Antares #8. Página 3.
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Antares #8. Página 3.
Herança. Primeira parte.
Por João Norberto da Silva.
São Paulo, uma noite estrelada do mês de Outubro de 2009.
- Tem certeza disso Jon?
- Claro Andressa... A mamãe vai te amar...
- Sei não... Eu andei ouvindo umas histórias sobre como a sua mãe costuma tratar as suas namoradas...
- Hahahaha... Mas algumas ela tava certa vai... E olha o lado bom... Se não fosse por ela ter espantado algumas das minhas namoradas, a gente não teria se conhecido...
O rapaz deu um beijo em sua namorada, procurando acalmá-la e passar a tranquilidade que ele mesmo não tinha. Sua mãe realmente parecia determinada a não permitir que o filho arranjasse uma namorada, implicando com as mesmas por motivos cada vez mais fúteis.
“Mas agora vai ser diferente!” Foi o que Jonathan pensava, enquanto abraçava com mais força sua atual namorada, sendo despertado daquele momento pelo som do elevador, que indicava que finalmente estavam do andar em que a mãe dele morava.
Eles entraram no corredor e pararam diante da porta com o número 82.
-Tem certeza disso Jon?
- Já disse gatinha... A mamãe vai estar mais receptiva... Hoje é meu aniversário e ela com certeza preparou uma festa “surpresa” como sempre... Não vai dar nenhum escândalo... Pode ficar tranquila... Agora, vamos respirar fundo e bater na porta tá?
Assim eles fizeram e logo a senhora Luiza Salles, abria a porta com um imenso sorriso no rosto, recepcionando seu filho e gritando:
- Surpresa!!! Feliz aniversário meu querido!!!! - Assim que ela constatou que ele não estava sozinho, o sorriso se desfez numa pergunta gelada. - Ah... E quem é você?
- Hã... Meu nome é Andressa senhora Salles... Muito prazer...
Um incômodo instante de silêncio se fez, enquanto Andressa permanecia parada com a mão estendida para o vazio.
- Mamãe...
- Ah, bem... - Luiza parecia despertar de um transe e segurou a mão que lhe era estendida, para logo abraçar seu filho, fazendo de conta que ele estava sozinho ali. - Feliz Aniversário meu lindo!!! - Depois de muitos beijos e abraços ela sussurrou no ouvido do rapaz. - Depois nós conversamos.
Luiza conseguira reunir a maior parte dos amigos de seu filho, bem como os tios, alguns primos e até a sobrinha recém-nascida, todos se divertindo muito, mas ela mesmo parecia ter perdido o ânimo de antes.
- Mãe... - Jonathan a encontrou na cozinha, passando, demoradamente e sem ânimo, patês em pequenas bolachas. - Puxa... Isso não é justo... Você nem deu uma chance prá Andressa... Por que sempre tem que ser assim...
- Você não entenderia... A quanto tempo está saindo com essa moça?
- A pouco tempo... Só umas semanas...
- Espero que esteja usando camisinha pelo menos...
- Mãe!
- Tá certo... Tá certo... - Para cortar a conversa, Luiza pegou uma bandeja cheia de bolachas com patê, ofereceu ao filho e depois deste ter recusado, ela se encaminhou para a sala. - Vou atender aos convidados...
Jonathan não conseguia entender o que acontecia com a mãe sempre que ele arranjava uma namorada. Em todos os outros momentos ela era carinhosa, preocupada, apoiava os planos dele, enfim, era tudo o que as mães de seus colegas muitas vezes não eram, mas bastava ele aparecer com uma namorada que dona Luiza mudava completamente.
E sempre vinha à tona a preocupação com o fato do filho estar fazendo ou não sexo seguro.
Foram vários os namoros encerrados, em grande parte, pelo modo como ela tratava as garotas, agindo totalmente ao oposto do que era normalmente. Se uma garota entrasse em casa apenas como amiga, dona Luiza as tratava com frieza, até ter certeza de que queriam apenas a amizade de seu filho, o que resultava numa grande mudança no comportamento dela.
Agora as que se apresentavam como namoradas...
- Oi Caio, tudo bem? Você viu a Andressa?
- Opa! Não vi não Jon! Acho que ela tava agora mesmo perto da porta de entrada...
Deixando o amigo a conversar com uma bela mulata, que Jonathan nem lembrava de conhecer, o rapaz logo saiu do apartamento, encontrando sua namorada sentada num dos degraus das escadas que levavam para o andar de cima.
- Oi moça... - Ele sentou ao lado dela, percebendo que ela limpava os olhos com as costas das mãos, tentando disfarçar o choro. - Ei... Não fica assim...
- Ela não gostou de mim Jon... Deu prá ver nos olhos dela que ela já me detestou de cara... Ai... O que eu vou fazer agora?
- Nossa... Calma Andressa... - Ele se levantou e esticou a mão na direção dela. - Vem comigo, vou te mostrar algo que sempre me ajudava, quando eu ainda morava com a minha mãe e me sentia triste.
Enquanto o casal começava a subir os degraus, não perceberam que alguém os seguia.
- Nossa! É demais mesmo!
- Eu te falei...
Jonathan estava atrás de sua namorada, abraçando-a com força o suficiente para que a mesma não sentisse frio, por causa do vento noturno que soprava mais forte no alto do prédio, ela acariciava a longa trança que o rapaz havia feito com seu cabelo. Andressa adorava fazer aquilo para se acalmar.
Ambos estava praticamente hipnotizados pela vista espetacular das estrelas, numa das raras ocasiões em que a poluição da cidade permitia um vislumbre de um céu quase limpo.
Sem que percebessem, a pessoa que os seguia abriu a porta que dava para o topo do prédio, pretendendo ficar nas sombras, sem ter certeza do que deveria fazer a seguir.
- Ei.. Olha só as horas! - O rapaz tirava seu celular do bolso e mostrava para a namorada. - Faltam alguns segundos para a hora exata do meu nascimento... Que tal uma contagem regressiva?
- Certo. Vamos lá.
“Oito!”. Sem que o casal percebesse, uma das estrelas parecia aumentar de brilho.
“Sete!”. A pessoa que se mantinha escondida acabou por ver o brilho e em desespero começou a sair de seu esconderijo.
“Seis!”. Andressa se virou fitando o namorado nos olhos e decidindo que chegara a hora de lhe contar o segredo que ela trazia a algum tempo.
“Cinco!”. O casal trocou um carinhoso beijo, ambos fechando os olhos e não percebendo a luz que parecia chegar cada vez mais perto deles.
“Quatro!”. Aos poucos os gritos de dona Luíza, que havia decidido seguir o casal, pareciam chegar aos ouvidos deles.
“Três!”. Ignorando o que achavam ser um ataque histérico, os dois continuaram se beijando, começando lentamente a se afastar. A luz estava ainda mais próxima.
“Dois!”. Andressa se aproximou do ouvido do rapaz, sussurrando seu segredo, o que fez com que Jonathan abrisse os olhos, percebendo finalmente o que parecia um cometa vindo na direção deles.
“Um!”. Tirando a namorada da trajetória da Luz, o rapaz se jogou contra a mesma, sendo atingido em cheio.
- NNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!!!!!!!!!!
Os gritos desesperados em uníssono de sua mãe e namorada foram a última coisa que Jonathan registrou antes de perder os sentidos.
XXX
Ele estava voando pelas profundezas do espaço.
Era o sonho que o rapaz vinha tendo nas últimas semanas, sempre envolvido em uma luz dourada e voando pelos anéis de Saturno, por entre nuvens de meteoros, mergulhando em sóis e saindo ileso do outro lado.
De repente ele acordava e se descobria caído no chão do quarto.
Conforme sentia que o sonho dava lugar à realidade e sua consciência ia voltando, ele tentava se lembrar do que acontecera antes de dormir. A festa de sua mãe, o modo como ela havia tratado sua namorada, a ida até o terraço do prédio, a revelação que Andressa lhe fizera.
Foi nesse ponto, enquanto ele remoía o que ela lhe sussurrara, que ele percebeu no corpo a sensação do sonho, de estar voando e imaginou por que ainda não tinha acordado.
Quando finalmente abriu os olhos, Jonathan começou a levar as mãos até seu rosto, pretendendo esfregar os olhos.
Ao perceber que estranhas luvas de aspecto metálico estavam encobrindo quase que inteiramente suas duas mãos, o terror tomou conta dele, ao perceber que não estava sonhando, mas que estava realmente voando pelo espaço, acabando por reagir como qualquer um em seu lugar.
Entrando em completo desespero.
- AAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
XXX
De volta à Terra, no terraço do prédio onde Jonathan estava a alguns segundos atrás.
- Não pode ser... Não... Meu filho...
Tanto Luiza quanto Andressa permaneciam de joelhos, nos exatos lugares onde estavam quando a luz atingiu o topo do prédio.
Onde Jonathan estava, agora se erguia um outro homem, aparentando estar na casa dos cinquenta anos, o corpo musculoso, que parecia pertencer a alguém que se exercitava regularmente, estava cheio de cicatrizes, o cabelo estava quase inteiro grisalho, com uma ou outra mecha negra, no rosto um farto bigode cobria a boca dele, que formou algo que parecia um sorriso, ao olhar para dona Luiza.
Andressa correu para junto da mãe de seu namorado e as duas acabaram deixando de lado as diferenças, se abraçando.
- Mas... - A garota se recuperou mais rápido. - O que aconteceu? Cadê o Jon? Quem é esse cara? E por que ele tá pelado?!!!
Luiza se ergueu, parecendo finalmente recuperada, tirou a blusa que usava e entregou ao homem, que prontamente a usou para esconder suas partes íntimas.
- Obrigado Luiza... - Finalmente ele pareceu encontrar as palavras. - Meu Deus... Era hoje? Ele finalmente fez vinte e um? Justo agora? Eu... Ai!
O homem recebeu um sonoro tapa no rosto, virando o mesmo e quando voltou a olhar para a mulher diante de si, percebeu que Luiza acariciava a mão que o acertou, os olhos estavam marejados.
- Andressa... - Sem olhar para a garota, que se aproximava dos dois, Luiza tratou de apresentar o recém-chegado. - Quero te apresentar o pai do Jonathan...
Os olhos tão abertos quanto a boca, numa expressão quase cômica de surpresa, foi a resposta da garota.
XXX
- Não!!! Para!! PARA!!!
Em resposta aos gritos do jovem, ele realmente parou de seguir em frente, flutuando à deriva, como vira tantos personagens dos filmes de ficção que costumava assistir.
- E-eu... E-eu... Meu Deus... O-o que está acontecendo?
“Você foi escolhido para ser o novo Antares.”
- Heim? Q-quem... Deus?
“Na verdade sou apenas a consciência de sua armadura... Mas Deus poderia ser um bom nome...”
- Armadura?
Jonathan, agora que não estava mais se movendo, pôde olhar mais detalhadamente para seu corpo e percebeu que realmente estava trajando o que parecia ser uma armadura.
Ela era dourada e vermelha, parecendo estar sobre uma roupa basicamente preta, a mesma cor de suas luvas, que ele levou ao rosto, percebendo que vestia também algo como um elmo, que deixava apenas sua boca à mostra.
- Co-como estou respirando?
“Seu poder estelar o permite voar pelo vácuo espacial sem precisar de um suprimento de oxigênio.”
- Você está falando direto na minha mente? O que é você afinal?
“Como disse anteriormente, sou a consciência de sua armadura, estou aqui para lhe ajudar a se ajustar à experiência de se tornar o novo Antares, assim como fiz com seu pai.”
- Meu pai? - A curiosidade despertada fez com que o rapaz esquecesse momentaneamente aquela situação bizarra. - Você conheceu meu pai?
“Sim... A exatos vinte e um anos atrás ele se tornou o segundo Antares de sua linhagem, assim como foi com o pai dele.”
- Meu avô? Mas eu... Minha mãe jamais falou algo sobre o meu pai, muito menos do meu avô paterno... E-eu... Deus... Preciso respirar... Estou sufocando...
“Essa é uma reação de pânico do seu corpo, se ajustando à realidade que lhe é apresentada... Seu pai passou por algo assim e...”
- Dane-se ele!!! Me leva de volta prá casa!!! Agora!!!
“Impossível. Depois que um Antares nasce, ele não pode voltar para seu planeta natal até que sua missão se complete, ou até que seu filho complete vinte e um anos, como aconteceu com seu pai.”
- O que?!!!! Ora eu... - De repente as palavras de Andressa ecoaram nos ouvidos do rapaz. - Me leva prá algum planeta onde eu possa tirar esse capacete!!!
“Não é necessário. Você pode tirá-lo aqui mesmo e...”
- Vai se ferrar!!!! Quero ir prá algum lugar onde eu possa respirar sem esse poder!!! Agora!!!
“Quer mesmo ir para o planeta mais próximo? O que tiver atmosfera parecida com a de seu planeta natal?”
- Sim! Agora mesmo!!!
Sem receber nenhuma resposta da estranha voz, Jonathan sentiu seu corpo ser quase que arrancado, enquanto voltava a voar numa velocidade alucinante e, poucos instantes depois, ele viu que se aproximava de um enorme planeta, lembrando em muito a própria Terra, nas cenas que o rapaz vira na televisão algumas vezes.
A entrada na atmosfera criou algo como um campo de fogo ao redor dele, mas ele não sentiu nada de calor e, depois de algumas manobras que fizeram seu estômago embrulhar, ele se via pousando lentamente no que lembrava um imenso vale.
Ao redor dele o rapaz percebeu algo que lembrava vagamente árvores e rochas, mas de nenhum tipo que ele já vira na vida, mas no momento aquilo não importava.
Assim que o brilho dourado se desfez ele arrancou o capacete com desespero e, assim que o jogou para o lado, curvou o corpo e vomitou.
- Arrgghh...
“Está melhor?”
- Você... Ainda está na minha cabeça?
“É assim que funciona nossa relação... Como eu disse estou aqui para ajudá-lo a se ajustar à sua nova existência.”
- Sei... Como Antares e blá-blá-blá... - Ele pegou o capacete e esperava que o mesmo se mexesse para falar com ele, mas nada acontecia. - Como seu eu soubesse que merda é essa... Eu...
Vozes desesperadas chegaram até onde ele estava e sem pensar ele tornou a vestir o capacete, percebendo que um grupo de pessoas surgia por um dos lados de um morro próximo.
Pareciam uma adolescente e algumas crianças normais, mas assim que se aproximavam do rapaz, este percebeu que elas tinham cabelos de várias cores indo do branco até ao verde, e suas peles tinham uma estranha coloração arroxeada, com várias manchas espalhadas pelo corpo.
- Nos ajude grande guerreiro!!! - Logo as crianças o cercavam, tentando abraçar suas pernas, apenas a adolescente o olhava com alguma suspeita e ele percebeu que o olho dela era branco, com o globo preto, no entanto ela não parecia ser cega. - Nos salva!!!
Jonathan não sabia o que dizer, era a primeira vez que se encontrava com seres de uma raça alienígena e ele mal entendia como eles pareciam falar português, quando a mais velha finalmente falou:
- Sou Thar-Tae... E quem é você?
- Eu... - “Tártaro? Que raio de nome é esse?” Jonathan pensou, enquanto procurava decidir como responder. - Eu vim em paz... Hã... Levem-me ao seu líder...
- Nosso Líder? Você está falando do líder da rebelião? Ou... É amigo da tirana? Crianças, se afastem dele e...
A frase foi cortada quando o que parecia uma nave surgiu nos céus, vinda de cima do morro, o que fez as crianças começarem a gritar em desespero, com a adolescente tentando reuni-las.
Um compartimento se abriu na parte de baixo da nave e então um raio foi disparado contra o grupo que estava no chão.
Jonathan reagiu sem pensar, se colocando diante do grupo de crianças e erguendo as mãos diante do corpo.
A explosão subsequente pôde ser vista a milhas de distância.
Continua?
Última edição por Resgate em Sex Jan 29, 2010 1:59 pm, editado 7 vez(es)
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Re: Antares #8. Página 3.
Epa! Vou tentar conferir... pq os desenhos já me deixaram com MUITA votnade! ^^
Re: Antares #8. Página 3.
Finalmente a estréia do Antares!! Espero que gostem!
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Re: Antares #8. Página 3.
Grande João!!
Venho aqui conferir esse seu mais novo conto, após acompanhar seus desenhos e os fragmentos de ideias que ia nos apresentando. Como disse antes e reafismo agora, uma grande aventura está sendo formada, e confiando no seu talento e na sua genialidade, fico seguro de que será uma grande história.
Esse primeiro capítulo já mostrou isso. Um pouco curto e com coisas acontecendo um tanto rápido, mas acho que isso deu o tom ideal para o enredo.
O começo, com o Jon apresentando a Andressa pra mãe foi bem legal. Em minha mente, vi a mãe dele como a mulher que fez a mãe do Sam, de Transformers! E logo pensei: ainda bem que minha mãe não age assim!
Depois tudo que veio foi num turbilhão. Vai o Jonathan e fica o pai dele, o segredo da Andressa que fica mais claro com o decorrer da fic. Jon como o Antares e sua armadura falante que gosta de ser chamada de Deus! Ele chegando no planeta e dizendo "Eu vim em paz"! Hilário!!
Muito bom trablho João!
Essa história promete!!
(copicola do UNF!)
Venho aqui conferir esse seu mais novo conto, após acompanhar seus desenhos e os fragmentos de ideias que ia nos apresentando. Como disse antes e reafismo agora, uma grande aventura está sendo formada, e confiando no seu talento e na sua genialidade, fico seguro de que será uma grande história.
Esse primeiro capítulo já mostrou isso. Um pouco curto e com coisas acontecendo um tanto rápido, mas acho que isso deu o tom ideal para o enredo.
O começo, com o Jon apresentando a Andressa pra mãe foi bem legal. Em minha mente, vi a mãe dele como a mulher que fez a mãe do Sam, de Transformers! E logo pensei: ainda bem que minha mãe não age assim!
Depois tudo que veio foi num turbilhão. Vai o Jonathan e fica o pai dele, o segredo da Andressa que fica mais claro com o decorrer da fic. Jon como o Antares e sua armadura falante que gosta de ser chamada de Deus! Ele chegando no planeta e dizendo "Eu vim em paz"! Hilário!!
Muito bom trablho João!
Essa história promete!!
(copicola do UNF!)
Re: Antares #8. Página 3.
Grande Anderson!!! Primeirão heim?!!! Valeu demais pelo comentário! E vms a ele!Aracnos escreveu:Grande João!!
Eu sempre fico inseguro com estréias e fico pensando no que tanto poderia fazer de diferente, mas comentários assim me deixam mais confiante de que estou no caminho certo. Brigadão em especial pelas palavras de incentivo!Aracnos escreveu:Venho aqui conferir esse seu mais novo conto, após acompanhar seus desenhos e os fragmentos de ideias que ia nos apresentando. Como disse antes e reafismo agora, uma grande aventura está sendo formada, e confiando no seu talento e na sua genialidade, fico seguro de que será uma grande história.
Eu queria algo bem rápido e curtinho prá facilitar a leitura do pessoal... Vms ver se dá certo. heheheheAracnos escreveu:Esse primeiro capítulo já mostrou isso. Um pouco curto e com coisas acontecendo um tanto rápido, mas acho que isso deu o tom ideal para o enredo.
Que bom que apesar disso o enredo agradou!
Existe uns motivos prá mãe do Jon agir como estava agindo... E isso ficará mais claro no decorrer da série, mas eu tbm agradeço pelos meus pais não terem tido motivos prá agir como a Dona Luiza...Aracnos escreveu:O começo, com o Jon apresentando a Andressa pra mãe foi bem legal. Em minha mente, vi a mãe dele como a mulher que fez a mãe do Sam, de Transformers! E logo pensei: ainda bem que minha mãe não age assim!
Nesse ponto eu dei uma aceletada mesmo... Queria terminar com o lance dele chegando no Planeta e mostrando suas primeiras reações ao se deparar com alienígenas, mas isso foi só o aperitivo, pois ainda vai levar um tempinho pro Jon se "acostumar" com a idéia do que está acontecendo com ele...Aracnos escreveu:Depois tudo que veio foi num turbilhão. Vai o Jonathan e fica o pai dele, o segredo da Andressa que fica mais claro com o decorrer da fic. Jon como o Antares e sua armadura falante que gosta de ser chamada de Deus! Ele chegando no planeta e dizendo "Eu vim em paz"! Hilário!!
Aguarde e confie...
Valeu demais pelo comentário amigão!!! Tirou o peso da estréia dos meus ombros! Brigadaço, aquele abração e até a próxima!!!Aracnos escreveu:Muito bom trablho João!
Essa história promete!!
Idem!Aracnos escreveu:(copicola do UNF!)
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Eu li no dia que lançou, mas esqueci de comentar XP
Uma coisa bem interessante nas suas fics é que você mostra o lado humano dos heróis, não só o heróico.
O ritmo rápido não ficou ruim, eu gostei, mesmo assim você conseguiu deixar pontas que vão prender o leitor para o próximo capítulo.
Muito legal!
Abraço.
Uma coisa bem interessante nas suas fics é que você mostra o lado humano dos heróis, não só o heróico.
O ritmo rápido não ficou ruim, eu gostei, mesmo assim você conseguiu deixar pontas que vão prender o leitor para o próximo capítulo.
Muito legal!
Abraço.
lelecoaa- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Grande lelecoaaaahhh!!!!!!!!!!!!!!!lelecoaa escreveu:Eu li no dia que lançou, mas esqueci de comentar XP
Uma coisa bem interessante nas suas fics é que você mostra o lado humano dos heróis, não só o heróico.
O ritmo rápido não ficou ruim, eu gostei, mesmo assim você conseguiu deixar pontas que vão prender o leitor para o próximo capítulo.
Muito legal!
Abraço.
nem esquenta com o "atraso", antes tarde do que nunca né? hahahahahaha
eu tento sempre passar esse laqdo humano pois acho importante os leitores se identificaram e assim, se importarem mais com os personagens... Isso realmente é algo que já não ocnsigo mais evitar.
Que bom que o ritmo mais rápido não prejudicou o texto... Nos próximos devo desacelerar um pouco, mas os tamanhos dos textos devem continuar mais acessíveis para quem não tem tanto tempo sobrando...
Valeu mesmo pelo comentário, um abração e até mais!!!
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
E aê João! Parabéns pelo primeiro capítulo amigão! E vamos aos comentários:
1. Interessante o modo como iniciou a história, com a festa de aniversário e a relação de Jonathan, a mãe e a namorada. O início dela não dava para imaginar absolutamente nada de "extra-terrestre" na jogada, o que auxiliou num clima bem gostoso de suspense.
2. Cara, foi muito louco o modo como bolou a chegada da bola de luz que "trocou" o protagonista com o pai, parecia a chegada do ano novo ali. A surpresa também da Andressa e da Luiza foi realmente muito bem escrito.
3. Muito louco o primeiro contato de Jonathan com a armadura Antares, ela tem vida própria e, pelo menos para mim, parece um autômato, ri muito no final porque ele acabou de perceber que entrou em uma tremenda roubada.
Tô aguardando o próximo episódio.
Abração de urso, amigão!
1. Interessante o modo como iniciou a história, com a festa de aniversário e a relação de Jonathan, a mãe e a namorada. O início dela não dava para imaginar absolutamente nada de "extra-terrestre" na jogada, o que auxiliou num clima bem gostoso de suspense.
2. Cara, foi muito louco o modo como bolou a chegada da bola de luz que "trocou" o protagonista com o pai, parecia a chegada do ano novo ali. A surpresa também da Andressa e da Luiza foi realmente muito bem escrito.
3. Muito louco o primeiro contato de Jonathan com a armadura Antares, ela tem vida própria e, pelo menos para mim, parece um autômato, ri muito no final porque ele acabou de perceber que entrou em uma tremenda roubada.
Tô aguardando o próximo episódio.
Abração de urso, amigão!
Mr. Black-
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Ocupação : Casado e Trabalhando, trabalhando, trabalhando...
Humor : Ainda tenho.
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Re: Antares #8. Página 3.
Grande irmãozão Black! Que prazer ver o seu ocmentário!!!Brigadão mesmo por ter aparecido!!!Mr. Black escreveu:E aê João! Parabéns pelo primeiro capítulo amigão! E vamos aos comentários:
E vms aos comentários dos seus comentários
Valeu... Eu precisava mesmo criar essa ligação com a Terra, não só prá indicar de onde o Jon veio, mas para poder trabalhar melhor a personalidade dele! Que vom que vc gostou!Mr. Black escreveu:1. Interessante o modo como iniciou a história, com a festa de aniversário e a relação de Jonathan, a mãe e a namorada. O início dela não dava para imaginar absolutamente nada de "extra-terrestre" na jogada, o que auxiliou num clima bem gostoso de suspense.
Valeu²! Eu consegui passar bem a cena que imaginei para esse momento "contagem regressiva", ficou bem parecida com o que eu tinha imaginado... Fico feliz por vc ter curtido... E imagina vc numa situação como essa né? Tinha que caprichar na surpresa delasMr. Black escreveu:2. Cara, foi muito louco o modo como bolou a chegada da bola de luz que "trocou" o protagonista com o pai, parecia a chegada do ano novo ali. A surpresa também da Andressa e da Luiza foi realmente muito bem escrito.
Opa! Essa cena realmente tinha que ficar legal, obrigatoriamente, uma vez que a armadura e a consciência dentro dela, serão muito importantes pro futuro da série... Aguarde e confie!Mr. Black escreveu:3. Muito louco o primeiro contato de Jonathan com a armadura Antares, ela tem vida própria e, pelo menos para mim, parece um autômato, ri muito no final porque ele acabou de perceber que entrou em uma tremenda roubada.
Tô aguardando o próximo episódio.
Tbm te aguardo no próximo capítulo!!!
E um abração de urso procê tbm mermão!!! Valeu mesmo a força e por ter aparecido!!!Mr. Black escreveu:Abração de urso, amigão!
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Re: Antares #8. Página 3.
Antes tarde do que nunca eu cheguei!
Li o primeiro episodio e só posso dizer WOW!
Ficou muito legal... e me deixou cheia de perguntas... e mais perguntas...
quando surgirá o proximo?
abração
Li o primeiro episodio e só posso dizer WOW!
Ficou muito legal... e me deixou cheia de perguntas... e mais perguntas...
quando surgirá o proximo?
abração
Re: Antares #8. Página 3.
Opa! Bem vinda madame dona Vampira! O importante é que vc apareceu!Vampira escreveu:Antes tarde do que nunca eu cheguei!
Li o primeiro episodio e só posso dizer WOW!
Ficou muito legal... e me deixou cheia de perguntas... e mais perguntas...
quando surgirá o proximo?
abração
E que bom que vc gostou e que realmente ficou cheia de dúvidas... Essa era uma das prioridades com esse primeiro capítulo...
E novo capítulo deve pintar daqui a umas 3 semaninhas, mas pelo menos já estpu adiantado, tendo terminado no último sábado o capítulo 5...
Valeu mesmo pelo comentário, um abração e até mais!!!
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Herança. Segunda parte. Aprendizado.
Por João Norberto da Silva.
Planeta Terra, Brasil, cidade de São Paulo.
No apartamento de Luiza Salles ocorria uma importante reunião, logo após ela dispensar todos os convidados da festa de aniversário que havia preparado para seu filho.
O homem, que surgiu quando Jonathan desapareceu e se apresentou como sendo o pai do rapaz, agora estava vestido com roupas normais, algumas que o filho deixara no apartamento da mãe quando se mudou, ficaram um pouco apertadas, mas pelos menos ele já não estava nu.
Os três estavam na sala, cada um sentado num dos sofás, ainda sem saber o que deveria ser dito ou feito, a situação fora tão bizarra que todos precisavam de tempo para se ajustar.
- Então... - Andressa, namorada do aniversariante, foi a primeira a quebrar o incômodo silêncio que permanecia entre eles. - O senhor é mesmo o pai do Jon?
Mais silêncio.
O olhar de ódio que Luiza lançava para o homem sentado à sua frente fez com que a garota desistisse de qualquer tentativa de começar um diálogo, por isso se surpreendeu quando a dona do apartamento finalmente falou, ainda abraçada à guitarra que o filho tinha deixado no apartamento, aparentava ter dificuldade em controlar a raiva em sua voz:
- Então... Rodrigo... O que aconteceu ao meu filho?
- Nosso filho Luiza... Eu...
- Não vem com essa de “nosso filho”! - Agora a mulher se levantava do sofá, gritando sem se preocupar se algum vizinho a ouvisse. - Você desapareceu! Deixou aquela... Aquela coisa comigo e simplesmente sumiu!!!
- Luiza... Sei que é até inútil pedir desculpas... Pedir para você se acalmar... Mas juro que agora não é hora para você ficar assim... Tenho certeza de que o garoto está bem...
- O nome dele é Jonathan! Jonathan ouviu bem?!!
- Você colocou o nome que eu tinha escolhido...
- Vai pro inferno!!!!!!!!!!!!!! - Dito isso as forças de Luiza se esgotaram e ela desabou no sofá, sendo amparada por Andressa, enquanto chorava copiosamente. - Eu quero o meu filho de volta...
- E vai ter... Mas eu preciso entender direito o que está acontecendo... Luiza... Preciso do artefato que ficou com você quando eu fui embora... - Isso fez a mulher erguer o rosto, a maquiagem borrada pelas lágrimas que ainda caíam. - Preciso falar com o meu pai.
XXX
“Morri... Morri...” A anos luz dali, num planeta ainda desconhecido por ele, Jonathan permanecia de olhos fechados e os braços cruzados diante de si, no que ele acreditava ser um gesto inútil contra o raios que haviam sido disparados contra ele.
“Na verdade...” A voz estava de volta “Você ainda está vivo, mas se não abrir os olhos não permanecerá assim muito tempo”
Primeiro Jonathan abriu vagarosamente seu olho direito, torcendo para que, ao fazer isso ele despertasse em sua cama, com Andressa ao seu lado reclamando de seus roncos, como acontecia muito desde que haviam começado a transar, mas a realidade que ele viu, ao abrir os dois olhos, era outra.
As estranhas crianças de pele roxa, bem como a adolescente que ele vira ao chegar àquele planeta, permaneciam ao seu redor e ele logo percebeu o motivo: Cobrindo todos eles brilhava o que parecia ser um campo de força, o que impedia que os raios da nave acima os atingisse.
- Meu Deus... Ainda estou aqui...
- Como assim? - O rapaz estranhava a voz da garota atrás de si, e o fato de ela ser um alienígena, não ajudava a ele pensar direito. - Você não é aliado da Tirana? Foi o que você falou e...
Ela continuou a questioná-lo, mas o rapaz já não ouvia, apenas um estrondo em sua mente ocupava sua atenção, era como se sua cabeça fosse explodir de dor.
“Acalme-se rapaz...” A voz agora soava mais desesperada “Se continuar assim pode ter um ataque ou um derrame... Aceite o que está ao seu redor...”.
- E-eu não consigo... - O corpo do jovem começava a tremer e sua indecisão estava afetando o campo de força, que parecia oscilar perigosamente. - N-não...
- Olha... Eu não estava reclamando... Mas não deixa essa nave matar as crianças, por favor... Não importa se você é aliado da tir...
- Cala a boca!!!
“Controle-se e concentre-se Jonathan! Não perca o controle agora!! Eu estou ajudando-o, mas você precisa querer que o poder funcione, senão você e todos ao seu redor irão morrer! Concentre-se!!!”
- Eu não quero morrer... - Com a cabeça baixa, o jovem encontrou os olhos de cor estranha de uma das crianças alienígenas, o desespero era palpável. - Não quero... - E o que parecia um menino o abraçou ainda mais forte.
- E-eu... - Jonathan fechou os olhos com força, tentando se concentrar em algo que pudesse ajudá-lo.
A mente do rapaz foi lançada de volta no tempo quando ele tinha apenas doze anos e estava numa maca de hospital. Ele havia quebrado o braço ao proteger uma criança, quando um pesado galho havia se soltado de uma árvore, durante uma das típicas tempestades de fim de tarde em São Paulo.
“Por que você fez isso meu filho?” Era sua mãe, que permaneceu ao lado dele todo o tempo “Por que largou da minha mão e se arriscou daquele jeito?”
“Prá proteger a menininha mamãe... Ela ia morrer... Eu não podia deixar... Não é?”
Orgulhoso, ele ouviu um dos médicos falar com sua mãe, enquanto os dois acreditavam que ele estava dormindo.
“Temos um pequeno herói aqui minha senhora...”
E na época ele dormiu com o maior sorriso que coube em sua pequena boca.
- E nem eu pequenino... - Agora ele abria novamente seus olhos, uma nova determinação parecia surgir, enquanto ele fazia um carinho na cabeça do menino alienígena. - Eu também não quero morrer.
O campo de força deixou de oscilar e eram os raios da nave que agora pareciam enfraquecidos.
- O que eu tenho que fazer? - As crianças e Thar-Tae estranharam a pergunta por desconhecer o fato de que ele não estava se dirigindo a elas. - Me fala.
“O poder do Antares te dá a capacidade de criar campos de força como este ou controlar vários tipos de energia, muitas das quais você nunca ouviu falar, podendo usá-las de forma defensiva... Ou ofensiva... Ah! E, é claro... Voar.”
- Voar? Eu posso voar?
- Hã... - Thar-Tae ficava cada vez mais apreensiva, se sobrevivesse aos ataques de seus inimigos, sobreviveria ao estranho? - Você está bem?
“Voar foi a primeira coisa que você fez, ou não se lembra de seu “passeio” pelo espaço? Tudo o que precisa é visualizar e querer realizar essas ações... Encare como se fossem ações simples, como respirar, pense e acontecerá...”
- Fácil para você falar... Muito bem... - Ele respirou fundo, ainda com dificuldades em aceitar tudo aquilo, mas se forçando, uma vez que a alternativa seria a morte. - Vamos lá.
Pouco a pouco ele sentiu seu corpo se afastando do solo, que ele percebeu estar também intacto, sendo informado que seu campo de força tinha uma forma esférica, protegendo-os por baixo também.
Logo a nave parou de disparar seus raios, enquanto os pilotos viam uma forma que começava a sair da redoma, deixando a mesma sem nenhum sinal de sua passagem.
Os pilotos viram, então, que o estranho objeto, tomando uma forma humanoide, parecia olhar atentamente para eles e só então perceberam que se tratava de alguém com as mesmas proporções de um Svitariano, o típico nativo do planeta Svitar.
- Certo... - Jonathan agora sentia sua boca se torcer em um longo sorriso, finalmente se entregando à energia que tomava seu corpo. - Agora eu vou...
- Atenção rebelde... - Uma estranha voz mecanizada vinha da nave. - Se identifique agora.
- Me identificar? - O jovem sentiu um novo ânimo tomar conta de si, era como se seus sonhos de criança acabassem de se tornar realidade. - Eu sou Antares!!!!
E ele se lançou ao ataque.
XXX
De volta ao planeta Terra, mais especificamente ao apartamento de Luiza Salles, a mesma voltava para a sala, trazendo nas mãos uma caixa que aparentava ser muito antiga.
- Você o colocou numa caixa de sapatos?
- O que você queria? Depois desse troço começar a falar de viagens espaciais e que era a sua vez de se tornar um... Como ele disse? Um herói espacial ou algo assim, eu o enfiei nessa caixa... Sei lá porque não joguei fora...
- Ainda bem que você não fez isso... Agora eu acho que teremos algumas respostas diretas.
Assim que Rodrigo abriu a caixa todos olharam, Andressa com mais surpresa do que os outros dois, para um estranho aparelho, que todos imediatamente associaram a um liquidificador, cujas cores vermelha e dourada começaram a emitir um intenso brilho, forçando todos a desviar o olhar.
- Bem... - Agora eles voltavam o rosto para o aparelho e viram uma imagem translúcida de um homem, que aparentava pouco mais de quarenta anos. - Então finalmente chegou o momento da troca... - Ele se voltou para Rodrigo. - Olá filho... Não faz tanto tempo assim não é?
- Papai... - O outro sentia algo estranho no peito, era um misto de tristeza, frustração e saudade. - Eu... Eu estava tão perto...
- Sim... Mas como eu cansei de te avisar, o desgraçado é muito esperto e poderoso... A sua batalha final calhou de acontecer justo hoje...
- Mas e Sahy? Ela estava ao meu lado quando...
- Eu quero saber do meu filho! - Finalmente Luiza saía do estado de torpor que aquela situação familiar lhe provocara, gritando contra a imagem holográfica. - Onde ele está Antônio?! Traz ele de volta!!
- Você sabe que não é possível Luiza... Aliás, se não tivesse me deixado de lado, eu poderia ter me comunicado com o Rodrigo...
- Não depois do que você me contou que ia acabar acontecendo com o Jon... Eu tentei me afastar de vocês e de toda essa loucura...
- E obteve sucesso?
A voz do holograma foi o último som a ecoar no apartamento durante longos minutos, até que o próprio se voltou para uma estupefata Andressa.
- E então você será a mãe do meu Bisneto?
- O QUÊ?!!!!!! - Depois do grito finalmente Luiza não pôde mais aguentar, se ergueu do sofá, se afastando da garota e, em seguida, desmaiou, sendo amparada por Rodrigo.
Andressa rezava em seu íntimo para que tudo aquilo fosse um sonho, do qual ela queria acordar o mais rápido possível.
XXX
“Se isso for um sonho... Não me acorda!!!”
Nos céus do planeta Svitar um animado Antares se desviava com facilidade dos disparos contínuos da nave que o perseguia, tendo se esquecido completamente dos Svitarianos que continuavam no chão, protegidos por seu campo de força.
“Continue assim garoto... Você leva jeito prá coisa...” A voz parecia soar cada vez mais humana, mas Jonathan não se permitia focar a atenção nesse detalhe, ele ainda estava deslumbrado pelo poder que sentia arder em seu interior. “Agora estenda uma das mãos contra a nave e pense em disparar um raio”.
- Como? Assim?
Logo que Antares estendeu seu braço direito, ele pôde perceber que nas costas de sua mão surgia uma pequena estrela translúcida, que começou a brilhar cada vez mais, até que uma rajada de energia foi disparada contra a nave, que escapou por pouco.
- Cacete! Eu que fiz isso e... OOOUUUCCHHHH!!!
Aproveitando momento de distração do inimigo, os pilotos da nave conseguiram acertar Antares bem no peito, jogando o mesmo contra o chão logo abaixo.
- AAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!!!!!!!!! - Ele fechou os olhos, esperando se esborrachar, mas quando percebeu que seu corpo parecia ter parado de cair, ele olhou ao seu redor. - Mas o quê?
“Eu o ajudei, impedindo a sua queda, mas não poderei fazer isso sempre. Concentre-se!”
- E-eu... E o raio que me atingiu? - Jonathan passava as mãos no local atingido, percebendo que apesar da dor que sentira, não havia um único arranhão na armadura. - Não acredito.
“É preciso muito mais do que isso prá nos derrubar... Olhe! Eles estão voltando! Precisamos terminar isso logo... Antes que eles engulam o orgulho e chamem reforços...”
- Certo...
Voltando a se concentrar, Antares voou na direção da nave e dessa vez estendeu as duas mãos diante de seu corpo, mal reparando nas estrelas que surgiam, antes de disparar novas rajadas de energia conta seu oponentes.
A nave não conseguiu se esquivar e sua parte traseira explodiu, o que fez com que seus pilotos tentassem em vão recuperar o equilíbrio da mesma, percebendo que suas células de força haviam sido comprometidas.
A queda era inevitável e eles levaram suas mãos ao rosto, apenas esperando pela morte.
Foi nesse momento que sentiram a nave parar, mas não do modo explosivo que esperavam e quando tiveram coragem de baixar lentamente suas mãos, perceberam que estavam envoltos em uma luz dourada, que ia levando-os suavemente até o chão, onde chegaram e ficaram presos dentro de uma redoma de energia.
“Muito bom... Como você soube que podia fazer isso?”
- “Pense e acontecerá...” foi o que você disse... Tentei ver se era verdade mesmo...
“Muito bom mesmo... Agora precisamos pegar as crianças e sair daqui... Tenho certeza de que eles irão chamar ajuda, assim que aceitarem que você os salvou...”
Antares voltou até onde deixara Thar-Tae e seus demais protegidos e, após um momento de concentração o campo de força foi desativado.
Todos permaneceram parados por um tempo, mas logo as crianças voltaram a cercá-lo, agora todas agradecendo e querendo as atenções de seu novo herói.
A jovem Thar-Tae permanecia parada, de braços cruzados e batendo de leve um de seus pés, mostrando impaciência.
“Incrível como eles parecem tão humanos...” Jonathan tentava se adaptar àquela situação e dava graças a todos os alienígenas aos seu redor não se parecerem com as criaturas dos filmes que ele costumava assistir.
- E então? - Finalmente a jovem de pele arroxeada quebrava o silêncio. - Quem é você?
- Eu... - “Deus... Estou falando com uma alien... Deve ter um monte de cientistas que iam querer estar no meu lugar... O que eu falo?. - Hã... Pode me chamar de... - “Melhor não dar meu nome verdadeiro... Saco... Nunca me senti tão indeciso...”. - Hã... Antares...
- An... Antares? Que nome estranho...
- Não! Quer dizer... É só Antares. Isso... Antares.
- Ah... - Então ela deu um lindo e cativante sorriso e Jonathan se percebeu vendo que ela não era tão diferente de uma humana afinal. E uma bela humana. - Que bom que nós te encontramos Antares! - Ela então o tomou por um dos braços e começou a puxá-lo. - Vem... Precisamos chegar logo na base rebelde!
- Hã... Claro, por que não? - “Dá para levarmos todos numa esfera de luz?” ele pensou e depois de uma afirmativa da voz que o estava guiando, ele parou gentilmente de avançar e logo todos estavam voando. - Me indica o caminho.
“Que loucura!! Num instante estou no meu aniversário e no outro estou num planeta alien!!! Meus Deus...”
“Acostume-se meu garoto... As loucuras estão apenas começando...”
Alguns momentos depois deles terem partido, o campo de força que mantinha os pilotos presos se desfez, no exato momento em que uma nova nave, muito maior que a primeira, se aproximava deles.
Uma imensa criatura desceu, com vários guardas ao seu redor e os pilotos engoliram em seco quando reconheceram que era.
- Co-comandante Tayagon! Nós o saudamos! Vida longa à Imperatriz Quarin[!
- Calem-se... Falharam em sua missão e sabem o que vai acontecer... - Diante dessas palavras os pilotos tentaram uma fuga inútil. - Tolos...
Tayagon esticou seus dois braços e foi como se tentáculos de energia avermelhada partissem de suas mãos, agarrando os pescoços dos fugitivos, que, além do sufocamento, sentiram uma invasão em suas mentes. Enquanto imagens de sua breve batalha, contra aquele que se identificou como Antares, passavam diante de seus olhos, os dois sentiam suas vidas se esvaírem.
- Hum... - O imenso comandante largou os corpos como quem se livra do lixo. - Pelo visto terei algum desafio... Todos de volta para a nave! A imperatriz precisa ser avisada imediatamente!
XXX
- Ele venceu a primeira batalha! E com mais facilidade do que você Rodrigo... Devo salientar isso...
- Espera aí! Você está vendo o que está acontecendo com o Jonathan? - Já recuperada Luiza parou de disparar perguntas e ofensas para Andressa, sobre sua gravidez, e se voltou para o holograma de Antônio. - Onde ele está?! Como ele está?! Quero falar com ele já!
- Calma... Ele está usando seus poderes de Antares nesse exato momento... E leva um tempo até que eu, aqui da Terra, possa me comunicar com ele...
- Não me importa! Quero falar já com o meu filho!!
- Hã... Como você pode falar com ele... Se está aqui com a gente?
Andressa precisou reunir muita coragem para fazer aquela pergunta e após Luiza a fuzilar com os olhos, se amaldiçoando por não ter feito perguntado aquilo ainda, Antônio sorriu levemente, já simpatizando com a moça.
- Simples mocinha... Quem você acha que o está guiando, de dentro de sua armadura?
Continua.
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
caraca... muito bom!
(primeirona)
Me surpreendeu e posso ser sincera? To mais empolgada com o pessoal da Terra... quero entender o que É o Antares realmente. Porém... vc conseguiu se destacar com as cenas de luta muito bem!!!
Enfim... muito equilibrado... ótimo!
Parabéns e espero q em breve saia um novo episódio!
(primeirona)
Me surpreendeu e posso ser sincera? To mais empolgada com o pessoal da Terra... quero entender o que É o Antares realmente. Porém... vc conseguiu se destacar com as cenas de luta muito bem!!!
Enfim... muito equilibrado... ótimo!
Parabéns e espero q em breve saia um novo episódio!
Re: Antares #8. Página 3.
Opa! Olha a madame-dona-Vampira ae gente!!! Valeu mesmo por aparecer!!Vampira escreveu:caraca... muito bom!
(primeirona)
Me surpreendeu e posso ser sincera? To mais empolgada com o pessoal da Terra... quero entender o que É o Antares realmente. Porém... vc conseguiu se destacar com as cenas de luta muito bem!!!
Enfim... muito equilibrado... ótimo!
Parabéns e espero q em breve saia um novo episódio!
Eu realmente tenho tido a preocupação em dosar as cenas entre o espaço e a Terra, até pq essa segunda será usada para destacar as demais histórias do restante do Universo Antares... Que bom que parece que está td ficando bem equilibrado.
E se vc gostou da ação, aguarde os próximos capítulos... Estou querendo dar bem um ar de mangá/anime... Espero estar conseguindo algo próximo...
Muito, mas muito obrigado mesmo pelo comentário moça!
Um abração de urso e até mais!!!
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Nooooooossaaa, muito bom Resgate! Eu li só o primeiro, pq já tava ficando tarde e eu decidi ir dormir, mas amanhã vou continuar. Por enquanto, dou destaque ao desenrolar simples e claro que apresentou, adorei!
Continuo amanhça pra comentar melhor.
Continuo amanhça pra comentar melhor.
Faye Valentine- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Jovem Faye! Que bom te ver aqui! E que bom que vc gostou!Faye Valentine escreveu:Nooooooossaaa, muito bom Resgate! Eu li só o primeiro, pq já tava ficando tarde e eu decidi ir dormir, mas amanhã vou continuar. Por enquanto, dou destaque ao desenrolar simples e claro que apresentou, adorei!
Continuo amanhça pra comentar melhor.
Eu realmente tô tentando deixar mais leve e de fácil leitura essas histórias do Antares.
Que bom que parece estar funcionando!
Aguardo seus comentários moça!
Um abração e até mais!!!
ps. Cadê Craft??!!!!!!!!
Resgate- Aspira CP
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Re: Antares #8. Página 3.
Olá Resgate. Cara essa fic tem umas situações bem interessantes, Antares não é apenas uma armadura hereditária como também parece que faz contato com os antecessores que a usaram. Maluco isso. A mãe do Jon tá maluca de tudo enquanto a namorada dele, que parece meio perdida, é a única das duas que deseja entender o que está realmente havendo. Interessante os dois núcleos, da terra e do espaço. Continue mandando ver!
Abraço.
Abraço.
Mr. Black-
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Ocupação : Casado e Trabalhando, trabalhando, trabalhando...
Humor : Ainda tenho.
Data de inscrição : 26/12/2008
Re: Antares #8. Página 3.
Grande irmão Black!!! Que bom que vc apareceu por aqui tbm!!! Valeu demais o comentário!Mr. Black escreveu:Olá Resgate. Cara essa fic tem umas situações bem interessantes, Antares não é apenas uma armadura hereditária como também parece que faz contato com os antecessores que a usaram. Maluco isso. A mãe do Jon tá maluca de tudo enquanto a namorada dele, que parece meio perdida, é a única das duas que deseja entender o que está realmente havendo. Interessante os dois núcleos, da terra e do espaço. Continue mandando ver!
Abraço.
Realmente estou me desdobrando para que ambos os núcleos tenham situação interessantes, para que os leitores não pensem algo como "Putz... agora é a parte da Terra? que chato..." e coisas assim...hehehehe
Aguarde pois teremos ainda muitas surpresas em ambos os lugares...
Valeu mesmo por ter comparecido mermão!!!
Aquele abração de urso e até a próxima!!
Resgate- Aspira CP
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Data de inscrição : 26/12/2008
Re: Antares #8. Página 3.
Herança. Terceira parte. Revelações.
Por João Norberto da Silva.
- Meu avô?!! Sério?
Em um aposento especial da base dos rebeldes de Svitar, Jonathan tinha um momento sozinho e acabara de descobrir que a consciência em sua armadura pertencia ao seu avô.
Naquele momento a armadura estava em sintonia com o aparelho que havia ficado com Luiza e desse modo todos estavam conseguindo se comunicar, mas permanecendo em silêncio ao ouvir com atenção a história de Antônio.
“Pouco antes do poder de Antares ser transferido para o Rodrigo, quando ele completou vinte e um anos, logo que ele havia engravidado Luiza, eu fui morto numa batalha, mas minha alma foi salva e colocada nessa armadura Usada por você Jonathan e que foi usada pelo seu pai também.
Quando chegou o momento em que o Rodrigo deveria receber o poder, eu criei um aparelho que serviria para explicar à Luiza o que eu tinha descoberto sobre esse poder, mas assim que ela ouviu sobre o que poderia acontecer com Jonathan, ela jogou o aparelho numa caixa de sapatos e nunca mais voltou a usá-lo... Desse modo não pude fazer o que estou fazendo agora, ligando a todos nós nessa conversa.”
Naquele momento Luiza se afundou no sofá, morrendo de vergonha e sem coragem de admitir que foi o medo do destino de seu filho, que a fez tentar se livrar do aparelho de comunicação, achando assim que estava protegendo Jonathan.
Tudo foi em vão.
Sentindo a aflição da mãe de seu neto, o espírito continuou seu relato.
“Não se culpe demais Luiza... No seu lugar qualquer outra pessoa racional que recebesse o tipo de informação eu eu dava, faria o mesmo... Bem, o que eu descobri não foi muito e Rodrigo não pareceu ter mais sorte que eu... Mas pelo menos, ele descobriu a missão para a qual os Antares nascem.”
Todos sentiram seus corpos se retesarem, antevendo a revelação, apenas Rodrigo, que já sabia, permanecia em silêncio, ainda se culpando por não tê-la cumprido. E ele tinha chegado muito, muito perto.
“Existe uma criatura que, segundo o que eu e o Rodrigo descobrimos, vivia em paz, antes de nosso universo ser criado, quando tudo era treva absoluta. Nós nos confrontamos algumas vezes e antes de ele destruir meu corpo, como fazem aqueles vilões dos gibis e da televisão, ele me contou sua história...
Quando se fez a luz e nosso universo nasceu ele foi tomado de uma agonia indescritível algo que o teria enlouquecido se não fosse tão forte, segundo suas palavras, eu sempre achei que ele fosse louco com certeza... Bem, ele vagou pelo recém-criado universo até que resolveu descer em um planeta para descansar... Esse planeta ainda estava nos primeiros estágios do surgimento da vida e pequenas criaturas, que lembravam macaquinhos, sem ter noção de violência ou maldade, se aproximaram do visitante.
A criatura tomou um deles em sua mão e o esmagou, sentindo uma grande satisfação ao ceifar aquela pequena vida. Em seguida ele destruiu todo aquele planeta. Tamanha foi sua satisfação e sentindo que tal ato o havia deixado mais poderoso, ele criou para si uma “missão”... Ele acredita que, se destruir todo o universo, nem que seja planeta por planeta, ele voltará a ter a paz das trevas.
Ele me contou que em suas viagens acabou encontrando um ser que rivalizava com ele em poder, a criatura deixou escapar o nome Messias, que o enfrentou e o aprisionou em um tipo de cristal negro, permanecendo assim durante milênios.
Antes de ser preso, porém, ele deixou uma “semente” dentro de um planeta e quando essa semente eclodiu, uma outra criatura nasceu e seu propósito ela localizar seu “pai” e libertá-lo.
O Antares que me antecedeu, que não tinha vínculos de sangue comigo e nenhum outro descendente, acabou morrendo quando fracassou ao tentar impedir que o “filho das trevas” libertasse seu pai, dando a própria vida no processo, para fortalecer seu criador...
Foi quando o poder me escolheu...
E essa é a nossa missão. Deter essa criatura e manter o universo à salvo.”
- E qual o nome desse monstro vô? - Antes que Jonathan recebesse uma resposta, ele ouviu passos se aproximando. - Droga... Estão vindo para cá... Vou precisar desligar...
- Jonathan! Volta para casa, por favor!
- Mãe... Você sabe que eu não posso... Segundo o vô e o pai, o poder me abandonaria caso eu me aproximasse demais da Terra... Eu não sobreviveria no espaço...
“Isso foi algo que eu descobri também... Da pior maneira... Escapei por pouco e acreditem... Ficar no vácuo sem poderes é terrível...”
- Preciso ir... Assim que puder eu chamo vocês... Te amo mãe... Andressa, se cuida tá? E cuida do nosso filho.
Desse modo abrupto a comunicação se interrompeu, deixando a família de Jonathan entregue a seus pensamentos.
- Antares? - Um dos dois soldados rebeldes que abriram a porta se dirigia para o jovem, ambos com as mesmas estranhas cores de pele e de olhos das crianças que ele salvara. - Anner-Roll, nosso líder pode recebê-lo agora.
- Certo... - Jonathan ainda tinha certa dificuldade em assimilar o fato de estar em outro planeta, conversando com seres alienígenas, sempre pensando mil vezes antes de falar algo, com receio de cometer algum erro grosseiro. - Então... Hã... Vamos?
Os corredores da base rebelde eram feitos de metal escovado, mas com tons azulados que o jovem terrestre jamais vira em sua vida, ele se perguntava se a armadura e seu avô não estavam traduzindo, além das palavras dos alienígenas, também o mundo ao seu redor, para que seus sentidos não ficassem sobrecarregados com as novas informações que chegavam a ele.
- Bem... – Cortando os pensamentos de Jonathan, uma voz carregada de autoridade falou mais alto do que o burburinho percebido, quando ele e sua escolta acabavam de chegar ao salão principal da base rebelde. – Então você é o famoso Antares.
O local era muito amplo, de cabeça Jonathan imaginava que caberia ali dentro, no mínimo, o mesmo tanto de pessoas que em um estádio de futebol, as paredes eram altas e cheias de esculturas que pareciam evocar os Svitarianos à luta, com imagens variadas dos alienígenas lutando, no que pareciam centenas de guerras diferentes. Eram realmente um povo guerreiro.
O piso parecia de uma cerâmica que emanava calor, era como andar em algo que estava vivo, o que deixou o humano mais desconcertado, por conta de tantas experiências bizarras que estava vivendo.
- Não vai responder ao nosso líder? – Um dos guardas empurrou com violência o jovem e este se segurou para não usar seus poderes, se lembrando que, do mesmo modo que na Terra ele teria de respeitar os modos de outros povos, ali não poderia ser diferente, ao menos era algo em que ele se agarrava para manter a sanidade. – E então?
- Peço desculpas pelo meu comportamento... Isso tudo é novo para mim... – Jonathan procurava ser o mais polido e educado quanto fosse possível e ao perceber a incompreensão no rosto do líder rebelde, se apressou a explicar.. – Acredito que, quando o senhor fala de um Antares famoso, deva estar se referindo a meu pai... Ou talvez ao meu avô...
- Hum... – O líder Svitariano cofiou a longa barba azulada, parecendo digerir pouco a pouco a verdade que lhe fora dita, antes de voltar a falar. - Claro... Claro... Um novo Antares... Sim... Bem... É uma informação importante e necessitaremos de algum debate ante de colocá-lo à par dos acontecimentos em Svitar... - Anner-Roll levantou de sua poltrona e se aproximou do jovem terráqueo, trazendo uma caixa nas mãos. - Até lá continue descansando em nossos aposentos e use isto, por favor.
Ao abrir a caixa Jonathan pôde ver o que pareciam belos braceletes ornamentados com jóias, cujo brilho e cores ele nunca vira antes. Com receio de ofender algum costume daquele planeta ele logo colocou os adereços.
E se arrependeu no mesmo instante.
Foi como se ele recebesse uma descarga elétrica muito forte, fazendo com que ele acabasse caindo de joelhos, sem forças até para se falar, quanto mais se levantar.
- Pai! - Era Thar-Tae quem surgia do meio da multidão de guerreiro, que estavam no salão, sendo segura pelo líder rebelde. - Ele nos salvou!!
- Ele acabou de afirmar que não é o Antares do qual nós ouvimos falar... Talvez seja mais uma das experiências bizarras de Quarin... Ele permanecerá em detenção até determinarmos se ele é mesmo quem diz ser... E usará as algemas sinápticas até segunda ordem... Está decidido.
- Mas.. Eu... - Jonathan ainda tentou argumentar, mas não teve forçar e logo se viu sendo arrastado pelos guardas, levado até um novo aposento, este lembrando muito mais uma cela de prisão. - Vô? - Ao se ver sozinho ele tentou, com muita dificuldade, se comunicar com Antônio, mas logo percebeu que estava sozinho. - Merda...
De volta ao salão, Thar-Tae continuava a questionar seu pai.
- Mesmo que você desconfie dele, não o viu lutando por nós! Ele nem sequer fazia ideia de quem éramos! E ainda poupou os soldados da tirana!
- Mais um sinal de quem talvez ele seja um espião... Por que deixar inimigos vivos? Por favor, filha... Deixe-me a sós com o conselho... Sua irmã mais velha parece que trouxe novas e perturbadoras notícias...
Os pesados portões se fecharam com estrondo diante da garota, que ainda permaneceu em frente aos mesmos, mantendo sua feição emburrada e tentando ouvir, inutilmente, o que os líderes da rebelião discutiam.
Ela se afastou bruscamente, tentando chegar até Antares, mas foi impedida pelos guardas, que haviam recebido ordens expressas e específicas para que ninguém se aproximasse do prisioneiro, principalmente a jovem princesa.
- Maldição!!! - Thar-Tae começou a caminhar na direção da sala do conselho, disposta a chutar a mesma até que abrissem, mas quando se aproximou viu que a reunião acabara e todos saíam com rostos abatidos. Ela viu sua irmã e correu para a mesma. - Mana!
Uma bela Svitariana, de corpo bem definido, cabelos curtos e vermelhos, trajando uma armadura de combate, se virou ao ouvir a voz conhecida soando às suas costas, colocando as mãos na cintura numa pose de provocação.
- Ora, se não é a encrenqueira da “Thar-Tarinha”...
- Não me chame assim Ashira-Rey... “Poderosa Ashirazita”...
Após as provocações infantis e amigáveis, ambas trocaram um longo abraço, mais longo do que a irmã mais jovem esperava.
- Ashira... Qual o problema? Por que todos estão tão sérios?
- A tirana... Resolveu lançar um ataque em larga escala contra a cidadela de Ariur...
- Não! E o tratado de não agressão? Eles haviam prometido!
- Parece que os pilotos que sobreviveram ao confronto de hoje disseram que temos um novo e poderoso aliado... Por isso a tirana está considerando que o tratado foi rompido por nós...
- Mas ele nem nos conhecia!!! Nos salvou apenas por que viu a covardia dos soldados!!! Agora o papai vai libertá-lo não é? Isso é prova da inocência dele e...
- Não. Papai ainda não se convenceu de que ele não é um espião... De repente isso tudo pode ter sido um plano da tirana para ter uma desculpa para retomar as invasões...
- Mas mana... - Lágrimas começavam a brotar dos olhos da jovem. - O que vocês vão fazer então?
- Estamos reunindo todas as nossas forças. Iremos imediatamente para a linha de frente de Ariur...
- Mas... Mas... Eles vão atacar com todas suas forças! Não não podemos fazer frente a eles...
- Sim... Ainda assim espero que possamos derrotá-los... Papai conseguiu pedir ajuda ao planeta Xandarius e eles disseram que enviariam seu campeão para nos ajudar... Agora só nos resta torcer para que ele chegue a tempo...
- Ashira... E-eu...
- Ssshhh... - A guerreira tomou sua irmã num terno abraço, percebendo que o ombro de sua armadura ficava molhado pelas lágrimas da mesma. - Vai dar tudo certo irmãzinha... Vai dar tudo certo.
Horas depois a jovem Thar-Tae acompanhava, do alto de uma torre, a partida dos exércitos rebeldes, mas logo uma expressão determinada tomou conta de seu rosto e ela saiu da janela onde se encontrava.
- Aonde você vai Thar? - Uma das crianças que acompanhavam a jovem e que também fora salva pelo Antares, encontrava com a jovem princesa, aparentemente surpreendendo-a. - O que vai fazer?
- O que for necessário Yaree!
E então Thar-Tae deixou a criança para trás, seguindo com passos firmes, pretendendo chegar a seu destino o mais rápido possível.
A pequena Yaree demorou apenas poucos segundos até decidir seguir a amiga.
XXX
- Como assim “vou embora”?
- É exatamente o que eu disse... Nem pensa em tentar me convencer do contrário, por que a senhora fez o mesmo...
Na porta do prédio de Luiza, a mãe de Jonathan tentava, em vão, convencer Andressa a ficar com eles até o próximo comunicado do jovem.
- Isso tudo é loucura... Não quero mesmo isso nem para mim e nem pro meu filho... Entendo agora a senhora e as preocupações que fizeram a senhora tratar mal as namoradas do Jonathan, mas não posso ser arrastada pruma loucura dessas! Não vou criar o meu filho tendo que explicar que o pai está em outro planeta ou mesmo mentindo sempre... Não vou fazer isso!
- Pensa bem garota... Eu fiz o mesmo olha o que aconteceu!
- Eu... - Aquela frase fez Andressa titubear um pouco, mas apenas por um momento fugidio. - Eu confio no Jon... Sei que ele vai resolver esse negócio para evitar que nosso filho passe pelo mesmo que ele... Mas ainda assim... - Agora a garota virava o rosto para que a outra não visse suas lágrimas. - Não sou tão forte prá aguentar essa situação...
Dizendo isso Andressa desceu os últimos degraus que a separavam da rua e, com os primeiros raios de Sol atingindo sua pele, ela sumiu num mundo que estava prestes a sofrer grandes mudanças.
Antes que Luiza voltasse para a entrada do prédio viu que Rodrigo, pai de seu filho, vinha saindo, nas mãos uma caixa familiar.
- E para onde você pensa que está levando isso?
- Ora... Eu imaginava que você não ia querer que eu ficasse... Portanto estou levando o comunicador do meu pai... Tô pensando em achar minha mãe e...
- Mas nem pensar! - A mulher cruzava os braços com uma expressão dura na face. - Eu posso falar com meu filho graças a essa... Essa coisa... Portanto nem ferrando que você vai levá-la prá longe de mim!
- Mas eu preciso ir embora... E não irei sem isso, afinal é a consciência do meu pai que está falando conosco... É como se fosse a alma dele.
Os dois permaneceram parados, escolhendo as palavras e de repente era como se o tempo voltasse, ambos se lembrando do amor que os unia e que parecia eterno.
De repente voltaram à realidade e toda a situação bizarra em que estavam envolvidos voltou a erguer um muro entre eles, mas ainda assim, após um longo suspiro, Luiza quebrou o silêncio:
- Não tem jeito... Enquanto você tiver esse negócio vai ficar na minha casa... Vamos entrar que eu tenho o telefone da sua mãe em algum lugar. Você pode falar com ela, mas nem em sonho vai afastar de mim o único jeito de eu falar com o meu filho.
Os dois voltaram para o apartamento de Luiza a tempo de ver uma notícia urgente na televisão, que os deixou totalmente pasmados.
XXX
Muitos anos luz do planeta Svitar, uma criatura de enorme poder parou de repente de avançar em seu voo, levando as duas mãos à cabeça, sentindo a costumeira dor da comunicação mental e percebendo que apenas uma criatura seria capaz de tal ato.
“Então... Você o encontrou?”
A voz de seu mestre ecoava pela escuridão do espaço. O servo se encolheu de dor por causa do contato mental violento, mas seu sorriso em nada diminuiu e ele abriu sua boca, respondendo em silêncio devido ao vácuo espacial.
“Sim mestre... A assinatura energética é praticamente igual à do vosso velho oponente... Apenas um pouco mais fraco... Ele parece estar a uma galáxia apenas de distância... Em breve chegarei e então eu irei matar o Antares...”
Enquanto respondia mentalmente ele abria e fechava a boca, como se isso ajudasse a se concentrar na conversa telepática que travava com seu mestre.
“Definitivamente.”
“Sim... Definitivamente”. E então o servo voltou a fechar a boca, se preparando para seguir ainda mais rápido para seu objetivo.
Em breve ele chegaria ao planeta Svitar, onde, naquele mesmo momento o jovem Jonathan enfrentava sérias dificuldades para sequer fixar o pensamento.
As algemas sinápticas, que estavam ao redor de seus pulsos, impossibilitavam que ele conseguisse manter a atenção, o que acaba impedindo-o até de se comunicar com Antônio, que aparentemente também fora afetado.
Exatamente por isso o jovem mal ergueu a cabeça ou ouvir sons abafados de uma luta do lado de fora da cela, seguidos de gemidos abafados e do inconfundível barulho de corpos caindo no chão.
Jonathan fez muito esforço para olhar na direção da porta que se abria e um sorriso torto se formou em seu rosto ao perceber que era alguém de pele roxa que estava se aproximando, até mesmo a atual situação, de estar em outro planeta, parecia ter se dissipado em sua mente naquele momento.
O Svitariano se aproximou, ergueu as mãos do prisioneiro e após mexer um pouco nas algemas as mesmas se abriram causando um brilho súbito e violento durante a retomada da consciência de Jonathan.
Poucos e dolorosos minutos depois, o rapaz se erguia, estendendo um de seus punhos contra o alienígena à sua frente, fazendo surgir e brilhar a estrela nas costas de sua mão.
- Desgraçado... Não vai me pegar de novo!!!
- Não!!!! – Uma criança surgia por detrás do homem que Antares reconheceu estar se trajando como um dos guardas que o haviam prendido. – Ele é meu pai!!!
- Eu... – “Vovô? Você está aí?” Antares ainda tentava se recuperar e falar com Antônio, em busca de ajuda e conselhos sobre como agir, até que finalmente pareceu reconhecer uma das crianças que ele tinha salvado a pouco tempo. – seu pai? E você é?
- Meu nome é Yaree! – A pequena se ergueu na ponta dos pés querendo parecer mais alta e imponente. – O senhor precisa salvar ela!!!
- Eu tenho é que sair daqui isso sim... Como eu vou saber que isso não é uma armadilha? De repente vocês estão só esperando para me matar...
A frase do jovem foi interrompida quando a criança começou a chorar alto, sendo amparada pelo guarda que a pegou no colo.
- Meu nome é Gar-Lan... Ela é minha filha e quando me pediu para libertá-lo não pensei duas vezes... Ela sempre sorri quando fala do modo como você a salvou e chorava sabendo que acabaríamos perdendo a guerra caso não nos ajudasse... E-eu não podia deixá-la ficar triste... Você imagina isso?
“Eu tô grávida...” A frase que Andressa havia dito voltou como um soco na cabeça do jovem terrestre.
- Eu... – Jonathan ia começar uma frase, mas foi interrompido por Yaree, que se voltava para ele, os olhinhos ainda cheios de lágrimas.
- Por favor... Salva ela...
- Salvar quem? - Ele se voltou para o pai da menina. - De quem ela está falando?
- Nosso líder partiu para uma batalha perdida, ao norte daqui, na cidadela de Ariur... Só ficaram mesmo alguns mais velhos, como eu...
- Ela foi ajudar a irmã! – Agora a criança interrompia o pai. - Mas pode acabar morrendo!!!
- Mas, afinal de contas, de quem ela está falando? – Jonathan ainda se voltava para o guarda à sua frente, tentando ganhar tempo para pensar.
- A irmã mais nova de nossa princesa guerreira... Thar-Tae... Yaree disse que a viu subindo numa nave e seguindo rumo à batalha...
“Acho que estão se referindo à jovem que você salvou, junto com as crianças...”
“Ah! Está de volta?”
“Sim... Aquela algema tem um coice e tanto... Mas e então, o que você vai fazer?”
“Sinceramente? Não faço idéia...”
“E ninguém te culparia, mas você vai poder olhar seu reflexo depois? Sabendo que podia ter salvo aquela jovem e não o fez? A vida de um herói é cheia de escolhas difíceis meu jovem... Um das minhas foi me manter vivo dentro dessa armadura, quando poderia ter aceito a paz da morte... Agora é a sua vez...”
- E então?!! – A pequena Yaree arregalava seus olhinhos no máximo, uma última lágrima escorrendo pela sua face. – Você vai salvar ela?
- Eu...
Continua.
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Re: Antares #8. Página 3.
Herança. Quarta parte. Responsabilidade. Por João Norberto da Silva.
- Vocês não imaginam como foi... Eu... E-eu...
- Não segura filho... Pode chorar...
Essa era realmente a vontade de Jonathan, enquanto conversava com seus familiares através da armadura e do comunicador que seu avô criara, mas ele decidiu ser forte e continuou seu relato.
- Assim que eu decidi voar até a direção que Gar-Lan havia me indicado, confiando no vovô para me guiar, percebi que esse mundo não é tão diferente do nosso... Apenas as cores eram mais... Vivas... A grama era muito mais verde, até o céu parecia incrivelmente mais azul... Não me perguntem como, mas a situação era tão estranha que tá mais fácil aceitar coisas como voar...
“Mas a beleza acabou quando eu vi ao longe uma coluna de fumaça, que o vovô indicou como sendo o local que o Gar-Lan havia dito...
Assim que desviei de um morro... O que eu vi... Esperem um minuto... Por favor...
Aaahh... Bem... Estou bem mamãe... Pode acreditar... O pior já passou...
Então... Como eu estava dizendo... Assim que cheguei na tal cidadela, o que eu vi foi ainda pior do que aparece naqueles filmes de guerra... Acabei congelando por alguns instantes, o que causou ainda mais mortes.
Era uma batalha desigual... Os rebeldes tentavam se proteger atrás do que tinha restado de algumas casas, ou de rochas, ou o que encontrassem e atacavam com armas de raios... Armas de raios vocês acreditam? Parecia Guerra nas Estrelas, mas muito mais terrível.
Do outro lado vinham umas máquinas enormes... Pareciam prédios de uns dez andares, com vários canhões para fora das suas janelas, disparando raios, projéteis, um tipo de líquido corrosivo e sei lá mais o que...
Por onde passavam só restava morte.
Algumas naves eram iguais àquela que eu tinha derrubado, outras eram maiores e pareciam ainda mais perigosas, destruindo as proteções dos rebeldes com mísseis... Não sobrava quase nada onde eles atingiam.
Quando finalmente despertei, vi uma nave num voo suicida contra um dos Tanques-torres e depois vi o motivo.
No caminho da maquina tinha uma casa e era possível ver uma Svitariana com várias crianças ao seu redor!
Eles iam ser mortos, mas o que me fez despertar foi o grito de uma garota, que fiquei sabendo mais tarde que era irmã da menina que eu tinha ido salvar.
“Thar-Tae!!!”
Foi aí que eu acordei e voei o mais rápido que pude até a batalha.
Fiquei me lembrando do que o vovô falou sobre o poder, mais as lições do Morfeus no Matrix e toda aquela coisa de entortar a colher, e então estiquei a mão e o poder fluiu de um modo que eu não tinha sentido antes...
Consegui criar vários campos de força ao redor dos rebeldes, impedindo finalmente que mais alguém morresse e vi que a maioria deles só percebeu que estavam a salvo depois das explosões pararem.
Um míssil foi disparado na direção da nave da Thar e eu consegui segurá-lo, girei por cima da minha cabeça e o joguei longe. Vi ele explodir em segurança no alto de um morro próximo.
Ergui dois campos de força, um ao redor da nave e outro ao redor da casa, levando eles para um lugar seguro.
Assim que eu os coloquei atrás de um grande campo de força, que eu ergui entre a cidadela e os invasores, eles pareceram perceber que tinha um novo jogador no tabuleiro.
Voei alguns metros, até estar bem próximo dos inimigos e usei meus poderes para me comunicar, dizendo que aquela cidade e seus habitantes estavam sob minha proteção e os invasores realmente pareceram parar.
Acreditei mesmo que não ia mais precisar lutar.
Mas de repente todas as armas estavam disparando tudo o que eles tinham contra mim.
Cruzei os braços diante do corpo e rezei para que nada me atingisse. O mais incrível é que nada me atingiu mesmo... Graças ao meu campo de força.
Os tiros pararam e os Tanques-torres se aproximaram, ficando parados sem me atacar por alguns instantes e o som de máquinas funcionando e de metal se retorcendo encheu o ar e então eles fizeram algo que vai me assombrar durante muito tempo...
De várias aberturas das torres surgiram corpos de Svitarianos mortos, pendurados por ganchos como carnes nos nossos açougues. Homens, mulheres e... E crianças...
Diante daquilo eu senti um calor vindo de dentro de mim e explodi.
Senti o poder se expandir de forma violenta e uma das naves mais próximas foi lançada longe só com a onda de energia que a atingiu.
Em seguida eu voei até as torres, usei campos de força para pegar os corpos e levá-los até onde estavam os rebeldes, avisando que os coitados mereciam um enterro decente... Não sei bem se entenderam o que eu quis dizer, mas não tinha tempo, porque eu tava louco prá acabar com aqueles carniceiros.
E foi o que eu fiz.
Disparei raios de energias que eu mesmo nem imaginava do que eram capazes, destruindo, explodindo, derretendo, simplesmente fazendo parar de funcionar.
Nada do que eles lançavam contra mim era capaz de chegar perto, e eu voava por entre as fileiras derrubando armas e soldados, mas tomando o cuidado para não matar ninguém.
De repente algo que parecia uma estrela cadente roxa atravessou os céus e destruiu alguma naves que estavam em seu caminho, parando só quando caiu sobre uma parte do exército, o que me fez parar com meu ataque e ir até o local, vendo que tinha alguma coisa no meio de uma enorme cratera.
“O-olá! Meu nome é Kwisp, o Guerreiro! Você é um Svitariano? Vim para ajudá-los contra os invasores!”
Era um sujeitinho de pele roxa, mais escura do que as dos Svitariano que eu tinha conhecido e esse tinha mesmo uma aparência ainda mais estranha. Tinha o corpo magro como o de um adolescente, os olhos eram estranhos, grandes e azuis, ele não tinha nariz, as mãos tinham três dedos e os pés só dois, mas o pior era que ele tinha uns quatro braços!!
Controlei minha respiração, aquele sim era a criatura mais alienígena que eu tinha encontrado até ali e confesso que quase me esqueci da batalha, mas novos ataques me trouxeram de volta à realidade.
Disse que eu não era Svitariano, mas os estava ajudando e que se ele quisesse ajudar, era só repetir o que ele tinha acabado de fazer.
Dizendo isso voei contra as máquinas e não o vi mais até o fim da batalha, mas fiquei sabendo que ele destruiu muitas máquinas e derrubou muitos soldados, mas ninguém soube me contar como... Ele deve ser mesmo um guerreiro muito forte...
Eu tinha resolvido pousar no meio de um grupo de soldados que eram enormes, quase uns três metros... A Thar me disse que eles eram os especialistas em demolição... Mas não eram páreo para o meu poder...
Foi quando uma das torres explodiu e algo saiu de lá de dentro, causando ainda mais destruição que eu, e vindo na minha direção.
Pouco antes de eu ser atingido, consegui voar outra vez e fiquei parado no ar, esperando o vento dissipar a poeira que se levantou.
Quando vi o que tinha chegado, juro que me peguei pensando em como seria bom estar aí em casa...
Eu já tinha estranhado o tal Kwisp, mas agora eu estava paralisado mesmo. Uma criatura... Não tem palavra melhor... Estava de pé no meio de um monte de restos de soldados e olhava diretamente para mim...
Aquilo tinha uma pele acinzentada, usava uma armadura de combate cinza e azul escura, as mãos também tinham três dedos e suas pernas eram estranha, com o joelho voltado para trás... Como aqueles dinossauros que a gente viu nos filmes mãe... A cara era horrenda, quase uma carranca, e ele tinha um cabelão preto espetado que deixaria o pessoal do Kiss com inveja.
“Você!” Ele tinha falado. Falado! E a voz era calma e tranquila, não combinava nada com um bicho medonho daquele “Desça até aqui para discutirmos como cavaleiros civilizados”
Falei que estava bem ali onde eu estava, na verdade eu estava paralisado de medo, e ele deu de ombros, continuando a falar “Pois muito bem... Meu nome é Comandante Tayagon líder dos exércitos de Lady Quarin, nossa soberana... E você, pelos trajes e poderes, deve ser o tal de Antares”.
Gaguejei e concordei com um aceno de cabeça, não conseguia nem falar e o desgraçado deve ter percebido, por que ele sorriu antes de continuar.
“Façamos um trato... Amanhã nos encontramos aqui e resolvemos essa batalha só nós dois... Uma luta de vida e morte, sem arriscar nem os seus rebeldes nem nossos soldados... O que me diz?”
Foi então que eu...”
- Pelo amor de Deus filho... Não me diz que você aceitou?
- Ele não tinha escolha Luiza... Eu passei por umas situações parecidas e...
- Dane-se você! - A mulher se erguia do sofá, indo até a imagem holográfica de seu filho, como se pudesse agarrá-lo e o arrastar de volta para casa. - é do meu filho que estamos falando... Jon... Pelo amor de Deus... Saia agora mesmo desse planeta... Por mim...
Um silêncio se abateu entre todos eles, cada um pesando bem o que ia dizer em seguida e foi Jonathan quem acabou falando:
- Sinto muito mãe... Eu não sei o que vai acontecer amanhã, mas não posso abandonar essas pessoas... Sejam elas aliens ou não... Ninguém merece passar pelo que eu vi hoje... Eu só precisava falar com você para o caso de... De...
- Nem diz isso! - Luiza não aguentava mais e correu para seu quarto, trancando a porta do mesmo.
- Hã... Pai...
Rodrigo se levantou e caminhou sério até o holograma, querendo também tocar no filho, mas para parabenizá-lo e lhe dar forças.
- Não se preocupe... Não deixarei que nada falte à sua mãe e prometo falar com ela depois que ela sair do quarto... Jonathan... Tome cuidado e lembre-se... O poder do Antares é seu e sua única barreira para usá-lo totalmente é você mesmo... Se entregue de coração e alma e você vai conseguir...
- Com você foi assim também pai?
- Não tão cedo, mas sei que você conseguirá. Escute também os conselho do seu avô e tudo ficará bem...
- Obrigado... Eu... Preciso ir... O pessoal resolveu fazer uma festa em minha homenagem e eu nem sei o que vestir, ou onde arranjar uma roupa...
“Eu cuido disso... Adeus Rodrigo... Cuide mesmo da Luiza sim?”
Dito isso, Antônio encerrou a conversa, desativando a ponte com seu comunicador.
- O que o senhor quis dizer com “Eu cuido disso”?
“Eu consegui acessar alguns bancos de dados e vi como os Svitarianos costumam se vestir nessas ocasiões... Observe.”
Em alguns instantes a armadura foi dando lugar a um tipo de toga, com um cinto feito de tecido na cintura, sapados extremamente confortáveis, parecendo de seda ao toque, algumas pulseiras douradas em seus pulsos, essas em nada lembravam as algemas que o haviam prendido. Seu cabelo continuava preso numa longa trança e ele se viu em uma superfície espelhada que estava à sua direita.
- Uau! Não sabia que a armadura podia fazer isso!
“Ela pode ficar do jeito que você quiser... Experimente.. pense em mudar a cor da faixa da sua cintura por exemplo...”
O rapaz assim o fez e logo a faixa assumia um tom azulado.
“Muito bem... é assim com o seu poder também... Quando você estiver mais à vontade com os dois, poderá usá-los como se tivessem feito parte de você durante toda a vida... É como andar...”
- Nossa... E nem precisei me esforçar tanto... - Leves batidas na porta fizeram a conversa entre avô e neto ser interrompida. - Quem é?
- Thar-Tae! Estão todos esperando por você!! - Assim que Jonathan abriu a porta percebeu como os olhos da garota se arregalaram.
- Hã... Algo errado?
- Não... - “Nossa!!! Como ele está lindo!!!” com medo de que o visitante pudesse ler sua mente, a garota tratou de continuar falando, visivelmente envergonhada. - E-eu... Hã... Vamos?
- Claro!
Ele ofereceu o braço à garota, que ficou estática, não entendendo aquele gesto.
- Em meu mundo, quando um casal vai junto a uma festa, costumamos ir de braços cruzados... Eu... Espero que não seja uma ofensa por aqui...
- Não!! - Apesar de estranhar o que o visitante falava, Thar-Tae não perderia a chance de tocá-lo, algo realmente comum entre os Svitarianos, principalmente quando se atingia a idade de escolher um companheiro, o que tinha acontecido algum tempo atrás. - Vamos!
O sorriso de sua jovem anfitriã era contagiante e o terrestre até se esqueceu momentaneamente o fato de que ela parecia ser uma jovem de, no máximo, dezessete anos, segurando delicadamente o braço dela e deixando se levar até o local da festa.
XXX
“Apenas mais um pouco mestre... Em breve o corpo do inimigo estará caído aos seus pés, já sem o brilho da vida dentro de si.”
“Não é isso que eu quero e você sabe bem... Hrúcarë...”
“Sim... Perdão mestre... Eu o levarei vivo para que encontre a morte por suas mãos...”
“É melhor que seja assim... Se ainda quiser compartilhar das maravilhas da não-existência comigo...”
Hrúcarë parou de repente seu avanço, torcendo o corpo como se ajoelhasse em penitência por ter dado aquela impressão ao seu mestre, ao seu deus.
“Eu quero sim!!! Por favor mestre!! Não me abandone!!! Mestre? Mestre!!!”
O silêncio do espaço pareceu ficar maior, aumentando ainda mais a sensação de desespero do vilão e então este se colocou a voar rapidamente até seu objetivo.
O Planeta Svitar já não estava tão longe.
XXX
Jonathan não conseguiria dormir nem se todo o cansaço que ele sentia se multiplicasse, pois sua mente fervia com os acontecimentos da festa onde ele estava a poucas horas.
Assim que entrou no salão de festas ele se surpreendeu com o tamanho do lugar, onde facilmente caberia um estádio de futebol do tamanho do Maracanã, como ele calculara de momento, tomado por vários Svitarianos que, com sua variedade de cores de cabelo, formavam uma colcha multicolorida que se movia como ondas no mar.
O impacto daquelas cores, que Jonathan já havia percebido serem mais fortes naquele planeta, acabou por atordoar o rapaz e ele mal percebeu enquanto Thar-Tae ergueu de forma discreta sua manga e tocou em sua pele, o que fez a garota tremer com o prazer do contato, guiando-o em seguida até o líder da rebelião.
- Meu jovem! - Anner-Roll estava muito mais receptivo após os rebeldes terem sido salvos por Jonathan. – Venha cá para que eu possa abraçá-lo!!!
Assim que o líder recebeu o convidado de honra com um beijo na fronte, as festividades, que haviam sido interrompidas, recomeçaram e todo o barulho fez o terrestre se recordar do dia em que havia acompanhando uma antiga namorada até o ensaio de uma escola de samba.
- Está gostando da música?!!! – Mesmo ainda agarrada ao braço de Jonathan Thar-Tae precisava gritar para ser ouvida.
- Eu posso me acostumar!! – De repente a garota o puxou pelo braço, logo após receberem os cumprimentos de alguns soldados rebeldes. – Aonde vamos?
- Aaahhhh... Silêncio afinal...
Os dois chegaram a um tipo de sacada, de onde era possível ter uma visão panorâmica de todo o avançado acampamento rebelde, cujo campo de força permitia um vislumbre da bela noite que fazia.
- Uau!!!
- Eu sei que ela tá por aqui...
- Quem?
- Minha irmã e... Ah! Olha ela lá!!!
A garota correu de encontro à sua irmã, enquanto Jonathan se aproximava mais devagar, reparando bem nas roupas das duas Svitarianas, percebendo que os cortes das mesmas deixavam à mostra boa parte de seus corpos e, divertindo-se, ele reparou que Kwisp parecia ter feito a mesma observação que ele.
- Olá amigo... – Mesmo ainda estranhando estar em meio a seres alienígenas, Jonathan já conseguia falar algumas frases sem gaguejar. – Tudo bem?
- Hã? Ah! Sim... – O guerreiro pareceu precisar quase limpar a baba, para continuar a falar. – Ótimo! E você? Foi uma bela luta hoje...
- Ah, sim... Eu... Foi a primeira vez que eu fiz algo assim... Você deve estar acostumado... Quer dizer... O modo como se apresentou e tals...
- Eu... Estou sim e... – Kwisp parecia incomodado com o comentário do outro e tratou logo de mudar de assunto. – O que será que tanto falam uma com a outra?
- Ah... Elas? Bem deve ser sobre bobagens... No meu mundo era assim... Mais ou menos...
- É mesmo! Você disse que não era Svitariano... De onde você é então?
- Já ouviu falar da Terra?
- Hum... Não.
- É um ótimo planeta e... – Sem nenhum aviso, Thar-Tae voltou a se agarrar ao braço de Jonathan, enquanto sua irmã fazia o mesmo com Kwisp. – Ooopppaaa!!! Calma gatinha...
- Viu? Ele me deu um apelido carinhoso... – Ela esticou o nariz na direção de Ashira-Rey e levou seu par para longe. Mais tarde Jonathan descobriria que tal gesto era equivalente a um mostrar de língua entre os Svitarianos. – Vamos sair daqui e deixar eles a sós...
Jonathan ainda agia como se pisasse sobre ovos, tentando evitar gafes ou alguma ofensa, ele se lembrava das aulas da faculdade de Propaganda, que sempre dizia que era preciso respeitar as culturas diferentes das dele.
O restante da festa foi tranquilo, mesmo com as irmãs se encontrando, o rapaz percebeu que as provocações entre elas era algo corriqueiro, nem mesmo as feitas debaixo dos olhos do pai ganhavam algo mais do que um suspiro de reprovação e Jonathan se pegou surpreso por ter conseguido esquecer o que aconteceria no dia seguinte.
A surpresa que tirou o sono de Jonathan aconteceu quando Thar-Tae o acompanhou até a porta de seu quarto.
- Valeu mesmo Thar... Eu não ia achar mesmo esse lugar sozinho...
- Bem... É Isso aí né? – Ela manteve as mãos atrás do corpo ao dizer isso, olhando bem no fundo dos olhos do rapaz, deixando-o um pouco incomodado com a intensidade do olhar dela. – Hã... Como os terrestres... Digo os homens e mulheres se despedem em seu mundo?
- Hã... Com um beijo no lado do rosto na maioria das vezes...
Assim que ele disse isso, a garota virou o rosto, deixando uma de duas bochechas bem à mostra.
Jonathan ainda hesitou alguns instantes, mas logo se abaixou lentamente procurando dar um rápido beijo na jovem, mas esta foi mais rápida, virou o rosto de frente para ele, segurou com as duas mãos e colou seus lábios com os dele num beijo que o deixou surpreso e sem reação.
- Imaginei que assim seria mais gostoso... É para te dar sorte amanhã! – E sem esperar que o rapaz “despertasse” ela sumiu pelos corredores da base.
“Até mesmo os heróis são surpreendidos não é?” ignorando o comentário de seu avô Jonathan entrou no quarto e permaneceu acordado durante um bom tempo, mas quando dormiu foi como se desmaiasse, sem nem perceber quando Antônio começou a falar com alguém.
O dia seguinte chegou de forma estranha para todos.
Na Terra Luiza não saíra da cama, era ainda pior pensar que os dias no planeta onde seu filho se encontrava, eram praticamente iguais aos da Terra. Rodrigo aproveitou e se manteve no quarto de hóspedes, fazendo barulhos que normalmente fariam Luiza ir até lá e ver o que estava acontecendo, mas não naquele dia.
Não quando ela achava que seu filho poderia morrer.
Em Svitar todos acordaram cedo e acompanharam Jonathan enquanto este, trajando sua armadura e ouvindo vários conselhos de seu avô, sobre como usar seus poderes, ia tentando manter uma pose que não denunciasse seu nervosismo.
- Então... – A mesma voz assustadora do dia seguinte trouxe Jonathan de volta à realidade. – Você veio mesmo...
Atrás de Tayagon todo um contingente dos invasores parecia a postos para retomar a batalha de onde ela havia parado anteriormente. Ao perceber que seu oponente parecia ter ficado nervoso o monstruoso general tratou de acalmá-lo.
- Não se preocupe... Eles são apenas a guarda real de vossa alteza... Lady Quarin!
Como se em resposta às palavras de Tayagon um dos Tanques-Torres se abriu, revelando algo que lembrava uma luxuosa sala real, onde uma figura permanecia sentada num luxuoso trono.
Todos os invasores, incluindo o oponente de Jonathan se ajoelharam e só levantaram quando a Torre voltou a se fechar.
- Bem... – As palavras do comandante se espalharam pelos comunicadores rebeldes. - Considere-se afortunado por ter visto nossa rainha antes de morrer, mas hoje estou me sentindo benevolente... Desista, vá embora e vai viver... Fique e morrerá.
Um brilho dourado antecedeu a rajada de energia que errou por pouco a cabeça de Tayagon, atingindo apenas um pouco dos pêlos que se erguiam de suas costas.
- Ora seu...
- Eu sou Antares! – Agora era a voz do jovem terrestre que era ouvido por todos os presentes. – Luto pelo povo de Svitar e garanto que se algum de nós vai cair hoje, será você... Feioso.
Não era preciso dizer mais nada e com um ruído selvagem, o Comandante Tayagon se lançou ao ataque.
Com uma rápida prece a Deus Antares fez o mesmo.
O brilho das energias se chocando pôde ser visto a milhas de distância, mostrando que o combate havia, de fato, começado.
O final ninguém conseguia imaginar.
Continua.
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Re: Antares #8. Página 3.
Herança. Quinta parte. Evolução.
Por João Norberto da Silva.
- Consegue ver alguma coisa irmã?
- Nada além das explosões de energia Thar... Mas fique calma, pois isso é um bom sinal...
- Um bom sinal como?!!
- Enquanto estiverem assim é por que o Antares está vivo...
A jovem Svitariana franziu o cenho e se afastou, quase sem ser notada, apenas Kwisp pensou em acompanhá-la, pretendendo acalmá-la, mas logo sua atenção foi chamada por Ashira-Rey, que se agarrava ao seu braço, fazendo-o voltar seus olhos para a luta, que acontecia a alguns quilômetros dali.
- Olha! Parece que eles deram uma pausa.
Todos os expectadores do combate entre Antares e o Comandante Tayagon ficaram como que paralisados, aguardando que a espessa cortina de poeira se dissipasse, para que eles pudessem voltar suas habilidades e aparelhos na direção dos combatentes, procurando ver quem ainda estava de pé.
Para surpresa geral tanto um quanto o outro pareciam estar sem nenhum ferimento aparente.
- Confesso que estou surpreso... Você resistiu mais tempo do que eu esperava... Garoto...
- Já você... – “Eu também tô surpreso prá cacete!” Jonathan não pôde conter o pensamento, sendo logo acalmado por seu avô “Só não deixe ele perceber sua insegurança garoto... Agora tenho certeza de que podemos vencer.” – Foi uma decepção... Monstrengo...
Incentivado pelas palavras do avô, Jonathan havia se erguido, tentando parecer mais confiante, fazendo passar um brilho de ódio pelos olhos de seu inimigo.
- Não... Me chame... Assim... RRROOOAAAAARRRRR!!!!!!!!!!!!!
Tayagon se lançou ao ataque, no rosto uma máscara de raiva insana, que forçou seu oponente a cruzar os braços diante do corpo, concentrando suas forças num campo de força, que salvou sua vida, mas não impediu que ele fosse lançado contra a base de um morro próximo.
- Droga... Ele bateu bem mais forte vovô... O que eu posso fazer agora?
“Antes de mais nada concentre-se no seu campo de força, porque lá vem ele de novo!!!”
O Comandante Tayagon atacou novamente fazendo o morro vir abaixo, soterrando os dois combatentes.
Os rebeldes ficaram com a respiração em suspenso, suas esperanças podiam estar acabando naquele momento, sem saber que, muito longe dali, mais pessoal compartilhavam de sua preocupação para com o Antares, ou melhor, com Jonathan.
XXX
- Luiza? - Rodrigo batia novamente na porta do quarto da mãe de seu filho e mais uma vez não recebeu nenhuma resposta. - Vamos Luiza... Tenho certeza de que o garoto está bem... Meu pai está com ele... Acredite, isso faz muita diferença...
Sem receber nenhuma resposta, o hóspede resolveu passar na cozinha, pegar uma caneca de café e voltar para seu quarto, onde uma televisão permanecia ligada em um dos jornais matutinos, o que ajudava Rodrigo a se atualizar sobre o mundo para o qual retornara.
Na noite anterior, pouco depois da conversa que haviam tido com seu filho, ele aguardou Luiza ir deitar para voltar a se comunicar com o pai, pedindo ajuda em um projeto que ele resolvera criar.
O Projeto Lábaro.
Apesar de Rodrigo sempre repetir, para si mesmo, que não poderia chamar de projeto algo em que ele ainda estava trabalhando, ele agradecia a cada momento que podia ficar sozinho, se dedicando à criação de algo que, em sua opinião, poderia ajudar a Terra, ou pelo menos seu país.
Sua inspiração veio do noticiário que eles tinham visto, que colocara para funcionar engrenagens que realmente mudariam o mundo.
Em praticamente todos os veículos de notícias podia-se ver o presidente dos Estados Unidos usando uma frase, que ele mesmo reconhecera mais tarde, ter sido inspirada numa revista em quadrinhos.
“O Super-Homem existe e é americano”.
Os repórteres que haviam sido chamados para a coletiva ficaram alvoroçados, todos erguendo as mãos, querendo ser chamados para a primeira pergunta, mas a escolhida foi uma mulher, seu crachá indicava que ela era do New York Times.
- Bem... - Ela respirou fundo enquanto parecia estar ordenando seus pensamentos. - Acho que a primeira pergunta deveria ser: Onde está esse Super-Homem?
- Excelente pergunta, senhorita... - O presidente deixou a frase no ar, pois não conseguia ler direito o nome da mulher. – Hã...
- Shuster senhor... Loise Shuster...
- Como eu disse, excelente pergunta senhorita Shuster... Portanto sem mais delongas, peço que todos olhem para o telão atrás de mim.
As luzes se apagaram e então surgiu por detrás do presidente a imagem de um cenário que logo se mostrou como um deserto, onde dois tanques faziam manobras, indo na direção de um homem.
Ele era loiro, tinha cerca de dois metros e seus olhos brilhavam o suficiente para impedir que fosse possível identificá-lo. Ele vestia algo que se assemelhava muito a um dos típicos uniformes de heróis dos quadrinhos.
Uma capa vermelha caia pelos ombros, o uniforme era basicamente preto com detalhes azuis e vermelhos, um cinturão dourado se destacava do restante do uniforme e no centro desse uma letra P, também azul, dava pistas do nome do super-homem.
Não apenas os presentes, como todas as pessoas que acompanhavam a coletiva, transmitida para países do mundo inteiro, prenderam a respiração quando os tanques voltaram seus canhões na direção do homem, disparando várias vezes.
Quando o ataque parou, uma imensa nuvem de poeira permaneceu alguns instantes erguida no ar, mas logo algo pareceu sair da mesa numa velocidade absurda, sendo impossível de identificar o que poderia ser num primeiro momento.
Só foi possível ver um borrão azul e vermelho.
No instante seguinte os tanques pareceram começar a desmontar sozinhos, numa “chuva” de peças, até que apenas os soldados, que estavam dentro dos veículos, restassem sentados na areia.
O homem de uniforme então voltou a aparecer, agora segurando um dos canhões e jogando-o por cima de um de seus ombros, enquanto batia levemente uma mão na outra limpando-as.
Aos poucos, aumentando o assombro de quem acompanhava a exibição, o homem começou a flutuar, levantando voo e desaparecendo em meio às nuvens.
A imagem sumiu, as luzes mal se acenderam e os repórteres entraram em polvorosa, fazendo perguntas todos ao mesmo tempo.
- Mas quem é ele?!!
- De onde ele veio?!!
- Como ele se chama?!!
- Meu nome real é segredo, senhorita Shuster... - Uma voz grossa se fez ecoar pelo salão de conferência, fazendo todos olharem ao redor para descobrir de onde ela vinha. - Mas podem me chamar de Potentman.
- Ali! - Um fotógrafo estendeu a mão na direção das janelas.
- Se me deixarem entrar eu poderei responder a todas as suas perguntas... Mas agradeceria se me dessem um suco gelado... Desmontar tanques no Iraque me deu muita sede.
Desse modo o primeiro superser vindo a público fez sua estreia, inspirando assim a outros, cujas notícias iam aparecendo pouco a pouco. Um desses inspirados era Rodrigo, que desde sua volta não conseguia acreditar como a situação no mundo havia ficado tão ruim.
Ele desejou ainda ter os poderes do Antares para ajudar, mas sabia que não era possível.
Foi quando ele teve a ideia de fazer um pedido a seu pai, enquanto Jonathan dormia, conseguindo assim criar algo que eles haviam pensado, caso Rodrigo tivesse que se virar sem os poderes estelares.
Por mais preocupado que estivesse com seu filho, Rodrigo sabia que deveria executar seu plano naquele momento, ou talvez não tivesse coragem caso deixasse para depois.[1]
E foi o que ele fez.
Luiza permanecia trancada em seu quarto, deitada sobre a cama, rezando para que seu filho sobrevivesse, para que ela despertasse e descobrisse que tudo não passara de um sonho, para que tudo voltasse ao normal.
Um estranho som, como o dos foguetes dos filmes, chegou a ela, mas no estado em que se encontrava decidiu ignorar tudo até que recebesse notícias sobre Jonathan.
XXX
Já na órbita do planeta Svitar, Hrúcarë parou de súbito, sentindo em sua mente que essa era a vontade de seu mestre.
“Sei que não é seguro sequer pensar em questioná-lo senhor, mas porque devo ficar aqui parado?”
O vácuo espacial continuava silencioso, mas o vilão movia a cabeça como se ouvisse alguém falando consigo.
“Sim... Sim... Entendo... Realmente se ele não escapar dessa situação não valerá nossa atenção e teremos de aguardar novamente... Vossa sabedoria está realmente acima de tudo e de todos mestre.”
Novamente apenas Hrúcarë pôde “ouvir” as palavras que lhe eram enviadas direto para o cérebro e então ele simplesmente cruzou os braços, deixando que seu corpo ficasse ao sabor dos ventos cósmicos, mas em seu íntimo o vilão sentiu arder a febre pela carnificina e destruição total.
E seu sorriso pareceu crescer ainda mais.
XXX
- Anda, anda, anda...
- Thar? O que está fazendo?
- Yaree? Eu...
A jovem Svitariana vinha juntando tudo quanto era aparelho, que lhe era possível levantar, para poder criar algo que lhe ajudasse, quando foi surpreendida pela garotinha, cujo pai havia libertado o Antares para salvá-la.
- Eu não posso ficar aqui parada enquanto o coitado do Jon luta contra aquele monstro... - Enquanto falava, a garota pegava mais aparelhos, juntando-os de forma aparentemente desconexa. - Por isso, mesmo não tendo poderes como os da minha irmã, eu vou ajudá-lo.
- Vai ser com isso que você está fazendo? É como os brinquedos que você inventa prá gente?
- Isso... Deixa eu ver... É aqui mesmo que encaixa... Ficou pronto!
- Você gosta dele? É o seu amor eterno?
Thar-Tae foi pega de surpresa pela pergunta da menina, permanecendo paralisada até que um estrondo pôde ser ouvido ao longe, o que a fez despertar e começar a correr para fora da nave onde ela entrara escondida.
- Thar?
- Sim Yaree... Ele é o meu amor eterno.
Dizendo isso a garota saiu voando precariamente, graças a um tipo de mochila a jato, mostrando sua habilidade especial: A de reunir tecnologia aleatoriamente e construir o que quiser.
“Meu amor eterno...”
Com esse pensamento Thar-Tae se lembrou da conversa que teve certa vez com sua irmã, sobre um dos costumes dos Svitarianos.
O Compromisso Eterno.
“Mas como a gente sabe que é O compromisso?”
“Ora Thar... Eu não faço ideia... Sei tanto quanto você...”
“Espero que eu perceba fácil quando o meu aparecer...”
Lembrando da antiga conversa e do que havia sentido ao tocar o forasteiro, a jovem Svitariana tratou de se dirigir o mais rápido que pôde para o local do combate, evitando as forças rebeldes e assim sua irmã e seu pai.
Ainda na órbita de Svitar, Hrúcarë de repente descruzou os braços, voltando seus sentidos, uma vez que seus olhos permaneciam fechados, exatamente para o morro que havia soterrado Antares e o Comandante Tayagon.
Algo estava para acontecer.
- Vossa Majestade... – Um soldado novato, para a surpresa de seus companheiros, se atrevia a falar com Lady Quarin. – Os rebeldes estão em choque... Se atacarmos agora... AAARRRGGGHHH!!!!!!!!!!!
Uma das mãos da líder dos rebeldes, ainda exalando energia, voltava para dentro de seu manto. Logo depois a voz da líder dos invasores, ecoava através dos comunicadores de todos seus subordinados.
- Isso vale para qualquer outro que achar que deve falar sem que seja ordenado... – Uma pausa para que suas palavras tivessem o efeito desejado. – A batalha é entre o Comandante Tayagon e o campeão rebelde... A derrota deste irá colocar por terra toda a confiança desses vermes, o que facilitará nossa vitória esmagadora... Agora, que todos voltem suas atenções para o que está acontecendo...
Como que para ilustrar as palavras de Lady Quarin, os escombros do morro começaram a se agitar de forma estranha e, de repente, uma explosão de energia antecedeu um cometa de luz, que voou direto para o céu, parando apenas a alguns quilômetros de altura.
- Meu Deus... MeuDeus MeuDeus MeuDeus MeuDeus MeuDeus
“Acalme-se Jon!”
- Me acalmar? ME ACALMAR??!!! Aquele monstro derrubou uma montanha sobre mim e você me pede calma?!! Tá louco?!!!
“Já disse garoto! Você mesmo está se impedindo de usar todo o seu potencial... Faça como eu disse e se entregue aos poderes do Antares, ou vai acabar morrendo e... CUIDADO!!!!”
Graças ao aviso mental de seu avô, o rapaz conseguiu se desviar de uma enorme rajada escarlate que vinha direto na direção dele.
Mas era apenas a primeira de muitas outras.
Antares precisou de toda a sua habilidade para se desviar das rajadas que seguiram a primeira, escapando por pouco de quase todas.
Quase, infelizmente, não foi o bastante.
- AAARRRGGGHHH!!!!!!!!!!!!!!
Com as energias de seu inimigo ainda ao seu redor, Antares descreveu um arco descendente e, ao cair, acabou abrindo uma enorme cratera.
- Tô vivo?
Assim que se recuperou, o jovem terrestre se ergueu rapidamente e passou suas mãos pelo corpo inteiro, esperando ao menos algum ferimento, mas não encontrou nem um arranhão na armadura.
“E-eu ajudei...”
- Vô? Mas como? E você tá bem? Sua voz tá fraca...
“Acessei... O poder do Antares... O suficiente para te proteger... mas o esforço...”
Silêncio.
- Vovô? Vovô?!!
Antes que Antônio pudesse responder, uma sombra surgiu acima do Antares e este só escapou de ser esmagado por pouco, correndo para o lado, mas parou bruscamente ao sentir uma mão enorme segurá-lo pelo pescoço.
- Não vai fugir mais verme...
Tayagon girou o braço e destruiu uma árvore próxima acertando-a com as pernas de seu inimigo, antes de jogá-lo longe, fazendo surgir uma coluna de poeira em seu rastro. Em suas mãos pendia a trança que o jovem levara tanto tempo para deixar crescer.
Antares mal se ergueu, passando a mão onde estava sua trança, mas não pôde nem lamentar, pois logo precisou colocar os braços diante de seu corpo, criando um campo de força para se proteger do enorme punho que veio em sua direção.
O soco o fez cambalear alguns metros, acabando por ficar de costas para uma enorme rocha, mas novamente não conseguiu se recuperar, pois na sequencia o inimigo começava a disparar novas rajadas de energia, uma mais forte que a outra.
Antares não conseguia fazer mais nada, estava paralisado pelo medo de morrer, então ele apenas mantinha os braços cruzados diante do corpo, se concentrando no campo de força, de um modo que ele já não enxergava nada diante dele, isso quando ele arriscava abrir os olhos.
Aos poucos, no entanto, a pressão começou a diminuir, o que fez o jovem endireitar o corpo e até dar alguns passos à frente, até que o ataque foi interrompido.
Ainda desconfiado pelo repentino “cessar-fogo” de seu oponente, Antares desfez pouco a pouco seu campo de força, mas apenas o suficiente para ver o que havia diante dele.
Seus olhos se arregalaram ao ver o verdadeiro motivo que fez o Comandante Tayagon cessar seus ataques.
Em uma de suas mãos estava Thar-Tae, sendo erguida pelo pescoço, exatamente como ele havia sido há pouco.
- De-desculpa J-Jon...
- Bem... Acho que chegamos a uma decisão não é meu jovem? Se entregue e a garota será poupada... Continue a me enfrentar e... – Ele aplicou um pouco de pressão em um dos dedos e a expressão de dor da garota Svitariana, fez com que Antares fechasse rapidamente os olhos. – E então, o que vai ser?
Aos poucos uma lembrança retornou à mente do jovem terrestre.
“Por que você fez isso meu filho?”
“Por que largou da minha mão e se arriscou daquele jeito?”
“Prá proteger a menininha mamãe... Ela ia morrer... Eu não podia deixar não é?”
“Temos um pequeno herói aqui minha senhora...”
Um brilho começou a emanar do corpo de Jonathan, forçando até mesmo Tayagon a desviar o olhar, bem como a todos que observavam a luta.
Apenas Thar-Tae parecia não se afetada pela energia, que pouco a pouco pareceu envolvê-la, forçando a mão do vilão a abrir até soltá-la.
- Mas o que...
- Desculpe... Monstrengo... – A voz de Antares, antes assustada, agora ressoava com muito mais determinação. – Mas cometeu um grande erro ao ameaçar essa garota...
Com a energia que envolvia o corpo de Thar-Tae, Antares a tirou das mãos do Comandante Tayagon, para logo em seguida disparar uma rajada que fez o monstruoso inimigo voar vários metros longe.
Num segundo depois ele depositava gentilmente a garota nos braços de sua irmã, que mal conseguia reconhecer a forma energética à sua frente como sendo o mesmo Antares de antes, e logo o campeão rebelde estava outra vez diante de seu inimigo.
- Desculpe a decepção de agora à pouco... Finalmente despertei e posso te afirmar com certeza...
Tayagon tentou se levantar e foi atingido outra vez, sendo lançado para cima. Ainda no ar, Antares surgiu diante dele, o atingiu mais uma vez, jogando-o contra o chão, antes de parar sobre o peito do inimigo e terminar sua frase:
- Agora sim a luta vai começar.
Continua
[1] Aguarde os desdobramentos das ações de Rodrigo no futuro título do Lábaro.
Última edição por Resgate em Sex Dez 18, 2009 12:25 pm, editado 2 vez(es)
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Re: Antares #8. Página 3.
Não consegui ainda ler o 3 e vc já lançou mais dois? >.<
esse final de semana preciso por tudo em dia =/
esse final de semana preciso por tudo em dia =/
Re: Antares #8. Página 3.
Pois é... Acho que ninguém conseguiu ler mesmo..heheheVampira escreveu:Não consegui ainda ler o 3 e vc já lançou mais dois? >.<
esse final de semana preciso por tudo em dia =/
Só lancei esses outros pois amanhã saio em viagem e volto só prá pro dia 13...
Quem sabe o pessoal lê até lé né? hehehehe
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Re: Antares #8. Página 3.
Isso eu farei!
Final de ano é corrido mesmo.
To devendo leitura não só da sua. Mas do Aracnos e Ocelot
Mas em breve colocarei todas em dia
Final de ano é corrido mesmo.
To devendo leitura não só da sua. Mas do Aracnos e Ocelot
Mas em breve colocarei todas em dia
Re: Antares #8. Página 3.
tbm estou devendo a leitura.
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