A Canção dos Condenados - Abutres
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A Canção dos Condenados - Abutres
A Canção dos Condenados se trata de uma série formada por histórias fechadas em One-Shot's, baseados em músicas. Essa que estou postando, Fúria Interior, saiu a partir do clipe da múscia "From the Inside", do Linkin Park. Não tem muito a ver com o clipe, se forem assistí-lo, muito menos com a letra, mas a idéia surgiu do clipe mesmo.
Enfim, A Canção dos Condenados é uma fic sobre uma criatura sombria disposta a livrar o mundo das pessoas mais malvadas que ver pela frente. Não vai ser revelado muita coisa agora, e sim conforme eu for escrevendo mais fics dessa série, e se Fúria Interior for de agrado, eu continuo escrevendo assim que puder.
Boa leitura.
Fúria Interior
Parque dos Unidos, em meados de 1850.
Parque dos Unidos é uma pequena cidade onde vivem pessoas pacíficas. Poucas pessoas aqui se odeiam, todas as crianças se divertem da melhor forma, mulheres vão fazer compras nas feiras, homens se encontram com os amigos nos bares enquanto outros trabalham.
Próximo ao início da cidade, em uma pequena praça, há várias pessoas sentadas nos bancos, em baixo das sombras das árvores. Alguns idosos conversando, solitários lendo o jornal, e um ou dois casais namorando.
— E então, Bob, o que você quer me dizer? — Diz uma garota de cabelos castanhos, sentada em um banco junto de um rapaz, de cabelos loiros. Ele está um tanto tímido, o que a deixa tímida também, já sabendo o que está por vir.
— B-em, Bia... Eu... Tem algo que quero de falar a muito tempo...
— E o que é...?
— N-não é bem fácil de dizer, hehe...
— Mas tenta... Senão eu não saberei o que é, hehehe...
— Bom, acontece que... Estou perdidamente apaixonado por você. E faria qualquer coisa por você. — O rosto de Bob, tanto quanto o de Bia, se avermelha totalmente. E então ele põe a mão no bolso da jaqueta e tira um anel de brilhantes e oferece para Bia. — Gostaria de ser minha namorada?
— Oh, Bob... — Ela pega o anel e o põe no dedo anelar, admirando-o. Então ela olha para Bob e os dois lentamente se aproximam para se beijar, quando ouvem um grito:
— SOLDADOOOS!!! — É um garoto que vem correndo pela rua que dá acesso à saída da cidade, desesperado, chamando a atenção de todos. — TEM SOLDADOS VINDO!!!
Ninguém entende o que o garoto quer dizer e então eles vêem dobrando a esquina, entrando na cidade, um tanque de guerra, girando o canhão para sortear um alvo, e aponta para a praça.
Não há tempo de agir: o chão sob os pés de Bob e Bia explode e os dois são lançados pro alto, sem chance de sobreviver. As pessoas se apavoram e com mais duas explosões na praça não sobra mais ninguém vivo ali.
Todas as pessoas correm pra suas casas e mais dois tanques surgem, seguidos de dez jipes lotados de soldados do exército, que desembarcam e começam a matar todos que vêem pela frente: homens, mulheres, idosos, crianças, todos. Sem piedade, sem compaixão. E quanto às pessoas que se refugiam em suas casas, não tiveram um destino melhor: os tanques começam a destruir os lares, um a um.
A região que cerca o início do Parque dos Unidos, em questão de minutos, torna-se deserta. Não há nada em pé, e os soldados se juntam para seguir adiante e continuar o massacre, quando eles começam a ouvir um som.
Trata-se de uma melodia proferida por uma voz feminina, doce, suave, relaxante, como o canto das sereias. Os soldados param para ver de onde vem essa melodia tão doce que lhes agrada totalmente os ouvidos. Parece ser uma mulher jovem, tranqüila, apaixonante. De repente, a melodia passa a ser um grito horripilantemente ameaçador e agressivo, e quando os soldados dão por si, uma criatura os ataca.
Apenas é possível ver que se veste de preto e ataca os soldados um a um, velozmente, sem dar-lhes chance de agir, com ainda menos piedade que eles. Os homens apenas vêem seu próprio sangue espirrar brutalmente, sentindo as garras da criatura lhe triturar a carne. Desde o estômago até o rosto. Em cortes horizontais, verticais ou diagonais.
Alguns tentam acertá-lo com sua metralhadora, mas acabam acertando um companheiro, pois o inimigo é rápido demais, e no segundo seguinte acabam mortos, vendo suas entranhas sujarem o chão. Os soldados que permanecem no tanque acreditam estar seguros, até o momento em que descobrem que a criatura tem força sobre-humana e acaba por rasgar os veículos como se fossem de papel.
O soldado do terceiro tanque acaba sendo o único sobrevivente, mas só porque o monstro permite: ele tira o homem do tanque, segurando-o pelo colarinho, olhando bem nos seus olhos, e o soldado pode vê-lo melhor: ele tem a pele acinzentada, uma capa preta rasgada, um lenço preto sobre a cabeça que cobre até o nariz, olhos azuis e incandescentes, e sua boca é larga e completamente costurada, o que parece impedi-lo de falar, mas isso muda quando palavras são proferidas de sua boca, movendo livremente o rosto, mas a boca não se move, o que pode-se acreditar que na verdade o rosto acinzentado não passa de uma máscara macabra, porém, sua voz soa mais macabra do que humana:
— Volte até o seu general e diga que eu vou pegá-lo e fazê-lo pagar por tudo que fez. Diga que o Bastardo chegou para pôr um fim em sua vida.
— Bastardo?! BASTARDO?!?!?! Seu homem ignorante, isso é só uma lenda!! Como pode vir até aqui me dizer uma besteira dessas! — Na barraca do General, no meio do acampamento militar a alguns quilômetros antes da cidade de Parque dos Unidos, o mesmo está de péssimo humor, em pé atrás da sua mesa, falando com o sobrevivente dentre os soldados que atacaram a cidade na última hora.
— M-m-mas s-s-enhor! E-eu j-juro q-q-que vi! — O soldado está tremendo por todo o corpo, totalmente suado, e com seu capacete em mãos. — E-e-era u-um m-monstro ho-ho-horrível! P-pele ci-cinza e o-olhos azuis!
— Cale essa boca, soldado!!! No mínimo vocês acabaram por perder a cabeça e mataram uns aos outros!
— Senhor. Trouxemos os corpos, Senhor. — Diz o Sargento que acaba de entrar na barraca, em posição de sentido.
— E então? — Diz o General, sem paciência.
— Parece que o soldado está dizendo a verdade, Senhor! O senhor precisa ver isso!
— Mas o que--?
O General sai da barraca e é guiado pelo Sargento até a entrada do acampamento, onde estão dezenas de caminhões, carregados com os corpos dos soldados mortos no Parque dos Unidos. O Sargento mostra ao General os corpos dentro do caminhão mais próximo e então o líder militar vê todos aqueles corpos mutilados por algum tipo de fera selvagem.
— Isso não pode ser verdade... — Diz o incrédulo General.
— Senhor. Acredito que... se o soldado estivesse mentindo, não voltaria com vida.
— Tem razão, Sargento. Quantos homens ainda temos?
— Cinqüenta e dois, senhor. E cinco tanques, senhor.
— Muito bem, mande-os atacar a cidade, e deixe alguns aqui no acampamento.
— Senhor? — O Sargento questiona a ordem do General, incrédulo.
— Olha aqui, Sargento: eu QUERO essa cidade, entendeu? Preciso dela pra que seja a droga do nosso esconderijo para quando o ataque da resistência inimiga começar, e pra isso quero aquelas pessoas mortas e aquelas casas destruídas, e nenhuma lenda maldita vai me impedir, entendeu?!
— S-sim, senhor!
— Então faça o que mandei!
— Sim, senhor!
Quatro quintos do Parque dos Unidos permanece intacto, e as pessoas que vivem nessa parte estão apavoradas. Não sabem por que aqueles soldados começaram a atacar a cidade e quem era a criatura de preto que os atacou. E não sabem se devem permanecer na cidade ou se deveriam fugir enquanto podem, mas tal decisão já é tarde demais para se decidir: outros soldados vieram e não há o que fazer a não ser esperar para morrer.
Quando os homens preparam-se para começar o massacre uma melodia lhe tomam conta. A mesma doce melodia que fora ouvida pelos soldados que estão mortos. Eles foram avisados sobre a canção, mas não conseguem reagir ao seu agradável som, e param para ouvi-la.
E os moradores, que não ouvem a melodia, não entendem por que os soldados pararam. Eis então que surge a criatura negra novamente, assim que a melodia que os soldados ouvem torna-se um grito ameaçador. O Bastardo pára diante dos soldados, em posição de ataque, e os soldados lhe apontam as armas e logo começam a atirar sem parar e o monstro nada faz e seu corpo e suas vestes absorvem todas as balas, inclusive as balas atiradas pelos tanques de guerra, e nenhuma dor lhe é causada, nenhum ferimento se quer.
Os soldados permanecem atirando simultaneamente, até não lhe restar nenhuma bala, o que os deixa apavorados, já que o Bastardo está em pé, cheio de vida e parece estar com muita raiva. E como são soldados, eles ficam ali, apontando suas armas vazias, apavorados e prontos para morrer.
E o Bastardo, ao invés de atacá-los, olha em volta e vê que todos os moradores estão escondidos dentro de suas casas, espiando tudo pela janela. Mas tem um garoto do lado de fora, escondido ali perto, atrás de uma lata de lixo. Ele deve ter doze anos de idade e tem a cabeça raspada. Não parece estar com tanto medo e até mesmo parece confiar no Bastardo, e este, então, aponta-lhe o indicador e o chama com o mesmo dedo.
Hesitante, o garoto se levanta e caminha lentamente até o Bastardo, diante dos olhos desentendidos dos Soldados e dos moradores. Ele chega bem perto da criatura, o bastante para perceber perfeitamente que o Bastardo não tem pele cinzenta, e sim uma veste cinza colada ao corpo, o que significa que a sua boca larga e costurada não passa de uma máscara assustadora. E também repara que na sua testa, no lenço preto, há um símbolo estranho em cinza, que se parece com algum inseto.
— Garoto, a decisão agora é sua. — Diz o Bastardo, com sua voz macabra e tocando a testa do garoto com o indicador. — Vou te deixar a Marca da Cigarra, com a qual você fará o que bem entender. Liberte a sua fúria interior. — Ao tirar o dedo da testa do garoto ele deixa no lugar o mesmo símbolo que carrega em sua testa, e então ele habilmente salta para o alto de uma das casas e não é mais visto, como se fosse um fantasma.
Os soldados não entendem e abaixam as armas, olhando pro garoto. Este fica de cabeça baixa por alguns segundos, e então olha pros soldados com um olhar ameaçador. E o pior: seus olhos estão azuis e incandescentes, como os olhos do Bastardo.
Mesmo sabendo que não há munição, os soldados lhe apontam as armas, apavorados, prontos para o pior, quando o garoto grita raivosamente com todas as suas forças e um estranho e gigantesco furacão azulado surge em volta dele. As casas e os moradores não são afetados pelo furacão, mas os soldados sim. Eles, assim como os cinco tanques de guerra, são puxados pelo furacão, subindo para o alto em espiral.
O furacão faz os corpos dos soldados se esticarem e torcerem, até estourar e se tornar apenas sangue, assim como acontece com os tanques, que acabam por se esfarelar. Dando um fim em todos eles, o garoto cessa o furacão e uma pequena chuva de sangue e farelo de aço cai no local, sujando a rua e as casas. Em seguida o garoto olha para o céu com seus olhos sombrios e o mesmo é todo tapado por nuvens cinza que logo liberam uma calma chuva.
Sem mais o que fazer, os olhos do garoto voltam ao normal, e a Marca da Cigarra desaparece de sua testa, como se nunca estivera ali, e uma mulher, a mãe do garoto, aparece atrás dele, chamando-o para voltar pra casa, e ele a obedece, segurando em sua mão.
Enfim, A Canção dos Condenados é uma fic sobre uma criatura sombria disposta a livrar o mundo das pessoas mais malvadas que ver pela frente. Não vai ser revelado muita coisa agora, e sim conforme eu for escrevendo mais fics dessa série, e se Fúria Interior for de agrado, eu continuo escrevendo assim que puder.
Boa leitura.
Fúria Interior
Parque dos Unidos, em meados de 1850.
Parque dos Unidos é uma pequena cidade onde vivem pessoas pacíficas. Poucas pessoas aqui se odeiam, todas as crianças se divertem da melhor forma, mulheres vão fazer compras nas feiras, homens se encontram com os amigos nos bares enquanto outros trabalham.
Próximo ao início da cidade, em uma pequena praça, há várias pessoas sentadas nos bancos, em baixo das sombras das árvores. Alguns idosos conversando, solitários lendo o jornal, e um ou dois casais namorando.
— E então, Bob, o que você quer me dizer? — Diz uma garota de cabelos castanhos, sentada em um banco junto de um rapaz, de cabelos loiros. Ele está um tanto tímido, o que a deixa tímida também, já sabendo o que está por vir.
— B-em, Bia... Eu... Tem algo que quero de falar a muito tempo...
— E o que é...?
— N-não é bem fácil de dizer, hehe...
— Mas tenta... Senão eu não saberei o que é, hehehe...
— Bom, acontece que... Estou perdidamente apaixonado por você. E faria qualquer coisa por você. — O rosto de Bob, tanto quanto o de Bia, se avermelha totalmente. E então ele põe a mão no bolso da jaqueta e tira um anel de brilhantes e oferece para Bia. — Gostaria de ser minha namorada?
— Oh, Bob... — Ela pega o anel e o põe no dedo anelar, admirando-o. Então ela olha para Bob e os dois lentamente se aproximam para se beijar, quando ouvem um grito:
— SOLDADOOOS!!! — É um garoto que vem correndo pela rua que dá acesso à saída da cidade, desesperado, chamando a atenção de todos. — TEM SOLDADOS VINDO!!!
Ninguém entende o que o garoto quer dizer e então eles vêem dobrando a esquina, entrando na cidade, um tanque de guerra, girando o canhão para sortear um alvo, e aponta para a praça.
Não há tempo de agir: o chão sob os pés de Bob e Bia explode e os dois são lançados pro alto, sem chance de sobreviver. As pessoas se apavoram e com mais duas explosões na praça não sobra mais ninguém vivo ali.
Todas as pessoas correm pra suas casas e mais dois tanques surgem, seguidos de dez jipes lotados de soldados do exército, que desembarcam e começam a matar todos que vêem pela frente: homens, mulheres, idosos, crianças, todos. Sem piedade, sem compaixão. E quanto às pessoas que se refugiam em suas casas, não tiveram um destino melhor: os tanques começam a destruir os lares, um a um.
A região que cerca o início do Parque dos Unidos, em questão de minutos, torna-se deserta. Não há nada em pé, e os soldados se juntam para seguir adiante e continuar o massacre, quando eles começam a ouvir um som.
Trata-se de uma melodia proferida por uma voz feminina, doce, suave, relaxante, como o canto das sereias. Os soldados param para ver de onde vem essa melodia tão doce que lhes agrada totalmente os ouvidos. Parece ser uma mulher jovem, tranqüila, apaixonante. De repente, a melodia passa a ser um grito horripilantemente ameaçador e agressivo, e quando os soldados dão por si, uma criatura os ataca.
Apenas é possível ver que se veste de preto e ataca os soldados um a um, velozmente, sem dar-lhes chance de agir, com ainda menos piedade que eles. Os homens apenas vêem seu próprio sangue espirrar brutalmente, sentindo as garras da criatura lhe triturar a carne. Desde o estômago até o rosto. Em cortes horizontais, verticais ou diagonais.
Alguns tentam acertá-lo com sua metralhadora, mas acabam acertando um companheiro, pois o inimigo é rápido demais, e no segundo seguinte acabam mortos, vendo suas entranhas sujarem o chão. Os soldados que permanecem no tanque acreditam estar seguros, até o momento em que descobrem que a criatura tem força sobre-humana e acaba por rasgar os veículos como se fossem de papel.
O soldado do terceiro tanque acaba sendo o único sobrevivente, mas só porque o monstro permite: ele tira o homem do tanque, segurando-o pelo colarinho, olhando bem nos seus olhos, e o soldado pode vê-lo melhor: ele tem a pele acinzentada, uma capa preta rasgada, um lenço preto sobre a cabeça que cobre até o nariz, olhos azuis e incandescentes, e sua boca é larga e completamente costurada, o que parece impedi-lo de falar, mas isso muda quando palavras são proferidas de sua boca, movendo livremente o rosto, mas a boca não se move, o que pode-se acreditar que na verdade o rosto acinzentado não passa de uma máscara macabra, porém, sua voz soa mais macabra do que humana:
— Volte até o seu general e diga que eu vou pegá-lo e fazê-lo pagar por tudo que fez. Diga que o Bastardo chegou para pôr um fim em sua vida.
— Bastardo?! BASTARDO?!?!?! Seu homem ignorante, isso é só uma lenda!! Como pode vir até aqui me dizer uma besteira dessas! — Na barraca do General, no meio do acampamento militar a alguns quilômetros antes da cidade de Parque dos Unidos, o mesmo está de péssimo humor, em pé atrás da sua mesa, falando com o sobrevivente dentre os soldados que atacaram a cidade na última hora.
— M-m-mas s-s-enhor! E-eu j-juro q-q-que vi! — O soldado está tremendo por todo o corpo, totalmente suado, e com seu capacete em mãos. — E-e-era u-um m-monstro ho-ho-horrível! P-pele ci-cinza e o-olhos azuis!
— Cale essa boca, soldado!!! No mínimo vocês acabaram por perder a cabeça e mataram uns aos outros!
— Senhor. Trouxemos os corpos, Senhor. — Diz o Sargento que acaba de entrar na barraca, em posição de sentido.
— E então? — Diz o General, sem paciência.
— Parece que o soldado está dizendo a verdade, Senhor! O senhor precisa ver isso!
— Mas o que--?
O General sai da barraca e é guiado pelo Sargento até a entrada do acampamento, onde estão dezenas de caminhões, carregados com os corpos dos soldados mortos no Parque dos Unidos. O Sargento mostra ao General os corpos dentro do caminhão mais próximo e então o líder militar vê todos aqueles corpos mutilados por algum tipo de fera selvagem.
— Isso não pode ser verdade... — Diz o incrédulo General.
— Senhor. Acredito que... se o soldado estivesse mentindo, não voltaria com vida.
— Tem razão, Sargento. Quantos homens ainda temos?
— Cinqüenta e dois, senhor. E cinco tanques, senhor.
— Muito bem, mande-os atacar a cidade, e deixe alguns aqui no acampamento.
— Senhor? — O Sargento questiona a ordem do General, incrédulo.
— Olha aqui, Sargento: eu QUERO essa cidade, entendeu? Preciso dela pra que seja a droga do nosso esconderijo para quando o ataque da resistência inimiga começar, e pra isso quero aquelas pessoas mortas e aquelas casas destruídas, e nenhuma lenda maldita vai me impedir, entendeu?!
— S-sim, senhor!
— Então faça o que mandei!
— Sim, senhor!
Quatro quintos do Parque dos Unidos permanece intacto, e as pessoas que vivem nessa parte estão apavoradas. Não sabem por que aqueles soldados começaram a atacar a cidade e quem era a criatura de preto que os atacou. E não sabem se devem permanecer na cidade ou se deveriam fugir enquanto podem, mas tal decisão já é tarde demais para se decidir: outros soldados vieram e não há o que fazer a não ser esperar para morrer.
Quando os homens preparam-se para começar o massacre uma melodia lhe tomam conta. A mesma doce melodia que fora ouvida pelos soldados que estão mortos. Eles foram avisados sobre a canção, mas não conseguem reagir ao seu agradável som, e param para ouvi-la.
E os moradores, que não ouvem a melodia, não entendem por que os soldados pararam. Eis então que surge a criatura negra novamente, assim que a melodia que os soldados ouvem torna-se um grito ameaçador. O Bastardo pára diante dos soldados, em posição de ataque, e os soldados lhe apontam as armas e logo começam a atirar sem parar e o monstro nada faz e seu corpo e suas vestes absorvem todas as balas, inclusive as balas atiradas pelos tanques de guerra, e nenhuma dor lhe é causada, nenhum ferimento se quer.
Os soldados permanecem atirando simultaneamente, até não lhe restar nenhuma bala, o que os deixa apavorados, já que o Bastardo está em pé, cheio de vida e parece estar com muita raiva. E como são soldados, eles ficam ali, apontando suas armas vazias, apavorados e prontos para morrer.
E o Bastardo, ao invés de atacá-los, olha em volta e vê que todos os moradores estão escondidos dentro de suas casas, espiando tudo pela janela. Mas tem um garoto do lado de fora, escondido ali perto, atrás de uma lata de lixo. Ele deve ter doze anos de idade e tem a cabeça raspada. Não parece estar com tanto medo e até mesmo parece confiar no Bastardo, e este, então, aponta-lhe o indicador e o chama com o mesmo dedo.
Hesitante, o garoto se levanta e caminha lentamente até o Bastardo, diante dos olhos desentendidos dos Soldados e dos moradores. Ele chega bem perto da criatura, o bastante para perceber perfeitamente que o Bastardo não tem pele cinzenta, e sim uma veste cinza colada ao corpo, o que significa que a sua boca larga e costurada não passa de uma máscara assustadora. E também repara que na sua testa, no lenço preto, há um símbolo estranho em cinza, que se parece com algum inseto.
— Garoto, a decisão agora é sua. — Diz o Bastardo, com sua voz macabra e tocando a testa do garoto com o indicador. — Vou te deixar a Marca da Cigarra, com a qual você fará o que bem entender. Liberte a sua fúria interior. — Ao tirar o dedo da testa do garoto ele deixa no lugar o mesmo símbolo que carrega em sua testa, e então ele habilmente salta para o alto de uma das casas e não é mais visto, como se fosse um fantasma.
Os soldados não entendem e abaixam as armas, olhando pro garoto. Este fica de cabeça baixa por alguns segundos, e então olha pros soldados com um olhar ameaçador. E o pior: seus olhos estão azuis e incandescentes, como os olhos do Bastardo.
Mesmo sabendo que não há munição, os soldados lhe apontam as armas, apavorados, prontos para o pior, quando o garoto grita raivosamente com todas as suas forças e um estranho e gigantesco furacão azulado surge em volta dele. As casas e os moradores não são afetados pelo furacão, mas os soldados sim. Eles, assim como os cinco tanques de guerra, são puxados pelo furacão, subindo para o alto em espiral.
O furacão faz os corpos dos soldados se esticarem e torcerem, até estourar e se tornar apenas sangue, assim como acontece com os tanques, que acabam por se esfarelar. Dando um fim em todos eles, o garoto cessa o furacão e uma pequena chuva de sangue e farelo de aço cai no local, sujando a rua e as casas. Em seguida o garoto olha para o céu com seus olhos sombrios e o mesmo é todo tapado por nuvens cinza que logo liberam uma calma chuva.
Sem mais o que fazer, os olhos do garoto voltam ao normal, e a Marca da Cigarra desaparece de sua testa, como se nunca estivera ali, e uma mulher, a mãe do garoto, aparece atrás dele, chamando-o para voltar pra casa, e ele a obedece, segurando em sua mão.
Morlun, o Milenar- Moderador
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Re: A Canção dos Condenados - Abutres
O General está sentado à sua mesa, cheio de impaciência e ansioso para que seus soldados retornem com sucesso. Mas seu humor logo melhora assim que surge uma linda melodia, que expulsa totalmente o seu mal-humor e o faz relaxar em sua cadeira, sorrindo. Do lado de fora ele ouve alguns soldados atirarem com suas metralhadoras e gritarem de agonia, mas ele ignora. Não quer saber de problemas agora, e então ele fecha os olhos, para apreciar cada parte da doce melodia, até que não ouve mais nada além da própria melodia e resolve ficar de olhos fechados, ouvindo o canto, pelo resto de sua vida.
— Você vai morrer! — Uma voz macabra é proferida e no mesmo instante a melodia dá lugar a um estranho e aterrorizante grito de raiva, e o General abre os olhos instantaneamente com o susto, e se depara com o Bastardo bem à sua frente, do outro lado da mesa, e o susto o faz cair para trás com a cadeira, gritando:
— AAAAAAAAAAAAHH!!! — Rapidamente ele se levanta, chutando a mesa, fazendo-a cair pro lado do Bastardo, na tentativa de distraí-lo, e no mesmo instante ele saca sua pistola, e assim que está em pé ele atira. Porém, o Bastardo não está mais ali, como se fosse uma ilusão ou algo parecido.
O General começa a tremer por todo o corpo. Não sabe se aquilo foi uma assombração ou se foi real, e então uma voz — a voz de Bastardo — é proferida às suas costas:
— Você vai morrer!
— AAAAAAAH!! — O General se vira em sobressalto e se depara com o próprio Bastardo, e instintivamente ele aponta a sua pistola e atira. Mas quando ele aperta o gatilho, sua pistola simples e inexplicavelmente se esfarela por completo. Sem ter com o que se defender, ele olha para o Bastardo com súplica e este apenas o ataca: ele enterra sua mão direita no peito do General e a tira de lá no mesmo instante, segurando o seu coração que ainda bate. O General geme alto de dor, mas mal consegue se mover, caindo de joelhos no chão, derramando lágrimas dos olhos e sangue pelo buraco em seu peito. — P-p-p-por f-favor...
— Seu coração agora é um boneco de Voodoo. Com ele, vou fazer você pagar por cada morte que você causou, com ainda menos piedade que você teve em todas elas. Deste o cachorro do seu irmão que você matou até o último inocente morto hoje.
— E-e-eu lh-lh-lhe su-sup-plico-- — Bastardo nem se quer espera o General terminar de falar: com a garra do indicador esquerdo ele corta levemente o coração no lado direito, e um profundo corte surge no braço direito do General, do ombro até a palma da mão. Tão profundo que estilhaços dos ossos saltam pelo ferimento, e o homem grita de agonia: — AAAAAAARRGH!!!
Do mesmo modo, o Bastardo causa um corte do lado esquerdo do coração, e o braço esquerdo do General sofre o mesmo que o direito, e ele grita de dor ainda mais alto. E então, ainda com o indicador esquerdo, o Bastardo faz um corte na base do coração, em vertical, e no mesmo instante surge um corte em vertical na barriga do General, fazendo suas entranhas saltarem, e um grito sai de sua boca junto com sangue.
Sem dar trégua, o Bastardo causa um corte em vertical na parte superior do coração, e um corte em vertical surge na garganta do General, fazendo-o se afogar no próprio sangue com total agonia. Em seguida o Bastardo torna esse último corte no coração ainda mais profundo, passando a garra do dedo por cima dele, e a cabeça do General é totalmente separada do corpo, caindo para trás, rolando pelo chão, e o seu corpo cai para frente.
Porém, apesar de todos esses ferimentos, o General permanece vivo, com seu coração ainda batendo lentamente, mas ele não consegue falar: está sem suas cordas vocais, além de estar se afogando no próprio sangue que ainda lhe resta na boca, e inexplicavelmente parece que não acaba nunca esse sangue.
— Você não vai morrer tão cedo, General. — Diz o Bastardo, largando o coração no chão, fazendo o General sentir dor pelo impacto do órgão no chão. — Você vai morrer é de fome. E até lá, vai sentir muita, mas muita dor.
E assim, o Bastardo caminha até a saída da barraca e sai, enquanto o General tenta implorar, mas em vão: não há voz e o sangue em sua boca não acaba nunca. E assim que o Bastardo deixa o local um corvo entra na barraca e pousa junto do coração, analisando o mesmo. Vendo que parece ser uma carne suculenta, começa a comê-lo, fazendo o General sentir cada vez mais dor, sem poder gritar.
Epílogo
As barracas do acampamento militar estão em chamas e pelo mesmo há alguns corpos de soldados. Aliás, apenas seus ossos e suas roupas, não resta nada se sua carne e nem couraça. O calor é intenso, com a ajuda da luz do Sol que banha o lugar.
O Bastardo caminha pelo acampamento friamente, e ao seu lado há outra pessoa que caminha junto dele, em direção à saída do acampamento: uma mulher extremamente bela, tanto de rosto quanto de corpo. Tem vestes sensuais da cor cinza, e tem os cabelos prateados, assim como seus olhos e seus lábios, e na testa tem a Marca da Cigarra, assim como Bastardo.
— Nada mau, Hein, Bastardo. Desta vez você se superou, me deixou orgulhosa. — Diz a mulher.
— Eu não fiz isso pra você, Dama de Prata. — Responde Bastardo, com sua voz macabra e fria, sem olhar para a mulher. — Eu fiz isso porque eu quis, afinal, não devo satisfação nenhuma a você.
— Ora, Bastardo... Eu o contratei para enviar até mim as almas mais impuras e vis que encontrar, e é o que está fazendo. Não é mesmo? E além do mais, você está usando a Canção dos Condenados, a MINHA canção, em seus ataques.
— Eu estou limpando esse mundo dessas pessoas que merecem morrer da pior forma, não ligo se estou te satisfazendo ou não. Dane-se você e seus desejos, Dama de Prata! Eu sigo os meus propósitos, MEUS PROPÓSITOS! Não estou seguindo os seus! — Terminando com a conversa, Bastardo salta para o alto e então simplesmente transforma-se em poeira preta, que aos poucos se dissipa no ar.
— Você que pensa, Bastardo... — Diz a Dama de Prata, olhando para o local onde a poeira preta esteve, com um sorriso sarcástico no rosto. — Você que pensa.
FIM
E aqui vão os micros do Bastardo e da Dama de Prata:
— Você vai morrer! — Uma voz macabra é proferida e no mesmo instante a melodia dá lugar a um estranho e aterrorizante grito de raiva, e o General abre os olhos instantaneamente com o susto, e se depara com o Bastardo bem à sua frente, do outro lado da mesa, e o susto o faz cair para trás com a cadeira, gritando:
— AAAAAAAAAAAAHH!!! — Rapidamente ele se levanta, chutando a mesa, fazendo-a cair pro lado do Bastardo, na tentativa de distraí-lo, e no mesmo instante ele saca sua pistola, e assim que está em pé ele atira. Porém, o Bastardo não está mais ali, como se fosse uma ilusão ou algo parecido.
O General começa a tremer por todo o corpo. Não sabe se aquilo foi uma assombração ou se foi real, e então uma voz — a voz de Bastardo — é proferida às suas costas:
— Você vai morrer!
— AAAAAAAH!! — O General se vira em sobressalto e se depara com o próprio Bastardo, e instintivamente ele aponta a sua pistola e atira. Mas quando ele aperta o gatilho, sua pistola simples e inexplicavelmente se esfarela por completo. Sem ter com o que se defender, ele olha para o Bastardo com súplica e este apenas o ataca: ele enterra sua mão direita no peito do General e a tira de lá no mesmo instante, segurando o seu coração que ainda bate. O General geme alto de dor, mas mal consegue se mover, caindo de joelhos no chão, derramando lágrimas dos olhos e sangue pelo buraco em seu peito. — P-p-p-por f-favor...
— Seu coração agora é um boneco de Voodoo. Com ele, vou fazer você pagar por cada morte que você causou, com ainda menos piedade que você teve em todas elas. Deste o cachorro do seu irmão que você matou até o último inocente morto hoje.
— E-e-eu lh-lh-lhe su-sup-plico-- — Bastardo nem se quer espera o General terminar de falar: com a garra do indicador esquerdo ele corta levemente o coração no lado direito, e um profundo corte surge no braço direito do General, do ombro até a palma da mão. Tão profundo que estilhaços dos ossos saltam pelo ferimento, e o homem grita de agonia: — AAAAAAARRGH!!!
Do mesmo modo, o Bastardo causa um corte do lado esquerdo do coração, e o braço esquerdo do General sofre o mesmo que o direito, e ele grita de dor ainda mais alto. E então, ainda com o indicador esquerdo, o Bastardo faz um corte na base do coração, em vertical, e no mesmo instante surge um corte em vertical na barriga do General, fazendo suas entranhas saltarem, e um grito sai de sua boca junto com sangue.
Sem dar trégua, o Bastardo causa um corte em vertical na parte superior do coração, e um corte em vertical surge na garganta do General, fazendo-o se afogar no próprio sangue com total agonia. Em seguida o Bastardo torna esse último corte no coração ainda mais profundo, passando a garra do dedo por cima dele, e a cabeça do General é totalmente separada do corpo, caindo para trás, rolando pelo chão, e o seu corpo cai para frente.
Porém, apesar de todos esses ferimentos, o General permanece vivo, com seu coração ainda batendo lentamente, mas ele não consegue falar: está sem suas cordas vocais, além de estar se afogando no próprio sangue que ainda lhe resta na boca, e inexplicavelmente parece que não acaba nunca esse sangue.
— Você não vai morrer tão cedo, General. — Diz o Bastardo, largando o coração no chão, fazendo o General sentir dor pelo impacto do órgão no chão. — Você vai morrer é de fome. E até lá, vai sentir muita, mas muita dor.
E assim, o Bastardo caminha até a saída da barraca e sai, enquanto o General tenta implorar, mas em vão: não há voz e o sangue em sua boca não acaba nunca. E assim que o Bastardo deixa o local um corvo entra na barraca e pousa junto do coração, analisando o mesmo. Vendo que parece ser uma carne suculenta, começa a comê-lo, fazendo o General sentir cada vez mais dor, sem poder gritar.
Epílogo
As barracas do acampamento militar estão em chamas e pelo mesmo há alguns corpos de soldados. Aliás, apenas seus ossos e suas roupas, não resta nada se sua carne e nem couraça. O calor é intenso, com a ajuda da luz do Sol que banha o lugar.
O Bastardo caminha pelo acampamento friamente, e ao seu lado há outra pessoa que caminha junto dele, em direção à saída do acampamento: uma mulher extremamente bela, tanto de rosto quanto de corpo. Tem vestes sensuais da cor cinza, e tem os cabelos prateados, assim como seus olhos e seus lábios, e na testa tem a Marca da Cigarra, assim como Bastardo.
— Nada mau, Hein, Bastardo. Desta vez você se superou, me deixou orgulhosa. — Diz a mulher.
— Eu não fiz isso pra você, Dama de Prata. — Responde Bastardo, com sua voz macabra e fria, sem olhar para a mulher. — Eu fiz isso porque eu quis, afinal, não devo satisfação nenhuma a você.
— Ora, Bastardo... Eu o contratei para enviar até mim as almas mais impuras e vis que encontrar, e é o que está fazendo. Não é mesmo? E além do mais, você está usando a Canção dos Condenados, a MINHA canção, em seus ataques.
— Eu estou limpando esse mundo dessas pessoas que merecem morrer da pior forma, não ligo se estou te satisfazendo ou não. Dane-se você e seus desejos, Dama de Prata! Eu sigo os meus propósitos, MEUS PROPÓSITOS! Não estou seguindo os seus! — Terminando com a conversa, Bastardo salta para o alto e então simplesmente transforma-se em poeira preta, que aos poucos se dissipa no ar.
— Você que pensa, Bastardo... — Diz a Dama de Prata, olhando para o local onde a poeira preta esteve, com um sorriso sarcástico no rosto. — Você que pensa.
FIM
E aqui vão os micros do Bastardo e da Dama de Prata:
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Re: A Canção dos Condenados - Abutres
Aqui vou lançando mais uma edição de A Canção dos Condenados.
Essa história se passa no Texas e me inspirei na música "Vultures", do Offspring.
Aqui mais coisas serão reveladas sobre a ligação de Bastardo com a Dama de Prata, espero que tenha ficado, no mínimo, manêro.
Boa leitura.
Abutres
Descendência, Texas. Em meados de 1870.
A pequena cidade de Descendência é como qualquer outra do Velho Oeste, no interior de Texas. Os homens dessa cidade são praticamente iguais: usam chapéu e espora, gostam de cavalos e estão sempre com seus revólveres presos à cintura, acreditando que qualquer problema pode ser resolvido com tiros. Além de serem durões e convencidos, claro. E as mulheres, sempre charmosas e orgulhosas, não dão muita atenção aos homens que tentam conquistá-las. Praticamente, é a mesma coisa todo o dia, inclusive os tiroteios que ocorrem a cada momento.
Mas nesse dia em especial, algo inédito está para acontecer, começando nessa mesma manhã, em um quarto de um hotel, onde há uma jovem morena deitada na cama e com as mãos amarradas à cabeceira da mesma. Ela está toda nua, com alguns hematomas pelo corpo e jorrando lágrimas pelos olhos. Não poderia ser diferente: fora estuprada a noite toda. E o causador da tragédia está na sua frente, do outro lado do quarto, balançando-se em uma cadeira enquanto prepara um cigarro.
— Por favor... me deixe ir, você já fez o que queria fazer. — A morena implora ao homem para que a liberte. E ele nem se quer olha para ela, mantendo os olhos ocultados pela aba do chapéu, e sorri com malícia.
— Cala essa boca, sua vadia. Só vou te soltar quando os abutres forem extintos desse planeta, haha!
Ela nada responde e apenas vira o rosto para a janela à sua direita, olhando para o céu azul. De repente, sem que o homem perceba, um sorriso maligno surge em seu rosto e ela diz:
— Você vai ver, seu cretino... O Bastardo vai vir te pegar... E você vai morrer da pior forma!
— Ora, cale-se! — Ele ainda não tira os olhos do cigarro. — Não tente me intimidar com lendas idiotas que não assustam nem crianças! Fique quieta, pois não posso estar nervoso quando te comer de novo daqui a pouco. — Terminando o cigarro, ele o põe na boca e pega uma caixa de fósforos no bolso do casaco. Logo ele acende o cigarro e guarda os fósforos novamente, jogando o palito queimado pela janela. Nesse momento uma música surge. Uma música como a das sereias, lhe preenchendo a mente com todo o tipo de conforto. — Meu Deus, que música!
— Deus não vai ter nada a ver com o que vai te acontecer, desgraçado! — Diz a moça, mas o homem não lhe dá atenção e fecha os olhos, encantando-se com o som e se acomodando na cadeira.
De repente o som converte-se num grito feminino assustador e diabólico, fazendo o homem voltar a si, apavorado, e olhando diretamente para a mulher amarrada na cama, surpreendendo-se com o seu estado: olhos vermelhos e dentes medonhos, como os de uma fera selvagem. E o mais estranho é a marca que a moça tem na cabeça, que aparenta um inseto.
— Você vai morreeeeer! HAHAHAHAHAHAHA!!! — A voz dela soa num tom sombrio, o que faz o homem levantar-se da cadeira, com ainda mais medo.
— O-o que está havendo?! — Nisso, a porta que dá entrada ao quarto, à direita do homem, se abre lentamente, e lá ele vê uma criatura sombria, que ele rezaria desesperadamente para nunca ver em sua frente: parece ser um homem de pele cinza, vestindo uma capa preta rasgada e um lenço preto sobre a cabeça. Ele tem olhos azuis e brilhantes, uma marca na testa (a mesma que está na testa da moça presa na cama) e uma larga boca costurada.
A criatura deixa o homem pasmo e boquiaberto, e este acaba por deixar o cigarro cair no chão. Sem hesitar, ele saca seu revólver e atira em direção à cabeça do monstro. A bala atinge no meio da marca na testa e atravessa a cabeça, sem lhe causar ferimento algum e nem ao menos furar o lenço. Em seguida a criatura aponta o indicador para o homem e diz com uma voz macabra:
— Você vai morrer, Johnny!
As palavras põem mais medo no homem, que avança pra janela e pula pela mesma. A queda é um pouco grande, mas o seu cavalo o espera exatamente abaixo da janela, pronto para amortecer a queda e galopar com seu dono às costas. Porém, assim que Johnny começa a cair, o cavalo parece se assustar e dá alguns passos para frente, com pressa, fazendo seu dono cair no chão torcendo o tornozelo.
— Seu cavalo imbecil! — Johnny se levanta e caminha mancando até o cavalo, montando nele às pressas e cutucando-o violentamente com as esporas, fazendo o animal correr com todas as forças.
Johnny não percebe o caminho que usa para fugir e quando dá por si, já está fora de Descendência, em uma estrada cercada por gigantescas paredes de pedra. E o pior: não faz a mínima idéia de que lugar é esse por onde corre. Ele olha para trás, procurando pela cidade, e não vê nada além da estrada. Poderia tentar voltar, mas iria acabar se encontrando com o Bastardo, que com certeza o está perseguindo.
Lembrando do fato, Johnny olha para o alto dos paredões de pedra, para ter certeza de que a criatura não o persegue por cima, e se espanta com a cena: abutres, por todos os lados, repousados sobre os paredões e olhando para o amedrontado homem em seu cavalo, que não consegue tirar os olhos das aves, com medo de que elas possam atacá-lo.
De repente ele ouve um relincho agonizante, que só poderia ser do seu cavalo. Preocupado, ele olha para o seu animal e tudo o que vê é apenas o esqueleto dele, correndo como se estivesse vivo.
— Meu Deus! — Quando Johnny termina a frase o cavalo, ou melhor, o esqueleto do cavalo se desmonta por completo, levando Johnny ao chão, caindo de bruços e chocando-se com o rosto na terra seca. Em seguida ele se levanta às pressas, recuando amedrontadamente e olhando para os restos mortais de seu cavalo.
Nisso, uma melodia surge para lhe acalmar. A mesma que surgira anteriormente. Ele sabe o que ela significa, mas não consegue evitar de apreciá-la com todo prazer, e começa a olhar para o alto, ignorando os abutres que o encaram, procurando pela pessoa que canta essa doce canção. E de repente, a canção mais uma vez se converte em um grito horripilante, e desta vez parece vir das costas de Johnny. Apavorado, ele vira-se de sobressalto e se depara com um abutre de dois metros de altura, a menos de um metro à sua frente, e ele solta um grito de pavor enquanto cai sentado no chão.
— Não adianta se arrepender agora, Johnny. — O enorme abutre tem a mesma voz do Bastardo. E agora Johnny vê que ele também tem os mesmos olhos e a mesma marca na testa.
— P-p-por f-favor! — Johnny implora por perdão, mas o abutre não quer ouvi-lo, e resolve acertá-lo com o bico no estômago do homem, criando um doloroso ferimento, mas não muito profundo, apenas o suficiente para espirrar sangue em seu rosto. — IIIAAAAAARRGH! — Johnny olha para o ferimento, pondo a mão nele na tentativa de estampar o sangramento, mas o estranho é que não há mais sangue: a carne em volta do ferimento agora não passa de carniça. — O-o que você-- — Quando Johnny volta seus olhos para o abutre o que vê agora em pé na sua frente é o próprio Bastardo, que o encara friamente e diz:
— O que eu fiz? Não foi muita coisa: apenas deixei a Marca da Cigarra naqueles que te farão pagar por todos os seus crimes. Você é um homem tão imundo e podre que não me vale a pena sujar as mãos para matá-lo.
— P-por favor... E-eu p-prometo nunca mais--
— Cale-se, Johnny. Poupe seu fôlego, pois os abutres querem ouvir você gritar. Beeeeeem alto. — Assim que o Bastardo termina a frase Johnny ouve vários grasnados, e então vê os abutres no alto, que grasnam como se estivessem rindo dele. — Agora vou deixar uma de suas vítimas fazer o que tem direito...
Johnny não entende o que o Bastardo quer dizer, e quando este caminha para o lado ele vê que atrás do seu inimigo estava uma morena nua, de olhos vermelhos, sorrindo com uma mandíbula medonha, como a de uma fera selvagem, e com uma marca na testa, igual à de Bastardo. Enfim, essa é a ultima mulher que Johnny fez sua vítima, e agora caminha até ele, segurando um metro de corda na mão direita e uma grande faca de cozinha na mão esquerda.
— N-não! — Johnny tenta se levantar para fugir, mas sente uma terrível dor no ferimento em seu estômago que o impede de fazê-lo, e assim ele fica ali no chão.
A mulher então segura a faca nos dentes enquanto amarra os braços de Johnny às costas dele com a corda. Em seguida ela o deixa deitado de costas e começa a tirar sua calça. Imaginando o que ela está prestes a fazer, Johnny começa a espernear, dizendo:
— N-não! Não faça isso!
— Cala essa boca, seu desgraçado! — Diz a mulher, com a voz abafada graças à faca que está entre seus dentes. E para fazer o homem parar de espernear ela senta sobre as pernas dele, e assim ele não consegue se mover sem sentir uma insuportável dor no estômago, podendo apenas implorar:
— NÃO! POR FAVOR! EU IMPLORO! — Mas seus gritos apenas fazem os abutres rirem ainda mais dele. E agora ele está com suas partes íntimas expostas e a mulher está com a faca em mãos, pronta para castrá-lo. Ele tenta se debater para impedir, mas o ferimento em seu estômago não deixa. Sendo assim, ele fecha os olhos e sente a pior dor de todas que já sentiu em toa a sua vida. E ele grita. Grita com todas as suas forças, fazendo os abutres e a mulher rirem maleficamente.
— NÃO!!! — Johnny acorda, totalmente apavorado e suado por completo. Ele tenta se localizar: ainda é madrugada, está na cama do quarto do hotel onde esteve desde a tarde do dia anterior. Lá fora chove violentamente e com a luz dos relâmpagos ele vê, ao seu lado, uma mulher dormindo. Ela está descoberta, nua, com hematomas pelo corpo e de costas para ele. Sua pele morena e os braços amarrados junto à cabeceira da cama confirmam: é a mulher que ele esteve estuprando à noite, antes de dormir.
Tudo não passou de um pesadelo, talvez uma “manifestação divina” tentando fazer ele se arrepender de seus atos. Mas Johnny não liga para religião ou espiritualismo, e assim ele ri, mesmo que a dor que sentira tenha parecido tão real quando a chuva que cai lá fora.
Ele vira-se para o criado-mudo ao seu lado, onde há um lampião apagado, e acende o mesmo com a caixa de fósforos que está do lado do mesmo. Assim que o quarto é clareado ele ouve uma voz feminina e macabra:
— Dormiu bem, Johnny? — Ele olha de sobressalto para a mulher e ela está do mesmo estado que a vira em seus sonhos: com aquela marca na testa, olhos vermelhos, e dentes de fera selvagem.
— Não! Não pode ser! — Ele se levanta amedrontado, batendo com as costas na janela, sem tirar os olhos da mulher. — É apenas um sonho! Só um sonho!
— O que foi Johnny? — A mulher diz, sorrindo maleficamente para ele. — Não foi bom pra você? — Nisso a porta do quarto se abre lentamente, e lá está ele: o Bastardo.
— Você vai morrer, Johnny!
— NÃO!!! — Johnny vira-se e abre a janela rapidamente. Em questão de um segundo ele confere o seu cavalo: está logo abaixo da janela, e assim ele pula, pronto para cair às costas do animal e fugir dali. Porém, quando Johnny joga-se pela janela, o corpo do cavalo passa por um estranho processo: sua pele e carne queimam rapidamente, até sobrar apenas o seu esqueleto, e ele parece não sentir dor nenhuma. Já Johnny sente uma terrível dor ao cair sentado no chão, já que quando suas nádegas tocaram no esqueleto do cavalo, este se desmontou, dando a Johnny uma livre queda ao chão nada macio.
— Não adianta se arrepender agora, Johnny! — A voz é de Bastardo, mas Johnny olha para os lados e não o vê. — Estou aqui Johnny! E muito puto com você! — Johnny então vê que a voz vem do crânio de seu cavalo, que o encara e tem na testa a mesma marca do Bastardo.
— N-não...! — Johnny arrasta-se no chão, afastando-se dos ossos do cavalo, e então ouve novamente as risadas dos abutres, que estão por todo o território, sobre as casas, olhando para Johnny sem se importar com o banho que estão tomando da chuva. Quando ele pensa em gritar por ajuda ele percebe que a morena está ali com ele, em pé na sua frente, segurando uma grande faca de cozinha. Antes de ele fazer qualquer coisa ela rapidamente crava a faca em seu pênis, e ele grita de dor, fazendo a mulher e os abutres rir novamente.
Essa história se passa no Texas e me inspirei na música "Vultures", do Offspring.
Aqui mais coisas serão reveladas sobre a ligação de Bastardo com a Dama de Prata, espero que tenha ficado, no mínimo, manêro.
Boa leitura.
Abutres
Descendência, Texas. Em meados de 1870.
A pequena cidade de Descendência é como qualquer outra do Velho Oeste, no interior de Texas. Os homens dessa cidade são praticamente iguais: usam chapéu e espora, gostam de cavalos e estão sempre com seus revólveres presos à cintura, acreditando que qualquer problema pode ser resolvido com tiros. Além de serem durões e convencidos, claro. E as mulheres, sempre charmosas e orgulhosas, não dão muita atenção aos homens que tentam conquistá-las. Praticamente, é a mesma coisa todo o dia, inclusive os tiroteios que ocorrem a cada momento.
Mas nesse dia em especial, algo inédito está para acontecer, começando nessa mesma manhã, em um quarto de um hotel, onde há uma jovem morena deitada na cama e com as mãos amarradas à cabeceira da mesma. Ela está toda nua, com alguns hematomas pelo corpo e jorrando lágrimas pelos olhos. Não poderia ser diferente: fora estuprada a noite toda. E o causador da tragédia está na sua frente, do outro lado do quarto, balançando-se em uma cadeira enquanto prepara um cigarro.
— Por favor... me deixe ir, você já fez o que queria fazer. — A morena implora ao homem para que a liberte. E ele nem se quer olha para ela, mantendo os olhos ocultados pela aba do chapéu, e sorri com malícia.
— Cala essa boca, sua vadia. Só vou te soltar quando os abutres forem extintos desse planeta, haha!
Ela nada responde e apenas vira o rosto para a janela à sua direita, olhando para o céu azul. De repente, sem que o homem perceba, um sorriso maligno surge em seu rosto e ela diz:
— Você vai ver, seu cretino... O Bastardo vai vir te pegar... E você vai morrer da pior forma!
— Ora, cale-se! — Ele ainda não tira os olhos do cigarro. — Não tente me intimidar com lendas idiotas que não assustam nem crianças! Fique quieta, pois não posso estar nervoso quando te comer de novo daqui a pouco. — Terminando o cigarro, ele o põe na boca e pega uma caixa de fósforos no bolso do casaco. Logo ele acende o cigarro e guarda os fósforos novamente, jogando o palito queimado pela janela. Nesse momento uma música surge. Uma música como a das sereias, lhe preenchendo a mente com todo o tipo de conforto. — Meu Deus, que música!
— Deus não vai ter nada a ver com o que vai te acontecer, desgraçado! — Diz a moça, mas o homem não lhe dá atenção e fecha os olhos, encantando-se com o som e se acomodando na cadeira.
De repente o som converte-se num grito feminino assustador e diabólico, fazendo o homem voltar a si, apavorado, e olhando diretamente para a mulher amarrada na cama, surpreendendo-se com o seu estado: olhos vermelhos e dentes medonhos, como os de uma fera selvagem. E o mais estranho é a marca que a moça tem na cabeça, que aparenta um inseto.
— Você vai morreeeeer! HAHAHAHAHAHAHA!!! — A voz dela soa num tom sombrio, o que faz o homem levantar-se da cadeira, com ainda mais medo.
— O-o que está havendo?! — Nisso, a porta que dá entrada ao quarto, à direita do homem, se abre lentamente, e lá ele vê uma criatura sombria, que ele rezaria desesperadamente para nunca ver em sua frente: parece ser um homem de pele cinza, vestindo uma capa preta rasgada e um lenço preto sobre a cabeça. Ele tem olhos azuis e brilhantes, uma marca na testa (a mesma que está na testa da moça presa na cama) e uma larga boca costurada.
A criatura deixa o homem pasmo e boquiaberto, e este acaba por deixar o cigarro cair no chão. Sem hesitar, ele saca seu revólver e atira em direção à cabeça do monstro. A bala atinge no meio da marca na testa e atravessa a cabeça, sem lhe causar ferimento algum e nem ao menos furar o lenço. Em seguida a criatura aponta o indicador para o homem e diz com uma voz macabra:
— Você vai morrer, Johnny!
As palavras põem mais medo no homem, que avança pra janela e pula pela mesma. A queda é um pouco grande, mas o seu cavalo o espera exatamente abaixo da janela, pronto para amortecer a queda e galopar com seu dono às costas. Porém, assim que Johnny começa a cair, o cavalo parece se assustar e dá alguns passos para frente, com pressa, fazendo seu dono cair no chão torcendo o tornozelo.
— Seu cavalo imbecil! — Johnny se levanta e caminha mancando até o cavalo, montando nele às pressas e cutucando-o violentamente com as esporas, fazendo o animal correr com todas as forças.
Johnny não percebe o caminho que usa para fugir e quando dá por si, já está fora de Descendência, em uma estrada cercada por gigantescas paredes de pedra. E o pior: não faz a mínima idéia de que lugar é esse por onde corre. Ele olha para trás, procurando pela cidade, e não vê nada além da estrada. Poderia tentar voltar, mas iria acabar se encontrando com o Bastardo, que com certeza o está perseguindo.
Lembrando do fato, Johnny olha para o alto dos paredões de pedra, para ter certeza de que a criatura não o persegue por cima, e se espanta com a cena: abutres, por todos os lados, repousados sobre os paredões e olhando para o amedrontado homem em seu cavalo, que não consegue tirar os olhos das aves, com medo de que elas possam atacá-lo.
De repente ele ouve um relincho agonizante, que só poderia ser do seu cavalo. Preocupado, ele olha para o seu animal e tudo o que vê é apenas o esqueleto dele, correndo como se estivesse vivo.
— Meu Deus! — Quando Johnny termina a frase o cavalo, ou melhor, o esqueleto do cavalo se desmonta por completo, levando Johnny ao chão, caindo de bruços e chocando-se com o rosto na terra seca. Em seguida ele se levanta às pressas, recuando amedrontadamente e olhando para os restos mortais de seu cavalo.
Nisso, uma melodia surge para lhe acalmar. A mesma que surgira anteriormente. Ele sabe o que ela significa, mas não consegue evitar de apreciá-la com todo prazer, e começa a olhar para o alto, ignorando os abutres que o encaram, procurando pela pessoa que canta essa doce canção. E de repente, a canção mais uma vez se converte em um grito horripilante, e desta vez parece vir das costas de Johnny. Apavorado, ele vira-se de sobressalto e se depara com um abutre de dois metros de altura, a menos de um metro à sua frente, e ele solta um grito de pavor enquanto cai sentado no chão.
— Não adianta se arrepender agora, Johnny. — O enorme abutre tem a mesma voz do Bastardo. E agora Johnny vê que ele também tem os mesmos olhos e a mesma marca na testa.
— P-p-por f-favor! — Johnny implora por perdão, mas o abutre não quer ouvi-lo, e resolve acertá-lo com o bico no estômago do homem, criando um doloroso ferimento, mas não muito profundo, apenas o suficiente para espirrar sangue em seu rosto. — IIIAAAAAARRGH! — Johnny olha para o ferimento, pondo a mão nele na tentativa de estampar o sangramento, mas o estranho é que não há mais sangue: a carne em volta do ferimento agora não passa de carniça. — O-o que você-- — Quando Johnny volta seus olhos para o abutre o que vê agora em pé na sua frente é o próprio Bastardo, que o encara friamente e diz:
— O que eu fiz? Não foi muita coisa: apenas deixei a Marca da Cigarra naqueles que te farão pagar por todos os seus crimes. Você é um homem tão imundo e podre que não me vale a pena sujar as mãos para matá-lo.
— P-por favor... E-eu p-prometo nunca mais--
— Cale-se, Johnny. Poupe seu fôlego, pois os abutres querem ouvir você gritar. Beeeeeem alto. — Assim que o Bastardo termina a frase Johnny ouve vários grasnados, e então vê os abutres no alto, que grasnam como se estivessem rindo dele. — Agora vou deixar uma de suas vítimas fazer o que tem direito...
Johnny não entende o que o Bastardo quer dizer, e quando este caminha para o lado ele vê que atrás do seu inimigo estava uma morena nua, de olhos vermelhos, sorrindo com uma mandíbula medonha, como a de uma fera selvagem, e com uma marca na testa, igual à de Bastardo. Enfim, essa é a ultima mulher que Johnny fez sua vítima, e agora caminha até ele, segurando um metro de corda na mão direita e uma grande faca de cozinha na mão esquerda.
— N-não! — Johnny tenta se levantar para fugir, mas sente uma terrível dor no ferimento em seu estômago que o impede de fazê-lo, e assim ele fica ali no chão.
A mulher então segura a faca nos dentes enquanto amarra os braços de Johnny às costas dele com a corda. Em seguida ela o deixa deitado de costas e começa a tirar sua calça. Imaginando o que ela está prestes a fazer, Johnny começa a espernear, dizendo:
— N-não! Não faça isso!
— Cala essa boca, seu desgraçado! — Diz a mulher, com a voz abafada graças à faca que está entre seus dentes. E para fazer o homem parar de espernear ela senta sobre as pernas dele, e assim ele não consegue se mover sem sentir uma insuportável dor no estômago, podendo apenas implorar:
— NÃO! POR FAVOR! EU IMPLORO! — Mas seus gritos apenas fazem os abutres rirem ainda mais dele. E agora ele está com suas partes íntimas expostas e a mulher está com a faca em mãos, pronta para castrá-lo. Ele tenta se debater para impedir, mas o ferimento em seu estômago não deixa. Sendo assim, ele fecha os olhos e sente a pior dor de todas que já sentiu em toa a sua vida. E ele grita. Grita com todas as suas forças, fazendo os abutres e a mulher rirem maleficamente.
— NÃO!!! — Johnny acorda, totalmente apavorado e suado por completo. Ele tenta se localizar: ainda é madrugada, está na cama do quarto do hotel onde esteve desde a tarde do dia anterior. Lá fora chove violentamente e com a luz dos relâmpagos ele vê, ao seu lado, uma mulher dormindo. Ela está descoberta, nua, com hematomas pelo corpo e de costas para ele. Sua pele morena e os braços amarrados junto à cabeceira da cama confirmam: é a mulher que ele esteve estuprando à noite, antes de dormir.
Tudo não passou de um pesadelo, talvez uma “manifestação divina” tentando fazer ele se arrepender de seus atos. Mas Johnny não liga para religião ou espiritualismo, e assim ele ri, mesmo que a dor que sentira tenha parecido tão real quando a chuva que cai lá fora.
Ele vira-se para o criado-mudo ao seu lado, onde há um lampião apagado, e acende o mesmo com a caixa de fósforos que está do lado do mesmo. Assim que o quarto é clareado ele ouve uma voz feminina e macabra:
— Dormiu bem, Johnny? — Ele olha de sobressalto para a mulher e ela está do mesmo estado que a vira em seus sonhos: com aquela marca na testa, olhos vermelhos, e dentes de fera selvagem.
— Não! Não pode ser! — Ele se levanta amedrontado, batendo com as costas na janela, sem tirar os olhos da mulher. — É apenas um sonho! Só um sonho!
— O que foi Johnny? — A mulher diz, sorrindo maleficamente para ele. — Não foi bom pra você? — Nisso a porta do quarto se abre lentamente, e lá está ele: o Bastardo.
— Você vai morrer, Johnny!
— NÃO!!! — Johnny vira-se e abre a janela rapidamente. Em questão de um segundo ele confere o seu cavalo: está logo abaixo da janela, e assim ele pula, pronto para cair às costas do animal e fugir dali. Porém, quando Johnny joga-se pela janela, o corpo do cavalo passa por um estranho processo: sua pele e carne queimam rapidamente, até sobrar apenas o seu esqueleto, e ele parece não sentir dor nenhuma. Já Johnny sente uma terrível dor ao cair sentado no chão, já que quando suas nádegas tocaram no esqueleto do cavalo, este se desmontou, dando a Johnny uma livre queda ao chão nada macio.
— Não adianta se arrepender agora, Johnny! — A voz é de Bastardo, mas Johnny olha para os lados e não o vê. — Estou aqui Johnny! E muito puto com você! — Johnny então vê que a voz vem do crânio de seu cavalo, que o encara e tem na testa a mesma marca do Bastardo.
— N-não...! — Johnny arrasta-se no chão, afastando-se dos ossos do cavalo, e então ouve novamente as risadas dos abutres, que estão por todo o território, sobre as casas, olhando para Johnny sem se importar com o banho que estão tomando da chuva. Quando ele pensa em gritar por ajuda ele percebe que a morena está ali com ele, em pé na sua frente, segurando uma grande faca de cozinha. Antes de ele fazer qualquer coisa ela rapidamente crava a faca em seu pênis, e ele grita de dor, fazendo a mulher e os abutres rir novamente.
Morlun, o Milenar- Moderador
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Idade : 36
Ocupação : Doido
Humor : Matar, matar, matar!!!
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Re: A Canção dos Condenados - Abutres
— NÃO!!! — Johnny acorda apavorado e suado novamente. Está ainda no mesmo quarto de hotel, deitado na mesma cama, e lá fora há sol. Porém, está sozinho na cama, descoberto, nu, e com as mãos amarradas na cabeceira. Em pé, ao lado da cama, está a morena, com seu rosto diabólico e vestida de vaqueira.
— Você vai morrer, Johnny! — Diz ela, sacando um revólver da cintura.
— N-não! Pare, por favor! — Johnny começa a chorar de medo e agonia. — Me mate de uma vez e pare com esse sofrimento!
— Não adianta se arrepender agora, Johnny! — A voz é de Bastardo, mas quem diz é um abutre que está repousado na janela, com os mesmos olhos e marca de Bastardo. Logo a morena aponta a arma para o pênis de Johnny e atira, fazendo-o sentir novamente a pior dor de todas, gritando de agonia, fazendo a morena e o abutre rirem dele.
— NÃO!!! — Johnny acorda. Novamente apavorado e suado. Mas desta vez não está no quarto de hotel, e sim onde esteve antes de ir até ele na noite anterior: no bar, onde jogara com alguns amigos. Ele esteve dormindo debruçado na mesa, com algumas cartas na mão. E na mesa, junto a ele, não estão os seus amigos, e sim abutres, de olhos azuis, uma marca na testa, igual à do Bastardo, e segurando algumas cartas com as asas, como se elas fossem mãos.
— Você vai morrer, Johnny! — Diz o abutre à sua esquerda.
— É! E não adianta se arrepender agora! — Diz o abutre à sua frente. E assim, eles começam a rir, assim como o resto dos abutres que estão no bar, no lugar de pessoas.
— E olha só! — Diz o abutre à direita de Johnny, assim que os risos cessam. — Eu tenho quatro reis!
— E eu tenho três ases! — Diz o abutre à sua frente.
— E eu tenho uma seqüência de espadas! — Diz o abutre à esquerda. — E você, Johnny, o que tem? NADA! Nem dinheiro para pagar!
— Vai ter que pagar com sangue! — Torna a falar o abutre à direita.
— Nesse caso, eu cobro! — Diz uma voz feminina e macabra às costas de Johnny. Ele vira-se para ver a morena de rosto macabro e vestida de vaqueira, segurando uma grande faca de cozinha nas mãos:
— Não! De novo não! — Johnny se levanta, apavorado, e então os abutres o prendem pelos braços, usando suas patas, com toda a força, enquanto batem as asas para manterem-se no ar, fazendo o homem sentir uma insuportável dor nos seus membros. Distraído, Johnny acaba por deixar a morena lhe tirar as calças e castrá-lo com a faca. E mais uma vez ele sente a pior dor de todas, gritando com todo o seu fôlego, e dando mais motivos de risos à morena e aos abutres.
— NÃO!!! — Johnny acorda de um pesadelo novamente, e agora totalmente aos prantos, cheio de medo. E está novamente no quarto de hotel, onde tudo começou, amarrado na cadeira onde esteve preparando o seu cigarro, enquanto a morena nua, de rosto macabro, está com as mãos amarradas na cabeceira da cama, sorrindo para ele. — Por favor! Quando isso vai acabar?!
— Isso só vai acabar... — A voz é de Bastardo, e ele surge diante de Johnny num piscar de olhos. — quando os abutres forem extintos desse planeta!
— N-não... — Johnny tenta implorar, mas o Bastardo desaparece da mesma forma como aparecera, e agora, na frente de Johnny, está a morena, em pé, segurando uma grande faca de cozinha nas mãos.
— Grite, Johnny! — Diz ela, cravando a faca no pênis de Johnny, fazendo-o gritar novamente de agonia, e assim ele ouve a morena rir, juntamente com os abutres que agora estão espalhados pelo quarto.
E mais uma vez Johnny acorda, encontra-se com seus demônios (o Bastardo, a morena demoníaca, seu cavalo em forma de esqueleto e os abutres), e acaba por ser castrado, acordando em seguida. Nos mesmos lugares, ou em lugares diferentes. E isso tudo se repetirá, como o Bastardo disse, até que os abutres sejam extintos, não importa o quanto Johnny se arrependa pelos seus atos, ele vai sofrer mais do que suas vítimas, e talvez até mais do que mereça.
Epílogo
O Bastardo caminha pela longa estrada cercada por grandes paredões de pedra, onde Johnny fora atacado pela primeira vez. E ao seu lado caminha uma mulher tão bela de rosto quanto de corpo, vestindo-se sensualmente de cinza, e tem longos cabelos prateados como seus olhos e seus lábios.
— Você me dá medo às vezes, sabia? — Diz a mulher, com um sorriso sarcástico no rosto. — Saiba que sou uma boa pessoa, hein?
— Você não é uma boa pessoa, Dama de Prata. É uma manipuladora vil, sem coração e sanguinária!
— Hah! Olha quem está me chamando de sanguinária!
— Eu sou o que sou porque você me fez assim, contra a minha vontade!
— Lá vem você com esse assunto de novo, Bastardo! — A Dama de Prata fica impaciente e tira o sorriso do rosto. — Eu ofereci e você aceitou ser o que é!
— Você me iludiu, me dizendo toda a verdade que eu não conhecia! Se é que você me disse a verdade aquele dia!
— Ora Bastardo, aquele homem era o seu pai e assassino de sua mãe, eu não tinha motivos pra te enganar!
— Claro que tinha: precisava de alguma marionete para fazer o seu serviço sujo!
— Você gosta de fazer o que faz, Bastardo! Não é livrar o Mundo de pessoas como Johnny que você quer? Você até diz que faz por conta!
— Eu não queria fazer isso antes de você me transformar nisso! E agora isso é tudo o que eu posso fazer, mas isso não significa que eu goste!
— Me cansei, Bastardo! Ainda vou fazer você engolir essas suas palavras ingratas! — Finalizando a discussão, a Dama de Prata transforma-se em uma estranha luz prateada que logo se dissipa no ar. Bastardo continua caminhando e diz:
— Vaca.
FIM
— Você vai morrer, Johnny! — Diz ela, sacando um revólver da cintura.
— N-não! Pare, por favor! — Johnny começa a chorar de medo e agonia. — Me mate de uma vez e pare com esse sofrimento!
— Não adianta se arrepender agora, Johnny! — A voz é de Bastardo, mas quem diz é um abutre que está repousado na janela, com os mesmos olhos e marca de Bastardo. Logo a morena aponta a arma para o pênis de Johnny e atira, fazendo-o sentir novamente a pior dor de todas, gritando de agonia, fazendo a morena e o abutre rirem dele.
— NÃO!!! — Johnny acorda. Novamente apavorado e suado. Mas desta vez não está no quarto de hotel, e sim onde esteve antes de ir até ele na noite anterior: no bar, onde jogara com alguns amigos. Ele esteve dormindo debruçado na mesa, com algumas cartas na mão. E na mesa, junto a ele, não estão os seus amigos, e sim abutres, de olhos azuis, uma marca na testa, igual à do Bastardo, e segurando algumas cartas com as asas, como se elas fossem mãos.
— Você vai morrer, Johnny! — Diz o abutre à sua esquerda.
— É! E não adianta se arrepender agora! — Diz o abutre à sua frente. E assim, eles começam a rir, assim como o resto dos abutres que estão no bar, no lugar de pessoas.
— E olha só! — Diz o abutre à direita de Johnny, assim que os risos cessam. — Eu tenho quatro reis!
— E eu tenho três ases! — Diz o abutre à sua frente.
— E eu tenho uma seqüência de espadas! — Diz o abutre à esquerda. — E você, Johnny, o que tem? NADA! Nem dinheiro para pagar!
— Vai ter que pagar com sangue! — Torna a falar o abutre à direita.
— Nesse caso, eu cobro! — Diz uma voz feminina e macabra às costas de Johnny. Ele vira-se para ver a morena de rosto macabro e vestida de vaqueira, segurando uma grande faca de cozinha nas mãos:
— Não! De novo não! — Johnny se levanta, apavorado, e então os abutres o prendem pelos braços, usando suas patas, com toda a força, enquanto batem as asas para manterem-se no ar, fazendo o homem sentir uma insuportável dor nos seus membros. Distraído, Johnny acaba por deixar a morena lhe tirar as calças e castrá-lo com a faca. E mais uma vez ele sente a pior dor de todas, gritando com todo o seu fôlego, e dando mais motivos de risos à morena e aos abutres.
— NÃO!!! — Johnny acorda de um pesadelo novamente, e agora totalmente aos prantos, cheio de medo. E está novamente no quarto de hotel, onde tudo começou, amarrado na cadeira onde esteve preparando o seu cigarro, enquanto a morena nua, de rosto macabro, está com as mãos amarradas na cabeceira da cama, sorrindo para ele. — Por favor! Quando isso vai acabar?!
— Isso só vai acabar... — A voz é de Bastardo, e ele surge diante de Johnny num piscar de olhos. — quando os abutres forem extintos desse planeta!
— N-não... — Johnny tenta implorar, mas o Bastardo desaparece da mesma forma como aparecera, e agora, na frente de Johnny, está a morena, em pé, segurando uma grande faca de cozinha nas mãos.
— Grite, Johnny! — Diz ela, cravando a faca no pênis de Johnny, fazendo-o gritar novamente de agonia, e assim ele ouve a morena rir, juntamente com os abutres que agora estão espalhados pelo quarto.
E mais uma vez Johnny acorda, encontra-se com seus demônios (o Bastardo, a morena demoníaca, seu cavalo em forma de esqueleto e os abutres), e acaba por ser castrado, acordando em seguida. Nos mesmos lugares, ou em lugares diferentes. E isso tudo se repetirá, como o Bastardo disse, até que os abutres sejam extintos, não importa o quanto Johnny se arrependa pelos seus atos, ele vai sofrer mais do que suas vítimas, e talvez até mais do que mereça.
Epílogo
O Bastardo caminha pela longa estrada cercada por grandes paredões de pedra, onde Johnny fora atacado pela primeira vez. E ao seu lado caminha uma mulher tão bela de rosto quanto de corpo, vestindo-se sensualmente de cinza, e tem longos cabelos prateados como seus olhos e seus lábios.
— Você me dá medo às vezes, sabia? — Diz a mulher, com um sorriso sarcástico no rosto. — Saiba que sou uma boa pessoa, hein?
— Você não é uma boa pessoa, Dama de Prata. É uma manipuladora vil, sem coração e sanguinária!
— Hah! Olha quem está me chamando de sanguinária!
— Eu sou o que sou porque você me fez assim, contra a minha vontade!
— Lá vem você com esse assunto de novo, Bastardo! — A Dama de Prata fica impaciente e tira o sorriso do rosto. — Eu ofereci e você aceitou ser o que é!
— Você me iludiu, me dizendo toda a verdade que eu não conhecia! Se é que você me disse a verdade aquele dia!
— Ora Bastardo, aquele homem era o seu pai e assassino de sua mãe, eu não tinha motivos pra te enganar!
— Claro que tinha: precisava de alguma marionete para fazer o seu serviço sujo!
— Você gosta de fazer o que faz, Bastardo! Não é livrar o Mundo de pessoas como Johnny que você quer? Você até diz que faz por conta!
— Eu não queria fazer isso antes de você me transformar nisso! E agora isso é tudo o que eu posso fazer, mas isso não significa que eu goste!
— Me cansei, Bastardo! Ainda vou fazer você engolir essas suas palavras ingratas! — Finalizando a discussão, a Dama de Prata transforma-se em uma estranha luz prateada que logo se dissipa no ar. Bastardo continua caminhando e diz:
— Vaca.
FIM
Morlun, o Milenar- Moderador
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