, o lagartão ganhou
dois filmes, Godzilla o rei dos monstros de 1954 e Godzilla contra Ataca de
1955.

Os anos se passaram e o projeto de Willis O’Brien foi
engavetado até que Eiji Tsuburaya e Inoshiro Honda retomaram as idéias de
Willis trocando apenas o personagem Frankenstein por Godzilla. Lançado em 1962,
o filme foi um tremendo sucesso, mas em uma grande crocodilagem a Toho não
pagou nada a Willis O’Brian pelas idéias e ele morreu alguns anos depois sem
receber nenhum tostão. Portanto aprendam amiguinhos, registre qualquer idéia
sua antes de apresentar, a vítima pode ser você.

O filme foi preparado para agradar os dois públicos, para os
Estados Unidos o filme foi editado dando mais ênfase aos jornalistas americanos
e retirando várias cenas cômicas que faziam parte da versão para os Japoneses.
Também existem dois finais, onde a cena é a mesma, no entanto o que muda é a
trilha sonora com o urro do vencedor. Isso é sugestivo, pois não vi o final em
Japonês, mas se a informação for correta o final seria como se o Godzilla
soltasse o seu berro tradicional e o King Kong fugisse para o oceano nadando de
braçada.

No melhor estilo “Mugen” o poder dos dois monstros foram, de
certa forma, nivelados. Afinal, King Kong tem 15 metros enquanto
Godzilla tem 45 e ainda um canhão nuclear na boca, não me parece uma disputa
muito justa. Exatamente por isso King Kong teve o seu tamanho ampliado e
adquiriu a capacidade de acumular eletricidade e Godzilla no filme passou a ter
aversão a choques elétricos.


O filme - E vamos ao que interessa que é a porrada!

Do lado negro, o vilão, o mau, o lagartão mais f.d.p
do cinema. Aquele que tradicionalmente você ama odiar. O traíra que em todos os
filmes que você o liberta ou pensa que ele vai te ajudar, o desgraçado abre a
boca e ferra com todo mundo! O Big G. O terrível GODZILLA!



Do lado branco, o gorilão amante de todas as mulheres,
aquele que representa o verdadeiro espírito americano de morar no campo, ser
levado para a guerra contra a vontade, mas como verdadeiro soldado igual ao
Gladiador ir e cumprir o seu dever. O grande e único, KING “PÉ DE CANA” KONG!



O resumo da ópera é a segunte: enquanto o
godzilla saia de um bloco de gelo sendo que ninguém sabe como foi parar lá
(talvez por causa do aquecimento global e as quedas de luz da Light que não
deixa o ar condicionado do lagartão funcionar) e de lá ele vai para Tóquio
fazer o que mais gosta quando acorda de mal-humor que é detonar tudo o que tem
na reta, uma empresa japonesa se interessa por umas frutas que só dão na ilha
do King-Kong e é claro vão para lá. Chegando lá os japoneses encontram-se com
esses outros japoneses aí, ó:



Sim, os japoneses da ilha do King-Kong são mais pretos
que os japoneses dos outros! Deve ser por causa dos raios, afinal, na ilha,
o King-Kong era também o Thor já que comia raios e depois ia tomar uma cachaça
oferecida pelos nativos. E, sabem como é, uma cachacinha, um pagode... Logo,
logo o gorilão fica bêbado caia no sono. Por causa da manguaça ele foi levado
pelos japoneses para Tóquio como mascote da empresa das frutinhas. Mas,
logicamente, ele não iria acordar feliz sabendo que a grande atração em Tóquio
no momento era Godzilla detonando tudo e, numa crise de estrelismo, o gorilão
foi logo peitar o rei dos monstros japoneses.







E o King-Kong caiu fora! Pagou pau! Se mandou! Para a
tristeza dos japoneses e americanos que torciam para que o Lagartão Nuclear
fosse varrido da face da Terra em um confronto contra o Gorila do Trovão.




Ah é, mas se lembram do lance do Mugen, não é? Para evitar
que Godzilla chegasse a Tóquio foi armada uma barreira de alta tensão desviando
o monstro para o Monte Fuji. Só que a mesma barreira que repeliu Godzilla
atraiu o King-Kong, deus do trovão, para dentro da cidade de Tóquio.



Obviamente, é claro que ele iria pegar uma mulher, ele não é
otário. Além do mais, King-Kong que não sobe em algum lugar e pega mulher não é
King-Kong, não é mesmo?




E agora, como resgatar a mulher? A turma da empresa de
farmácia sabe. Se cachaça e pagode faz o King-Kong cair de bêbado imagina então
pó e samba!




E agora, o que fazer com o King-Kong? Que aliás, como podem
perceber, em momento nenhum quis se meter na roubada de brigar com o
Godzilla... Daí o exército teve a brilhante idéia: “Vamos colocar o King-Kong
para lutar contra o Godzilla no Monte Fuji e tomara que se matem”. Coitado do
King-Kong, olha a situação do infeliz:




Daí não teve jeito, eles soltaram o King-Kong bem em cima do
Godzilla, olha só no que deu:






Daí não tem jeito, a solução é porrada!



Rabo de arraia!



Pedrada.



Coitado do King-Kong. Dragão que cospe fogo é covardia.
Tomou o maior vareio...





Pois é, é mais fácil cair uma tempestade do que o King-Kong
ganhar do Godzilla... Mas não é que começou a chover mesmo?



E a porrada voltou a comer. Os dois monstros mudaram a
geografia do Japão com direito a maremoto e até a ilha do arquipélago japonês
partindo ao meio.






E no fim do filme, emerge do mar o herói em seu retorno
triunfal para casa.



Quem ganhou? No filme parece que foi o King-Kong, mas o que
se sabe é que ele nunca mais saiu da ilha. Por que será?

Seja como for, o filme é muito divertido. Quem gosta de
crossover e de coisas bem, mas bem trash é um clássico imperdível. Só de olhar
para o King-Kong com aquela cara de boneco retardado e, as vezes, reparar a
cara do infeliz dentro da boca do Godzilla usando a fantasia não tem como não
se divertir com a deliciosa arte mentirosa do cinema. E os efeitos especiais de
1962 são um barato. E se alguém acha que hoje em dia seria possível fazer um
filme King-Kong VS. Godzilla melhor do que aquele eu discordo, até porque um
dos grandes baratos deste filme é o simples fato de você saber que tudo o que
tem ali, com os recursos tecnológicos de hoje em dia, qualquer leitor com uma
câmera rodaria o filme em casa.



King-Kong VS. Godzilla, esse clássico dos filmes trash eu
agarantiu!