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Matt - A Sombra das Trevas

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Mensagem por Morlun, o Milenar Sex Dez 26, 2008 7:22 pm

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Manhattan, 31 de outubro de 2005.

Meu nome é Matt. Eu era um detetive particular. Mas não dos bons. Eu não era lá muito velho no ramo. Havia resolvido apenas dois casos, que envolviam um garoto sumido e um anel. Casos simples. E eu vou dizer uma coisa: se me aparecesse mais um caso daqueles eu ia mandar o contratante à merda!
Bem, era uma noite como qualquer outra. Apesar de ser dia das bruxas. Eu estava em meu gabinete. Usava o meu chapéu que cobria os olhos. Estava na internet quando toca o telefone.
_Matt, detetive particular.
_Olá, Sr. Matt... – Era uma voz masculina muito estranha. – Como vai? – parecia estar sorrindo. Mas não de alegria, e sim de estar tramando alguma.
_Estou bem. Quem está falando?
_Você irá descobrir depois de resolver o meu problema. – “Ótimo, é um daqueles caras” eu pensei.
_Bem, eu--
_Sei que vai gostar, Sr. Matt. – Odeio admitir quando me interrompem!
_Certo...
_É um cara que me deve. Deve muito. – “Taí uma coisa de que eu preciso” eu pensei.
_Hum... E se eu não aceitar? – É claro que eu queria aceitar. Eu apenas estava testando o sujeito, já que ele não quis me dizer o nome. E ele não me surpreendeu quando respondeu.
_Bem, aí você terá que agüentar as conseqüências... Mas que e isso, Sr. Matt? Eu sei que você vai aceitar!
_É, tá certo... Quem é o sujeito?
_O que quero que você encontre?
_Não, o sujeito da carrocinha-- É claro que é o cara que você quer que eu encontre! – Adoro fazer isso. E não me arrependi nem um pouco de ter dito aquilo.
_Hehe... Seu senso de humor é indispensável, Sr. Matt... Mas não foi ele quem contratei, e sim a sua inteligência... A pessoa que você deve encontrar chama-se Luigi.
_Certo... Deve haver apenas um Luigi em Manhattan. – Eu não podia dispensar essa!
_Você não vai precisar do sobrenome dele... você nem se quer usa o seu! – “Saco!” eu pensei. – Você pode usar a sua inteligência para descobrir sobre ele, eu presumo... E você tem até a meia-noite!
_Está certo... tentarei. – Desligo o telefone. – Sugeitinho tosco! – Admito que falei aquilo só porque ele não estava ouvindo.

Com o meu computador eu pesquisei os Luigis existentes em Manhattan. Eu tinha certeza de que haveria mais de um, mas não. Havia apenas um. Quer saber o sobrenome dele? NÃO TINHA!
Fui na casa dele, ignorando, no caminho, as crianças que estavam fantasiadas e indo de casa em casa pedir doces.
Aperte a campainha e nada. Apertei de novo e nada. Quando apertei pela terceira vez a porta foi aberta.
_Boa noite-- que?! – Não havia ninguém ali. Como se a porta tivesse se aberto sozinha. – Impossível...!
Eu entrei, mesmo achando que era tolice... Na verdade tolice era eu achar que aquela era uma casa mal-assombrada!
Eu apalpei a parede ao lado da porta e encontrei o interruptor. Acendi a luz e me deparei com uma cozinha sujo. Ou melhor, uma cozinha imundíssima. Louças de duas semanas na pia, restos de comida de uma semana na mesa e (por Deus!) um gato morto de três semanas no chão.
O prato sobre a mesa mostrava que Luigi morava sozinho. Isso explica a louça suja.
Não suportando mais o fedor do gato eu me retiro da cozinha entrando pela porta que havia ali. Acendo a luz pelo interruptor que encontro ao lado da porta, iluminando uma sala de estar. Parecia em bom estado, se não fosse os sofás rasgados, tapete rasgado, cortinas rasgadas, janela trincada, tela do televisor trincada e mesa de centro rachada.
Nas paredes haviam quadros. Todos mostravam fotos de Luigi. Apenas de Luigi. E olha só, ele ganhou medalhas de ouro nadando, jogando damas, maratona... E olha o cara segurando uma enorme carpa ali!
“Chega de bagunça” eu pensei. Aí entrei na outra porta que havia ali. Acendo novamente a luz. Era um quarto. A cama estava desarrumada e fedendo a urina! Eu olho sobre a cômoda e vejo uma passagem de avião. Pego-a e vejo que era para o Brasil. “Céus, o que ele vai fazer no Brasil?” eu pensei. A data era 31 de outubro, daquele mesmo dia. E pra meia-noite. Era por isso que o estranho o queria até meia-noite.
Luigi tinha mais uma hora. Estranhei, pois não vi que o tempo havia passado tão rápido. E logo deduzi que ele se esqueceu da passagem, ou ainda não havia ido para o aeroporto. De carro levaria um pouco mais de meia-hora pra chegar lá. E de metrô levaria quinze minutos. E como eu não vi garagem alguma lá fora deduzi que ele iria de metrô. E sem outra alternativa resolvi esperar ele chegar. Mas lá fora! Por que eu não estava afim de ficar dentro daquele chiqueiro !
Saí do quarto, me encontrando na sala-- na droga da sala de estar. Fui passar pela porta que me levava pra droga da cozinha e me espantei. E muito! Quando abri a porta encontrei uma parede de tijolos. Aquilo não era nada normal. Rapidamente fui até a porta da droga da sala, e ocorreu o mesmo: uma parede de tijolos. Desesperadamente corri até a janela e lá havia outra parede de tijolos. Eu estava preso ali. Mas logo me tranqüilizei. Pensei em algo que parecia dar certo. Fui até a porta da droga da cozinha, fechei-a e a abri novamente. E o que eu vi? Montanhas!
_”Ei Link, onde eu estou?”. “Não vai acreditar, Matt, mas você está no topo de uma montanha!”
Logo eu pensei em sair voando, mas não daria certo. Aí eu fechei a porta. Me dirigi até a porta da droga do quarto, fechei e abri... em pimba! Me deparei uma praia ensolarada. Naquela hora da noite! E lá haviam cinco garotas de biquíni acenado pra mim e me chamando.
_Vem cá, Matt! Vem meu querido!
Como eu estava sem a minha roupa de banho eu resolvi fechar a porta. Fui novamente até a porta da droga da cozinha e a abri. Vi algo que acreditei ser o inferno. Não é brincadeira! Parecia o inferno mesmo! E como eu não estava a fim de entrar lá eu fechei rapidamente a porta. E, cheio de raiva, me dirigi até a porta da droga do quarto, e a abri. E o que eu encontro? A droga do quarto! E noto que a passagem de avião não estava mais sobre a cômoda. Olhei no relógio e faltavam apenas vinte minutos pra meia-noite. Dá pra acreditar que o tempo passa rápido quando se fica abrindo e fechando portas? Olhei pela janela da droga do quarto e vi um homem acenando pra mim e me mostrando a passagem de avião. E logo me mostrou o traseiro. Depois disso saiu correndo.
Pra não Ter que passar pelas portas teleportadoras novamente eu pulei a janela, já que a casa tinha apenas um andar. Mas só depois de pular eu descobri que a casa cresceu, tendo dois andares a mais. Minha coluna doeu muito...
Corri até o meu carro e o liguei. Foi aí que pensei se deveria mesmo ir atrás do cara. Ele devia ser tão perigoso quanto aquela casa. Mas logo pensei no sujeito que me contratou. Na ameaça dele. Que diferença isso iria fazer? Além de eu nem ter muita razão pra viver. E admito que estava louco pra saber o que estava acontecendo.
Pisei fundo e fui até a estação de metrô.

Entrei na estação. Estava deserta. E lá no fundo eu o cara. Vi o Luigi. Fui até ele.
_Luigi...
_Meus parabéns, Sr. Matt. – O cara tinha a mesma voz do meu contratante. – Você conseguiu.
_Mas o que...?
_Você passou no teste. Não fugiu nas horas de espanto. – Ótimo, um teste” eu pensei.
_Que história é essa?
_Agora você é meu, Sr. Matt.
_Mas do que você está falando?
_Você vai descobrir...
O cara me agarra com suas mãos e me joga nos trilho, sem fazer esforço. Olho pra ele. Estava sorrindo. De repente o metrô surge do nada, e me atropela. Sim, isso mesmo, eu morri. E sabe o que houve depois disso? Eu estava no meio de uma névoa densa e sombria. E o meu corpo estava totalmente negro e parecia inatingível. Eu até me parecia com o sombra, mas fora da parede.
Na minha frente surge o cara estranho. Ele estava diferente. Tinha um par de chifres e uma cauda com uma seta na ponta. Sim, ele era o Diabo.
_Você virou meu servo, Sr. Matt. É um fantasma. Um espectro. E ajudará muito.
_Do que--?
_Você pode achar que não, mas isso é só agora. Verá mais tarde... Hehehe... HAHAHAHAHA!
O Diabo some de repente. E a névoa também, entrando em meu corpo. Nisso meu corpo volta a ser sólido. Eu me sentia morto, como eu estava. E tive mais certeza disso quando me deu conta de onde eu estava: num cemitério, em frente a uma lápide que estava escrito “Aqui jaz Matt, A Sombra das Trevas”.
_Oh, céus!
Bem, eu estou morto. Sou um fantasma que fica vagando na Terra. Num mundo que não é meu e sim dos vivos. E o que mais quero fazer é ajudar as pessoas. Me acostumar bastante a fazer o bem, para que eu não mude para o lado do Diabo...

FIM
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